A GNR está no terreno com fiscalização, como habitualmente, mas o foco será sobretudo nos itinerários principais. As operações vão decorrer nas autoestradas, mas não só, também noutras vias mais usadas, nos limites entre concelhos e nos acessos às cidades. A circulação entre concelhos de Portugal continental está proibida desde as 00h00 de 26 de março até às 05h00 de 05 de abril, a segunda-feira após a Páscoa. Existe um dever geral de recolhimento domiciliário e as coimas para quem violar esse dever vão dos 200 aos mil euros. Se reincidir é um crime de saúde pública.
Com a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca, o plano de vacinação nacional vai atrasar cerca de duas semanas.
SIC / Expresso da Meia Noite - 12mar2021
“Quando se vê aflito, o Estado bate à porta dos municípios", diz Rui Moreira
Os presidentes de câmara sentem-se marginalizados pelo Estado Central, embora tenham tido desde o primeiro momento um papel determinante no combate à pandemia, agindo por antecipação. Falta reconhecimento, envolvimento e comunicação numa relação que, segundo Rui Moreira, se tem estabelecido na base do “desenrascanço”. Ao Expresso da Meia-Noite, o autarca deu como exemplo a carta que recebeu do coordenador da task-force em que pede à Câmara do Porto para preparar meios para a vacinação em larga escala nas próximas três semanas, quando lhe fora pedido exatamente o contrário há cerca de um mês, altura em que foi criticado pelo excesso de voluntarismo na tomada de medidas.
Não são tidos nem achados na hora das decisões, mas depois são chamados para resolver problemas de última hora. No Expresso da Meia-Noite, Rui Moreira disse que soube do plano de desconfinamento através da comunicação social e lamentou que a relação do Estado Central com os municípios esteja montada de acordo com o princípio do “desenrascanço”.
“Tem sido assim com tudo: foi com os testes, com os ventiladores e com as máscaras. Há um Estado Central que determina tudo, que nunca territorializou nada, nem nisto nem na bazuca, mas que, quando se vê aflito, bate à porta dos municípios”, declarou.
Em causa, a carta que Rui Moreira recebeu esta semana do vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, em que é pedido ao Município do Porto que agilize a criação de centros de vacinação nos próximos 21 dias, de modo a que a capacidade atualmente instalada no país quadruplique de 30 mil pessoas vacinadas por dia para 120 mil, já em abril. “Por acaso, tenho um centro preparado e acho que vou conseguir ter os três. Mas dar a um município três semanas para, subitamente, se capacitarem para isso, parece-me, mais uma vez, um desenrascanço à portuguesa”, reforçou.
Tanto mais que ainda lhe está fresca na memória a advertência que chegou igualmente por correio. “Vejam lá, não tomem grandes iniciativas”, era a tónica do discurso do coordenador da task-force, que orientava no início de fevereiro os presidentes de câmara somente na ajuda aos ACES e no apoio às deslocações, “para não criar expectativas na população”, confirmou Carlos Carreiras, destinatário de igual mensagem.
Entendo que em casos muito especiais, como é esta Pandemia, as decisões políticas só deverão ser tomadas depois de ouvidos os mais reputados cientistas… mas convenhamos que não é tarefa fácil.
Esta segunda-feira, Presidente da República, Governo e partidos ouviram as explicações dos especialistas no Infarmed.
Muitas pessoas acreditam que o terrível custo do coronavírus demonstra o abandono da humanidade diante do poder da natureza. Na verdade, 2020 mostrou que a humanidade está longe de ser abandonada. As epidemias não são mais forças incontroláveis da natureza. A ciência as transformou num desafio administrável. Por que, então, houve tanta morte e sofrimento? Por causa de más decisões políticas. Em eras anteriores, quando os humanos enfrentaram uma praga como a Peste Negra, eles não tinham ideia do que a causou ou como ela poderia ser interrompida. Quando ocorreu a gripe de 1918, os melhores cientistas do mundo não conseguiram identificar o vírus mortal, muitas das contramedidas adotadas foram inúteis e as tentativas de desenvolver uma vacina eficaz se mostraram inúteis. Foi muito diferente com a Covid-19. Os primeiros alarmes sobre uma potencial nova epidemia começaram a soar no final de dezembro de 2019. Em 10 de janeiro de 2020, os cientistas não apenas haviam isolado o vírus responsável, mas também sequenciado seu genoma e publicado as informações online. Depois de mais alguns meses, ficou claro quais medidas poderiam desacelerar e interromper as cadeias de infeção. Em menos de um ano, várias vacinas eficazes estavam em produção em massa. Na guerra entre humanos e patógenos, nunca os humanos foram tão poderosos.
