Não vos parece, ou serei só eu que considero esta "indignação" do presidente ucraniano completamente descabida?... Tanto quanto me foi dado saber pela comunicação social António Guterres vai a Kiev dois dias depois de visitar Moscovo e esta sua decisão, seja qual tenha sido o motivo, não me parece relevante para o fim pretendido pela ONU. Dizem as últimas notícias (via Al Jazeera) que "o secretário-geral da ONU visitará a Turquia, importante mediador que busca o fim da guerra da Rússia contra a Ucrânia, antes de seguir para Moscovo e Kiev, segundo o seu gabinete".
Desculpem lá meus amigos, mas continuo sem entender qual a relevância de Kiev ser visitada pelo Secretário-geral da ONU depois ou antes de Moscovo... provavelmente o defeito será meu, mas não consigo entender, até porque são escassos os argumentos que apoiam esta "indignação" do presidente da Ucrânia e, tanto quanto me parece, em nada contribuem, quer para a condenação do invasor Putin, quer para a tão desejada paz.
Agenda do Secretário-geral da ONU
O secretário-geral visitará Ancara, na Turquia, onde, no dia 25 de abril, será recebido pelo presidente Recep Tayyip Erdoğan.
O secretário-geral visitará Moscovo, Federação Russa, onde, no dia 26 de abril, terá uma reunião de trabalho e almoço com o chanceler Sergey Lavrov e será recebido pelo presidente Vladimir Putin.
O secretário-geral também visitará a Ucrânia, onde terá uma reunião de trabalho com o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, e será recebido pelo presidente Volodymyr Zelensky em 28 de abril. Também se reunirá com funcionários de agências da ONU para discutir a ampliação da assistência humanitária ao povo da Ucrânia.
Paulo Pereira - Se calhar esta espera para actuar pode ter feito sentido. Talvez as partes possam agora finalmente negociar um acordo.
Paulo Teixeira - Já vem tarde e vai com prioridade trocadas... Devia ir a Polónia que está ela sim a aguentar tudo quase sozinha... De facto o homem não foje de pântanos... Ele é um
Paulo Pereira - Paulo Teixeira parece que o objectivo destas visitas é tentar obter um cessar fogo e negociações entre as partes em guerra por isso essa ordem das visitas
Paulo Teixeira - Paulo Pereira dois meses depois de um silêncio sangrento? Já vem tarde e nada vai sair dali. Nem o exemplo que devia ter sido ele a dar de início
Paulo Pereira - Paulo Teixeira mas mais vale tarde que nunca e alguma coisa poderá resultar. Pior não fica...
Paulo Teixeira - Paulo Pereira será... Feliz por existir um optimista... Fazem falta
David Almeida - Apenas leva um atraso de 2 meses... Tentar mediar algo que escalou para a destruição, quase total, das maiores cidades da Ucrânia, poder-se-á dizer que 'a montanha vai parir um rato'...!
David Ribeiro - Contextualizando... No início de março deste ano a Assembleia Geral das Nações Unidas votou para exigir que a Rússia parasse a sua ofensiva e retirasse imediatamente todas as tropas. As resoluções da Assembleia não são juridicamente vinculativas, mas podem refletir e influenciar a opinião mundial. A votação viu 141 estados votarem a favor da moção, cinco contra (Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia) e 35 abstenções (China, Índia, Irão e Iraque, entre outros). Esta foi a primeira sessão de emergência convocada desde 1997.
David Almeida - David Ribeiro logo aí, devia ter havido uma reação 'musculada' por parte da ONU.
David Ribeiro - Pois, David Almeida ... mas o direito de veto, coisa que no meu entender nunca teve razão de ser, condiciona tudo.
David Almeida - David Ribeiro tem toda a razão, estou na mesma 'amurada'...
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, encontrou-se esta segunda-feira com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan
Em comunicado, a ONU informou que Guterres aproveitou o encontro com Erdogan para expressar o seu apoio aos esforços diplomáticos em andamento por parte da Turquia em relação à guerra na Ucrânia, com ambos a reforçarem que o "seu objetivo comum é acabar com a guerra o mais rápido possível e criar condições para acabar com o sofrimento dos civis". "Eles enfatizaram a necessidade urgente de acesso efetivo através de corredores humanitários para evacuar civis e fornecer assistência muito necessária às comunidades afetadas. O Presidente e o secretário-geral concordaram em manter contacto para acompanhar as iniciativas em andamento", diz a nota. Ainda no encontro em Ancara, capital da Turquia, Guterres e Erdogan discutiram ainda o impacto da guerra da Rússia na Ucrânia em questões regionais e globais, incluindo em setores como energia, alimentos e finanças.
