Artigo de opinião de Peter Bergen, analista de segurança nacional da CNN, vice-presidente da New America, professor na Universidade do Estado do Arizona, nos EUA, e apresentador do podcast “In the Room With Peter Bergen”. Faz parte do conselho consultivo da James W. Foley Legacy Foundation, que defende reféns norte-americanos.
CNN às 12h03 de 26out2023
De acordo com as autoridades israelitas, há cerca de 150 reféns detidos em Gaza. Entretanto, 17 americanos estão desaparecidos e o Hamas pode estar a reter um número desconhecido deles, de acordo com a Casa Branca. (...) A abordagem com o menor risco provável para os reféns é uma libertação negociada. Poucos governos têm muita influência sobre o Hamas, mas o Catar tem, pois forneceu centenas de milhões de dólares a famílias pobres de Gaza nos últimos anos. Por exemplo, no mês passado, funcionários do Catar ajudaram a garantir a libertação de cinco prisioneiros americanos detidos pelo Irão, o que incluiu o descongelamento de 6 mil milhões de dólares de receitas do petróleo iraniano, que foram enviados para um banco do Catar para serem utilizados para fins humanitários no Irão. Os funcionários oficiais do Catar já estão a comunicar com o Hamas sobre o acordo que poderá ser feito para libertar os reféns que têm em seu poder. Se houver uma troca de prisioneiros, o Hamas já fez um acordo difícil no passado, trocando o soldado israelita Gilad Shalit em 2011 por mais de mil prisioneiros palestinianos detidos por Israel. (...) Quando o Daesh raptou jornalistas e trabalhadores humanitários americanos a partir de 2012, os EUA lançaram uma operação de resgate em 2014 com base em indicações de que estavam detidos num determinado local na Síria, mas os reféns já tinham sido transferidos quando a operação foi realizada. Posteriormente, o Daesh assassinou os americanos. Os resgates também podem ser perigosos para os reféns, mesmo quando são usadas as forças de operações especiais mais competentes. Em 2010, os talibãs raptaram a trabalhadora humanitária britânica Linda Norgrove e a equipa SEAL Team Six da Marinha dos EUA lançou uma operação de resgate. Investigações posteriores revelaram que Norgrove foi morta por uma granada de fragmentação lançada por um membro da equipa SEAL durante a operação. Os sequestradores também podem matar o prisioneiro durante as operações de resgate. Em 2014, durante uma operação de resgate da equipa SEAL Team Six no Iémen, o jornalista americano Luke Somers foi morto pelos seus captores da Al Qaeda. (...) Em suma, uma libertação negociada dos reféns, mediada talvez pelo Catar, é a abordagem de menor risco para os libertar. Se o Hamas pudesse libertar as crianças e os idosos reféns que o grupo parece estar a manter, isso seria um bom começo. A promessa desta abordagem foi demonstrada na sexta-feira [20out2023] quando, em resultado das negociações entre o Hamas e o Qatar, o Hamas libertou dois cidadãos americanos, uma mãe e a sua filha.
Hamas descarta nacionalidades específicas para libertar reféns
O movimento islamita palestiniano Hamas afirmou ontem [sexta-feira 27out2023] que não fará distinção entre reféns israelitas ou de outras nacionalidades em possíveis libertações futuras, embora, após reuniões nas últimas horas em Moscovo, admita alguma deferência com os “amigos russos”. “Para nós, todos os reféns são israelitas”, afirmou um porta-voz do gabinete político do Hamas, Musa Abu Marzuk, em entrevista à agência russa Sputnik, na qual destacou que “a maioria” das pessoas raptadas nos ataques de 07 de outubro têm “alguma outra nacionalidade” além da de Israel. Abu Marzuk reconheceu que muitos dos países que têm cidadãos sob cativeiro apresentaram algum tipo de pedido, incluindo “amigos russos”. Face à exigência de Moscovo de libertação dos reféns, o porta-voz do Hamas prometeu que o grupo tratará o pedido russo “de uma forma mais positiva e com maior atenção do que outros”, tendo em conta “a natureza das relações bilaterais”.
Francisco Bismarck - Esse porta-voz que caia em maos israelitas...
Tentativas para a libertação de reféns do Hamas
Os EUA dizem estar em "conversações ativas" com Israel sobre uma pausa humanitária para permitir a libertação de reféns do Hamas em Gaza. "Se isso requer uma pausa temporária, então apoiamos totalmente. Apoiamos qualquer esforço que possa ser feito para levá-los para casa em segurança e para as suas famílias".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, numa reunião na sexta-feira [27out2023] em Nova Iorque, expressou ao ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, "a importância da contribuição iraniana para a libertação incondicional e imediata" dos reféns do Hamas. Na quinta-feira [26out2023] o próprio Abdolahian ofereceu explicitamente a mediação do seu país para conseguir a libertação desses reféns “civis”. De acordo com um comunicado divulgado pelo gabinete de António Guterres, Abdolahian disse que o Hamas – um movimento com o qual o seu país mantém estreitas relações – exigiria em troca a libertação de cerca de seis mil prisioneiros palestinianos atualmente em prisões israelitas.
As famílias dos reféns do grupo islamita Hamas detidos na Faixa de Gaza, na sua maioria israelitas, manifestaram-se ontem [27out2023] preocupadas e exigiram explicações ao governo de Telavive após os intensos bombardeamentos do exército contra este território palestiniano. A alegação dos militares de que têm como alvo a infra-estrutura dos túneis gerou medo entre as famílias de que os líderes militares estejam a ser arrogantes com as vidas dos cativos, que se acredita estarem detidos dentro dos túneis. Segundo o exército israelita 229 pessoas estão mantidas reféns depois de terem sido tomadas pelas forcas do Hamas na Faixa de Gaza.
O grupo islamita Hamas está a tentar localizar oito reféns com dupla nacionalidade, russa e israelita, para os libertar, disse hoje [sábado 28out2023] um dos seus altos funcionários, Moussa Abou Marzouk, que se encontra em visita a Moscovo. "Estamos agora à procura das pessoas que foram identificadas pelo lado russo. É difícil, mas estamos à procura. E assim que os encontrarmos, iremos libertá-los", declarou Moussa Abou Marzouk, citado pela agência de notícias do estado russo Ria Novosti.
O porta-voz das Brigadas al-Qassam do Hamas, Abu Obaida, disse que os ataques aéreos e bombardeamentos israelitas mataram 50 prisioneiros. Abu Obaida disse que o “preço” do retorno de todos os cativos é a libertação de todos os palestinos detidos nas prisões israelitas e “se o inimigo quiser resolver esta questão, estamos prontos”.
Elijah Magnier, analista militar e político, diz que o governo israelita está “totalmente consciente” de que os reféns em Gaza não podem ser libertados através da força militar e “Israel nunca conseguiu libertar ninguém em cativeiro através de ação militar”.
O líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, diz que o grupo está pronto para uma troca “imediata” de prisioneiros com Israel. “Estamos prontos para realizar um acordo imediato de troca de prisioneiros que inclua a libertação de todos os prisioneiros palestinianos das prisões israelitas em troca de todos os prisioneiros detidos pela resistência palestiniana”, disse Sinwar em comunicado. O Catar tem conduzido diplomacia nos bastidores há mais de três semanas, conversando com autoridades do Hamas e com Israel para promover a paz e garantir a libertação de reféns. Existem 19 prisões em Israel e uma na Cisjordânia ocupada que detêm milhares de prisioneiros palestinos.
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