Os meus sublinhados e apontamentos (III)
pag. 84 e 85 - A segunda dificuldade [no caso da abstenção] prende-se com o tratamento a dar aos ditos indecisos. É que o movimento de decisão dos eleitores é assíncrono e, em alguns casos, arrasta-se até um período posterior ao conhecimento dos candidatos e e das propostas. Por isso é que, nos estudos eleitorais, à mentira da abstenção se soma a dúvida dos indecisos. Estes serão sempre uns 20%, 15%, 10%, - se bem que a tendência seja, naturalmente, para que a sua expressão vá diminuindo à medida que nos aproximamos do momento eleitoral. O que fazem as empresas de estudos de opinião com os indecisos? Escondem-nos. Isto é, desculpando o exagero, pegam neles e transformam-nos em eleitores decididos. Pois se o inquirido tem dúvidas sobre em quem vai votar - embora garanta que tenciona votar, o que também sabemos ser duvidoso -, o investigador não tem dúvidas e vota em seu nome. A distribuição de indecisos é como o bacalhau, são conhecidas cem receitas para o fazer. Mas, tal como o bacalhau, só uma é realmente do meu gosto. A minha distribuição à Gomes de Sá é a proporcional - o que, na prática, significa a anulação da percentagem de indecisos levando as intenções de voto expressas a totalizar 100%. Deixando claro: distribuem-se os indecisos na exata proporção das intenções de voto. Se temos 10% de indecisos e o partido A tem 20% de intenções de voto, com a distribuição de indecisos passa a ter 22%.
pag. .102 e 103 - Pode uma sondagem fazer simultaneamente bem à alma e mal à saúde? Esta pequena história dá-nos uma resposta afirmativa. Estávamos em 1987, decorria mais uma campanha eleitoral para as Legislativas depois de o Governo de maioria simples ter caído no Parlamento. Aníbal Cavaco Silva estava em campanha. É uma daquelas campanhas pesadas, com três ou quatro comícios por dia, que se usavam à época. Havia uma genuína preocupação com a voz do candidato. Aguentaria ela uma agenda tão exigente? Para não correr riscos desnecessários, a equipa da candidatura integrava Manuel Pais Clemente, um otorrinolaringologista de prestígio. Algures na Serra da Estrela, entre Seia e Gouveia, o presidente do PSD fica sem voz. O jornalista Carlos Magno, que faz a reportagem para a Antena 1, antecipa o pior e vai consultar o médico para averiguar da extensão do problema. Ira a campanha ser suspensa? Será aliviada a agenda do candidato que é o principal ativo político do PSD? Pais Clemente descansa o jornalista: trata-se de um problema passageiro, uma emoção. Emoção como?, insiste, insiste, até que: A culpa é da sondagem. De facto, o quartel-general de Cavaco Silva tinha recebido os dados de uma sondagem interna em que pela primeira vez se abria a janela de uma maioria absoluta. Pelos vistos, estes dados tiveram impacto positivo na alma da equipa e negativo na voz do líder. O resultado real foi para além da previsão. O PSD obteve 50,22% de votos expressos. A primeira maioria absoluta de Abril, assinalava o expressivo título do JN: Cavaco quis, pode e manda.
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