Paulo Teixeira - David Ribeiro ou seja andaram a fazer tricô ....
David Ribeiro - Não te esqueças, Paulo Teixeira, que Erdogan é uma peça chave na geopolítica da região, quer se goste ou não.
Paulo Teixeira - David Ribeiro um tigre de papel...
Mário Santos - Meteu os pés e vão lhe dar uns patins.
Guterres quer grupo de contacto para criar corredores humanitários efetivos
“É a minha convicção que quanto mais cedo acabar esta guerra, melhor”, disse António Guterres na conferência de imprensa que decorreu esta manhã, no seguimento do diálogo bilateral com o ministro dos negócios estrangeiros da Rússia. O secretário geral das Nações Unidas (ONU) sugeriu o estabelecimento de um grupo de contacto humanitário que junte a Rússia, a Ucrânia e a ONU para se abrirem corredores humanitários efetivos, com cessação de hostilidades locais, que permita a evacuação segura de civis que queiram sair em qualquer direção que desejem. E defendeu a existência de investigações independentes, mas deixando claro que o secretariado da ONU “não tem o poder para fazer esse tipo de investigações”. Lavrov diz que a Rússia entregou uma proposta aos negociadores ucranianos há mais de dez dias que “não levaram o documento ao seu presidente”. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo diz que as tropas russas estão no território ucraniano a defender os direitos de pessoas que foram bombardeadas por oito anos, acusando que é uma “prática nazi” tentar impedir o russo de ser falado na vida diária. Mas quando Guterres diz “Tive uma discussão franca com Sergei Lavrov, e ficou claro que há duas posições diferentes sobre o que está a acontecer na Ucrânia“, fico com a impressão que as conversações foram tensas... o que é mau para uma tentativa de encontrar a paz.
Putin e Guterres já estão reunidos
O presidente russo, Vladimir Putin, voltou a criticar a postura da delegação ucraniana nas negociações de paz, acusando a Ucrânia de não estar interessada em chegar a um cessar-fogo, num encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. “Os ucranianos não estão interessados nas negociações de paz”, afirmou Vladimir Putin. No entanto, avança que as negociações vão decorrer num formato online. O presidente russo reafirmou também que a Rússia "foi forçada" a invadir a Ucrânia, uma vez que, desde 2014, há uma parte da Ucrânia que não aceita as regras do poder em vigor na Ucrânia, derrubando a presidência pró-russa, sublinhando que a Rússia limitou-se a responder a um pedido humanitário das povoações do leste da Ucrânia. "A Rússia lançou uma operação militar especial de acordo com a carta da ONU", disse Putin na reunião com o secretário-geral da ONU.
Guterres propõe a criação de um canal aberto através das Nações Unidas, que permitam o contacto entre o Kremlin e Kiev, articulando, dessa forma, a chegada de ajuda humanitária às populações. Outra das propostas avançadas por Guterres passa por escrever um documento que coloque o fim às hostilidades, debatendo os argumentos e ouvindo as duas partes envolvidas no conflito. António Guterres falou também da situação “muito difícil” que se vive em Mariupol, destacando a importância da criação de mecanismos logísticos que façam chegar apoio aos civis que se encontram cercados no complexo metalúrgico da Azovstal.
Isto é o que se lê numa página do Facebook controlada pelo estado de Rússia
Desde o início a Rússia fez tudo para resolver as divergências em Donbass pacificamente, disse o presidente russo, Vladimir Putin, durante a reunião do Conselho de Segurança Nacional, hoje, segunda-feira [21fev2022]. Se a Ucrânia for aceita na NATO, as ameaças para o Estado russo aumentarão em múltiplas vezes, segundo o presidente russo. Por sua vez, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse nesta sessão que as palavras do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, sobre a intenção de devolver à Ucrânia o status de Estado nuclear, é uma declaração "excecionalmente perigosa".