Fernando Araújo, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Expresso deste fim-de-semana. Há quem diga que vai ser o próximo Ministro da Saúde.
(Com base no artigo de João Diogo Correia no Expresso, em 23fev2021)
EUA - Uma das bandeiras de Joe Biden após tomar posse como Presidente dos EUA tornou-se, na verdade, uma espécie de batalha. Reabrir as escolas o “mais depressa e com a maior segurança possível” não tem sido tarefa fácil porque a oposição vem de dentro: mais precisamente, dos sindicatos de professores.
ESPANHA - Os sindicatos espanhóis têm feito alguma pressão pelo fecho das escolas, nomeadamente em regiões onde a covid-19 está mais disseminada. A UGT espanhola (também União Geral de Trabalhadores) afirmou que, embora tendo um compromisso com o ensino presencial, em “momentos críticos" como o atual "deve prevalecer a saúde e a segurança dos alunos e professores”, o que exige, diz a central, uma análise escola a escola.
REINO UNIDO - À medida que se acumulam evidências de que as crianças mais novas não propagam o vírus com a mesma intensidade, nem sofrem tanto as consequências da covid-19, levantam-se as vozes para que, pelo menos essas, possam ir à escola no Reino Unido. Assim é na Escócia e no País de Gales, em que a reabertura tem sido feita gradualmente. Mas em Inglaterra o regresso ao ensino presencial está marcado apenas para 8 de março, todo de uma vez. E não sem críticas.
ALEMANHA - Há pouco menos de um ano, a gestão alemã era elogiada, e o país seguia como um dos menos afetados da Europa, nomeadamente ao nível dos serviços de saúde. Uma subida de casos no início do ano e um processo de vacinação, no mínimo, vagaroso deixaram a Alemanha no polo oposto, com um lockdown nacional que vem de novembro de 2020 e que encerrou a maior parte das escolas na pausa natalícia, para não mais as abrir. No caso do ensino, a decisão ficou então nas mãos dos governos estaduais. Mesmo aumentando as restrições para a população, mais de metade dos estados federados da Alemanha decidiram abrir escolas primárias e jardins de infância a partir desta semana. Mas o debate continua e é nacional.
É melhor prevenir do que remediar.
Jaime Nogueira Pinto, nascido no Porto em 1946, tem escrito sobre temas de Ciência Política e História Contemporânea e nesta sua obra «Contágios – 2500 anos de pestes» chamou-nos à atenção para o facto da Covid-19, apesar da Ciência e da Tecnologia, nos mostrar que, de peste em peste, de praga em praga, há comportamentos que se repetem, comportamentos não só dos homens mas também das sociedades. Lê-se bem este livro que nos confronta com a continuidade da natureza humana vivida no fio da navalha ao longo das mudanças políticas, sociais e culturais determinadas pelo tempo e o modo das epidemias.
