Já está a decorrer a Cimeira da NATO em Washington, com Biden, que até agora rejeitou os apelos para se retirar da corrida presidencial, a fazer das alianças tradicionais no exterior a peça central de sua política externa, argumentando que Trump viraria as costas à NATO se retornasse à Casa Branca. Para já uma só coisa há a registar: Zelensky vem mais uma vez pedir "mais defesa aérea" e "caças F-16" e todos nós, os europeus, vamos continuar a pagar tudo isto e o mais que se verá. Estamos em crer que os líderes da NATO mais uma vez não chegarão a oferecer um cronograma garantido para a Ucrânia entrar na aliança, mas apresentarão a Zelensky o que as autoridades consideram de "ponte para a adesão", que supostamente deve estabelecer tarefas específicas, incluindo reformas governamentais, económicas e do estado de direito, que a Ucrânia deve cumprir para se juntar.
Luís Montenegro, falando aos jornalistas na terça-feira [9jul2024], antes de um jantar na residência oficial de Portugal em Washington, acompanhado dos ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e da Defesa Nacional, Nuno Melo, no âmbito da cimeira da NATO que decorre até esta quinta-feira, informou que a ajuda portuguesa à Ucrânia alcançará este ano [2024] um valor superior a 220 milhões de euros [mais 95 milhões de euros que se somam aos 126 milhões já previstos], sendo repetido em 2025.
Paulo Teixeira - Sim a melhor solução é dar rédea solta ao Putin
David Ribeiro - Não se trata de dar "rédea solta" a ninguém, Paulo Teixeira, mas sim de encontrar uma forma de se conviver pacificamente no leste da Europa. E só a mesa de negociações é a solução. Ou acreditas que a Ucrânia vai derrotar a Rússia?
Paulo Teixeira - David Ribeiro acredito que um pais tem de se defender. Acredito que a capitulação so porque aparentemente o outro é mais forte raia a covardia e a falta de valores. Se quero a paz sim. Mas o que farias se a espanha quisesse pr exemplo o distrito se Portalegre? Drsistias so pq eles sao mais fortes?
David Ribeiro - Paulo Teixeira, essa comparação de Espanha e o distrito de Portalegre não tem qualquer sentido. Que eu saiba no distrito de Portalegre não se fala castelhano, não há uma esmagadora maioria de espanhóis, nem nunca os seus habitantes reivindicaram a sua autodeterminação.
Paulo Teixeira - David Ribeiro tens de rever a tua historia. O argumento que usas é o mm dos nazis nos anos 30. E se esta e a tua linha de facto nada mais ha a debatwr
Ao mesmo tempo que se iniciou a Cimeira da Nato em Washington, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, fez na 2.ª e 3.ª feira [8 e 9jul2024] a sua primeira visita à Rússia desde a invasão da Ucrânia, para discutir questões que incluem defesa e acordos de armas.
O antigo primeiro-ministro holandês Mark Rutte foi formalmente escolhido como o próximo secretário-geral da NATO e vai iniciar funções a 1 de outubro, um homem com experiência em lidar com o antigo presidente Donald Trump que muitos esperam que possa manter a aliança unificada face a um turbilhão de desafios, incluindo uma eventual nova presidência de Trump. Há muita gente que espera que a relação passada de Rutte com Trump, de quando lideravam os seus respetivos países, possa dissuadir o antigo presidente dos EUA de minar a Aliança se for reeleito.
Jose Antonio M Macedo - Excelente escolha.
Isabel Sousa Braga - Pescadinha de rabo na boca com a arroz de tomate...... Assim vai a Europa
Castro Ferreira Padrão - Vamos ver... ou será a continuidade?
Antero Filgueiras - Lidar com DT é como lidar com a doméstica: ignora-se tudo o que ela diz.
A “missão de paz” de Viktor Orbán já passou por Kiev, Moscovo e Pequim e continua em Washington, onde o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro defendeu que a a reeleição de Trump abrirá caminho a diálogos para a paz. “Penso que tem de haver um impacto externo muito forte para obrigar [Putin e Zelensky] a negociar, pelo menos. Quem tem hipóteses de o fazer nos próximos tempos? Só o Presidente Trump, se for eleito”, defendeu Peter Szijjarto numa entrevista. A Hungria tem sido a voz crítica do apoio da NATO à Ucrânia, tema que marcou o arranque da cimeira em Washington.
Disse Stoltenberg sobre a adesão da Ucrânia à NATO: "não é uma questão de 'se' mas de 'quando'". Está cá a parecer-me que o ainda secretário-geral da NATO ou não sabe o que diz ou então não nos conta tudo o que sabe.
(Na imagem o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, e a ministra da Defesa da Bélgica, Ludivine Dedonder, perto de um F-16 na base aérea de Melsbroek, perto de Bruxelas, em 28 de maio de 2024)
Primeiro foram os "invenciveis" tanques Leopard de que já há muito não se ouve falar... agora são os 60 aviões de combate F-16 "oferecidos" aos senhores de Kiev pela Bélgica, Dinamarca, Países Baixos e Noruega, mas que poderão levar vários anos até que todos sejam entregues. A primeira aeronave deverá ser entregue até ao fim deste ano, se até lá os pilotos ucranianos terminarem os treinos que estão a receber pelos aliados ocidentais. E a última "novidade", segundo afirmou Serhii Holubtsov, oficial no comando da força aérea das forças armadas ucranianas, “há um número [de F-16] que irá para a Ucrânia e há um certo número de aeronaves que serão armazenadas em bases aéreas seguras, fora da Ucrânia, para que não sejam alvo aqui”. Se não fosse trágica esta guerra era um opereta.
Jorge Veiga - Ouvir o Sr Putin dizer que foi o Ocidente a começar a guerra, nem Opereta é. Parece um filme do Mr Bean.
Adriano Marques - Opereta é ter um Ditador comunista a ameaçar o mundo
David Ribeiro - Adriano Marques, o comunismo há muito acabou na Rússia. Que Putin é um ditador, lá isso é verdade.
Adriano Marques - David Ribeiro o Kremlin é do CHEGA
Isabel Sousa Braga - Adriano Marques quem é comunista?
Adriano Marques - Isabel Sousa Braga eu não sou de certeza...
Luis Barata - Portanto, acha mesmo que é uma opereta!?... Só isso. Por a ridículo planos de defesa de um país, uma nação invadida, mais uma série de países limítrofes e a própria Europa, o Mundo, e assim fácil para si... Já a estratégia da Rússia, ameaçadora, sempre na origem de todos os conflitos mundiais, é uma bela ópera, uma ode majestosa e triunfal!? Que tipo de comentário lhe sobra?
David Ribeiro - O Luis Barata ainda acredita na vitória dos senhores no poder em Kiev?... O que gostaríamos que acontecesse é uma coisa, mas infelizmente muito diferente da realidade no terreno.inação num processo de Paz sequente à guerra, em condições de justiça e equidade. "Never surrender", diz-lhe alguma coisa? David Ribeiro isso dos "senhores do poder em Kiev" significa o quê?
David Ribeiro - Luis Barata... Eu não vivo estados de alma nesta guerra, nem noutras guerras quaisquer. Analiso a situação no terreno com base no que me é dado conhecer e assim construo o meu parecer, tendo sempre como objectivo a PAZ. Quanto aos senhores no poder em Kiev são Zelensky e todos os corruptos que o rodeiam.
Luis Barata - David Ribeiro a culpa é do sr. Zelenski!? Um Lord of the War, ele!? Temos aqui um prisma um bocado marado...
Mário Paiva - Luis Barata, no meio da confusão gostei do "sempre na orígem de todos os conflitos mundiais"... se calhar é porque não deixam que lhes comam as papás na cabeça...
Luis Barata - Mário Paiva ok... recordo-lhe a guerra que instigaram, promoveram e alimentaram nas nossas províncias ultramarinas... Os Portugueses queriam comer as papas na cabeça dos russos!?... É triste existirem pessoas como você, a pensar dessa maneira.