Do “outro lado da barricada” [Bruxelas 21fev2022 – REUTERS]
Josep Borrell, chefe da política externa da União Europeia (UE), disse no dia de hoje que a União Europeia não vai ainda impor sanções à Rússia, rejeitando assim um pedido de Kiev para tomar tais medidas agora para evitar uma guerra, em vez de esperar até uma possível invasão.
Notícia do fim da tarde de hoje, 21fev2022
"De facto” as províncias separatistas da Ucrânia - autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk - já eram independentes… só falta(va) o “de jure”.
Comunicado da ONU
Reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre a Ucrânia
A China, único aliado potencial da Rússia com assento permanente no Conselho de Segurança, apelou a que se encontre “uma solução pacífica”. Pela voz do seu representante permanente nas Nações Unidas, Zhang Jun, a China pediu “contenção” a todas as partes. Numa curta declaração, o embaixador resumiu a situação atualmente vivida na Ucrânia como resultante de “várias questões complexas”.
O presidente norte-americano vai assinar uma ordem executiva impondo sanções às regiões de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, anunciou esta segunda-feira ao início da noite a Casa Branca.
Porque será que tudo isto me cheira a muito requentado?... É que nunca esquecerei ter sido o PS de António Guterres (juntamente com Marcelo Rebelo de Sousa, o atual Presidente da República) que tornou praticamente inviável de ser implementada a REGIONALIÇÃO à luz da Constituição. E isto não podemos esquecer.
Reuters, 03h36 de 13ago2021
EUA e Reino Unido vão deslocar a partir do Kuwait uma força de 3.500 a 4.000 soldados para apoiar a retirada dos funcionários da embaixada americana em Cabul e ajudar a retirar do país cidadãos afegãos que trabalhavam para as forças americanas e britânicas, numa altura em que os Talibã continuam a avançar e a capturar cidades importantes do país.
Press TV, 22h59 de 13ago2021
Não há dúvida que o Irão vai ter uma importante palavra a dizer na atual crise no Afeganistão, pelo que não é de estranhar que o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) já tenha declarado no dia de hoje que a fronteira iraniana com o Afeganistão está segura e com a polícia e o Exército em prontidão total na região. O major-general Hossein Salami Salami, comandante do IRGC, afirmou que "as pessoas não se devem preocupar, pois o alcance das nossas observações vai além das fronteiras e estamos monitorizando e controlando todos os desenvolvimentos no país vizinho".
Al Jazeera, 23h00 de 13ago2021
Guterres exortou todas as partes a fazerem mais para proteger os civis... mas este apelo é capaz de já vir tarde.
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, disse aos "criminosos" que assassinaram o major-general Qassem Soleimani (comandante da unidade Força Quds, do Corpo de Guardiões da Revolução islâmica), que uma dura vingança os espera.
A Rússia, França e China alertaram, esta sexta-feira, para as consequências do assassínio em Bagdad do general iraniano Qassem Soleimani, num ataque norte-americano considerado pelos russos como "perigoso" e que pode levar ao "aumento das tensões na região".
"Iran never won a war, but never lost a negotiation!" — Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 3, 2020
O secretário-geral da ONU, António Guterres, avisou esta sexta-feira que "o mundo não pode permitir outra guerra no Golfo", numa referência ao ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos em Bagdad, que matou o general iraniano Qassem SolRepresentante do Hezbollah anunciou que a resposta ao assassinato do major-general Qassem Soleiman será coordenada com os demais "grupos de resistência" apoiados pelo Irã, reportou o canal Al Mayadeen.eimani.
O ataque que vitimou o general iraniano Soleiman ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
"A vingança do sangue do mártir Soleimani ocorrerá no dia em que virmos que, com a continuidade da luta, será cortada para sempre a mão maligna dos EUA na região”, afirmou Hassan Rohani, segundo um comunicado da Presidência iraniana.
Representante do Hezbollah anunciou que a resposta ao assassinato do major-general Qassem Soleiman será coordenada com os demais "grupos de resistência" apoiados pelo Irão.
Estão aqui escritas algumas coisas interessantes sobre a Regionalização e a Descentralização.
Carlos Esperança, no Facebook
A regionalização do País, prevista na CRP, desde 1976, foi inviabilizada pelo referendo de 8 de novembro de 1998, resultante da maquiavélica proposta de Marcelo Rebelo de Sousa, então líder do PSD, e de um exótico mapa de 9 regiões, apresentado pelo PM, António Guterres.
