O vinho que acompanhou o Cordeiro Pascal deste Domingo de Aleluia foi o Domini Plus 2004, um soberbo tinto DOC Douro da José Maria da Fonseca SA (selo do IVDP: CAE-99444), feito por Domingos Soares Franco & Cristiano Van Zeller com as castas Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Barroca e Touriga Nacional das quintas que a empresa possui no Cima Corgo e Douro Superior. Deste vinho foram engarrafadas 3.335 garrafas. O seu teor alcoólico é de 14,5%. Diz no contra-rótulo que este vinho foi engarrafado em Janeiro de 2007 após estágio em barricas novas de carvalho francês, mas a verdade é que não dei pela madeira ao beber este redondo, macio e muito bem equilibrado tinto do Douro.
O Cordeiro Pascal está quase pronto... só ainda não sei que vinho vou abrir.
(Esta imagem foi "gamada" por mim na NET)
«Tania Teixeira» in Facebook >> Vinho tinto e do bom!!!!
[Wikipédia] - No Massacre de Lisboa de 1506 – também conhecido como Progrom de Lisboa ou Matança da Páscoa de 1506 – uma multidão movida pelo fanatismo religioso perseguiu, violou, torturou e matou centenas de pessoas, acusadas de serem judias. Isto sucedeu antes do início da Inquisição e nove anos depois da conversão forçada dos judeus em Portugal, em 1497, durante o reinado de D. Manuel I.
Antecedentes – Cerca de 93 mil judeus se refugiaram em Portugal nos anos que se seguiram à sua expulsão de Espanha, pelos reis católicos, em 1492. D. Manuel I se mostrara mais tolerante para com a comunidade judaica, mas, sob a pressão de Espanha, também em Portugal, a partir de 1497, os judeus foram forçados a converter-se.
O massacre – A historiografia situa o início da matança no Mosteiro de São Domingos (Santa Justa), no dia 19 de Abril de 1506, um domingo, quando os fiéis rezavam pelo fim da seca e da peste que tomavam Portugal, e alguém jurou ter visto no altar o rosto de Cristo iluminado — fenómeno que, para os católicos presentes, só poderia ser interpretado como uma mensagem de misericórdia do Messias – um milagre. Um cristão-novo que também participava da missa tentou explicar que a luz era apenas o reflexo do sol, mas foi calado pela multidão, que o espancou até a morte. A partir daí, os judeus da cidade que anteriormente já eram vistos com desconfiança tornaram-se o bode expiatório da seca, da fome e da peste: três dias de massacre se sucederam, incitados por frades dominicanos que prometiam absolvição dos pecados dos últimos 100 dias para quem matasse os "hereges", e que juntaram um grupo de mais de quinhentas pessoas incluindo marinheiros da Holanda, da Zelândia e de outras terras com as suas promessas. A corte encontrava-se em Abrantes – onde se instalara para fugir à peste – quando o massacre começou. D. Manuel I tinha-se posto a caminho de Beja, para visitar a mãe. Terá sido avisado dos acontecimentos em Avis, logo mandando magistrados para tentar pôr fim ao banho de sangue. Entretanto, mesmo as poucas autoridades presentes foram postas em causa e, em alguns casos, obrigadas a fugir. Como consequência, homens, mulheres e crianças foram torturados, massacrados, violados e queimados em fogueiras improvisadas no Rossio. Os judeus foram acusados entre outros "males", de deicídio e de serem a causa da profunda seca e da peste que assolava o país. A matança durou três dias – de 19 a 21 de Abril, na Semana Santa de 1506 – e só acabou quando foi morto um cristão-novo que era escudeiro do rei, João Rodrigues Mascarenhas, e as tropas reais afinal chegaram para restaurar a ordem.
«XôZé» in ViriatoWeb >> (...) Vá lá que temos por aqui pelo menos o Tovi que fundamenta os seus pareceres em raízes históricas.
«zézen» in ViriatoWeb >> "Matança da Páscoa de 1506" - Que os crentes judeos acreditem que foram eleitos sem eleições, ainda posso aceitar, o que não percebo é o masoquismo dos cristãos novos em seguirem quem lhes assassinou familia e amigos. Nada de grave, hà tanta coisa na minha ignorancia que, esta é apenas uma entre tantas.
«Tovi» in ViriatoWeb >> Embora não renegue uma educação judaico-cristã, a verdade é que me considero um agnóstico e muito provavelmente descendente de cristãos-novos, quer pelo lado materno quer pelo lado paterno. Não consigo ir muito longe na origem da família da minha mãe, mas o apelido "Castilha", pelo qual a família sempre foi conhecida, dá a entender a sua origem em judeus fugidos de Espanha em finais do século XV. Os antepassados de meu pai eram de Gestaçô, concelho de Baião, em plena Região Duriense, onde grande parte dos judeus mantiveram os seus hábitos ancestrais mesmo após o alvará régio que lhes permitia a ascensão a cargos políticos ou administrativos em troca de se converterem à Fé de Cristo.
