O CDS teve no passado domingo o pior resultado da sua história e não conseguiu eleger nenhum deputado para a Assembleia da República. Uma coroa de flores foi entregue frente à sede do partido e históricos democratas cristãos falam do período mais negro da história do partido. Na sequência dos resultados, o presidente do CDS e cabeça de lista por Lisboa, Francisco Rodrigues dos Santos, assumiu "todas as responsabilidades" pelo resultado e anunciou ter apresentado a sua demissão à direção do partido.
Raul Almeida - O CDS sofreu um verdadeiro desastre eleitoral. Este desastre teve um rosto e muitos responsáveis. Desde o malfadado "irrevogável", sentiu-se uma progressiva perda de confiança do eleitorado no CDS. Assunção Cristas e Nuno Melo viriam a sentir isto mesmo, plasmado na incapacidade que tiveram de dar a volta a este rumo, em dois actos eleitorais com resultados péssimos. Francisco Rodrigues dos Santos acabou com o resultado trágico que ontem se viu, falhando tudo aquilo a que se tinha proposto enquanto alternativa de corte com o que identificou em congresso como decadência do portismo. Pelo meio, assistimos a uma guerra fratricida sem limites de parte a parte. O povo não gostou e não perdoou. O CDS, se quiser resistir, terá de ultrapassar tudo isto. Terá de abrir um novo capítulo com novos protagonistas. Terá de fazer uma inevitável catarse e não negar nenhum dos seus problemas, das dívidas de monta às incompatibilidades pessoais de difícil resolução. Terá de refletir muito e bem, virar-se para o país e tentar recomeçar a compreendê-lo. Terá de pensar na sua utilidade externa, agora que já quase não tem meios de satisfação das diferentes utilidades internas que o consumiram. Terá de se sujeitar ao difícil exercício de pôr o todo acima das partes, sendo implacável com qualquer lógica de facção. Para todo este exercício, com toda a sua complexidade evidente, o CDS precisa de tempo. Precisa de um acordo acolhido por todos os interessados nalguma espécie de futuro, em que o Congresso seja feito após a ressaca da hecatombe, depois de tempo para analisar, pensar, prever e decidir com pés e cabeça; o agora é a pior altura para arrebatamentos e voluntarismos. Há fórmulas que permitem este tão necessário tempo de reflexão séria, apesar da compreensível saída imediata do Presidente. Está nas mãos dos diferentes protagonistas e dos militantes do partido. Para o melhor e para o pior.
António Conceição - Há uma coisa que os militantes e simpatizantes do CDS parece não se terem ainda apercebido: estão fora do Parlamento e vão ter o tratamento dos pequenos partidos sem assento parlamentar. Não vão receber dinheiro e ninguém vai pôr dinheiro no partido, porque ninguém investe em losers. Não vão ter visibilidade, a não ser no mês anterior à campanha e, aí, para discutir com outros partidos insignificantes, como o PPM ou o Partido da Terra. Daqui a 4 anos, haverá uns milhares de eleitores que hoje se lembram do cerco ao Palácio de Cristal no I Congresso do CDS, mas que não votarão, porque, entretanto, terão morrido. Haverá, ao invés, outros milhares de eleitores que irão votar pela primeira vez e que nunca terão ouvido falar no CDS. A vida não está fácil para os centristas. Isto não vai lá com um simples Congresso, como imaginam os militantes. À semelhança daqueles clubes de futebol falidos que são comprados por ricalhaços árabes ou chineses, a única esperança do CDS é quase só ser tomado de assalto por um qualquer Marinho e Pinto ambicioso que use o partido como barriga de aluguer para um projecto político pessoal.
Xavier Cortez - Uma palavra para o CDS/PP. Como sabem sou um democrata cristão e fui militante e dirigente da então Juventude Centrista no Porto. Há vários anos que me afastei do partido por não reconhecer nele os ideais da fundação. Com várias saídas ao longo dos anos (para o PS, para o PSD), atualmente perdeu completamente a sua base de apoio e deixou de ter a sua principal característica: ser um partido de quadros. Pior: encalhou-se numa tendência cada vez com menos adeptos em Portugal e na Europa, o conservadorismo.
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