O que escreveu Mariana Fernandes no Observador
Resposta de Nuno Santos à Mariana do Observador:
Cara Mariana
Não nos conhecemos. Pelo menos eu não a conheço. Mas não lhe envio emails anónimos nem faço comentários no Facebook anonimamente a insultá-la como agora é moda. Por isso assino esta mensagem e começo por deixar a minha declaração de interesses: sou chefe do gabinete do presidente da Câmara do Porto, mas escrevo-lhe a título pessoal, exclusivamente. Também fui assessor de imprensa e jornalista.
Ah! E sou benfiquista. E vou ao Dragão, onde sempre fui bem tratado. Sim, cara Mariana, no Porto, essa província ultraterrestre “lá do Norte”, admitem-se bons chefes de família como eu. E espante-se, até os deixam ir à bola que, “lá em cima” é sempre mais pequenina do que na capital do império (levantei-me ao escrever esta última parte).
Por isso, assim como a minha opinião não compromete o Porto, calculo que a sua não há-de comprometer a Lisbogal e que nem todos os lisboguetas darão colinho às suas crónicas.
Mas vamos ao que interessa e que é razão pessoal desta minha mensagem.
Escreve a jornalista Mariana na sua peça no Observador intitulada “Portugal ganhou e foi festa rija. Rijinha. Assim assim”, várias coisas que me provocam interrogações:
Mariana, as zonas em frente às Câmaras Municipais não são todas pequenas como em Lisboa. Aqui no Porto – terra que fica perto de Ermesinde onde, comos se sabe, as há das boas – há duas praças e uma avenida, que comportam dezenas de milhares de pessoas que, às vezes, festejam coisas pouco importantes.
Coisas como títulos europeus de futebol, passagens de ano de fazer inveja e festas de São João onde, realmente, curtimos. Qualquer delas insignificante quando comparada com uma chuvinha mais forte na capital, com o título da distrital do Massamá (com todo o respeito pelo Massamá) e, claro, com os estonteantes desfiles de Santo António, que o serviço público de TV se obriga a mostrar à província.
Sobre erros de paralaxe como o seu, ao ver clubismo onde houve Portugal, ao ver centenas onde estavam dezenas de milhares, ao incomodar-se com o azul de duas ou três cadeiras que lhe pareceram clareiras, ao ver gente com pressa de ir embora quando esperou horas, ao ver “assim assim” onde houve sucesso, vem-me à memória um dia fetiche para o jornalismo. O dia em que o New York Times despediu um seu cronista por ter criticado uma peça de teatro que nunca foi exibida. A presunção de que a maledicência protege quem a pratica e a dispensa de trabalho, fê-lo escrever sobre o que não aconteceu.
Arrogante, desgraçou-se!
Na vida como no jornalismo, idade não é posto. Na vida como no jornalismo, que atire a primeira pedra quem nunca errou. Tudo certo. Mas, Mariana aceite o conselho de quem já teve o poder de escrever num jornal e já não tem: “mais vale cair em graça do que ser engraçado”.
Nuno Santos
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