Mário Paiva - Luis Barata, e, já agora, o 25 de Abril... que chatice...
Luis Barata - Mário Paiva pode crer. Perfeitamente escusado. Á conta disso morreram mais uns milhões de pessoas...
Mário Paiva - Quase garantia que o Luis Barata não chegou a tempo de ir defender "as províncias ultramarinas"...
Luis Barata - Mário Paiva pois não. Ainda era liceal. Mas lá estiveram muitos da minha família e muitos amigos, vieram sem nadinha e outros ás postas... Mas cá estamos todos contra os traidores à Pátria e contra quem apoia os russos.
Mário Paiva - Luis Barata, eu também estive lá e não gostei, também não me lembro de ter por lá encontrado os meninos dos DDT, os únicos beneficiarios do nacionalismo que nos venderam... aliás estes continuam por lá, como sempre a sacar o que podem, nenhum veio às postas... Luis Barata, mas, olhe, boas notícias para a sua causa... Ukraine's Controversial Azov Brigade Boasts It's "More Dangerous" As US Lifts Weapons, Training Ban
Luis Barata - Mário Paiva Os seus namorados russos são meiguinhos, portanto... Estes da azov dão-lhes um bocado de trabalho, pelos vistos!
Mário Paiva - UI! Que fino.... O problema dos fundamentalistas é verem tudo maniqueistamente a preto e branco e acharem que quem não lhes apara as causas e desejos tem de estar obrigatóriamente do outro lado do muro... valha-vos a CS monoteísta e controladinha para vos manter felizes...
Corrupção!... um obstáculo sistémico na Ucrânia
Cimeira da Paz na Suíça
Cerca de 90 países e organizações vão participar na Cimeira da Paz na Suíça no fim-de-semana de 15 e 16 de junho, onde Zelensky tentará "impor o seu conceito de paz justa". Com a ausência da Rússia, por não ter sido convidada, está cá a parecer-me que, bem espremidinha, pouco sumo se conseguirá desta tentativa de resolução do conflito.
Jorge De Freitas Monteiro - É como fazer cozido à portuguesa sem carne.
David Ribeiro - Também a China não parece que vá participar nesta cimeira, pelo que não pode ser, no entender do Governo chinês, um esforço sério no sentido de encontrar consensos. “A China sempre insistiu que uma conferência internacional de paz deveria ser apoiada tanto pela Rússia como pela Ucrânia, com a participação igualitária de todas as partes, e que todas as propostas de paz deveriam ser discutidas de forma justa e igualitária. Caso contrário, será difícil para a China desempenhar um papel importante no restabelecimento da paz”, disse um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. A Índia também não irá enviar representantes de alto nível e a Arábia Saudita já disse que não participará, apresentando como justificação a mesma razão que a China.
Luis Barata - David Ribeiro todos a cuidar dos seus interesses. Esta é a verdadeira hipocrisia. E, portanto, 90 estarão errados!?...
David Ribeiro - Uns estarão errados, Luis Barata, e outros a prestar vassalagem aos seus "senhores". Curiosamente quem tem peso político na geoestratégia mundial não deverá estar presente e até Joe Biden não vai comparecer, segundo as últimas notícias.
A relação de “coordenação e cooperação” entre China, Índia e Rússia só se tornará mais robusta. Quem o assegura é o ministro dos Negócios Estrangeiros da China.
Índia e China deverão registar cerca de 50% do crescimento global em 2023. É esta a previsão do Fundo Monetário Internacional. (...) Estes dois países são os principais amigos da Rússia e têm vindo a reforçar a cooperação energética com o Kremlin. Para contornar as sanções, Moscovo tem aumentado consideravelmente a sua relação comercial com Nova Deli e Pequim e exporta agora mais petróleo e gás para a Ásia do que nunca. (...) Os russos conseguiram o feito espantoso de ultrapassar a Arábia Saudita no ranking dos maiores exportadores de petróleo para a China. O quadro é idêntico em relação ao gás. (...) A Coreia do Norte, por exemplo, entrará a breve trecho nesta equação. O presidente chinês veio agora declarar que quer reforçar as relações bilaterais com a Coreia do Norte. Pyongyang não enjeitará o pedido. (...) O Ocidente requer unidade e liderança reforçadas. Os Estados Unidos estão a perder fulgor. A hegemonia norte-americana desvanece a olhos vistos. (...)
Mário Paiva - ...e o Paquistão fez-se de morto e recebeu ontem o primeiro carregamento de petróleo russo a bom preço, mesmo com risco de chatearem o patrão... Cada um sabe de si e do que lhe convém, menos os europeus que parecemos estar à espera de instruções p'ra sabermos o que nos é conveniente...
Jose Bandeira - A Europa é a grande vítima da globalização e aousadia de Putin é apenas a constatação desse facto. Estás pois a confundir as causas com os efeitos: a Europa está num processo de autodestruição que se acelerou exponencialmente no Século XXI. Quanto aos EUA serão sempre os EUA... a dimensão interna e capacidade de empreendedorismo nascida da vontade dos emigrantes europeus desencantados com a Sempre Velha Europa, que são a base da sua estrutura genética, continuarão a fazer o que sempre fizeram.
Fiquei um pouco confuso ao ler esta notícia... mas concordo que a Ucrânia "em vez de visar pessoalmente os oligarcas" deverá preferencialmente efetuar "o reforço da legislação em domínios como a concorrência, a corrupção, a transparência dos mercados públicos, a concentração dos media e o branqueamento de capitais". (JN/Agências em 13jun2023 às 16h00)
Observadores militares americanos e europeus na Ucrânia descreveram os esforços do Exército da Ucrânia nos últimos dois dias como uma “missão suicida” que violou as regras básicas das táticas militares. “Se você quer conduzir uma ofensiva e tem uma dúzia de brigadas e algumas dezenas de tanques, você os concentra e tenta romper. Os ucranianos estão correndo em cinco direções diferentes”, reclamou um alto oficial europeu. (b
É assim que estamos ao 476.º dia do conflito
A Ucrânia relata avanços incrementais contra as forças russas em combates “extremamente ferozes”.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, diz que ainda é cedo na contraofensiva da Ucrânia e muito cedo para saber se será um “ponto de viragem na guerra”.
A Ucrânia diz que um ataque de míssil russo durante a noite matou três pessoas em Odesa e três na região de Donetsk, enquanto a Rússia intensifica sua ofensiva.
A Rússia diz ter repelido forças ucranianas nas linhas de frente ao sul de Donetsk, Zaporizhzhia e Donetsk nas últimas 24 horas e alvejado armazéns de armas ucranianos.
A vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, disse que as tropas obtiveram um sucesso "parcial" em sua contraofensiva, mas as tropas estão envolvidas em batalhas "extremamente ferozes" com as forças russas.
Há minutos no Tweet
Disse-me uma amiga minha, prima da cunhada da cabeleireira de uma empregada do palácio onde vive Vladimir Putin, que a funcionária que tinha encerado as escadas naquele dia, já está detida para averiguações.
O que se tem dito sobre a saúde de Putin
A investigação mais aprofundada sobre a saúde de Putin foi publicada em abril deste ano pelo site de notícias russo Proekt, que usou dados de código aberto para concluir que as viagens do presidente à cidade turística de Sochi, no sul, foram sincronizadas com as de um grande número de médicos, incluindo o especialista de cancro na tiroide Yevgeny Selivanov, cujas visitas a Sochi frequentemente coincidiam com as súbitas ausências de Putin dos olhos do público nos últimos anos. Alega-se que um dos métodos usados por Putin para garantir a longevidade foram os banhos em sangue extraído de chifres de veado na Sibéria, método recomendado pelo seu amigo ministro de Defesa Sergei Shoigu, que é natural daquela região. O semanário francês Paris Match disse em junho deste ano que nas visitas à Arábia Saudita, em 2019, e à França, em 2017, Putin era acompanhado por uma equipa sempre que ia à casa de banho para guardar as suas secreções de forma a que nenhuma potência estrangeira pudesse analisar medicamente as suas fezes e urina. Já a publicação norte-americana Newsweek avançou em junho passado que Putin se tinha submetido a um tratamento para cancro avançado em abril. E o chefe da inteligência militar da Ucrânia, major-general Kyrylo Budanov, em entrevista em meados de maio à Sky News, afirmou, sem provas demonstradas, que Putin sofria de um cancro. O site Proekt também alegou que o Kremlin montou um escritório falso em Sochi, que pretendia parecer-se com a sua residência no subúrbio de Moscovo, para fazer parecer, nas imagens difundidas, que ele estava a trabalhar na capital russa em vez de descansar no resort do Mar Negro.