«zézen» in ViriatoWeb >> Jà me tinha apercebido que não fazes parte dos S.M.
«XôZé» in ViriatoWeb >> Afinal tenho alguma afinidade com o Tovi. Também eu, da parte paterna, descendo de Espanha. A minha bisavó era natural da Andaluzia e ainda hoje carrego um dos seus apelidos - "da Franca". Ao que julgo saber tratava-se de ferverosa católica, fugida da guerra civil.
«Joaquim Leal» in Facebook >> O que é isso quadrado?...
«David Ribeiro» in Facebook >> É "pão ázimo", uma espécie de bolacha não fermentada feita de farinha de trigo e água.
«Joaquim Leal» in Facebook >> ...abreviando: bolacha de água e sal.
«David Ribeiro» in Facebook >> Sim, tem algumas parecenças.
«Joaquim Leal» in Facebook >> Penitência, tens feito ou foste ao pároco pagar a bula?
«David Ribeiro» in Facebook >> Eu não sou católico... Eu sou Cristão-Novo.
«Joaquim Leal» in Facebook >> Sabes pelo menos rezar um "Pai Nosso"?...eu sei!
«David Ribeiro» in Facebook >> Eu?... Rezar um "Pai Nosso"?... Eu até sei ler e escrever.
«Joaquim Leal» in Facebook >> Ah bom, então assim está bem. ;))))))
«Mário de Sousa» in Facebook >> Caro Amigo David Ribeiro, uma feliz Páscoa para ti e para toda a tua familia. Abraços
«José Rodrigues» in Facebook >> Uma boa Pascoa para si David e familia!!
«Viriato» in ViriatoWeb >> là vens tu com o cálice de vinho do porto e as bolachas!
«Arp» in ViriatoWeb >> Comam bem... ...todos.
«Indy» in ViriatoWeb >> Obrigado Arp, por te teres lembrado de mim.
«XôZé» in ViriatoWeb >> Isto d'um gajo mascar o corpo e beber o sangue de um homem... Ainda que fosse comer uma gaja.
...um vinho já com 16 anos de idade, apresentava-se opaco (a lembrar um “Porto Ruby”), ainda com forte aroma a fruta vermelha madura, algum sabor a fumado (proveniente da madeira do seu envelhecimento), mas macio e delicado e com um final de boca prolongadíssimo. Um belo vinho português este Duas Quintas Tinto 1992!... E que bem acompanhou o Cabrito Assado com Vinho do Porto (receita da minha sogra) do almoço desta Páscoa.
«xarax» / RevistaDeVinhos ► uaidaminit... não era o reserva?!??!
«Tovi» / RevistaDeVinhos ► Não, não era o “reserva”… Mas as uvas da Quinta da Ervamoira e da Quinta dos Bons Ares nunca deixaram de dar vinhos "DOC Douro" fortes e complexos. Isto na minha humilde opinião…
«Xingu» / RevistaDeVinhos ► Pena não ter sido o reserva 1992, ainda lá tenho pelo menos uma garrafita e estou muito curioso... qualquer dia é dia...
«joao pires» / RevistaDeVinhos ► o vinho que me acordou para o vinho foi o DUAS QUINTAS RESERVA 1992 quem tiver uma garrafa, eu compro... ou entao vamos bebe-la juntos
«Xingu» / RevistaDeVinhos ► Ainda lá anda uma por casa... Tem resistido... Depois desta conversa não sei por quanto tempo mais... Será uma honra, caso se proporcione, em partilha-la consigo.
Estava esquecida na adega cá de casa uma garrafa de Duas Quintas Tinto 1992 (Garrafa de 75cl.; Lote 1550; Selo de garantia da Casa do Douro - 321346-Q4)... E embora a Ramos Pinto nesta colheita não tenha sido premiada nos grandes concursos mundiais de vinhos (medalhas de prata e/ou de ouro em 1991, 1994, 1996, 1999, 2000, 2001 e 2004) a verdade é que as uvas da Quinta da Ervamoira e da Quinta dos Bons Ares (castas: Tinta Roriz e Touriga Nacional) nunca deixaram de dar vinhos "DOC Douro" fortes e complexos.
Vou já decantá-lo e irá acompanhar o Cabrito Assado do almoço de Páscoa… Depois digo-vos como estava este néctar duriense.
Acabo de saber que as minhas duas filhas e os namorados delas vêm todos almoçar cá a casa no Domingo de Páscoa e isso para mim é que é importante e me faz feliz.
Do “cabrito assado” trata a minha mulher, mas das “doçarias” e dos “vinhos” vou eu tratar (ou melhor dizendo: vou eu comprar) e vai ser certamente um grande Almoço de Páscoa.
