Ontem à noite fui assistir ao lançamento no Porto do livro "Abril pelas Direitas" que se realizou no Teatro da Cooperativa do Povo Portuense (Rua de Camões, 578). Gosto de estar informado e para mim o importante era saber até onde vão estas "Direitas". Mas nunca pensei que ainda houvesse quem defende-se o "nacionalismo revolucionário" do extinto Partido do Progresso / Movimento Federalista Português. Tenho que continuar com a minha linha vermelha, não só à esquerda mas também à direita.
David Almeida - David Ribeiro saudosismos à parte, uma noite profícua com vistas alargadas e às direitas... também, genericamente, gostei do que ouvi!
Frederico Nunes da Silva - David Almeida o José Valle de Figueiredo deixou bem clara a sua oposição - pela direita, até com risco pessoal, ao anterior regime. Não há saudosismo nenhum pois ele nunca viu o seu projecto implementado.
David Ribeiro - Nunca fui militante do PPD/PSD ou do CDS, mas a forma como José Vale de Figueiredo (*) tratou estes dois partidos integrantes da Assembleia Constituinte de 1975 fez-me uma forte comichão nas meninges.
(*) José Vale Figueiredo é um conhecido monárquico da Liga Popular Monárquica e ex-membro da ANP, organização política do final do regime ditatorial do Estado Novo.
Frederico Nunes da Silva - David Ribeiro o CDS e PPD funcionaram como um tampão à direita à área política do José Valle. Porque é que ele ia gostar deles?
David Ribeiro - Frederico Nunes da Silva, conheci bem esta criatura nos finais do meu serviço militar no Batalhão de Engenharia n.º 3 em Santa Margarida, quando eu mantinha uma grande ligação política ao Tenente Coronel Fisher Lopes Pires, membro da Junta de Salvação Nacional (JSN) e Conselheiro da Revolução.
Como estão a decorrer as audiências dos partidos com o PR
A vários partidos que já foram a Belém em audiências depois das eleições legislativas, o Presidente da República mostrou que está preocupado com a estabilidade do país e de como o país pode ficar dependente da imprevisibilidade de André Ventura, não abrindo o jogo sobre quem acha que deveria viabilizar Montenegro. Para já, PAN e Livre querem nova ronda de conversas, BE e PCP assumem oposição e IL diz estar disponível a contribuir para a estabilidade, mas à partida avaliará propostas da AD “caso a caso”.
Celio Alves - Até ao dia 15 tinham chegado 291.915 subscritos com votos e é bem possível que, a média de 30 mil dia a manter-se até às 19 horas do dia 20 possa levar isto para cerca de 400 mil votos. Ou seja, dos 4 deputados a eleger, pode virar o tabuleiro. Em 2022, PS com 3 e PSD com 1 foi o resultado que, creio, não se deve manter pois, presumivelmente, o CHEGA pode, também aqui, ter um deputado. Mas, imaginemos, que se repete 2022 e em cima da meta o vencedor é outro. Como fica o Marcelo? O PNS deve estar a pedir aos santinhos o segundo lugar, o Ventura "abocanhar" mais 2 e o Montenegro a fazer contas à vida e novembro está próximo.
Albertino Amaral - A democracia afinal é muito mais complicada do que eu pensava.....
David Ribeiro - A Democracia não é complicada, Albertino Amaral, mas tem regras que a tornam o melhor dos sistemas políticos.
Albertino Amaral - David Ribeiro Acredito, mas quem quer ser democrata exemplar, até se confunde com essas regras....... Melhor dos sistemas, é o meu amigo a conversar......
Campo de Instrução Militar de Santa Margarida
Batalhão de Engenharia n.º 3
Quarta-feira, 24 de Abril de 1974, 22h55
São quase 11 horas da noite e já entreguei no gabinete do oficial de dia ao QG do CIM (Campo de Instrução Militar) o relatório da ronda acabada de efetuar aos paióis. As temperaturas estão registadas, os cadeados das portas foram verificados, o pessoal está nos postos.