O Kremlin, através do porta-voz de Putin, Dmity Peskov, negou veementemente todas as alegações de que o presidente está a sofrer algum problema de saúde grave. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, deu uma declaração altamente incomum numa entrevista ao canal de televisão francês TF1, no final de maio, para negar que Putin esteja doente, afirmando: "Eu não acho que as pessoas possam ver sinais de algum tipo de doença ou doença num líder que aparece em público todos os dias". Em recentes aparições públicas, incluindo o Fórum Económico em São Petersburgo, um fórum sobre Pedro, o Grande e uma reunião com o presidente do Turcomenistão Serdar Berdymukhamedov, Putin também não mostrou nenhum sinal de fragilidade física.
Se bem entendi a União Europeia, o G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e a Austrália, ao estabelecerem um teto máximo para o preço do petróleo russo em 60 dólares (cerca de 57 euros) por barril, estão a dizer que vamos passar a comprar o "ouro negro" a quem o vende mais caro. E quanto será esse "mais caro"?... E quem são os potenciais novos vendedores?
Jorge Veiga - os vendedores são os que vão comprar por 60 dolares o barril de petroleo russo. lol e vende-se por 80 ou 90! Bom negócio.
Isabel Gentil Quina - Não entendo o porquê desta guerra … desta matança cega Razões e interesses ?? A UE está se a endividar e depois? Uma falência de estados e nações
Antero Filgueiras - Onde é que o amigo fez o curso de economia? Perdendo o cliente UE a quem é que a Rússia vai vender o petróleo excedente para alimentar a sua facínora máquina de guerra. Ou seja, você acha que o mais saudável é continuar a dar sangue ao vampiro?! Pois!!!!
David Ribeiro - Meu caro Antero Filgueiras, enquanto houver outros compradores - China e Índia - o impacto do limite do preço do petróleo russo transportado por via marítima (o único que está em causa nestas sanções), é diminuto.
O que está em causa neste teto máximo do preço do petróleo russo
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE) as exportações russas para a UE foram de 1,5 milhão de barris por dia em outubro, dos quais 1,1 milhão de barris por dia serão interrompidos quando a proibição da União Europeia, G7 e Austrália, entrar em vigor em 5 de dezembro. Não esquecer que o petróleo que está em causa é unicamente o petróleo russo transportado por via marítima.
Como era de esperar a proclamação por Vladimir Putin da anexação de quatro províncias ucranianas parcialmente ocupadas durante a escalada da invasão da Ucrânia pelas tropas do Kremlin - Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia – e que ontem [sexta-feira 30set2022] foram formalmente declaradas parte da Rússia, ditou o início de uma nova fase deste conflito.
A Ucrânia já afirmou que as suas tropas continuarão a libertar o seu território ocupado pela Rússia e que “nada muda” após esta proclamação de anexação.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse: “A anexação ilegal proclamada por Putin não mudará nada. Todos os territórios ocupados ilegalmente por invasores russos são terras ucranianas e sempre farão parte desta nação soberana”, acrescentando que a comissão estava a propor “um novo pacote de sanções mordazes contra a Rússia”.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, tornou público que as ações recentes da Rússia constituem a escalada mais séria desta guerra de sete meses. “Putin mobilizou centenas de milhares de soldados, comprometidos em irresponsáveis armas nucleares e agora anexou ilegalmente mais território ucraniano. Tudo junto, isto representa a escalada mais séria desde o início da guerra”, disse Stoltenberg à comunicação social. Segundo afirmou a NATO voltou a reafirmar o seu “apoio inabalável” à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia, e não seria impedida de apoiar o país na defesa contra a Rússia.
Disse o presidente Joe Biden: “Não se enganem: estas ações não têm legitimidade. Os Estados Unidos sempre honrarão as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia”, acrescentando que seu país “reunirá a comunidade internacional para denunciar esses movimentos e responsabilizar a Rússia”.
Como era de esperar a Rússia usou o seu veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas para rejeitar um projeto de resolução que buscava condenar as suas anexações do território ucraniano. E até os amigos íntimos de Moscovo, China e Índia, juntamente com Gabão e Brasil, preferiram abster-se em vez de votar contra a resolução que condenava as últimas ações do Kremlin na Ucrânia.
Em comunicado o embaixador de Pequim na ONU, Zhang Jun, disse que, embora “a soberania e a integridade territorial de todos os países devam ser salvaguardadas”, as “legítimas preocupações de segurança” dos países também devem ser levadas a sério. “Ao longo de sete meses de crise na Ucrânia, a crise e seus efeitos colaterais tiveram uma ampla gama de impactos negativos. A perspectiva de uma crise prolongada e ampliada também é preocupante. A China está profundamente preocupada com essa perspectiva”.
Houve um aumento significativo nas importações indianas de petróleo bruto russo.
A Índia é o terceiro maior consumidor de petróleo do mundo e mais de 80% dele é importado. Historicamente, a Rússia não tem sido um grande fornecedor para a Índia. Em janeiro e fevereiro deste ano, a Índia não importou nenhum petróleo bruto da Rússia.
A Índia aproveitou os preços com desconto para aumentar as importações de petróleo da Rússia num momento em que os preços globais da energia estão subindo. Após a invasão da Ucrânia, havia menos compradores para o petróleo bruto dos Urais da Rússia, com alguns governos e empresas estrangeiras decidindo evitar as exportações de energia russas, e seu preço caiu. Os EUA pediram à Índia que não compre muito petróleo russo, embora reconheça que não pode impedir essas compras porque não há sanções secundárias aos países que fazem negócios com a Rússia. O funcionário do Departamento de Estado dos EUA, Amos Hochstein, informou ter dito às autoridades indianas para não "parecer que estejam a aproveitar-se da dor que está sendo sentida nos lares europeus e nos EUA". Embora o preço exato das vendas para a Índia seja desconhecido, "o desconto dos Urais para o petróleo Brent [a referência global] permanece em torno de US$ 30 por barril", diz Matt Smith, analista da Kpler. Esses dois tipos de petróleo normalmente são vendidos a um preço semelhante. Mas como o preço do petróleo dos Urais continuou a cair, a diferença entre eles atingiu um recorde histórico, acrescentou. [BBC by Shruti Menon - 10jun2022]
A Índia é "muleta" da Rússia na exportação de petróleo.
A Diplomacia é um instrumento da política externa, para o estabelecimento e desenvolvimento dos contatos pacíficos entre os governos de diferentes Estados, pelo emprego de intermediários, mutuamente reconhecidos pelas respetivas partes.
Esta 2.ª feira [2mai2022] o presidente turco voltou a convidar os seus homólogos da Rússia e da Ucrânia, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, para uma cimeira na Turquia e garantiu que ambos os países lhe pediram ajuda para poder exportar cereais. "Tanto os ucranianos quanto os russos querem ajuda para exportar cereais", disse Recep Tayyip Erdogan aos órgãos de comunicação social depois de terminar a oração do Ramadão numa mesquita de Istambul.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durante uma visita oficial a Copenhaga, capital da Dinamarca, no dia de ontem [3.ª feira, 3mai2022] apelou a um "cessar-fogo imediato" na Ucrânia e pediu "diálogo e diplomacia para resolver o problema". Desde o início da guerra, a Índia tem sido duramente criticada por adotar uma postura neutral relativamente a este conflito.
