A aplicação de sanções por parte da Lituânia, impedindo o tráfego ferroviário que abastecia o enclave russo de Kaliningrado (incluindo materiais de construção, metais e carvão), pode contribuir para o aumento das hostilidades, que de momento se ficam pelo leste e sul da Ucrânia. Antes que os planos de expansão territorial de Vladimir Putin cheguem a este exclave russo entre a Polónia e a Lituânia, é a altura, mais do que nunca, da diplomacia funcionar. Ou será que a NATO está à espera de um pretexto para declarar guerra à Rússia? Cá para mim e fazendo fé unicamente no que me é dado saber até este momento, este território não é suficientemente relevante para que Washington queira arriscar um conflito direto (ou mesmo nuclear) com Moscovo, pelo que acabará por não interferir.
Contextualizando: Portugal mantém 146 fuzileiros na Lituânia integrados numa força da NATO para garantir segurança às populações face a uma potencial agressão.
O Ministério das Relações Exteriores em Moscovo já disse que "a Rússia se reserva o direito de tomar medidas para proteger seus interesses nacionais". Seja lá o que exatamente isto significa, não é seguramente coisa boa. Esperemos para ver quais serão as ações e quando.
Raul Vaz Osorio - Só para eu perceber: se Putin rouba e bloqueia os cereais ucranianos, tornando uma boa parte do mundo refém de uma possível fome, é a resposta natural às malévolas sanções ocidentais. Se a Lituânia faz uma pequena fracção disso, para lembrar à Rússia que quase todos os jogos se podem jogar com reciprocidade, é uma intolerável provocação e uma horrorosa humilhação ao regime de Putin. É isso? Porque passei o dia a ler e ouvir esta tese.
David Ribeiro - Mas não é essa tesa que aqui se advoga, Raul Vaz Osorio. O que se pretende, ou melhor, o que eu gostaria que acontecesse, é que o mais rápido possível se encontre uma forma de se parar com as agressões às populações e se caminhe para uma paz na região. Se vai haver vencedores e vencidos?... Claro que vai haver e quanto mais tarde a paz for encontrada mais forte será o vencedor e mais fraco será o vencido. A história isto nos ensina.
Raul Vaz Osorio - David Ribeiro toda a gente sã de mente quer que a guerra acabe. Mas a questão é como acaba e o que acontece depois. Qualquer solução que legitime a agressão, irá com toda a probabilidade gerar novas agressões no futuro. E a verdade é que o tempo joga a favor da Ucrânia. Apesar de toda a retórica, a Russia está a esticar a sua capacidade, tanto económica como militar, a limites que não vai poder manter por muito mais tempo.
David Ribeiro - Pois é nisso que não estamos de acordo, caríssimo Raul Vaz Osorio... O "esticar da corda" poderá partir para qualquer uma das partes, mas dificilmente será a favor da Ucrânia, infelizmente.
Raul Vaz Osorio - David Ribeiro não é propriamente uma questão de opiniao. Jâ perderam 10% dos homens que colocaram no terreno, isto 4 meses. Perderam 1/5 dos carros de combate e 1/3 dos tanques que a Rússia possui, gastaram 2 terços da reserva de mísseis e é cada vez mais difícil esconder da sua sociedade jais de 30.000 soldados mortos o que é aproximadamente metade do numero de americanos mortos no Vietnam em 20 ANOS. É claramente um esforço insustentável por muito tempo. E isto para conquistar cidades que só conseguem tomar destruindo-as quase por completo. É uma total insanidade que mesmo uma ditadura como a russa terá extrema dificuldade em manter.
David Ribeiro - Raul Vaz Osorio... E mesmo partindo do princípio que esses números são minimamente verdadeiros (números nas guerras é como as histórias dos caçadores ao fim do dia) ainda pensa que a Ucrânia conseguirá aguentar a coisa por muito mais tempo?
Raul Vaz Osorio - David Ribeiro a Ucrânia não tem alternativa e à medida que começa a chegar material militar pesado e de longo alcance, vai poder virar novamente a maré. A Rússia dificilmente vai poder fazer à Ucrânia pior do que fez até agora. Como disse ontem a Ursula, Putin já perdeu esta guerra.
David Ribeiro - Adorava que as suas afirmações, Raul Vaz Osorio, estivessem perto da realidade, mas tenho sérias dúvidas. O facto de ter feito três guerras - uma na retaguarda, dando instrução a jovens futuros combatentes, uma outra para fazer cair uma ditadura de meio século, e ainda uma outra como “mercenário” na logística de abastecimentos em Luanda - fazem-me ver tudo duma forma não belicista e procurando sempre a PAZ.
Raul Vaz Osorio - David Ribeiro está, em minha opinião, a confundir belicismo com análise objectiva.
David Ribeiro - Raul Vaz Osorio ...estarei, mas tenho muita dificuldade em entender quem prefira uma guerra do que um esforço diplomático, mesmo com perdas que poderão ser desfavoráveis para um Povo, que dos dirigentes políticos não tenho pena nenhuma, sejam eles quem forem.
Raul Vaz Osorio - David Ribeiro sim, Neville Chamberlain também tinha. Depois percebeu, mas já era tarde. E lá voltamos ao mesmo
David Ribeiro - Já agora e ainda sobre este tema, vejam o que diz a Al Jazeera (a tradução é minha e provavelmente não isenta de erros): O embaixador da União Europeia na Rússia diz que o bloqueio da região russa de Kaliningrado está fora de questão, já que o trânsito de mercadorias não sancionadas continua. Markus Ederer foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia depois da Lituânia ter fechado um corredor ferroviário da Rússia para o seu enclave de bens básicos, incluindo materiais de construção, metais e carvão, em resposta às novas sanções da UE que entraram em vigor no sábado. Ederer disse após uma reunião no ministério que pediu à Rússia que resolvesse a questão por meios diplomáticos. E continuando a citar o que vem sido noticiado pela Al Jazeera (uma da mais independentes mídia a cobrir o que se está a passar no leste da Europa): Um aliado próximo do presidente Vladimir Putin, Nikolai Patrushev, chegou ao enclave russo de Kaliningrado para discutir a segurança nacional. A viagem ocorre durante uma disputa entre a Rússia e a Lituânia, membro da NATO, que interrompeu o trânsito de mercadorias sancionadas pela União Europeia para o território russo. Patrushev, o poderoso secretário do Conselho de Segurança da Rússia, presidirá uma reunião sobre segurança no noroeste da Rússia em Kaliningrado. A viagem - que incluiu uma discussão sobre transporte - foi planejada antes de Vilnius proibir o trânsito de mercadorias sancionadas pela UE através do território lituano de e para o exclave, citando as regras de sanção da UE.
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