Tenho andado às voltas com o volume VI da História de Portugal - Edição Monumental da Portucalense Editora (Edição de 1934 - Barcelos) que me está a servir de base para um trabalho sobre as Invasões Francesas.
«Zé Zen» in Facebook >> Em vez de andares às voltas, o melhor é sentares-te e leres. Vais ver que é mais facil. :)
«Ana Alyia» in Facebook >> ehehehheheheheh desculpa não consegui evitar uma gargalhada (até as gatas levantaram a cabeça) com o comentário do Zé Zen
«Zé Zen» in Facebook >> Não é comentàrio, é evidência. ;)
«Ana Alyia» in Facebook >> ou isso LOL
«David Ribeiro» in Facebook >> Estes dois (Ana Alyia e Zé Zen) tiraram o fim do dia para me fazerem rir :-)
«Ana Alyia» in Facebook >> oh Zen é que eu enquanto estudante adolescente odiava história (coisa estranha a quem hoje me conhece e à minha profissão) "que raio os homens morreram nem eu era nascida e eu nem me interesso pela vida alheia" (as minhas notas a história eram o calcanhar de aquiles) "dou voltas e mais voltas mas não consigo" e o meu pai respondia-me calmamente precisamente com essa sua frase ZEN. oh David Ribeiro para fazer chorar o sr já tem o telejornal e o governo, não precisaria de nós :P
«Zé Zen» in Facebook >> Rir faz bem. Principalmente de nòs pròprios ou de amigos.
«Ana Alyia» in Facebook >> oh Zé às vezes parece que não faz muito bem aos amigos... nunca lhe berraram "ouve lá mas tu estás a rir de mim????" lol
«Zé Zen» in Facebook >> Também acontece, termos amigos parvos; ninguém é perfeito.
«Ana Alyia» in Facebook >> kredoooo parvos também é demais vamos só chamar-lhes... carrancudos :) oh David depois envia o resumo :P
David Ribeiro» in Facebook >> O que está a ser mais complicado neste meu trabalho é relacionar a investida das tropas napoleónicas nos territórios portugueses com a actividade das tropas espanholas, coisa que normalmente é esquecida pelos historiadores nacionais.
«Zé Zen» in Facebook >> Ok, assumo ser eu o unico que é parvo. Adoro exclusivos; :)
«Ana Alyia» in Facebook >> as invasões francesas não são de todo o meu forte mas... salvo erro isso tem qualquer coisa que ver com umas regiões fronteiriças disputadas por portugal e espanha.... bhaaaaa invasões francesas estou fora :)
«Zé Zen» in Facebook >> David, pergunta ao Fernando, ele esteve là quando foi do assalto ao super-mercado.
«Ana Alyia» in Facebook >> caramba Zen eu bem digo que as nossas escolas não ensinam nada de jeito... a minha prof de história nunca me contou que havia um supermercado envolvido nas invasões francesas... ainda bem que existe o facebook para aprendermos alguma coisa :D tenham ambos uma boa noite e uma boa semana
«David Ribeiro» in Facebook >> O trabalho que estou a fazer tem muito mais a ver com as alterações económicas e sociais que as Invasões Francesas provocaram na sociedade portuguesa do que com os confrontos bélicos que se registaram entre as tropas francesas, espanholas, portuguesas e inglesas.
«António Henrique Texeira» in Facebook >> David... nesse trabalho teu, é indispensável a história sobre o vinho dos mortos, de Boticas.
«Fernando Duarte» in Facebook >> antes do Napoleão nascer o rio Douro já là estava, continua là e quando a gente morrer ainda là estará... vamos agora discutir a quem pertence o rio Douro?
Há já no Grande Porto várias casas que disponibilizam aos seus clientes serviço de “take-away” ou mesmo de “entregas ao domicílio”, para a típica Francesinha… E ontem ao almoço experimentei este serviço da Cervejaria Galiza, casa fundada em 29 de Julho de 1972 e desde então um ponto de referência não só para “Francesinhas” mas também para marisco fresco, já para não falar do sensacional “Rosbife” que por lá servem. Esta minha escolha de ontem recaiu na Francesinha com Bife (sem ovo e sem batata frita) aquela que para mim corresponde à genuína “Francesinha Portuense” e que segundo a minha teoria remonta ao contexto da Guerra Peninsular, período no qual as tropas napoleónicas invasoras costumavam comer umas sandes de pão de forma, onde colocavam toda a espécie de carnes e muito queijo. Claro que nós, os Nortenhos, vimos logo que faltava um complemento a este “croque-monsieur” e vai daí acrescentamos aquilo que lhe faltava: O molho.