Emmanuel Macron, presidente francês, pediu ontem [3.ª feira, 3mai2022] a Putin que "permita" a continuação da retirada de civis da fábrica de Azovstal, em Mariupol. Na chamada telefónica entre os dois chefes de estado, Macron deixou claro que a retirada dos civis deve ser feita "em coordenação com os atores humanitários e deixando que os civis escolham o seu destino, em conformidade com o Direito Internacional humanitário". O pedido surge numa altura em que as tropas russas voltaram a atacar o complexo industrial, de onde só foram retirados 159 civis.
Embora a crise da invasão russa da Ucrânia ainda configure uma situação muito delicada, uma solução diplomática não está, nem pode estar, descartada. Todos aqueles que concordem numa janela crucial para a diplomacia, fazendo a Rússia recuar nas suas ameaças à Ucrânia, são bem-vindos ao diálogo. No passado dia 24 de abril assinalou-se o Dia Internacional do Multilateralismo e da Diplomacia para a Paz, comemoração que enaltece o valor da cooperação internacional para o bem comum. Durante quase 75 anos, os acordos multilaterais estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial ajudaram a evitar um terceiro conflito global. No entanto, tal cooperação não se pode dar como garantida e continuamos a ter conflitos não resolvidos. Todos não somos demais para o diálogo e diplomacia em busca da PAZ.
Hummm!... E estarão todos de acordo?... ao que constam há países que não estão p'raí virados.
Quando a Rússia bloqueou na semana passada a venda de gás à Bulgária e à Polónia e ameaçou outros países que não aceitem pagar as faturas de energias em rublos, o Presidente dos EUA, Joe Biden, disse que não deixará que a Rússia “intimide” os países europeus com ameaças de bloqueio de recursos energéticos. “Não permitiremos que usem as suas reservas de petróleo ou de gás para evitar as consequências da sua agressão. Estamos a trabalhar com outros países, como Japão, Coreia do Sul ou Qatar para ajudar os nossos aliados europeus, ameaçados por essas chantagens”, prometeu Biden. E quanto é que isto vai custar aos bolsos dos europeus? É certo que todos teremos que "pagar" o que está a acontecer no leste europeu, mas há uns que pagarão muito mais do que outros. A continuação desta situação de "guerra" não vai levar a lado nenhum... reúnam-se à volta de uma mesa, dialoguem, pois com a Diplomacia poderá conseguir-se muito mais do que com os canhões.
Li ontem que quer a Rússia quer a Ucrânia estão "à rasca" para exportar os seus cereais e que Erdogan já está a tentar negociar com ambos uma forma de se conseguir fazer sair, via Mar Negro, estas produções, que até já estão a fazer falta em muitos países. É desta forma que se poderá chegar a algo que poderá ir na direção da PAZ.
Ao fim de dia de hoje soube-se que a Hungria rejeitou a proposta de um embargo progressivo da União Europeia (UE) ao petróleo russo nos termos propostos pela Comissão Europeia, alegando que põe em causa a segurança energética do país. A proposta prevê a proibição gradual das importações de petróleo pelos Estados-membros até final deste ano, mas inclui um ano suplementar para Hungria e Eslováquia, dois países altamente dependentes dos hidrocarbonetos russos. “O Governo, nesta forma atual [da proposta], não pode aprovar responsavelmente o novo pacote de sanções”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó, no Uzbequistão, onde se encontra em visita oficial, citado pela agência espanhola EFE. Szijjártó reconheceu que a proposta prevê um ano suplementar para a Hungria eliminar as importações de petróleo russo, mas mesmo assim considerou que “não é tempo suficiente”. O chefe da diplomacia de Budapeste reiterou que o abastecimento energético da Hungria “está atualmente estável” e que o sexto pacote de sanções da UE contra a Rússia iria “afundá-lo completamente”.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta quarta-feira que o seu país não pode aceitar nenhum acordo com Moscovo enquanto as tropas russas permanecerem em território da Ucrânia. "Não aceitaremos um conflito congelado", sublinhou num encontro do Conselho de CEO (presidentes executivos) do The Wall Street Journal, acrescentando que não quer que a Ucrânia seja arrastada para um "lamaçal diplomático" como o acordo de paz para o leste da Ucrânia que foi intermediado pela França e pela Alemanha em 2015.
Jorge Veiga - às vezes mais vale ficar sem dedos... Eles lá sabem.
Manuel Rocha - Estou de acordo com o Presidente Ucraniano, negociação com os assassinos no terreno não é negociação, é "cedência".
David Ribeiro - Pois é, Manuel Rocha... mas por vezes até com os assassinos - e Putin e seus acólitos são assassinos - se tem que negociar. É que o Povo, o mais importante em tudo isto, muito pouco mais poderá aguentar.
Manuel Rocha - David Ribeiro, o Presidente está a seguir a vontade do Povo Ucraniano, aliás... Cedendo, os milhares e milhares de mortos seriam em vão.
David Ribeiro - Espero estar redondamente engando, caríssimo Manuel Rocha, mas a história já me ensinou como é que estas coisas normalmente acabam. É triste, mas o destino da Ucrânia como gostaríamos de o ver, não parece muito viável, a continuarem nesta posição os senhores de Kiev. Ainda agora acabei de ler os comentários feitos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano e vê-se que estão a chegar a um ponto em que já não sabem o que é a diplomacia. "O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, afirmou esta quarta-feira que os Estados-membros da União Europeia que se opõem a um embargo ao petróleo russo são “cúmplices de crimes de guerra."
Manuel Rocha - Com o hitler também deixou de haver diplomacia,tal como agora com o putin.
Teresa Canavarro - David Ribeiro a cedência seria uma rendição e a História também nos ensinou que a negociação com um assassino tem um preço muito alto.
David Ribeiro - E o que é que a minha querida amiga Teresa Canavarro vê como solução?... a continuação de combates até um se render?
Teresa Canavarro - David Ribeiro infelizmente só vejo uma solução. Não ter medo de Putin. É isso implicaria arriscar se calhar a nossa sobrevivência. Terrível, pois. Um bjo.
Arranca hoje na Turquia mais uma ronda de negociações presenciais russo-ucranianas e deverão estender-se até quarta-feira. O facto de Erdogan ter sido, desde o início, um dos mediadores de quem as duas partes desconfiam menos e também pelo facto da Turquia ser membro da NATO, é importante e poderá revelar alguma coisa. Veremos.
O avião que transportava membros da delegação russa aterrou em Istambul a meio da tarde de ontem, para mais uma ronda de negociações, programadas para hoje e amanhã (28 e 29mar2022) em modelo presencial. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia poderá aceitar declarar neutralidade – e, eventualmente, aceitar um compromisso para as áreas reclamadas por separatistas no leste do país – bem como oferecer garantias de segurança à Rússia para garantir a paz “sem demora”. O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou neste mesmo dia de segunda-feira que se reunirá tanto com a delegação ucraniana como com a russa antes de estas iniciarem hoje uma nova ronda de negociações no Palácio Dolmabahce de Istambul. É capaz de sair fumo branco destas negociações... e quem vai ficar bem na fotografia é Erdogan.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, dirigiu-se às delegações ucraniana e russa, que retomam hoje as conversações de paz em Istambul. "Uma paz justa não terá um derrotado. O conflito continua a não beneficiar ninguém", disse o presidente turco, antes do arranque das negociações. No seu discurso, Erdogan sublinhou também o papel da Turquia, considerando que o seu país tem mostrado "uma posição justa" em todas as frentes desde o início da guerra. O presidente turco lembrou as partes que chegou o momento de as negociações "terem resultados concretos", pedindo um "imediato cessar-fogo". Erdogan disse ainda que os eventuais progressos alcançados em Istambul podem abrir caminho ao encontro entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, que a Turquia está também disponível para acolher. "Ambos são amigos de valor", sublinhou o presidente turco.