(Imagem "roubada" na NET)
Como provavelmente todos sabem ”Páscoa” em hebraico diz-se “Pessach” e é não só a principal festa da religião judaica (celebração da data em que os judeus se libertaram da escravidão imposta pelos egípcios) mas também uma das celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) mais enraizada nas culturas dos povos antigos.
E isto tudo a propósito do simbolismo do vinho na Última Ceia, onde Jesus Cristo deu a comer aos seus discípulos pão ázimo (o Seu corpo) e a beber vinho (o Seu sangue). Curiosamente e ao contrário do praticado na religião judaica, os cristãos são mais dados aos excessos (herança dos gregos e dos romanos) e o vinho é muito mais associado ao culto de Dionísio e de Baco. Mas a verdade é que Cristo ao ter associado o vinho ao Seu sangue não estava senão a dizer-nos que o vinho que se utiliza na celebração do Santo Sacrifício Eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas.
«XôZé» / ViriatoWeb ► "o vinho que se utiliza na celebração do Santo Sacrifício Eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas" - É claro que como bom cristão cumpro à regra os ensinamentos...
A festa da Páscoa deverá ter sido inicialmente um ritual de povos nómadas e pastoris… Os Judeus celebravam a Páscoa (Dia de Javé) para recordar a saída do Egipto e agradecer ao Deus a protecção do seu povo… Mas para os Cristãos este é o dia do Senhor, o dia da sua ressurreição… E nesta festividade comia-se (e ainda se come…) o cordeiro pascal – carne assada no forno, sem necessidade de cozinha, acompanhado com pão sem fermento, que ainda hoje é o pão dos beduínos, e com ervas amargas, que são as ervas do deserto.
Cordeiro Pascal
Óleo sobre tela de Josefa de Óbidos (1660 a 1670) - Museu Regional de Évora
E vocês, como celebram a Páscoa?... Ainda comem cordeiro, ou já se “modernizaram” e optam pelo cabrito?... E os Folares, as Amêndoas e o Pão-de-ló ainda fazem parte da vossa mesa neste dia?...
«Spice Girl» ⇒ Eu tenho imensa pena, mas a Páscoa não me diz nada, nunca houve rituais associados à Páscoa à minha volta... nem religiosos, nem outros (e até andei alguns anos num colégio de freiras). A única coisa que me lembro associada à Páscoa são as amêndoas. Sobretudo as de licor - bébés, tremoços... lindas! Mas nem isso é fundamental, muitos anos nem amêndoas compro... Tenho imensa pena...
«bbe» ⇒ Na minha família que é transmontana, a minha avó é o elo unificador, e é ela que faz pressão para viver estas tradições. Ela sabe que ninguém come borrego, mas todos os anos insiste em fazê-lo, mesmo sabendo que se come mais frango que borrego. Também é tradição ela fazer o folar (bôla de carne), que ao que vejo é relativamente diferente dos que vejo noutras regiões do país, os outros são muito altos, e na sua maioria com pouca carne, o dela, é feito num tabuleiro, e com bastante carne e enchidos. Pela Páscoa, também é tradição dar-se o folar aos afilhados, que antigamente era comida (o tal folar, normalmente pão-de-ló), hoje em dia, é mais costume dar-se dinheiro. Lá na aldeia onde ela vive, ainda é costume o padre ir visitar a casa das pessoas, e ao que parece também se dá o "folar" ao senhor prior. Senão corre-se o risco de o sr padre ,(na sua imensa sabedoria diga-se) , recusar-se a fazer um funeral, baptizado ou casamento, como penitência pela "pouca importância dada à causa do cesto das esmolas". Tradicionalmente não é muito costume ligar-se às amêndoas e ovos da Páscoa, penso que só ganhou essa tradição de ter amêndoas em casa, depois de viver em Lisboa.
«zézen» ⇒ Adoro carne de vaca e não aprecio peixe... mas, sò para não me confundirem com modernices de cristão velho, nesta pàscoa comi bacalhau com grão, acompanhado de ovo, cenoura e couve.
«XôZé» ⇒ Constato alegremente que o nosso zézinho cumpriu escrupulosamente o jejum pascal. Hoje irei como todos os anos, comer uma excelente perna de borrego à casa dos meus pais. Este ano não provei folar, amêndoas ou outras iguarias da época. Depois eu é que sou católico, não é zézinho?«zézen» ⇒ Ès um catòlico de esquerda«XôZé» ⇒ Sim, pode ser.
«valtercosta72» ⇒ O meu almoço foi borrego. Acompanhado por um vinho alentejano. O monte dos cabaços colheita seleccionada 2003. Muito bom este vinho. Os taninos ainda estão presentes, e gostaria de ter mais uma garrafa para ver a sua evolução daqui a uns anos.
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