Já agora: Acompanhei a “Francesinha” com um Murganheira Reserva Doce, um muito bom espumante feito pela Sociedade Agrícola Comercial do Varosa SA, e que me tinha custado em finais do ano passado a módica quantia de 7,99€ a garrafa de 75cl.
«António Campos Leal» in Facebook >> Porra estás a gozar comigo. Que belo almoço. Fazem entregas em Lisboa????? Quanto ao Murganheira prefiro Bruto
«David Ribeiro» in Facebook >> O "Doce", no meu entender, liga melhor com o picante da Francesinha.
«António Campos Leal» in Facebook >> Acredito, mas não gosto de espumantes "Doce"
«José Carlos Ferraz Alves» in Facebook >> Sempre um aristocrata desta nossa linda cidade. Aguardo um livro, amigo David. Estou em Leça, no Alves, também muito bom.
«António Campos Leal» in Facebook >> O Alves. Ainda é o mesmo proprietário?
«José Carlo Ferraz Alves in Facebook >> Não sei amigo, é a primeira vez que venho. Muito tinham insistido comigo. Eles que não ouçam, mas é uma excepcional relação qualidade/preço e o serviço uma simpatia. Recomendo.
«António Campos Leal» in Facebook >> Era cliente dessa casa de forma regular.
«José Carlos Ferraz Alves» in Facebook >> Confirmo, está em família, é o filho mais velho do Sr. Alves, que entretanto faleceu há 4 anos.
«António Campos Leal» in Facebook >> Abraço ao filho, eu conhecia o pai. deste os anos 80.
«José Carlos Ferraz Alves» in Facebook >> Irei transmitir gesto tão simpático. Obrigado. Abraço
«António Veríssimo» in Facebook >> Este post fez-me fome.
«José Saraiva» in Facebook >> E porque é que acha que a Francesinha já vem das Invasões Francesas?!
«David Ribeiro» in Facebook >> Meu caro amigo Jorge Saraiva… Isto de eu afirmar que a Francesinha tem origem na época das Invasões Francesas é, para já, unicamente um “feeling”, mas todos os documentos da época que consultei referiam-se ao facto das tropas napoleónicas usarem comer umas sandes onde colocavam vários tipos de carnes, enchidos e fatias grossas de queijos. O molho, esse é invenção nossa.
«Jorge Saraiva» in Facebook >> E os relatos , anteriores aos anos 50 do séc. passado e à Regaleira, desse molho e do queijo por cima? :)
«António Campos Leal» in Facebook >> David eu sempre fiz a dita "francesinha" com uma grande variedade de fatiados (galantines) e confesso que não de onde me vem a ideia pois não assisti às invasões francesas. Mas faço a dita Francesinha um bocadinho diferente da conhecida. e abomino francesinha com molho de marisco
«José Carlos Ferraz Alves» in Facebook >> Isto dá para uma tese de doutoramento, David. Quando conheci em Paris o "croque-monsieur" fiz a mesma associação à nossa francesinha. Faltava o molho e quase tudo o mais, mas parece uma tentativa de chegarem a esta obra-prima.
«Jorge Saraiva» in Facebook >> É que a croque monsieur, origem da francesinha, só foi criada no início do séc. XX
«José Carlos Ferraz Alves» in Facebook >> Pode ser uma evolução, de uma raiz comum.
«Jorge Saraiva» in Facebook >> São conhecidos os relatos da pessoa que criou a francesinha, no restaurante Regaleira, como evolução a partir da croque monsieur francesa
«David Ribeiro» in Facebook >> Caríssimo Jorge Saraiva... A tese de doutoramento sobre a origem da Francesinha, que o meu querido amigo José Carlos Ferraz Alves exige, ainda não está feita, nem sequer iniciada, mas talvez um dia dedique algum do meu tempo a esta pesquisa.
«Jorge Saraiva» in Facebook >> David Ribeiro, não sei se têm serviço de take away, mas já conhece as francesinhas o Bufete Fase, na Rua de Sta. Catarina, à Rampa da Escola Normal? Na minha modesta opinião, são as melhores!
