Ontem ao fim do dia diziam fontes do Kremlin que o discurso do Presidente russo, Vladimir Putin, já estava gravado e seria transmitido quando “o Extremo Oriente acordar”. Havia mesmo quem, citando o jornalista do Kremlin Dmitry Smirnov, apontasse a hora do discurso para as 08h00 em Moscovo (06h00 hora portuguesa).
Discurso de Vladimir Putin
O presidente russo Vladimir Putin anunciou esta quarta-feira a mobilização militar parcial dos cidadãos da Rússia na reserva, naquele que foi o primeiro discurso à nação desde o início da guerra na Ucrânia. "Devemos apoiar a proposta do Ministério da Defesa sobre a mobilização militar parcial. Só mobilizaremos os cidadãos atualmente na reserva, que têm experiência e serviram no Exército, e têm certas profissões e capacidades. Antes de serem mobilizados, terão treino militar adicional, com a experiência da operação militar especial em mente". Putin garantiu que o decreto já foi assinado e que a mobilização começará já esta quarta-feira. O presidente russo mandou um aviso alarmante aos representantes de países da NATO que "falam em atacar a Rússia com armas nucleares": "Quero dizer ao Ocidente: temos muitas armas em nosso poder, não estamos a fazer bluff. O nosso país também tem meios de ataque, mais modernos do que a NATO. Se a defesa da Rússia estiver em perigo utilizaremos todos os meios ao nosso alcance para resolver o problema. Podem ficar descansados: utilizaremos todos os meios, repito, todos os meios que sejam necessários". O líder do Kremlin começou por se dirigir a todas as pessoas “unidas pela Grande e Histórica Rússia” e falou das medidas “desnecessárias para garantir a segurança e integridade territorial da Rússia”. Num duro ataque aos inimigos, acusou o Ocidente de impedir o desenvolvimento de “centros independentes para impor a sua vontade sobre outros países e povos” e de promover o “sentimento anti-Rússia”. “Tornaram os ucranianos em carne para canhão, organizaram o terror contra as pessoas que recusaram o seu poder. O regime de Kiev utilizou escudos humanos, cometeu atrocidades na regiões libertadas”, acusou Putin. Vladimir Putin voltou a justificar a invasão da Ucrânia, referindo que a “operação militar preemptiva foi a única solução face ao inevitável ataque à ‘Crimeia russa’ e ao Donbass”. "O seu objetivo é libertar o Donbass. A República Popular de Lugansk já foi quase totalmente libertada, e a ação prossegue na República Popular de Donetsk", sublinhou. "Estamos cientes que a maioria das pessoas que vivem nos territórios libertados dos neonazis, que são terras históricas da Nova Rússia, não querem viver sob o regime nazi, viram as atrocidades nessas regiões", considerou o presidente russo. Referindo que as forças russas estão "passo a passo" a "libertar os territórios" e a "limpar as cidades dos neonazis", o chefe de Estado voltou a tecer duras críticas aos inimigos, acusando o Ocidente de "minar o processo de paz". "Em Istambul, os representantes de Kiev reagiram bem às nossas propostas, mas a resolução pacífica do conflito não agradava ao Ocidente, e mandaram destruir os acordos e mais armas foram enviadas para a Ucrânia. Começaram a chegar voluntários treinados pela NATO à Ucrânia", disse. Putin admitiu ainda a participação de "soldados profissionais" na guerra, e elogiou fortemente os combatentes voluntários das regiões separatistas, assegurando que lhes irá conceder estatuto legal igual aos dos soldados russos. "Nas Forças Armadas, há pessoas de várias etnias, voluntários, são verdadeiros patriotas. O Governo e o Ministério da Defesa foram por mim instruídos para definir o estatuto legal destes soldados das repúblicas separatistas, que deve ser o mesmo dos soldados russos", anunciou.
Pouco depois do discurso do presidente, o ministro da Defesa Sergei Shoigu anunciou os detalhes da mobilização parcial. Citado pela Reuters, o ministro disse que 300 mil pessoas iriam ser mobilizadas, e garantiu que as pessoas que serviram enquanto recrutas e os estudantes não iriam ser chamados. "Temos grandes recursos, cerca de 25 milhões de pessoas. Esta mobilização emprega apenas 1% destes 25 milhões", afirmou. Sergei Shoigu deu também um novo balanço de soldados russos mortos desde o início da guerra, apenas o segundo desde 24 de fevereiro. No total, a Rússia reconhece ter perdido 5.937 combatentes. O ministro disse ainda que a Rússia está "a lutar contra o Ocidente na Ucrânia". "Quase toda a rede de satélites da NATO está a trabalhar contra a Rússia na Ucrânia. Estamos a testemunhar ataques de armas ocidentais contra civis, a comandantes ocidentais sentados em Kiev estão a controlar as operações".
Estas ameaças dum gabarola, num momento em que a guerra na Ucrânia parece ter mudado de rumo, são uma priva de medo e cobardia. Dum louco.
Agora acho que todos nós temos de ter a consciência que isto vai piorar se ninguém o parar internamente E que ele vai fazer tudo para não perder a face
Sem dúvida, Paulo Teixeira... Putin apelou mais uma vez ao patriotismo das pessoas “unidas pela Grande e Histórica Rússia” e por aquelas bandas isto ainda arregimenta muita gente.
