Num artigo de Ana Tulha publicado no “Notícias Magazine” de 25ago2021, Jorge Torres, coronel do Exército português que no último ano foi o Representante Nacional Sénior na Resolute Support Mission, missão da NATO no Afeganistão que tinha como principais objetivos o treino, aconselhamento e assistência das forças afegãs, começa por realçar que de 2012 (primeira vez em que esteve no Afeganistão) para 2020 notou “uma evolução em termos de capacitação das forças afegãs”. Mas então como se explica que não tenham sequer sido uma posição de resistência? O atual comandante do Regimento de Infantaria 19, em Chaves, não responde diretamente à questão. Destaca, no entanto, vários aspetos que nos podem ajudar a uma leitura mais profunda. Desde logo a viragem que houve em 2014. “Até aí houve um enorme esforço feito pela comunidade internacional, no sentido de garantir que havia um ambiente seguro para que as instituições do país se levantassem e consolidassem. A partir desse ano, a liderança passou para os afegãos e a comunidade internacional passou apenas a apoiar essas estruturas. Além disso, a parte do treino e levantamento do Exército foi considerada consolidada e o trabalho passou a focar-se mais no treino das forças especiais. Depois, é preciso ver que a capacidade de um exército não é só o músculo, há outros vetores não tangíveis que são fundamentais. Um deles é a capacidade de liderança.”
O Ocidente e especialmente os EUA, devem tirar ilações depois do que aconteceu no Iraque, na Líbia e agora da situação no Afeganistão. Tentar impor um sistema de valores alheio é criar situações explosivas. Há muito que se falava que os representantes do governo do Afeganistão colocavam no bolso parte da assistência internacional ou a enviavam para contas offshore. Mas insistiu-se em “apoiar” um governo corrupto e “equipar” e “treinar” forças da ordem que se borrifavam para aquilo para que tinham sido criadas. E agora?... Tudo vai depender, em primeiro lugar, daquilo que decidirem Rússia e China, bem como Paquistão, Irão, Índia e outros países asiáticos.
Os Estados Unidos anunciaram ontem (28ago2021) terem realizado um ataque aéreo com drone, na província afegã de Nangarhar [leste], contra membros do grupo jiadista Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISIS-K, Daesh-K, ou ISKP na sigla em inglês) no Afeganistão, grupo rebelde que reivindicou o atentado terrorista no aeroporto de Cabul. Parece não ter havido “qualquer vítima civil” mas “matámos o alvo” (dois foram mortos, e um foi ferido), segundo o porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos, Bill Urban.
António Conceição - Asneira da grossa. O problema do ocidente (leia-se, dos EUA) tem sido ir para o médio oriente fazer Justiça. É um erro. A nossa estratégia deve ser o fomento das rivalidades islâmicas, deixando que as várias facções se matem fraternalmente umas às outras e se entretenham entre elas. Bombardear o Daesh-K não contribui para esta estratégia. Contribui apenas para enfraquecer este grupo, dando força aos Talibãs. Isto não faz sentido. Só faria, se os talibãs fossem nossos amigos ou aliados. Não são. São nossos inimigos, como o Daesh-K. Portanto, a nossa política sensata é manter equilibrada rivalidade entre esses grupos, sem dar superioridade a nenhum.
David Ribeiro - Como já aqui disse, António Conceição, o Ocidente e especialmente os EUA, ainda não tiraram ilações depois do que aconteceu no Iraque, na Líbia e agora da situação no Afeganistão. Tentar impor um sistema de valores alheio é criar situações explosivas. E não esquecer que na região tudo vai depender, em primeiro lugar, daquilo que decidirem Rússia e China, bem como Paquistão, Irão, Índia e outros países asiáticos.
Chico Gouveia - Já se sabia que os EUA iam sair de lá por terra, mas voltariam pelo ar. Não se esperava é que fosse tão cedo.
Da Mota Veiga Suzette - Já se sabe: guerra gera guerra. Cada vez mais dicicil encontrar um caminho para a paz. A China e os Russos tem um certo interesse neste conflito e esperam conseguir disfarçar uma armadilha para os USA.
Notícias de há momentos... 14h00 de 29ago2021
Segundo a "BBC", uma fonte do Ministério da Saúde confirmou que houve, de facto, uma explosão na área e terá sido causada por um rocket que atingiu uma casa perto do aeroporto. Por sua vez, a agência Reuters avança que os EUA realizaram um ataque aéreo em Cabul. O alvo seria um possível carro-bomba suicida que visava atacar o aeroporto. A "CNN" corrobora esta versão, acrescentando que uma explosão secundária significativa no veículo indicou uma quantidade substancial de material explosivo. Um porta-voz dos talibã também confirmou que o ataque aéreo dos EUA tinha como alvo um bombista-suicida suspeito, que viajava num carro, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP). Posteriormente veio a saber-se que dez pessoas de um bairro de Cabul, incluindo crianças, foram mortas neste ataque de drone dos EUA, tendo Washington afirmado que os combatentes do ISKP eram o alvo.
Al Jazeera, 07h40 de 30ago2021
Cerca de 500 soldados de infantaria motorizada russa estão a realizar exercícios nas montanhas do Tadjiquistão no contexto de instabilidade no vizinho Afeganistão. Todos os militares envolvidos no exercício vêm da base militar russa no Tadjiquistão, segundo informação do comando do Distrito Militar Central. Este exercício é o terceiro executado pela Rússia perto da fronteira com o Afeganistão neste mês. No mês que vem, um bloco de segurança liderado pela Rússia realizará outro exercício no Quirguistão, que abriga uma base aérea militar russa
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