«David Ribeiro» in Facebook >> Já ouvi falar do Bufete Fase, mas ainda não o visitei... Tenho que agendar uma ida a este restaurante.
«Jorge Saraiva» in Facebook >> Atenção que é um Bufete pequeníssimo, tem apenas 4 mesas em que apenas numa se podem sentar 4 pessoas, no total se estiverem sentadas 10/11 pessoas, fica vida muito difícil para que a filha do Sr. José dono e cozinheiro, se movimente :)
«Zé Zen» in Facebook >> Também hà disto para adultos?
Ando a (re)ler umas coisas sobre as Invasões Francesas e encontrei esta preciosidade escrita por José Hermano Saraiva na História Concisa de Portugal (Publicações Europa-América, 2ª edição, Nov1978):
"(...) As guerras já então sabiam as maneiras de se harmonizar com os bons negócios e a exportação do vinho do Porto para Inglaterra não cessou mesmo durante a época do domínio francês. O transporte fazia-se em navios portugueses que arvoravam a bandeira de Knifausen, pequeno e quase desértico porto que foram descobrir na foz do Elba. Como ninguém sabia o que era o Knifausen, a bandeira não figurava entre as proibidas nem pelos Franceses, nem pelos Ingleses. Junot recebia seis mil e quatrocentos réis por cada barril de vinho embarcado nessas condições. Os Ingleses deixavam passar, porque só tinham a ganhar com os furos ao bloqueio. Assim saíram trinta mil barris de vinho do Porto. (...)"
Para os lavradores do Douro, para os comerciantes e alguns (poucos) nobres que se dedicavam ao “tracto mercantil”, e que produziam uma grande parte da riqueza nacional, era fundamental para os seus negócios estarem umas vezes a favor dos invasores, outras vezes apoiando os aliados ingleses. E assim lá foram os portugueses “fazendo pela vida”, coisa que sempre soubemos fazer, mesmo nas condições mais adversas, provando que o que nos falta em organização sobra-nos em criatividade.
Afinal, e a fazer crédito no que se lê na Praia da Claridade – Figueira da Foz, a famosa “Canja de Galinha à Doentes” terá sido servida a Arthur Colley Wellesley (1º Duque de Wellington) na Figueira da Foz, onde este militar britânico desembarcou em 1 de Agosto de 1808 para iniciar o combate às tropas napoleónicas que tinham invadido Portugal.
Canja de Galinha à Doentes
Ingredientes: Uma galinha de campo; Uns bons pedaços de orelheira de porco salgada, pé de porco, chouriço velho, chouriço novo, toucinho salgado e toucinho fresco; Couve de corte, massa (macarrão-capote), sal, cebola e água q.b.
Confecção: Depois de depenada e limpa a galinha, cozem-se, juntamente, todas as carnes. (Cuidado com o tempero de sal, porque algumas das carnes já são salgadas). Na água da cozedura das carnes abre-se a massa e junta-se a hortaliça e a cebola. Ao servir, utilize uma malga para a sopa e um prato em frente de cada conviva, para as carnes cortadas em pedaços.
Nota: Tudo deve ser comido conjuntamente. Ao lado de cada conviva, deve haver um pires com hortelã picada, que se junta à sopa, ao gosto de cada um. Acompanha-se com vinho tinto da região e a sobremesa deve ser sempre laranja, de preferência branca, tal como o futuro Duque de Wellington afirma que lhe foi servida.
«João Paulo Martins» / RevistaDeVinhos ► serve o presente post para informar os «canjistas» que a nova revista Gosto (que veio, no Brasil, substituir a GULA) traz no seu primeiro número vários artigos sobre a canja, várias receitas (algumas bem mais completas que a nossa) e um texto histórico do Dias Lopes (Director e historiador da gastronomia) sobre as origens da canja. Não sei se vai ser fácil chegaram a este número mas fica a informação, há sempre um amigo a ir ao Brasil que pode comprar por lá...