A caminho do nosso quartel, o Martins, o brioso condutor da Land Rover, desafia-me para uma partida de snooker: “Só uma partidinha… Hoje estou com uma fezada que lhe ganho”. Concordo e lá vamos para a messe de sargentos. O “barista” dormita encostado ao balcão e, com cara de quem já não esperava mais clientes, diz-nos: “Depressinha que tenho que fechar antes da meia-noite”. Duas minis fresquinhas escorrem-nos pelas goelas abaixo e começo eu. Nas duas primeiras tacadas entram a “1” e a “5”. Giz no taco, aponto à “3”, preparo o efeito… e aparece o Sargento da Guarda ao Quartel. “Quem é o Sargento de Dia ao Piquete?” pergunta ele. Com uma tacada brusca meto a bola no buraco do canto. “Sou eu, porquê?” – respondo-lhe com maus modos. Com o ar mais importante do Mundo diz-me: “O Nosso Segundo Comandante está à tua espera no edifício de Ordem Pública do QG. Vai lá depressa”. Prontos… lá se foi uma vitória certa. Boina na cabeça, blusão apertado e lá vamos a caminho do Quartel-General. Em 10 minutos estamos lá. À porta de armas informam-nos que deveremos ir imediatamente para a Sala de Operações. Entro, faço a continência e com um olhar rápido inventario os participantes na reunião: Um Major, o meu Segundo Comandante; três Capitães, dois do meu quartel e um de cavalaria; seis Alferes, todos do QG. Com ar grave diz-me o Major: “Ó Ribeiro, vamos entrar em prevenção rigorosa e quero que você me organize a defesa e proteção dos paióis. Ponha todos os seus homens do piquete a interditar as estradas de acesso e, a partir de agora, reporta diretamente a este grupo de oficiais. Vá lá organizar as tropas e depois encontramo-nos na messe de oficiais do Batalhão”. Faço novamente a continência e respondo: “Sim senhor, meu Comandante. É para já”. Meia volta e em passo rápido dirijo-me para o jeep. O Martins, com o ar mais aparvalhado que já lhe tinha visto pergunta-me: “Então?! Vai haver merda?”. Sem lhe responder entro na viatura e com a mão aponto-lhe a direção do quartel. Não me apetece falar… Ainda não digeri a ordem que acabo de receber. Tenho a certeza absoluta que aquilo que andamos a falar há uns tempos vai ser hoje.
Entro na caserna da 2ª Companhia de Sapadores e acordo o pessoal: “Está a formar rápido… Quero todos na parada em 5 minutos… Levantem rações de combate e encham os cantis de água… Quero toda a gente municiada e de capacete… Hoje não é exercício noturno… É mesmo a sério”. Tenho absoluta confiança nos meus homens. São Sapadores de Engenharia, habituados a acompanharem-me em operações de interdição de pistas de aviação e desativação de explosivos. Gente de barba rija.
Passam vinte minutos da meia-noite. No programa Limite da Rádio Renascença é transmitida a canção "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso. Está a começar o meu 25 de Abril.
Rodrigo Falcão Moreira - Belíssimo relato. Obrigado por isto.
Alfredo Solteir - Que a liberdade se mantenha e que não seja confundida com liberdade para mandar mas sim liberdade para viver.
O dia 25 de Abril é sempre especial na Assembleia da República, palco da sessão solene que assinala a Revolução dos Cravos e o fim da ditadura em Portugal. Mas, este ano, a chamada casa da democracia recebe um convidado antes das intervenções de partidos, presidente da Assembleia e presidente da República, o que obrigou a algumas alterações de protocolo e outras tantas declarações acesas de líderes políticos. Lula da Silva, nesta manhã, quinto e último dia da sua visita oficial a Portugal, é homenageado no parlamento com uma sessão solene que já fez correr muita tinta. O partido Chega, manifestou-se desde logo "veementemente contra" a presença do presidente brasileiro no parlamento português. Tendo em conta que manifestações estão agendadas para aquele local - uma delas convocada pelo Chega em protesto pela presença de Lula da Silva no Parlamento, outra por apoiantes do presidente brasileiro - o Comando da PSP de Lisboa recusou divulgar o número de efetivos empenhados na operação junto à Assembleia da República, garantindo porém que as autoridades vão apostar num policiamento de visibilidade e preventivo, que possibilitará uma resposta "rápida e eficaz" se for necessária.
Inqualificável a atitude dos deputados da bancada do Chega ao levantarem-se com várias mensagens - cartazes onde se lia “Chega de corrupção” e outros a dizerem “Lugar de ladrão é na prisão” - durante o discurso de Lula da Silva na Assembleia da República. Há limites para tudo. O que se passou hoje na Casa da Democracia é vergonhoso.