A última epidemia do nosso tempo, antes da Covid-19, e ainda não erradicada, foi a SIDA, que, no princípio dos anos 80, começou por atingir especial e notoriamente a comunidade homossexual norte-americana. E foi emblematicamente na América, numa época de conservadorismo político-social, sob a presidência de Reagan, que ativistas de diversos movimentos se lançaram em campanhas de contestação e reivindicação marcadas pela radicalidade e por alguma violência. No entanto, seria através de uma estratégia de persuasão não-agressiva, de que o filme ‘Philadelphia’ foi um exemplo modelar, que se alcançaria uma maior consciencialização e aceitação nacional e global da pandemia e do seu principal grupo de risco. (“Contágios” de Jaime Nogueira Pinto, pag. 239 e seguintes)
(As máscaras foram um ritual nos dias da Gripe Espanhola)
Bruscamente, na Primavera de 1918, na frente de Batalha da Flandres, no ano final da Grande Guerra, uma nova espécie de gripe mortífera atacou os exércitos dos dois lados – alemães, franceses, ingleses e americanos. O vírus [influenza] terá vindo da América, do Kansas, dum campo militar, mas chamaram-lhe Gripe Espanhola ou Pneumónica. Nos dois anos seguintes, a Pneumónica mataria milhões de pessoas em todo o mundo; mas as tragédias da guerra e as euforias e convulsões dos anos 20 e do que se lhes seguiu diluiriam o lugar da pandemia na memória coletiva do Ocidente. Portugal não escapou à Pneumónica, que, como outras epidemias e pandemias, teve uma primeira fase relativamente moderada, na Primavera-Verão de 1918, e uma segunda, mais violenta e mortífera, no Outono do mesmo ano. Com cerca de 140 mil mortos, Portugal foi, proporcionalmente, dos países mais atingidos da Europa. Só a Itália e a Bulgária tiveram uma letalidade mais alta. Entre as celebridades mortas pela epidemia contam-se o pintor Amadeu de Sousa Cardoso e os santos pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta. (“Contágios” de Jaime Nogueira Pinto, pag. 194 e seguintes)
A Grande Peste de Londres
(Coleta de cadáveres na rua durante a Grande Peste de Londres)
Quando da Peste de Londres [1665-1666] …/… Muitos viam o abandono do Rei como vergonhoso, fugindo da peste [peste bubónica] e deixando o governo da cidade ao Lord Mayor. Mas o Lord Mayor, Sir John Lawrence, não fugiu e pôs em prática uma série de medidas: fechou as escolas, restringiu a frequência de estalagens, tabernas e cafés e limitou a assistência a funerais. (“Contágios” de Jaime Nogueira Pinto – pag. 116)
O insólito surto portuense
No fim do século XIX, em 1899, em Portugal, no Porto, deu-se o inesperado último surto da Peste Bubónica na Europa. Ricardo Jorge, director dos serviços hospitalares da cidade, liderou o combate à praga, que matou cerca de centena e meia de pessoas; mas os negacionistas nortenhos obrigaram-no a abandonar a cidade. (“Contágios” de Jaime Nogueira Pinto, pag. 145 e seguintes)
Ora aqui está um assunto IMPORTANTE mas sobre o qual ainda tenho dúvidas qual o melhor sistema para a atual conjuntura. Acima de tudo gostaria de ver GARANTIDA A LIBERDADE DE APRENDER E ENSINAR e TODOS TEREM DIREITO À IGUALDADE DE ACESSO E ÊXITO ESCOLAR (Artigo 43.º e 74.º da Constituição da República Portuguesa).
Aulas online deverão ocupar 70% do horário - Expresso 4fev
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António Conceição - O melhor sistema para a actual conjuntura seria reconhecer, sem equívocos nem meias tintas que o ano lectivo está perdido e não valeu. Não vem male algum ao mundo por causa disso, sobretudo, porque ele está, de facto, perdido e pretender o contrário será empurrar com a barriga para a frente este ano perdido, fazendo com que as bases que ficam por consolidar este ano se projectem no edifício a construir nos próximos anos, perdendo-se, em vez de um, muitos anos. Não vem mal algum ao mundo por se perder um ano na juventude. Em 1976 e 1977, uma geração inteira perdeu um ano numa palhaçada chamada serviço cívico e isso não impediu essa geração de ser feliz e de se realizar. E os indivíduos do sexo masculino perdiam 2 anos no cumprimento do serviço militar obrigatório e nem por isso as suas carreiras ficaram comprometidas. Muito menos, isso acontecerá hoje, num mundo onde as pessoas, em regra, não entram na vida activa antes do 26, 27 ou 30 anos. Tanto faz que acabem a formação aos 23, aos 24 ou aos 25. Declare-se o ano lectivo perdido e pronto, está o assunto resolvido. Mas não creio que haja ninguém disposto a tomar essa medida e, menos ainda disposto a aceitá-la. Os pais, cuja cabeça funciona como se estivéssemos em 1980, fariam uma revolução.
Paulo Neves - Só espero que isto, mais uma vez, corra bem. Conheço esta realidade e temo bem que haja um novo problema.. Por exemplo, alunos que não tenham meios informáticos possam assistir às aulas nas escolas. O mesmo se passando com alunos de risco.
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