O médico português Paulo Mendo (foi Ministro da Saúde no XII Governo Constitucional) numa palestra feita no ano 2000 no Quartel-General do Porto, por ocasião das Comemorações dos cento e cinquenta anos da Revista Militar, contou-nos o seguinte:
"(…) É curta a estadia de Soult no Porto, mas a ela estão também ligados o Palácio dos Carrancas onde ele se aposentou e os quartéis da Torre da Marca, debaixo da sua janela onde, naturalmente, estava a tropa invasora. Desta sua passagem ficou para a pequena história a cena da sua saída precipitada ainda antes do fim do seu almoço, ao saber que as tropas anglo-lusas tinham atravessado o Douro e estavam já junto ao Seminário. A fuga foi tão rápida e precipitada que Wellesley, Comandante destas forças, ainda pode comer a sobremesa e beber o cálice de vinho do Porto que Soult não tinha tido tempo de saborear. Igualmente se conta, em tom menos guerreiro e muito de acordo com a ternura portuguesa que, achando a criada que o atendia que ele estava com aspecto fraco e doente lhe preparou uma canja de galinha que ele, desconfiado primeiro, guloso em seguida, sorveu deliciado e tomou nota da receita para mandar à sua britânica esposa. (…)"
...e eu, que adoro canja de galinha, gostava de saber qual seria a tal receita.
Cá em casa a Canja de Galinha é feita da seguinte maneira:
Coze-se um frango (+/-1,2kg) e um chouriço de vinho numa panela com água temperada unicamente com sal. Depois de cozido o frango, retira-se a pele e desfia-se. Na água de cozer o frango deita-se um pacote (250gr.) de massa estrelinha e deixa-se cozer. Depois mistura-se o frango desfiado nesta calda onde foi cozida a massinha e serve-se. Para quem quiser coloca-se no prato uma rodela do chouriço de vinho que cozeu com o frango.
«Dulce Bandeira» / RevistaDeVinhos ► Colocar uma pernadinha de hortelã no prato também fica bem. Quando se faz a canja com galinhas de campo, há umas que têm uns ovinhos ainda lá dentro (apenas gema), que a minha Avó costumava cozer na canja e ficavam muito bem. Também gosto com uma cebola, cortada às fatias (ao alto), cozida na água do frango.
«acupido» / RevistaDeVinhos ► Normalmente faço com uma galinha com os ovos e os miudos; cozo com um chouriço (normalmente uso chouriço de carne com pouco pimentão), uma folha de louro e uma cebola. Reservo a cebola, o fígado e os ovos. Limpo de peles e desosso a galinha, deixando em pequenos pedaços (sem desfiar completamente). Dependendo da quandidade de gordura da galinha, posso ter necessidade de arrefecer a água de cozer a galinha, para dosear a quantidade da mesma que vai entrar na canja. Nesse caldo, cozo massa (pevides). Para servir, depende muito... Pode ser uma canja mais leve, com o caldo filtrado, pouca massa e pouca carne e os ovos mais pequenos inteiros, aromatizada com salsa fresca picada; Pode ser a variante com o fígado moído e ovos integrados no caldo, eventualmente mais carne e massa, aromatizado com hortelã. A versão aromatizada com sumo e raspa de limão funciona muito bem; Pode ser ainda a versão mais completa, com a cebola incorporada no caldo... A última funciona quase como uma refeição completa.
«xarax» / RevistaDeVinhos ► E eu que detesto canja, (ao ponto de ter em mente inventar uma receira chamada "detesto canja" e que seria uma canja mas evitando todas as coisas que não gosto na canja)... começo a ficar interessado...afinal há muito que se lhe diga...
«acupido» / RevistaDeVinhos ► Ri-me com a "anti-canja"... Moderathor, em vez de galinha, tamboril, em vez de massa, arroz... Tudo o que a canja leva, um arroz de tamboril não leva (tirando a água e a cebola)... Claro que ambos os dois pratos (pareceu-me bem realçar que são dois e diferentes) são porreiros - confort food e tal, mesmo o rice co tramboril)... Quanto à canja, parece-me que não há muito a inventar e ainda bem...
«Dulce Bandeira» / RevistaDeVinhos ► Acho que fica muito melhor a canja com massa do que com arroz. Aliás, com arroz, não gosto... E a massa pevide - a opção da receita do acupido - funciona muito bem.
«Alentejano» / RevistaDeVinhos ► Luigi essa da anti-canja existe e chama-se canja de conquilhas.
«RLP» / RevistaDeVinhos ► Nesta boca entra tudo menos esse maldito prato e pior ainda o cheiro dele.