O oligarca russo Roman Abramovich está presente nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia, que decorrem esta terça-feira, em Istambul. Foi filmado e fotografado por vários órgãos de comunicação no local, sentado ao lado de Ibrahim Kalin, porta-voz de Erdogan, enquanto escuta a tradução das declarações do presidente turco. De referir que esta não é a primeira vez que o dono do Chelsea participa nestas reuniões. De acordo com o Wall Street Journal, Abramovich esteve numa ronda de negociações, que teve lugar em Kiev, no início do mês. O oligarca russo foi um dos que sofreu graves sanções económicas em consequência da invasão à Ucrânia, muito devido à sua ligação a Moscovo e Vladimir Putin, que o levaram a colocar o Chelsea à venda.
O encontro entre as delegações da Ucrânia e da Rússia em Istambul já terminou [12h30 TMG], confirmou a embaixada ucraniana na Turquia e também Ankara. As negociações de paz duraram cerca de quatro horas, com algumas pausas, e ainda não é claro se serão retomadas na quarta-feira. A Ucrânia já apresentou a sua proposta final à Rússia sobre o que entende por neutralidade e aguarda agora uma resposta, segundo indicou um dos negociadores ucranianos, Oleksander Chaly, que falou aos jornalistas no final do encontro que decorreu em Istambul, ao lado do conselheiro presidencial Mykhailo Podolak. De acordo com a fonte ucraniana, se as garantias de segurança funcionarem, Kiev aceita o estatuto neutral. Este estatuto obrigará a que a Ucrânia não adira à NATO ou outras alianças militares e que não haja bases militares estrangeiras no país. Kiev diz que para haver um acordo final com a Rússia tem de haver paz em toda a Ucrânia e ainda que os termos do acordo com Moscovo vão estar sujeitos a referendo. A situação na Crimeia não foi excluída, com a Ucrânia a propor consultas com a Rússia sobre o estatuto da região, que foi anexada por Moscovo em 2014, durante os próximos 15 anos. Quanto às garantias de segurança, além da Turquia ser apontada como o principal aliado neste capítulo, também Israel, Polónia e Canadá podem estar entre os países que assegurarão as condições necessárias de segurança ao abrigo de um novo sistema. A Ucrânia adiantou ainda que houve desenvolvimentos suficientes para que Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin se possam reunir presencialmente. O negociador e alto responsável do Kremlin, Vladimir Medinsky, confirmou que as conversações foram construtivas, que vão agora olhar para as propostas ucranianas e apresentá-las a Putin. No entanto, para que os dois presidentes se encontrem será necessário um acordo assinado entre os ministros dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov e Dmytro Kuleba. O vice-ministro russo da Defesa, Alexander Fomin, anunciou que as tropas russas vão "reduzir radicalmente" as atividades militares em Kiev e Chernihiv, na sequência das negociações de paz. Fomin pediu também à Ucrânia para cumprir as Convenções de Genebra sobre prisioneiros de guerra.
Carlos Miguel Sousa - Oxalá esta gente se entenda.
David Ribeiro - Já parece haver uma ténue luz ao fundo do túnel... e o Erdogan a ficar bem na fotografia.
Carlos Miguel Sousa - O Erdogan, posiciona-se sempre como a principal potência regional. E tem sido inteligente nessa estratégia.
As negociações de paz entre as delegações da Ucrânia e da Rússia que se encontram em Istambul não prosseguem amanhã, adiantou o ministério turco dos Negócios Estrangeiros, dando o encontro de hoje como concluído.
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Numa altura em que não é clara a posição da China relativamente ao apoio militar à Rússia na guerra com a Ucrânia, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros disse ontem [2.ª feira, 28mar2022] que as relações entre os dois países nunca estiveram tão fortes. O tema não foi, no entanto, aprofundado por Sergei Lavrov, que respondia aos jornalistas sobre como a Rússia estava a reagir às sanções internacionais, sabendo-se desde já que Pequim recusou aplicar sanções económicas a Moscovo. "As nossas relações com a China estão mais fortes do que nunca. A nossa parceria estratégica privilegiada com a Índia está a crescer. Também temos laços com a maior parte do Médio Oriente, com os países latinos e africanos", apontou Lavrov.
João Fernando Ramos, enviado especial da CNN Portugal a Lviv
O “Obelix” da Ucrânia
Conheci hoje o Iaroslav.
Estava sentado na entrada da aldeia de Nova Camianka, junto a uma proteção muito musculada da sede do poder local. A aldeia fica a uns quarenta quilómetros de Lviv, perdida no meio da imensidão dos campos desta região. Chegámos lá por uma estrada de terra, depois de termos contornado uma barreira cheia de sacos de areia e de blocos de betão, mas sem ninguém de guarda.
As pessoas ficam muito desconfiadas com a chegada de estrangeiros. Ninguém fala inglês e só o nosso tradutor consegue quebrar o medo com a insistência de que somos portugueses e que vimos por bem.
Só restam os velhos, algumas mulheres e muitas crianças. Estão aqui no colo dos avós, muito mais seguras do que nas cidades. Quem vive ali acredita nisso. Não lhes disse nada em contrário, mas não me tranquiliza deixar o meu novo amigo Iaroslav, mesmo com os seus 180 quilos, com a missão de defender aquela terra de caçadeira em punho e, se necessário, a correr russos à paulada. Este país tem um contraste imenso entre as cidades e o campo. O desenvolvimento tarda em chegar aqui e esta guerra vai ainda causar mais problemas para quem ainda resiste. Os tratores são da primeira geração de máquinas agrícolas. O transporte de estrumes e adubos é feito ainda de burro e as bicicletas servem para novos e velhos se aventurarem naqueles caminhos poeirentos com sacos e pertences.
A conversa com Iaroslav foi deliciosa, mesmo com uma tradução muito incompleta pelo meio. Acabámos sentados numa mesa com eles a partilharem o melhor que tinham, ao ritmo de copinhos de vodka ucraniano. Falta quase tudo aqui e estas pessoas vivem do que a terra dá - mesmo assim partilham. Iaroslav contou os dias e as noites em que partiram brigadas da aldeia com sopa e agasalhos para os milhares de refugiados que passavam por ali. Ele optou por ficar, com a aldeia, mas também com a família. Na mesa juntaram-se a senhora Iaroslav e a filha. Entraram logo naquela conversa com gestos e sorrisos que nos afastou a todos do temor de um qualquer ataque surpresa.
Brindámos à paz, à Ucrânia e a Portugal.
Não sei se o vou voltar a ver, mas ficará nas doces memórias de uns dias terríveis como o nosso Obelix, que não desiste, mesmo quando só tem as mãos para lutar.
Mais três da série "Rússia invade Ucrânia"
O facto da Turquia por razões de segurança ter transferido na passada sexta-feira [11mar2022] a sua embaixada de Kiev para Chernivtsi, perto da fronteira com a Roménia, indica que há fortes indícios de um aumento de ações bélicas por parte das tropas russas na capital ucraniana. A situação da Turquia na geopolítica da região é, no mínimo, complicada. Logo no início da invasão russa da Ucrânia, Erdogan teve palavras muito duras para com Vladimir Putin, afirmando que a invasão russa era “inaceitável” e ilegal à luz do direito internacional. Mas o peso da Rússia sobre a Turquia é visível a vários níveis: os russos estão a construir a primeira central nuclear turca; são o principal mercado turístico da Turquia; fornece 40% do gás natural importado pela Turquia, através de dois gasodutos através do Mar Negro que ligam diretamente os dois países; e, recentemente, Moscovo vendeu a Ancara mísseis S400, que causaram discórdia no seio da NATO, da qual a Turquia é membro. Mas não se pode esquecer que durante uma visita de Erdogan a Kiev, para além de um acordo de comércio livre, foram assinados vários acordos militares, nomeadamente a venda de fragatas turcas e o estabelecimento de uma fábrica para produção de drones turcos na Ucrânia. Há ainda um trunfo que a Turquia já jogou em fevereiro último ao fechar o Estreito do Bósforo à passagem de barcos russos, depois de ter mantido alguma ambiguidade em relação a esta questão. A diplomacia de Ancara vai ter muito trabalho perante este equilíbrio delicado.
