Teve início ontem [5.ª feira 5set2024] no Tribunal de Espinho, o julgamento dos ex-presidentes da Câmara Miguel Reis (PS) e Joaquim Pinto Moreira (PSD), e ainda os empresários Francisco Pessegueiro, João Rodrigues e Paulo Malafaia. No âmbito da Operação Vórtex, foram ainda acusados mais três arguidos que, na altura dos factos, desempenhavam as funções de chefe de divisão na autarquia e cinco empresas. Vamos lá ver no que é que isto vai dar... mas para já a coisa promete.
Albertino Amaral - Promete realmente, terminar a muito curto prazo, sem culpados....
CNN Portugal / Lusa - manhã de 5.ª feira 5set2024
O empresário do ramo imobiliário Francisco Pessegueiro, um dos oito arguidos da Operação Vórtex, incriminou os dois antigos presidentes da Câmara de Espinho Miguel Reis e Pinto Moreira no primeiro dia do julgamento, confirmando os factos da acusação. “Foi aí que me foi pedido pelas ‘démarches’ políticas dele, que seriam necessários 25 mil euros para o lar, 25 mil euros para o hospital e, relativamente ao hotel não conseguiu quantificar, porque era muito problemático a zona onde estava inserido”, disse o empresário perante os juízes. (...) Francisco Pessegueiro disse ao juiz que apenas se dispôs a pagar uma taxa de urgência aos ex-autarcas para acelerar os projetos urbanísticos que tinha em andamento.
CM - tarde de 5.ª feira 5set2024
A procuradora confronta Pessegueiro com uma conversa em que Malafaia dizia "quanto queres em bifes?". Diz que a acusação refere que era código para dinheiro e que Francisco Pessegueiro respondeu 50k, marcando para o dia seguinte um encontro com Pinto Moreira. O arguido, proprietário do talho, responde que "eram mesmo bifes e carnes". (...) O Ministério Público afirma que houve entrega do dinheiro, mas Pessegueiro refere não estar recordado, diz que possivelmente teria relacionado com trabalho. "Não sei do que falamos, já em interrogatório fizeram esta pergunta e eu não sei", afirma. (...) A procuradora mostra uma mensagem de outubro de 2020 onde Pessegueiro dizia a Malafaia: "Hoje, o patrão pediu adiantamento". Malafaia respondeu: "anda tudo ao mesmo". A procuradora pergunta: "Quem é o patrão?". Pessegueiro responde que é Pinto Moreira. No entanto, refere que ele não tinha pedido nada e que "era bluff" porque queria agilizar o negócio.
CM de 6.ª feira 6set2024
CM - manhã de 6.ª feira 6set2024
Francisco Pessegueiro tenta explicar que por causa do negócio da Urban 32 tinha de devolver um sinal de 50 mil euros a Paulo Malafaia. O juiz diz que a explicação não faz sentido, tendo em conta que é Malafaia quem pergunta "quanto queres em bifes?. "Há aqui um grão de areia", afirma o juiz sobre a justificação do empresário. "50 quilos era 50 mil euros em cash", afirma Pessegueiro. O arguido alega que tinha de entregar 50 mil euros a Malafaia, contrariando assim a acusação que diz que este montante foi entregue a Pinto Moreira num café em Vila Nova de Gaia. (...) Juiz questiona Francisco Pessegueiro se consegue concretizar as démarches de Pinto Moreira. "Sim, ele entrou em contacto com ANEPC [Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil] e com a APA [Agência Portuguesa do Ambiente]". Em causa estava a legalização de um projeto. O arguido volta, assim, a dizer que meteu 'cunha' a Pinto Moreira quando este já era deputado do PSD à Assembleia da República. (...) Juiz reproduz escutas entre Malafaia e João Rodrigues, onde falavam em "pressionar os amigos da APA". "Penso que não seria nada ilegal, há coisas que me escapam", diz o arguido Francisco Pessegueiro.
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