«xarax» / RevistaDeVinhos ► tenho que guardar alguns trunfos... não disse o que não gosto na canja, muito menos as soluções que (hei-de) propor para obviar isso... fica para as expectativas...
«RLP» / RevistaDeVinhos ► Mas eu digo: Odeio o cheiro / A gordura a boiar / Os miúdos misturados com a massa/arroz / A gordura que fica boca. À conta disto não devo tocar numa canja hà mais de 30 anos.
«xarax» / RevistaDeVinhos ► depois compras o livro de receitas ("melhor obra gastronómica ainda por sair") e experimentas...
Estive hoje na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (jardins do Palácio de Cristal no Porto) onde visitei a exposição “O Porto nas Invasões Francesas” e recomendo-vos vivamente uma passagem por esta mostra evocativa dos 200 anos da Guerra Peninsular. (Visitas até 5 de Setembro: De 3ª a sábado das 10h às 12:30h e das 13:30h às 18h; Domingo das 14h às 18h)
Ando a ler umas coisas sobre as Invasões Francesas e encontrei esta preciosidade escrita por José Hermano Saraiva na História Concisa de Portugal (Publicações Europa-América, 2ª edição, Nov.1978):
"(...) As guerras já então sabiam as maneiras de se harmonizar com os bons negócios e a exportação do vinho do Porto para Inglaterra não cessou mesmo durante a época do domínio francês. O transporte fazia-se em navios portugueses que arvoravam a bandeira de Knifausen, pequeno e quase desértico porto que foram descobrir na foz do Elba. Como ninguém sabia o que era o Knifausen, a bandeira não figurava entre as proibidas nem pelos Franceses, nem pelos Ingleses. Junot recebia seis mil e quatrocentos réis por cada barril de vinho embarcado nessas condições. Os Ingleses deixavam passar, porque só tinham a ganhar com os furos ao bloqueio. Assim saíram trinta mil barris de vinho do Porto. (...)"
Para os lavradores do Douro, para os comerciantes e alguns (poucos) nobres que se dedicavam ao “tracto mercantil”, e que produziam uma grande parte da riqueza nacional, era fundamental para os seus negócios estarem umas vezes a favor dos invasores, outras vezes apoiando os aliados ingleses. E assim lá foram “fazendo pela vida”.
«luis ramos lopes» / RevistaDeVinhos ► Os portugueses sempre souberam "fazer pela vida", mesmo nas condições mais adversas. O que nos falta em organização sobra-nos em criatividade...
«prof» / RevistaDeVinhos ► Olá... Ao ler o teu post, lembrei-me de um artigo sobre o vinho do porto e as invasões francesas neste link:
http://www.euronapoleon.com/pdf/private ... quinet.pdf
Boas leituras e melhores bebidas. E já agora, mais uma pérola da nossa história: "Durante as invasões francesas (1809) as tropas de Napoleão requisitaram os vinhos da Real Companhia Velha, que assim faziam parte da ração dos soldados Franceses. Quase ao mesmo tempo (1811), Lord Wellington e as suas tropas consumiam também os vinhos da Real Companhia Velha, destacando-se um fornecimento de 300 pipas, feito através dos seus armazéns da Régua, ao exército então estacionado em Lamego". Pelos vistos, os Portugueses sempre foram muito "desenrascados".
E ainda bem que os Franceses nos "roubaram" tantas pipas de Vinho do Porto, pois desta forma o nosso néctar passou a ser conhecido dos gauleses, deixando de ser uma bebida exclusiva dos britânicos.
É a partir desta altura que as exportações para França, Bélgica e Itália ganham um incremento notável. E mesmo para a Grã-Bretanha as vendas aumentam, pois com tantos soldados ingleses no nosso país o Vinho do Porto “democratiza-se” e deixa de ser unicamente uma bebida de lordes.
«Guilherme Lickfold» / RevistaDeVinhos ► Estou mesmo a ver como seria no campo de batalha. Até os próprios franceses deviam atirar contra franceses.
(Desenho a lápis feito pelo capitão Manuel Isidro da Paz - Torre do Tombo)
Ontem foi recriada nas duas margens do Douro sobranceiras às cidades do Porto e Gaia a vitória das tropas Anglo-Lusas, comandadas pelo general inglês Wellesley, contra as tropas francesas do marechal Soult.