O desinteresse do eleitorado, com menos de 50% de participação, tornou inconsequente a decisão, mas a dimensão do repúdio, superior a 60%, quer da regionalização, quer do mapa proposto, contra <35% de votos a favor, trucidou a Regionalização do Continente.
É possível que o exemplo do poder autocrático e os desmandos da Região Autónoma da Madeira, onde se temia que um único partido e o mesmo soba se eternizassem, tornasse o eleitorado receoso da Regionalização, que era, e é, imprescindível. Aliás, na Madeira, só o referido soba foi substituído.
Com a regionalização adiada para as calendas gregas, pretende este Governo promover a descentralização, mas o primeiro anúncio foi claramente infeliz. A deslocação para o Porto do INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., sem ponderação nem justificação técnica, ameaça uma descentralização que precisa de ser explicada e aceite pelos portugueses.
Atribuir mais verbas e competências às autarquias parece uma boa ideia, mas a reduzida dimensão e a falta de massa crítica de muitas delas podem converter num sorvedoiro de dinheiros públicos e de discricionariedade uma legião de caciques que se limitem a criar postos de emprego enquanto a inexorável desertificação do interior se intensifica.
Não se pode descentralizar sem se saber para onde e por que razão. É impossível manter 308 Municípios e 3.092 Freguesias onde é exagerada a dimensão dos aparelhos político-administrativos, aquém dos das regiões autónomas. Corre-se o risco de atomizar o País, em vez de o modernizar, de criar empregos públicos e fomentar o caciquismo, em vez de relançar a economia rural, desenvolver a cidadania e promover a participação cívica.
Para pior, já basta assim.
Depois de um referendo, é politicamente insustentável uma decisão que o contrarie, sem o repetir, a menos que se assuma a regionalização, nos programas eleitorais, decisão que os partidos devem ponderar. A decisão pode e deve ser concertada entre partidos, como objetivo nacional, para 5 ou 4 regiões (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve ou Alentejo/Algarve.
Marcelo Rebelo de Sousa já deu um golpe mortal à Regionalização quando alterou a Constituição (juntamente com o socialista Guterres) e agora vem dizer que “o processo de descentralização exige uma convergência que vá além da maioria parlamentar que apoia o Governo”.
Isto dito por quem “cozinhou”, juntamente com António Guterres, a alteração à Constituição da República que tornou praticamente impossível criar as REGIÕES, só prova que a chamada Descentralização não tem nada a ver com o que a Lei fundamental portuguesa preconizava e que se chama REGIONALIZAÇÃO.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
CAPÍTULO IV - Região administrativa
Artigo 255.º - Criação legal - As regiões administrativas são criadas simultaneamente, por lei, a qual define os respectivos poderes, a composição, a competência e o funcionamento dos seus órgãos, podendo estabelecer diferenciações quanto ao regime aplicável a cada uma.
Artigo 256.º - Instituição em concreto - 1. A instituição em concreto das regiões administrativas, com aprovação da lei de instituição de cada uma delas, depende da lei prevista no artigo anterior e do voto favorável expresso pela maioria dos cidadãos eleitores que se tenham pronunciado em consulta directa, de alcance nacional e relativa a cada área regional. 2. Quando a maioria dos cidadãos eleitores participantes não se pronunciar favoravelmente em relação a pergunta de alcance nacional sobre a instituição em concreto das regiões administrativas, as respostas a perguntas que tenham tido lugar relativas a cada região criada na lei não produzirão efeitos. 3. As consultas aos cidadãos eleitores previstas nos números anteriores terão lugar nas condições e nos termos estabelecidos em lei orgânica, por decisão do Presidente da República, mediante proposta da Assembleia da República, aplicando-se, com as devidas adaptações, o regime decorrente do artigo 115.º.
Artigo 257.º - Atribuições - Às regiões administrativas são conferidas, designadamente, a direcção de serviços públicos e tarefas de coordenação e apoio à acção dos municípios no respeito da autonomia destes e sem limitação dos respectivos poderes.
Artigo 258.º - Planeamento - As regiões administrativas elaboram planos regionais e participam na elaboração dos planos nacionais.