Na manhã de ontem [domingo, 13mar2022] muitas ambulâncias com as sirenes ligadas foram vistas a caminho da instalação militar de Yavoriv [Centro Internacional para a Manutenção da Paz e Segurança] depois de um ataque com mais de 30 mísseis de cruzeiro russos. A base militar, especializada em treinos de soldados para missões de manutenção de paz, fica a cerca de 25 kms da fronteira com a Polónia. O Ministro da Defesa da Ucrânia diz que instrutores militares estrangeiros trabalham neste centro militar de Yavoriv. Estes ataques aéreos russos a uma base militar perto da cidade de Lviv, no Noroeste, ocorrem num momento em que as forças russas estão a expandir a sua ofensiva no Oeste da Ucrânia e quando o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Ryabkov, afirmou que carregamentos de armas ocidentais para a Ucrânia seriam “alvos legítimos” para as forças do Kremlin. Aliados da Ucrânia, incluindo Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, estão a enviar com urgência milhares de mísseis antitanque e antiaéreos para Kiev em resposta à agressão de Moscovo. Ryabkov disse que a Rússia "avisou os EUA de que fornecer armas não é apenas um movimento perigoso, é uma ação que torna esses carregamentos alvos legítimos". Segundo a comunicação social portuguesa [tarde de 13mar2022] havia dois ou mesmo quatro portugueses nesta base militar, que tinham saído de Vila Nova de Gaia para se incorporarem nas forças ucranianas e que até ao momento se encontram incontactáveis. O Ministério da Defesa da Rússia confirmou o ataque à base militar de Yavoriv e diz que o fez porque as instalações estava a ser usada para armazenar o "equipamento militar que foi entregue pelas Nações estrangeiras".
Ao início da noite de domingo [13mar2022] soube-se que os quatro portugueses e o luso-ucraniano que estavam na base militar de Yaroviv estão todos bem de saúde. A informação foi avançada por um familiar.
Não deverá ter nada a ver com o conflito Rússia-Ucrânia, mas...
Pelo menos doze mísseis caíram na madrugada deste domingo [13mar2022] em Erbil, no norte do Iraque. A informação foi avançada pela agência Reuters, que cita a agência de notícias daquele país, a INA, e entretanto foi confirmada pelo governador da região. Erbil é a capital da região do Curdistão, a quarta maior cidade do Iraque, depois de Bagdá, Baçorá e Mossul. Os projéteis caíram perto do consulado dos Estados Unidos na zona e foram disparados a partir do Irão, segundo avança a agência Reuters. De acordo com a mesma agência, um oficial dos Estados Unidos garantiu que não houve danos registados nas infraestruturas militares do país. O ministro da Saúde do Curdistão afirma que não há vítimas a registar do incidente. O diretor-executivo do Observatório para os Direitos Humanos do Iraque tem partilhado várias imagens do ataque, que também atingiu a redação do canal Kurdistan 24 Channel. O Corpo da Guarda Revolucionária do Irão (IRGC) assumiu a responsabilidade pelos ataques com mísseis balísticos à capital regional curda do norte do Iraque, Erbil. Estas forças de elite num comunicado divulgado no domingo [13mar2022] disseram que visavam o “centro estratégico” israelita no país. “Qualquer repetição de ataques de Israel será recebida com uma resposta dura, decisiva e destrutiva”, disse o comunicado, referindo-se aos dois membros iranianos do IRGC que Israel matou no início desta semana na Síria, um aliado próximo de Teerão.
10h52 de 13mar2022 - "Tendo em conta a rápida deterioração da situação de segurança na Ucrânia, incluindo os ataques nas partes ocidentais do país, foi decidido que a Embaixada da Índia na Ucrânia será transferida temporariamente para a Polónia", lê-se no site do MNE da Índia. A Índia é um dos paíse que têm tido posição ambígua quanto à guerra. Absteve-se na votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenou a Rússia pela invasão e tem apelado ao diálogo sem criticar o regime de Putin. Mostrou também disponibilidade para procurar canais alternativos para o comércio bilateral, face às sanções impostas a Moscovo.
E no meio de tantos "tiros, bombas e murros nas trombas" a Gazprom lá vai vendendo o seu produto
06h52 de 14mar2022 - Reuters
A Índia está a considerer comprar petróleo e outros bens à Rússia em pagamentos via rublos ou rupias moedas russa e indiana, respetivamente. Esta poderá ser uma forma de a Rússia continuar a obter rendimentos, numa altura em que se estende largamente o boicote financeiro à economia russa.
08h39 de 14mar2022 - Al Jazeera
"Ainda se pode sentir o cheiro de queimado", disse Imran Khan, correspondente da Al Jazeera, observando o ataque que destruiu a frente e a parte de trás da estrutura de nove andares, numa zona residencial de Kiev na madrugada de hoje. “Vimos pessoas voltando aqui em lágrimas, apenas olhando para o prédio, suas casas que foram completamente destruídas”. “É uma área residencial. Há um campo de futebol [muito perto do prédio], não há alvo militar em nenhum lugar aqui”. A fábrica de aviões Antonov na capital ucranianna também foi um dos alvos dos bombardeamentos desta madrugada. 11h16 de 14mar2022 - EFE
É verdade que já estava programada esta concentração de tropas na Noruega... mas também é verdade que o seguro morreu de velho. 14h42 de 14mar2022 - Ucrânia e Rússia voltaram à mesa de negociações, mas desta vez em formato de videoconferência. As conversações acabaram por ser suspensas e serão retomadas na terça-feira. "Foi feita uma pausa técnica nas negociações até amanhã. Para trabalho adicional nos subgrupos de trabalho e esclarecimento de definições individuais. As negociações continuam...", anunciou Mykhailo Podoliak, negociador e conselheiro do presidente da Ucrânia.
15h34 de 14mar2022 - O primeiro-ministro da Ucrânia pediu a expulsão imediata da Rússia do Conselho da Europa. Denys Shmyhal falava precisamente no Conselho da Europa, onde se dirige aos representantes dos Estados-membros da União Europeia.
15h43 de 14mar2022 - Os ministros da Defesa dos países que fazem parte da NATO vão reunir-se na próxima quarta-feira. A informação foi avançada pelo responsável da tutela turca, citado pela agência Reuters.
17h32 de 14mar2022 - Um ataque com mísseis a uma torre de transmissão no norte da Ucrânia matou pelo menos nove pessoas e deixou outras nove feridas, segundo uma autoridade local. Vitaliy Koval, autarca da região de Rivne, adiantou que a torre e uma propriedade administrativa próxima foram atingidas por dois mísseis separados. "Ainda há pessoas sob os escombros", acrescentou.
Conselho de Estado - 14mar2022 - Situação na Ucrânia
O Conselho de Estado condenou hoje unanimemente a agressão da Federação Russa à Ucrânia, anunciou o Presidente da República, no fim de uma reunião deste órgão político de consulta a que faltaram quatro conselheiros (Domingos Abrantes, do PCP; Carlos César, do PS; Rui Rio, líder do PSD; Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira).
“Nós, em Portugal, temos feito exatamente o que devíamos e deveremos continuar a fazer. Condenámos o que praticamente todos viriam a condenar, e condenámos muito antes da maior parte desses todos. E ainda hoje condenámos unanimemente no Conselho de Estado”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa perante a comunicação social, no Palácio da Cidadela de Cascais, no distrito de Lisboa.
Uma GRANDE MULHER a produtora Marina Ovsyannikova da televisão estatal Russia-1 que interrompeu a emissão que estava a ser conduzida pela colega Ekaterina Andreeva, exibindo um cartaz por trás da pivot, que dizia "Não à guerra. Não acreditem em propaganda. Eles estão a mentir. Parem a guerra".
A Tass, principal agência noticiosa estatal, não ignorou o audacioso protesto. Informou sobre o caso e imediatamente fez saber que a mulher que arvorara o cartaz enfrenta “acusações administrativas”.
