Estando eu a reler o primeiro livro de memórias do meu amigo Pedro Baptista – Da Foz Velha a’O Grito do Povo (1948-1974) – encontrei o relato que está na imagem e lembrei-me de algo que me aconteceu no meu tempo de tropa em Santa Margarida:
Um certo dia fui incumbido pelo segundo comandante do Batalhão de Engenharia n.º 3 de ir a Mourão, em pleno Alentejo, recolher um soldado que se tinha ausentado do quartel mais de cinco dias sem permissão para tal e que se encontrava detido no posto da GNR local. Aí chegados, pedi ao cabo da guarda em serviço no posto que nos guardasse as armas, as G3 dos soldados da escolta e a minha Walther, a fim de irmos almoçar a um tasquinho sem carregarmos a tralha. Depois passaríamos novamente no posto para “levantar” o preso. Já estavam as armas devidamente acondicionadas num cacifo e a equipa prontinha para ir ao repasto, quando o detido perguntou se podia ir connosco. Que não, era perigoso irmos desarmados, disse o GNR, mas como o rapaz me parecia pacífico dei ordem para ele nos acompanhar. E lá fomos comer qualquer coisa que já não recordo o quê. Já estávamos nos cafés e bagaços quando o detido, com um ar muito sério nos disse ser ele a pagar todos os almoços, pois nunca ninguém tinha sido tão tolerante com ele, e já era a terceira vez que o vinham buscar a casa detido. Claro que nos soube bem a simpatia do rapaz, até porque assim não gastamos dinheiro das nossas ajudas de custo e naquele tempo os escudos não abundavam nos nossos bolsos. A viagem de regresso a Santa Margarida até foi agradável, com o detido a contar-nos as peripécias de todas as suas escapadelas ao serviço militar. Ficamos amigos... e ao que me constou nunca mais fez asneiras.
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