Artigo 259.º - Órgãos da região - Os órgãos representativos da região administrativa são a assembleia regional e a junta regional.
Artigo 260.º - Assembleia regional - A assembleia regional é o órgão deliberativo da região e é constituída por membros eleitos directamente e por membros, em número inferior ao daqueles, eleitos pelo sistema da representação proporcional e o método da média mais alta de Hondt, pelo colégio eleitoral formado pelos membros das assembleias municipais da mesma área designados por eleição directa.
Artigo 261.º - Junta regional - A junta regional é o órgão executivo colegial da região.
Artigo 262.º - Representante do Governo - Junto de cada região pode haver um representante do Governo, nomeado em Conselho de Ministros, cuja competência se exerce igualmente junto das autarquias existentes na área respectiva.
António Guterres vai ser o novo secretário-geral da ONU. Candidato português foi aprovado por aclamação, após ter contado com 13 votos a favor dos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Biografia
António Manuel de Oliveira Guterres nasceu em Lisboa na freguesia de Santos-o-Velho em 30 de Abril de 1949.
Ainda jovem demonstrou deter as capacidades de dedicação ao estudo que lhe valeriam um Prémio Nacional dos Liceus, em 1965. Concluídos os estudos secundários no Liceu Camões, ingressou em seguida no curso de Engenharia Electrotécnica, no Instituto Superior Técnico. Licenciou-se em 1971 e iniciou no mesmo ano uma efémera carreira académica, como assistente do Técnico, leccionando a disciplina de Teoria de Sistemas e Sinais de Telecomunicações. Durante a universidade, Guterres não se envolveu na oposição estudantil ao regime de Salazar, dedicando-se antes à acção social promovida pela Juventude Universitária Católica. Integrou também o Grupo da Luz, onde participavam, entre outros, Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos Santos Ferreira e o padre Vítor Melícias. Este último celebrará o seu casamento com Luísa Melo, em 1972.
Pela mão de António Reis, aderiu ao Partido Socialista no ano da sua fundação, em 1973. Logo após o 25 de Abril de 1974, Guterres é nomeado chefe de gabinete de José Torres Campos, que exerceu o cargo de Secretário de Estado da Indústria e Energia dos I, II e III Governos Provisórios. Em 1976 estreia-se como deputado à Assembleia da República, onde virá a exercer funções como presidente das comissões parlamentares de Economia e Finanças (1977-1979) e de Administração do Território, Poder Local e Ambiente (1985-1988). Presidiu também à comissão de Demografia, Migrações e Refugiados da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (1983). Foi igualmente presidente da Assembleia Municipal do Fundão, de 1979 até 1995. Eleito secretário-geral do PS em 1992, venceu as eleições legislativas de 1995 e de 1999, chefiando os XIII e XIV Governos Constitucionais, ambos minoritários e formados exclusivamente pelo PS. Presidiu à Internacional Socialista, entre 1995 e 2000. Na sequência das eleições autárquicas de Dezembro de 2001, em que o PS sofreu uma derrota significativa, Guterres decidiu apresentar a sua demissão. No ato inesperado da demissão declarou demitir-se para evitar que o país caísse num “pântano político”, devido à falta de apoio ao governo que os resultados autárquicos indicavam. Sucederam-lhe Ferro Rodrigues, na liderança do PS, e Durão Barroso, do PSD na chefia do governo. Assumiu desde a sua saída de Primeiro-Ministro, em 2002, até 2005, a função de consultor do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos. Em 2005 viria a ser nomeado para o cargo de Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. Manteve-se nesse cargo até 2015. Esteve presente na reunião de 2012 dos Bilderberg na Alemanha nessa mesma qualidade. A 7 de Abril de 2016, tomou posse como Conselheiro de Estado, designado pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.
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«David Ribeiro» >> O Mário David já disse alguma coisa?... ;-)
«Jorge De Freitas Monteiro» > Está à espera de falar com o Barroso
Como irá acabar esta tragédia?... As constantes guerras no Médio Oriente e a continuação de degradantes condições de vida em vários países do Norte de África estão a provocar migrações para a Europa que irão ter repercussões que ainda não conseguimos ajuizar verdadeiramente. Não é de todo possível levantarmos muralhas à volta da Europa e assobiarmos para o lado e fingirmos que não vemos a entrada diária de centenas de pessoas à espera de uma melhor condição de vida no “el dourado” europeu também não é solução. Um verdadeiro e profícuo debate internacional é necessário… antes que seja tarde.