A Ministra das Relações Exteriores holandesa, Sigrid Kaag, acaba de se demitir do cargo na última quinta-feira (16set), após ter recebido fortes críticas do parlamento sobre a forma como tratou a crise afegã, agindo demasiado tarde relativamente à evacuação dos funcionários da embaixada dos Países Baixos em Cabul, deixando-os em "grave perigo" quando os militantes Talibã tomaram o controle do Afeganistão.
Um dia após a saída da ministra das Relações Exteriores da Holanda a Ministra da Defesa holandesa também renunciou, devido à forma como o governo lidou com as evacuações do Afeganistão.
A comunidade internacional não deve legitimar o governo dos Talibã antes que este demonstre que respeitará os direitos humanos de todos os afegãos.
Não há dúvida que o controle dos Talibã sobre todo o Afeganistão vai remodelar o Oriente Médio por muitos anos e já podemos considerar que foi uma vitória do Paquistão e um novo âmbito de oportunidades para a China, enquanto o papel dos EUA passará a ser mínimo. Se houver uma luta geopolítica pelo Afeganistão, vamos ver o Paquistão e a China de um lado e a Índia, o Irão e a Rússia do outro.
Desde que os Talibã reivindicaram "controle total" sobre o Vale Panjshir no nordeste do Afeganistão no início deste mês, o grupo tem vindo a ser acusado de "atrocidades generalizadas", forçando muitos afegãos a fugir da província, o último enclave remanescente de resistência contra o governo instalado em Cabul.
Contado ninguém acredita… mas é verdade: Os governantes Talibã do Afeganistão criaram um ministério para a "Propagação da Virtude e a Prevenção do Vício" no prédio que antes abrigava o Ministério dos Assuntos da Mulher.
Segundo meios de comunicação social iranianos duas explosões atingiram hoje (18set2021) a capital do Afeganistão, uma das quais deixou várias pessoas feridas. A primeira explosão ocorreu em Dasht-e-Barchi, um distrito de Cabul, provocando vários feridos. A segunda explosão registrou-se num outro bairro do mesmo distrito e, por enquanto, não há informações sobre feridos.
Os afegãos que fugiram para o Paquistão enfrentam futuro incerto. O Paquistão já disse que não pode receber mais refugiados e começou a deportar os recém-chegados de volta ao Afeganistão.
JN, 20set2021 às 11h42
Lusa, 31ago2021 às 15h49
Aqui estão os cinco principais desafios que o novo regime afegão enfrenta.
1. Défice de confiança - Há uma suspeita generalizada entre a população urbana e educada sobre os Talibã e com boas razões. Muitos afegãos ainda se lembram do período 1996-2001, quando o movimento islamita estava no poder e aplicava uma leitura ultrarrigorosa da 'sharia', a lei islâmica. As mulheres não eram autorizadas a trabalhar e as escolas para raparigas foram fechadas, enquanto os opositores políticos foram executados e as minorias étnicas perseguidas. Vinte anos mais tarde, os Talibã dizem que pretendem prosseguir uma política diferente, inclusive em matéria de direitos da mulher. Prometeram também estabelecer um Governo inclusivo, entrando em contacto com o ex-Presidente Hamid Karzai. Enviaram também representantes para falar com a minoria predominantemente xiita Hazara, perseguida pelos Talibã nos anos 1990. Embora o regresso dos Talibã tenha sido acolhido com alívio em algumas zonas rurais do país, onde as pessoas querem, acima de tudo, acabar com a violência, muitos afegãos afirmaram querer primeiro ver as ações adotadas para depois fazer um julgamento. As mulheres permanecem em estado de alerta, na sua maioria enclausuradas em casa, um sinal da desconfiança generalizada. No vale de Panchir, a nordeste de Cabul, foi organizada uma verdadeira resistência em torno de Ahmad Massoud, filho do comandante Ahmed Shah Massou, assassinado em 2001 pela Al-Qaeda.
2. Desastre humanitário e económico - O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo. Após a queda do regime talibã, expulso do poder em 2001, a ajuda estrangeira inundou o país, representando, em 2020, mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas grande parte desta ajuda foi agora suspensa e os Talibã não têm acesso aos fundos do banco central afegão, a maioria dos quais está no estrangeiro. Washington já indicou que os Talibã não terão acesso aos bens e valores que estão no país, enquanto a Alemanha suspendeu a ajuda financeira total. Portanto, a situação poderá tornar-se num desastre, já que os Talibã terão de encontrar rapidamente dinheiro para pagar os salários dos funcionários públicos e assegurar que as infraestruturas vitais (água, eletricidade, comunicações) continuam a funcionar. As receitas atuais dos Talibã, que provêm principalmente de atividades criminosas, são estimadas pelas Nações Unidas entre 250 milhões e mais de 1,3 mil milhões de euros por ano. Um ganho financeiro que é visto como uma gota no oceano face às necessidades atuais do Afeganistão, segundo os especialistas. Neste contexto, a ONU alertou para uma "catástrofe humanitária" que poderá atingir duramente os afegãos neste inverno.
3. Fuga de cérebros - Para além da crise económica, os Talibã também terão de lidar com outra escassez, igualmente crítica e dramática: a de cérebros. Advogados, funcionários públicos, técnicos e muitos outros afegãos qualificados têm fugido do país em voos de retirada fretados por potências estrangeiras nas últimas semanas. Como sinal da sua preocupação, os Talibã instaram na semana passada os ocidentais a retirar apenas os estrangeiros e não os peritos afegãos, como por exemplo os engenheiros, necessários para a manutenção das infraestruturas do país.
4. Isolamento diplomático - Entre 1996 e 2001, o regime Talibã foi um pária na cena internacional. Desta vez, o movimento islamita parece inclinado a procurar um amplo reconhecimento no estrangeiro, embora a maioria dos países tenha suspendido ou encerrado as missões diplomáticas em Cabul. O grupo tem mantido contactos com várias potências regionais, incluindo Paquistão, Irão, Rússia, China e Qatar, mas nenhum deles reconheceu ainda a nova liderança em Cabul e os EUA advertiram que os Talibã terão "de conquistar" a sua legitimidade.
5. Ameaça terrorista - A tomada de controlo do país pelos Talibã não colocou um ponto final à ameaça terrorista, como ficou demonstrado pelo ataque de 26 de agosto, numa zona próxima do aeroporto de Cabul, reivindicado pela filial local do Estado Islâmico. O Estado Islâmico de Khorasan (ISPK), que segue uma linha sunita radical semelhante à dos Talibã, difere destes últimos em termos de teologia e estratégia. Como sinal da forte inimizade entre ambos, o Estado Islâmico qualificou os Talibã como apóstatas em vários comunicados e não os felicitou após a conquista de Cabul, em 15 de agosto. O desafio para os Talibã é, portanto, complexo: defender a população afegã do mesmo tipo de ataques que os seus próprios combatentes levam a cabo há anos no país.
Al Jazeera, 31ago2021 às 18h15
O novo governo do Afeganistão será anunciado nos próximos dias.
Al Jazeera, 31ago2021 às 20h05
Querem uma apostinha como não tarda muito e a Índia reconhece oficialmente o governo Talibã no Afeganistão?... E se assim for quem “perde a corrida” é o Paquistão.
Jorge De Freitas Monteiro - Nada é impossível por aquelas paragens mas a Índia foi dos países que mais apoiou a ocupação…
David Ribeiro - Eu também achei estranho os indianos serem os primeiros a fazerem reuniões com os Talibã, Jorge De Freitas Monteiro... mas é capaz de ser uma forma da Índia "passar a perna" ao Paquistão.
Wakil Kohsar da AFP News Agency fotografou os membros da unidade das forças especiais Badri 313 dos Talibã a chegarem ao aeroporto de Cabul a 31 de agosto de 2021, depois da retirada total das tropas dos EUA.
AFP News Agency
Cronologia dos principais acontecimentos no Afeganistão, desde a ocupação soviética até à derrota dos EUA.
Zabihullah Mujahid... o "Talibã 2.0".