A recriação da batalha de 12 de Maio de 1809 começou no Sábado à noite com a recriação histórica do que se passou há 200 anos e envolveu 400 figurantes de dez nacionalidades diferentes: (...) o exército luso-inglês, comandado por Wellesley, avançou pelas ruas de Gaia, partindo do Regimento de Artilharia 5, no Quartel da Serra do Pilar. Desde aí, as forças aliadas seguiram pela Avenida da República, seguindo percursos diferentes pelo centro histórico de Vila Nova de Gaia e concentrando-se na Avenida de Diogo Leite. O primeiro confronto corpo a corpo entre os exércitos aconteceu na beira do rio Douro, junto à Rua de D. Afonso III. Ao longo do avanço dos aliados e consequente recuo gaulês, registaram-se escaramuças e ataques à população. (...) o exército luso-inglês, sob o comando de Wellesley, consegue passar o Douro e encurralar os franceses, que abandonarão o Porto em direcção à fronteira.
«Viriato» / ViriatoWeb ► ...e levaram com eles o vinho do Porto. E se tivessem ficado, os franceses? hoje os portugueses teriam o melhor sistema de saúde do mundo e a melhor segurança social, um ordenado mínimo a 1350 € , o TGV , os aviões AIRBUS, o foguetão Ariane, várias marcas de automóveis, como gostam muito de futebol teriam sido campeões do Mundo e da Europa, teriam televisão digital, carros e pilotos campeões mundiais em Formula 1, teriam também, vencido várias vezes o Dakar, enfim... e muitas coisas mais que os portugueses de hoje gostariam de ter, de ser, ou ter sido! vale mais ser sócio, com apenas 5%, de uma empresa que vale milhões, do que dono a 100% de uma merda que não vale nada!
«Tovi» / ViriatoWeb ► E ainda bem que levaram com eles o Vinho do Porto… Foi desta maneira que os súbditos de Napoleão passaram a conhecer este nosso “néctar dos deuses” e a verdade é que ainda hoje a França é o primeiro importador com um quota muito próxima dos 30% da nossa produção.
«Viriato» / ViriatoWeb ► pois... só que o vinho do Porto pertence aos ingleses!
«XôZé» / ViriatoWeb ► Um historiador português cujo nome não me recordo gora que resume na perfeição o que se passou nessa época: Dizia ele... "Roubaram mais os ingleses que nos ajudaram dos que os franceses que nos invadiram". Ainda nos dias de hoje "inglês" é sinónimo de gatunagem.
«Tovi» / ViriatoWeb ► Só se for aí pelos Allgarves... Nós cá na Cidade Inbicta damo-nos muito bem com a comunidade britânica.
«XôZé» / ViriatoWeb ► Estou a falar em tradição histórica. Como foram eles que inventaram a pirataria... Aqui também nos damos muito bem com eles, sobretudo com elas. Chegam sempre famintas.
«Arp» / ViriatoWeb ► É sempre surpreendente ler alguém capaz de prever o que é que se teria passado se não se tivesse passado o que se passou no passado. A História fica assim uma espécie de uma laranja de onde cada um aprecia de maneira diferente o gomo que resolve morfar, mesmo sendo todos similares. A mim, e do que me lembro desta parte da história, parece-me simplesmente que os franceses não tiveram pedalada para a bicicleta que queriam montar. Como também não tiveram na revolta da Gália contra Roma, liderada por Vercingétorix, que acabou, orgulhosa mas miseravelmente em Alésia; como não tiveram na tentativa russa de Napoleão; como não tiveram na Segunda Guerra Mundial, onde foram resgatados pelas tropas aliadas. De todo o modo, é certo que se comportam sempre com a sobranceria de quem as ganhou todas.
É já no próximo fim-de-semana (28 e 29 de Março) que se comemoram os 200 anos sobre a entrada das tropas de Napoleão na cidade do Porto e também o tristemente célebre acidente da Ponte das Barcas.
Programa das comemorações: Concerto Evocativo do Bicentenário do Desastre da Ponte das Barcas, no Coliseu do Porto, sábado, às 21h30; Inauguração do monumento evocativo do mesmo episódio histórico, da autoria do arquitecto Eduardo Souto Moura, no domingo, às 11h00, na Ribeira, junto à Ponte Luiz I; Missa de requiem de Domingos Bomtempo na Sé, celebrada pelo bispo do Porto, D. Manuel Clemente, no domingo às 16 horas.