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«Carlinhos da Sé» >> Tuda esta situação é resultante da ingerência dos países (ditos) desenvolvidos, começou quando os americanos decidiram invandir o Iraque.
«Pedro Baptista» >> Pois, e com o assalto à Líbia. Se quiserem mais explicações perguntem ao Pacheco Pereira que ele é que fazia a apologia disso...
«Domingos Carneiro S» >> Tudo começou já bem antes, no Afeganistão...
«José Camilo» >> Para mim, começou ainda antes de todas as asneiras americanas e outras, com os estados de índole religiosa. Incluindo o do vaticano evidentemente.
«Carlinhos da Sé» >> Fica a ideia que há interesse que morram aos milhares, com tanta tecnologia ao dispor não detetam esta gente antes de se fazerem ao mar porquê? E o organismo a que preside António Guterres? É só para andar a passear os colunáveis?
«José Camilo» >> Claro.
«Joaquim Leal» >> Muito triste e sobretudo grave. Será que é desta? Naufrágio: União Europeia reúne-se de urgência
«David Ribeiro» >> Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), dirigido por António Guterres, o ano de 2011, em que mais de 1.500 pessoas perderam a vida nas águas do Mediterrâneo, tinha sido o mais mortífero para os clandestinos vindos de quase toda a Àfrica, ou sírios e líbios que fogem à guerra, desafiando a sorte e o destino para tentar chegar à Europa, através da Grécia e Itália. Mas em 2014 foi estimado que as perdas de vida tenham atingido os 3.500 e neste ano de 2015 (de Janero a meados de Abril) já morreram 1.650 pessoas. Uma verdadeira tragédia.
«Joaquim Leal» >>Ainda sobre este tema, um excelente texto do Luis Pedro Nunes. Curto mas grosso. "No Níger falei com pessoas dispostas a dar o salto para a Europa. E há dez meses o Boko Haram ainda não era o que é hoje e estava confinado à Nigéria. Há um pormenor que faz tida a diferença quando se vê aquelas barcaças cheias de gente. É que só quem tem algumas posses (umas vacas, por exemplo) pode pensar em emigrar para a Europa. Quem nada tem está condenado a não poder sonhar. Vender o pouco que tem e tentar chegar ao Mediterrâneo é a maior das aventuras. O mar é um detalhe, dizem-lhes. Um número incalculável é morto antes, é vítimas das máfias, é roubado pelos próprios “passadores”. Os que chegam aos barcos são sobreviventes. Os que tocam chão europeu não só conseguiram ultrapassar a odisseia marítima. Aquela foi apenas uma etapa de uma viagem que começou meses antes. Mas há um detalhe que importa ter em conta. É que cada um daqueles homens e mulheres vai ser recambiado para a sua terra mas de forma diferente. Quando chegarem não só já não têm nem as vacas os meios de subsistência que tinham antes como agora têm um ódio aos europeus que não lhes abriram as portas depois de um sofrimento tamanho. E estão prontos para engrossar as fileiras do extremismo. Esta não é uma questão simples que se resolve no meio do mar..."
«David Ribeiro» >> Migrações ilegais no Mediterrâneo
«Carlinhos da Sé» >> Se controlassem o tráfico de armas só pontualmente aconteciam tragédias destas.
«David Ribeiro» >> Há naquele Mar Mediterrâneo um grande contrabando, não só de seres humanos, mas também de armas, estupefacientes e inclusive de petróleo. Para onde vai o “ouro negro” produzido nas refinarias que o Estado Islâmico ocupa e que mantêm em laboração? A Europa só se lembra de Santa Bárbara quando troveja e se não houver muitas mortes a coisa fica simplesmente por uns euritos para sustentar os campos de apoio aos migrantes resgatados ao mar ou chegados às ilhas mediterrânicas e não se fala mais nisso. O problema está no Norte de África e na África subsariana, onde vários países passam por crises políticas, sociais e económicas para as quais ou fomos nós que contribuímos ou fazemos vista grossa.
«Carlinhos da Sé» >> Os primeiros responsáveis por tudo o que está a acontecer a estes povos são os países europeus que os colonizaram.