“We want to build the future, and forget what happened in the past."
Al Jazeera, notícia de 08fev2021
E agora como estará o combate à pandemia no Afeganistão? Situação da pandemia no Afeganistão (dados reportados à Organização Mundial da Saúde de 03jan2020 a 01set2021).
Reuters, 02set2021 às 16h06
O secretário de relações exteriores britânico, Dominic Raab, afirmou hoje, durante uma missão diplomática em Doha, que “a realidade é que não reconheceremos os Talibã em nenhum momento num futuro previsível, mas acho que há um espaço importante para engajamento e diálogo”.
Al Jazeera, 02set2021 às 19h57
A maior empresa de transferência de dinheiro do mundo vai retomar os seus serviços para o Afeganistão depois de ter suspendido a sua operação há duas semanas, quando os Talibã avançaram em Cabul.
JN, 02set2021 às 22h18
Militares portugueses partem para o Kosovo para cooperar com forças de outras nações, no campo Bechtel, um alojamento temporário para a operação de apoio aos cidadãos civis afegãos retirados de Cabul e que aguardam para serem recolocados em vários países de acolhimento.
Num artigo de Ana Tulha publicado no “Notícias Magazine” de 25ago2021, Jorge Torres, coronel do Exército português que no último ano foi o Representante Nacional Sénior na Resolute Support Mission, missão da NATO no Afeganistão que tinha como principais objetivos o treino, aconselhamento e assistência das forças afegãs, começa por realçar que de 2012 (primeira vez em que esteve no Afeganistão) para 2020 notou “uma evolução em termos de capacitação das forças afegãs”. Mas então como se explica que não tenham sequer sido uma posição de resistência? O atual comandante do Regimento de Infantaria 19, em Chaves, não responde diretamente à questão. Destaca, no entanto, vários aspetos que nos podem ajudar a uma leitura mais profunda. Desde logo a viragem que houve em 2014. “Até aí houve um enorme esforço feito pela comunidade internacional, no sentido de garantir que havia um ambiente seguro para que as instituições do país se levantassem e consolidassem. A partir desse ano, a liderança passou para os afegãos e a comunidade internacional passou apenas a apoiar essas estruturas. Além disso, a parte do treino e levantamento do Exército foi considerada consolidada e o trabalho passou a focar-se mais no treino das forças especiais. Depois, é preciso ver que a capacidade de um exército não é só o músculo, há outros vetores não tangíveis que são fundamentais. Um deles é a capacidade de liderança.”
O Ocidente e especialmente os EUA, devem tirar ilações depois do que aconteceu no Iraque, na Líbia e agora da situação no Afeganistão. Tentar impor um sistema de valores alheio é criar situações explosivas. Há muito que se falava que os representantes do governo do Afeganistão colocavam no bolso parte da assistência internacional ou a enviavam para contas offshore. Mas insistiu-se em “apoiar” um governo corrupto e “equipar” e “treinar” forças da ordem que se borrifavam para aquilo para que tinham sido criadas. E agora?... Tudo vai depender, em primeiro lugar, daquilo que decidirem Rússia e China, bem como Paquistão, Irão, Índia e outros países asiáticos.
Os Estados Unidos anunciaram ontem (28ago2021) terem realizado um ataque aéreo com drone, na província afegã de Nangarhar [leste], contra membros do grupo jiadista Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISIS-K, Daesh-K, ou ISKP na sigla em inglês) no Afeganistão, grupo rebelde que reivindicou o atentado terrorista no aeroporto de Cabul. Parece não ter havido “qualquer vítima civil” mas “matámos o alvo” (dois foram mortos, e um foi ferido), segundo o porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos, Bill Urban.
António Conceição - Asneira da grossa. O problema do ocidente (leia-se, dos EUA) tem sido ir para o médio oriente fazer Justiça. É um erro. A nossa estratégia deve ser o fomento das rivalidades islâmicas, deixando que as várias facções se matem fraternalmente umas às outras e se entretenham entre elas. Bombardear o Daesh-K não contribui para esta estratégia. Contribui apenas para enfraquecer este grupo, dando força aos Talibãs. Isto não faz sentido. Só faria, se os talibãs fossem nossos amigos ou aliados. Não são. São nossos inimigos, como o Daesh-K. Portanto, a nossa política sensata é manter equilibrada rivalidade entre esses grupos, sem dar superioridade a nenhum.
David Ribeiro - Como já aqui disse, António Conceição, o Ocidente e especialmente os EUA, ainda não tiraram ilações depois do que aconteceu no Iraque, na Líbia e agora da situação no Afeganistão. Tentar impor um sistema de valores alheio é criar situações explosivas. E não esquecer que na região tudo vai depender, em primeiro lugar, daquilo que decidirem Rússia e China, bem como Paquistão, Irão, Índia e outros países asiáticos.
Chico Gouveia - Já se sabia que os EUA iam sair de lá por terra, mas voltariam pelo ar. Não se esperava é que fosse tão cedo.
Da Mota Veiga Suzette - Já se sabe: guerra gera guerra. Cada vez mais dicicil encontrar um caminho para a paz. A China e os Russos tem um certo interesse neste conflito e esperam conseguir disfarçar uma armadilha para os USA.
Notícias de há momentos... 14h00 de 29ago2021
Segundo a "BBC", uma fonte do Ministério da Saúde confirmou que houve, de facto, uma explosão na área e terá sido causada por um rocket que atingiu uma casa perto do aeroporto. Por sua vez, a agência Reuters avança que os EUA realizaram um ataque aéreo em Cabul. O alvo seria um possível carro-bomba suicida que visava atacar o aeroporto. A "CNN" corrobora esta versão, acrescentando que uma explosão secundária significativa no veículo indicou uma quantidade substancial de material explosivo. Um porta-voz dos talibã também confirmou que o ataque aéreo dos EUA tinha como alvo um bombista-suicida suspeito, que viajava num carro, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP). Posteriormente veio a saber-se que dez pessoas de um bairro de Cabul, incluindo crianças, foram mortas neste ataque de drone dos EUA, tendo Washington afirmado que os combatentes do ISKP eram o alvo.
Al Jazeera, 07h40 de 30ago2021
Cerca de 500 soldados de infantaria motorizada russa estão a realizar exercícios nas montanhas do Tadjiquistão no contexto de instabilidade no vizinho Afeganistão. Todos os militares envolvidos no exercício vêm da base militar russa no Tadjiquistão, segundo informação do comando do Distrito Militar Central. Este exercício é o terceiro executado pela Rússia perto da fronteira com o Afeganistão neste mês. No mês que vem, um bloco de segurança liderado pela Rússia realizará outro exercício no Quirguistão, que abriga uma base aérea militar russa
Faz hoje 10 anos que um grande sismo submarino (conhecido pela comunidade científica como o terramoto de Sumatra-Andaman) ocorreu no Oceano Índico, mais precisamente na costa oeste de Sumatra, na Indonésia. Seguiu-se uma séria de tsunamis devastadores ao longo das costas da maioria dos continentes banhados pelo Oceano Índico, matando mais de 220.000 pessoas em catorze países diferentes e inundando comunidades costeiras com ondas de até 30 metros de altura. É, até hoje, o mais mortal desastre natural da história. Em número de vítimas, a Indonésia foi o país mais atingido, seguida pelo Sri Lanka, Índia e Tailândia.
Países há muito tempo assumidos como potências nucleares são os EUA, a Rússia, o Reino Unido, a França, a República Popular da China, a Índia, o Paquistão e Israel. Depois há aqueles que estão considerados como “em fase de desenvolvimento de armas nucleares” ou mesmo já as possuindo sem o assumirem, como é o caso da Coreia do Norte e do Irão. E antes que países como o Iraque, o Egipto, a Arábia Saudita e a Turquia iniciem uma corrida a armamentos deste tipo, é tempo do Conselho de Segurança das Nações Unidas impor sanções severas aos que estão a desenvolver armas nucleares e criar zonas livres, já que o completo desmantelamento deste tipo de armamento não será facilmente exequível.
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