Ponte das Barcas (pormenor) - Café Novo - Rua da Lapa - Porto
Uma das teorias sobre a origem da francesinha remonta aos tempos das invasões francesas: Os soldados franceses costumavam comer umas sandes com pão de forma e onde colocavam toda a espécie de carnes e muito queijo. Mas faltava uma coisa importantíssima que os portuenses imediatamente passaram a colocar nas ditas sandes – o molho.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francesinha
Esta versão da origem da FRANCESINHA é de minha autoria e foi publicada na Wikipedia por um amigo meu, que a tinha lido no fórum do PortugalNoSeuMelhor, onde a publiquei pela primeira vez, há já uns anitos.
Como vos disse no post anterior as tropas de Napoleão instaladas no Norte de Portugal “requisitaram” à Real Companhia Velha os vinhos em stock, para passarem a fazer parte das rações dos seus soldados. E ainda bem que o fizeram, pois desta forma o nosso néctar passou a ser conhecido dos gauleses, deixando de ser uma bebida exclusiva dos britânicos. É a partir desta altura que as exportações para França, Bélgica e Itália ganham um incremento notável. E mesmo para a Grã-Bretanha as vendas aumentam, pois com tantos soldados ingleses no nosso país o Vinho do Porto “democratiza-se” e deixa de ser unicamente uma bebida de lordes.
Não sei se sabem mas em 27 de Junho de 1808 foi criado um Imposto Especial de Guerra sobre as exportações de Vinho do Porto, para se poder fazer face às enormes despesas que as Invasões Francesas criaram ao nosso país. Foi também durante estas invasões, mais precisamente em 1809, que as tropas de Napoleão “requisitaram” à Real Companhia Velha os vinhos em stock, para fazerem parte das rações dos soldados franceses.
Marechal Soult no Porto antes da Batalha do Douro
(imagem de BritishBattles.com)
Em Abril de 1809 Soult está instalado no Norte de Portugal. No início de Maio forças do exército francês comandadas pelo general Delaborde atacam a Ponte de Amarante e obrigam as forças do brigadeiro Silveira a retirar. A defesa da Ponte de Amarante durou de 18 de Abril a 2 de Maio. No dia 8 de Maio o exército português comandado por Beresford chega a Lamego, vindo de Tomar por Coimbra e Viseu. As forças comandadas pelo general Silveira ocupam Vila Real, obrigando a cavalaria francesa de Caulaincourt a retirar. No dia 12 teve lugar o Combate de Moure, em que as forças de Silveira atacam a divisão Loison na serra do Marão, obrigando-a a retirar para Amarante. Na mesma altura Wellington bate Soult no Porto, obrigando-o a retirar para Espanha por Trás-os-Montes. Estava a terminar a 2ª Invasão Francesa.
«rafael de zafra» / AzulJasmim ⇒ Salieron escaldados los franceses EH!!!!!!!
«Viriato» ⇒ eu não vi ! é que nós temos a sorte de não captar os canais portugueses !
Continuando a falar do “gamanço” durante as Invasões Francesas…
Em 1809 as tropas de Napoleão instaladas no Norte de Portugal “requisitaram” à Real Companhia Velha os vinhos em stock, para passarem a fazer parte das rações dos seus soldados. E ainda bem que o fizeram, pois desta forma o nosso néctar passou a ser conhecido dos gauleses, deixando de ser uma bebida exclusiva dos britânicos. É a partir desta altura que as exportações para França, Bélgica e Itália ganham um incremento notável. E mesmo para a Grã-Bretanha as vendas aumentam, pois com tantos soldados ingleses no nosso país o Vinho do Porto “democratiza-se” e deixa de ser uma bebida de lordes.
«XôZé» ⇒ Na volta gostaram mais da pinga que os ingleses e por isso levaram na corneta. Ainda estou para saber qual foi a guerra que os franceses alguma vez e que de facto ganharam.
«zézen» ⇒ Waterloo ( )
«XôZé» ⇒ Isso foi apenas uma batalha. Uma paneleirice....
«zézen» ⇒ E quem é que ganhou ? Os machos ou as fêmeas ?