Raul Vaz Osorio - (...) Vamos ver como reage a jovem sociedade urbana da Rússia face a esta mobilização, principalmente quando começarem a morrer.
David Ribeiro - Putin, que é tudo menos burro, teve o "cuidado" de não mobilizar a "jovem sociedade urbana da Rússia", pois o Ministério da Defesa já "garantiu que as pessoas que serviram enquanto recrutas e os estudantes não iriam ser chamados". A tão desejada queda do poder no Kremlin parece ainda não estar para agora.
A jovem sociedade urbana da Rússia não é tão estúpida que não perceba quem está a seguir na fila.
Reações ao discurso de Putin
Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky: "Um passo previsível que se revelará extremamente impopular", e um sinal de que a guerra está a correr mal aos russos - é assim que a Ucrânia vê o anúncio de mobilização parcial feito por Vladimir Putin.
Robert Habeck, vice-chanceler alemão: A mobilização parcial de tropas ordenadas pela Rússia é uma nova escalada do conflito na Ucrânia. O governo de Berlim está a considerar a sua resposta, disse o nº 2 do executivo, considerando que este foi "mais um passo mau e errado da Rússia". "Naturalmente", acrescentou Habeck, "discutiremos e consultaremos sobre como lhe responder politicamente".
Gillian Keegan, deputada do Partido Conservador (no governo) que foi recentemente apontada como representante para os Negócios Estrangeiros do parlamento do Reino Unido: "A declaração de Putin é obviamente uma escalada, uma preocupante escalada" na guerra, declarou a deputada britânica, numa primeira reação ao discurso em que Putin para além de anunciar uma mobilização parcial ameaçou utilizar o seu arsenal nuclear. "Devemos levar as ameaças de Putin a sério, porque nós não estamos a controlar [as armas nucleares]. Também não tenho a certeza se ele está no controlo", acrescentou.
Ben Wallace, ministro da Defesa britânico: "Putin quebrou a sua promessa de não mobilizar" o que para o Reino Unido é um assumir "que a invasão está a falhar". "Nada pode esconder o facto de que a Ucrânia está a vencer esta guerra e a Russia está a tornar-se um pária internacional. A comunidade internacional está unida".
Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China: Que todas as partes se empenhem no diálogo e na procura de uma maneira de abordar as preocupações de segurança de todas as partes depois daquilo que considerou como "chantagem nuclear" por parte de Vladimir Putin. "A posição da China sobre a Ucrânia é consistente e clara".
Separatistas apoiados pela Rússia em Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia dizem planear a realização de “referendos” entre 23 e 27 de setembro, para se tornarem parte da Rússia.
Entretanto até lá os russos terao perdido no que ganharam em junho em todo o lado. Acredito numa surpresa
David Ribeiro - Ó meu amigo Paulo Teixeira... "acreditas" ou "gostarias"?... Não são a mesma coisa. Há que se ter a noção que o território recuperado pelos ucranianos é uma muito pequena parte dos territórios "conquistados" desde fevereiro pelo exército de Putin.
Paulo Teixeira - David Ribeiro até domingo karkiv fica libertado e já a entrar em Lyman... E aí podem ruir todas as conquistas nos territórios do norte até quase a fronteira de 2014... Na sul podem chegar ao rio enfrente a Jerson
David Ribeiro - Paulo Teixeira... de Karkiv ao sul (Kherson) são mais de 500 kms. Conquistar e ocupar este território imenso, quase tanto como Portugal inteiro, de hoje até domingo, é uma tarefa gigantesca.
Paulo Teixeira - David Ribeiro não disse isso Acho possível chegar no sul até ao rio que banha kerson.alias já estão em alguns pontos. Na norte a menos de vinte km de libertar todo o oblast de karkiv. Já recuperaram no Donest território perdidos em junho. E se Lyman cair fica a Rússia sem linha de defesa
David Ribeiro - Paulo Teixeira, vê bem no mapa que aqui publiquei quais são os territórios em causa e que os separatistas apoiados pela Rússia em Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia já consideram "conquista".
David Ribeiro sim mas eles sabem que existem dois eixos fundamentais que se forem quebrados pode ruir uma parte grande do ocupado A ver vamos e vamos acreditar na Ucrânia
Paulo Teixeira o desespero da pré derrota já começou. O louco vai rapar os restos do que sobra (reservistas) mas só apanha 300.000, resta saber se ainda vai buscar os paralíticos e os velhos. E depois, ameaça explodir (e explodir-se por consequência) e enquanto iso se anuncia, a derrocada pelo interior começou. Viveremos para ver a explosão? não sei, mas a implosão, decerto
Jorge Veiga - Referendos com uma guerra no terreno, não tem validade jurídica nem moral. O Putin já nos habituou a essas cavaladas.
David Ribeiro - Jorge Veiga, óbvio que estes "referendos" não têm qualquer validade. O que conta é a ocupação militar do terreno.
David Ribeiro Putin quer o referendo para depois poder dizer que estão a defender os que querem ser russos.
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