«Joaquim Leal» >> Lá vou eu ter que discordar do Carlinhos da Sé mas prometo que não vou ser mauzinho. A colonização teve os seus erros, alguns graves mas segundo as minhas contas, julgo que esta há muitos anos ou séculos terminou. Estes povos, pelos menos os que foram colonizados já tiveram tempo mais do que suficiente para se organizarem, penso. O problema relativamente ao chamado mundo ocidentalizado terá mais a ver na actualidade com os recursos (petróleo e minérios) que por ali há e que convém manter por "perto". Por isso se derrubam regimes de acordo com a conveniência. O sistema das próprias sociedades dos países africanos, seja por razões étnicas como religiosas também não ajudam á estabilização social e económica destes. Concordo que se deve ajudar esta gente. A jusante ainda será possível acolher muitos milhares na europa, acho que ainda haverá espaço mas há um limite. Imaginemos como será a europa daqui a um século e picos, depois quem cá estiver foge para onde?...A montante é que não vejo a solução para travar esta migração.
«David Ribeiro» >> Não há dúvida que ainda continuas com um déficit de entendimento do mal das colonizações, Joaquim Leal ;-)
«Carlinhos da Sé» >> Olá Joaquim Leal, bom dia. Eu escrevi "os primeiros", se quem colonizou instruisse a realidade dos países era outra, mas a política era precisamente a contrária. Abraço.
«Joaquim Leal» >> De acordo amigo. Abraço. Apenas por curiosidade. Para além do enorme esforço que a Itália está a fazer lamenta-se a indiferença da generalidade dos países europeus perante este drama. Abro apenas excepção á Suécia e espante-se, á tão criticada (por outros motivos) Alemanha com programas muito meritórios em termos alojamento e integração como há dias vi numa reportagem televisiva. No que me toca enquanto tuga é de facto lamentar este alheamento mas pode ser que os povos migratórios se venham a lembrar ainda de pensar na travessia por Marrocos, logo aqui á minha frente. Aí é que cai o Carmo e a Trindade, esperem...
«Carlinhos da Sé» >> Ó Joaquim Leal, deseje melhor sorte aos infelizes... É que se eles se lembrarem de "atracar" no Algarve o governo arranja forma de ganhar dinheiro com eles. Logo de inicio era mais um corte nas reformas para ajudar os desgraçados.
«Joaquim Leal» >> Sinceramente nem quero pensar vê-los aqui a entrar por Quarteira e Vilamoura adentro. Ia ser bonito, ia
«Carlinhos da Sé» >> Com os ingleses em Gibraltar não arriscam, é uma zona super-vigiada.
«Joaquim Leal» >> Em Marrocos a coisa também foi reforçada por causa de Ceuta e Melilla espanholas mas a costa marroquina é muito vasta. Vamos esperar para ver.
«Carlinhos da Sé» >> Ó Joaquim Leal, quando começarem a entrar arranja uns quantos que saibam curtir peles de carneiro... Montamos aqui uma fabriqueta de sacos artesanais, a turistada compra tudo.
Requiescat In Pace
Faleceu ontem vítima de cancro, aos sessenta e seis anos de idade, Mariano Gago, ministro da Ciência e do Ensino Superior nos governos de António Guterres e de José Sócrates. Era doutorado em Física pela Universidade de Paris e considerado uma das figuras que mais fizeram pela promoção da ciência em Portugal, atividade que começou a desenvolver ainda como presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (JNICT), nos anos 80.
Por onde eu ando...
Nova Crítca - vinho & gastronomia
PINN (Portuguese Independent News Network)
Meus amigos...
A Baixa do Porto (Tiago Azevedo Fernandes)
Antes Que Me Passe a Vontade (Nanda Costa)
Caderno de Exercícios (Celina Rodrigues)
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Life of a Mother Artist (Angela Ferreira)
Marafações de uma Louletana (Lígia Laginha)
Matéria em Espaço de Escrita com Sentido (Mário de Sousa)
Meditação na Pastelaria (Ana Cristina Leonardo)
Memórias... (Boaventura Eira-Velha)
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O Portugal Futuro (Tiago Barbosa Ribeiro)
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Site de Prova de Vinhos (Raul Sousa Carvalho)