«Reboredo» ⇒ Waterloo - Até esta perderam. Os Wallons estão muito arrependidos de não os terem deixado ganhar! Tinham o problema deles resolvido. Fugiram da Argélia. Pobres franceses.
«zézen» ⇒ Vocês estão a pedir tourada e, quando o Franciu ler as vossas piadas, estão f.......
«Arp» ⇒ Ainda estou para saber qual foi a guerra que os franceses alguma vez e que de facto ganharam - Waterloo - Só se foi por se terem livrado do Napoleão de vez. Quem ganhou mesmo foi o Louis XVIII, os franceses nem por isso. A propósito Waterloo não foi exactamente uma guerra, terá sido mais a batalha que acabou com a dita, mas isso já tu sabias.
Pois é… A biblioteca que o meu sogro me deixou ainda não está arrumada nem classificada… Há mais de vinte anos que ando a tentar dar uma certa ordem àqueles livros todos, mas a preguiça tem-me atacado impiedosamente… Mas algum trabalho tenho feito e os itens “Vinho do Porto” e “Invasões Francesas” já deram frutos e os textos que aqui se têm publicado são prova disso.
Vamos lá a ver se ganho coragem para mais horas de leitura e trabalho de síntese… É que isto não é só ler, é também necessário separar o importante do supérfluo, pois já ninguém está disposto a ler grandes textos. E o que se escrevia no início do século XX tem uma leitura algo diferente dos dias de hoje. É importante saber enquadrar os textos no tempo em que foram escritos. E dêem-me os deuses o condão de o saber fazer.
Continuemos a falar das Invasões Francesas…
No início do século XIX, logo após a Revolução Francesa, a sociedade portuguesa dividia-se entre os apoiantes da nova ordem política estabelecida na França e os mais arreigados às tradições e claramente apoiantes das políticas absolutistas do Marquês de Pombal. Nos primeiros, os do “partido francês”, destacava-se Bocage e todos os “jacubinos” e “ateus”. Os outros, os “velhos monárquicos”, abandonaram Portugal juntamente com a Família Real, perante a iminência da chegada das tropas de Napoleão a Lisboa. Mas havia um outro grupo de PORTUGUESES… Os comerciantes e alguns (poucos) nobres que se dedicavam ao “tracto mercantil” e que produziam uma grande parte da riqueza nacional. E para estes a paz era fundamental para os seus negócios. Umas vezes a favor dos invasores, outras vezes apoiando os aliados ingleses, lá foram “fazendo pela vida”. Conta José Hermano Saraiva na “História Concisa de Portugal” (Colecção Saber; Publicações Europa-América; 2ª edição - Nov1978) que a exportação de Vinho do Porto para a Europa não foi interrompida durante a Guerra Peninsular, graças a um interessante estratagema dos comerciantes do Norte: O transporte do Vinho do Porto fazia-se em navios portugueses que arvoravam a bandeira de Knifausen, um pequeno e insignificante porto na foz do Elba; Como a bandeira de Knifausen não figurava entre as proibidas nem pelos franceses nem pelos ingleses, ninguém se importava com estes navios; Os ingleses deixavam passar os barcos e assim furavam o bloqueio; O General Junot recebia seis mil e quatrocentos reis por cada barril de Vinho do Porto; E assim, a contento de todos, lá saíram de Portugal trinta mil barris de nosso Vinho Fino.
«Reboredo» ⇒ A corrupção com este ou outro nome já tem aviões, leite em pó e muitas condecorações. O capitalismo de todas as épocas não dá aumentos justos aos trabalhadores ou nivela os seus direitos por baixa. Atribui-se benesses exorbitantes, não reparte as mais-valias resultantes da produção. Mas dão o ouro ao bandido para fazer os seus negócios.
Por onde eu ando...
Nova Crítca - vinho & gastronomia
PINN (Portuguese Independent News Network)
Meus amigos...
A Baixa do Porto (Tiago Azevedo Fernandes)
Antes Que Me Passe a Vontade (Nanda Costa)
Caderno de Exercícios (Celina Rodrigues)
Cerâmica é talento (Pataxó Lima)
Clozinha/and/so/on (Maria Morais)
Do Corvo para o Mundo!!! (Fernando Pimentel)
Douro de ouro, meu... (Jorge Carvalho)
Douro e Trás-os-Montes (António Barroso)
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