Já chegou este livro que encomendei há uns dias... segundo já li "não é uma crónica de vitimização, uma tentativa de branquear os erros dos líderes palestinianos nem a negação da emergência de movimentos nacionalistas de ambos os lados. É, antes, uma nova e esclarecedora visão de um conflito com mais de um século, uma história de colonização e de resistência de um povo que não abdica de existir."
Pag. 39, 40 e 41 – Na viragem do século XX, antes de a colonização sionista ter tido grande impacto na Palestina, havia novas ideias a alastrar, a educação moderna e a literacia tinham começado a expandir-se, e a integração da economia do país na ordem capitalista global avançava a bom ritmo. A produção para exportação de colheitas como o trigo e os citrinos, o investimento de capitais na agricultura e a introdução de culturas de rendimento e trabalhos assalariados, visíveis na rápida propagação dos laranjais, estavam a mudar a face de grandes zonas rurais. (...) Socialmente, a Palestina era ainda fortemente rural e de natureza predominantemente patriarcal e hierárquica, e assim permaneceu, em grande medida, até 1948. Era dominada por estreitas elites urbanas oriundas de algumas famílias como a minha, que se agarravam às suas posições e privilégios enquanto se adaptavam às novas condições, com os membros mais jovens da família a obterem educações modernas e a aprenderem línguas estrangeiras a fim de manterem a sua posição e os seus benefícios. Estas elites controlavam a política da Palestina, ainda que o crescimento de novas profissões, ofícios e classes significassem que, na década de 1900, havia mais vias de progressão e ascensão social. Nas cidades costeiras em rápido crescimento, nomeadamente Jafa e Haifa, as mudanças eram mais visíveis do que nas cidades mais conservadoras do interior, como Jerusalém, Nablus e Hébron, uma vez que as primeiras assistiram ao aparecimento de uma burguesia comercial emergente e de uma embrionária classe trabalhadora urbana.
Pag. 46 e 47 - A histórica declaração proferida há pouco mais de um século em nome do conselho de ministros britânico no dia 2 de novembro de 1917, pelo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros Arthur James Balfour - e que veio a ficar conhecida como Declaração Balfour - continha uma única frase: O governo de Sua Majestade vê de forma favorável a criação na Palestina de um lar nacional para o povo judeu, e empregará os seus melhores esforços para facilitar a realização deste objetivo, sendo claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas existentes na Palestina, ou os direitos e o estatuto político de que gozam os judeus em qualquer outro país. Se Se já antes da Primeira Guerra Mundial muitos palestinianos clarividentes tinham começado a ver o movimento sionista como uma ameaça, a Declaração Balfour introduziu um novo e temível elemento. Na linguagem suave e enganadora da diplomacia, com a sua expressão ambígua a aprovar «a criação na Palestina de um lar nacional para o povo judaico», a declaração garantia efetivamente o apoio britânico às aspirações de Theodor Herzl de um Estado judaico, com soberania e controlada imigração em toda a Palestina. Significativamente, a esmagadora maioria árabe da população (cerca de 94 por cento na altura) não foi mencionada por Balfour, a não ser de forma indireta, como as «comunidades não judaicas existentes na Palestina». Eram descritos em termos de que não eram, e certamente não como uma nação ou povo - os termos «palestiniano» ou «árabe» não aparecem nas setenta e uma palavras da declaração. A esta esmagadora maioria, eram prometidos apenas «direitos civis e religiosos», não políticos ou nacionais. Em contraste, Balfour atribuía direitos nacionais àquilo a que chamava «o povo judeu». que em 1917 era uma minúscula minoria - 6 por cento - dos habitantes do país.
Por onde eu ando...
Nova Crítca - vinho & gastronomia
PINN (Portuguese Independent News Network)
Meus amigos...
A Baixa do Porto (Tiago Azevedo Fernandes)
Antes Que Me Passe a Vontade (Nanda Costa)
Caderno de Exercícios (Celina Rodrigues)
Cerâmica é talento (Pataxó Lima)
Clozinha/and/so/on (Maria Morais)
Do Corvo para o Mundo!!! (Fernando Pimentel)
Douro de ouro, meu... (Jorge Carvalho)
Douro e Trás-os-Montes (António Barroso)
Escrita Fotográfica (António Campos Leal)
Let s Do Porto (José Carlos Ferraz Alves)
Life of a Mother Artist (Angela Ferreira)
Marafações de uma Louletana (Lígia Laginha)
Matéria em Espaço de Escrita com Sentido (Mário de Sousa)
Meditação na Pastelaria (Ana Cristina Leonardo)
Memórias... (Boaventura Eira-Velha)
Mente Despenteada (Carla Teixeira)
Nortadas (Francisco Sousa Fialho, João Anacoreta Correia e outros)
O Portugal Futuro (Tiago Barbosa Ribeiro)
O Porto em Conversa (Vitor Silva)
Os meus apontamentos (Vitor Silva)
Renovar o Porto (Rui Farinas e Rui Valente)
Reportagens de Crítica, Investigação e Opinião (Tron)
Que é que se come por aqui (Ricardo Moreira)
Servir o Porto (Pedro Baptista)
Um Rapaz Mal Desenhado (Renato Seara)
Vai de Rastos (Luís Alexandre)
(IN)TRANSMISSÍVEL (Vicente Ferreira da Silva)
Adoradores de Baco...
Site de Prova de Vinhos (Raul Sousa Carvalho)