Júlio Gouveia - Bem verdade. Vergonhoso. Por muito que não se possa gostar do homem ou das suas políticas, trata-se de um presidente dum país eleito democraticamente. Pelo que o que o Chega fez é vergonhoso e envergonha o nosso país. Inadmissível.
Joaquim Figueiredo - Pode dar origem a processo penal e cadeia. Espero que o MP esteja atento
Carlos Miguel Sousa - Joaquim Figueiredo Pode ? Porquê ?
Joaquim Figueiredo - Carlos Miguel Sousa o código processo penal identifica como crime e sujeito a prisão quem insulte um chefe de estado em visita oficial ao nosso país. Artigo 322.º - Crimes contra pessoa que goze de protecção internacional. 1- Quem atentar contra a vida, a integridade física ou a liberdade de pessoa que goze de protecção internacional, encontrando-se o ofendido em Portugal no desempenho de funções oficiais, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos, se pena mais grave lhe não couber por forca de outra disposição legal. 2- Quem ofender a honra de pessoa que goze de protecção internacional e se encontre nas condições referidas no número anterior é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
Diogo Jácome de Vasconcelos - Foi demasiado mas Graças a Deus o Santos Silva deu a importância pretendida.
David Ribeiro - A "irritação" do Presidente da Assembleia da República é perfeitamente compreensível, no meu entender, porque realmente “Os senhores deputados que se querem permanecer na sessão plenária devem comportar-se com urbanidade, cortesia e a educação que é exigida a qualquer representantes do povo português. Chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal”.
Paulo Neves - David Ribeiro, o próprio SS (Santos Silva) não precisava de usar tantas vezes o nome do partido em causa.
David Ribeiro - E porque não, Paulo Neves ?...
Paulo Neves - David Ribeiro porque lhe está a dar palco. Hoje, Bernardo Ferrão na SIC dizia, e bem, que Costa se pôs a jeito quando falou em brasileiro. Ainda não perceberam que lhe dão palco desnecessariamente. E nisso o PS é mestre.
Carlos Miguel Sousa - Paulo Neves Não é desnecessariamente é PROPOSITADAMENTE.
Paulo Neves - David Ribeiro, desculpe, só mais uma ideia: hoje, no parlamento, ninguém se preocupou com o alheamento da juventude relativamente ao 25/4. E sobre a crise e empobrecimento de Marcelo nem uma palavra.
Gilberto Santos - Vergonhoso. Há limites para tudo.
Ana Maria Oliveira - Palhaçada!
Jorge Silva - Parabéns para o Chega,Portugal é um pais de ladrões começa no presidente e termina nos deputados, bem hajam os deputados do chega
David Ribeiro - Jorge Silva... tratar o Presidente da Assembleia da República e os seus Deputados, seja porque motivo for, por "ladrões", não é admissível neste Grupo.
Jorge Silva - David Ribeiro sou livre de dizer o que quiser faça o que quiser
David Ribeiro - Olha m'este!...
Manuel Matos - David Ribeiro ainda não o saneou do grupo????
Paulo Neves - Só deixo uma questão para reflexão: está a ser cumprida a Constituição? Vão lá ver, se fazem favor, o que diz sobre a ilegalidade de certos partidos. Tal e qual como a regionalização. Se calhar, o erro começa por aí
David Ribeiro - Não deixa de ter razão, Paulo Neves... mas o que eu gostaria de ver era uma maioria qualificativa para rever a já "fora de época" da nossa Lei Fundamental.
João Correia da Silva - Vergonhoso é receber na casa da democracia um condenado por corrupção que foi posteriormente não condenado por erro processoal e não por estar inocente.
Manuel Matos - João Correia da Silva se teve processos criminais ou não, não sei. Sei é que aquela pessoa estava na AR como Presidente Eleito democraticamente pelos eleitores do seu País. E isso deveria querer dizer alguma coisa .... Mas você deve ser daqueles que acha que era mais legítimo Salazar governar sem eleições
João Cerqueira - Já estava previsto desde aquele convite atabalhoado, para branqueamento e normalização da corrupção.
Margarida Fernandes - Uma vergonha, que triste figura
Carlos Miguel Sousa - A Liberdade de Expressão tem um preço.
Maria Manuela Silva - Vergonhoso. Um parvalhão que só sabe berrar, gesticular, um fanfarrão, fantoche, e tudo o de mais que não posso escrever.
O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, está a realizar uma visita oficial a Portugal até ao próximo dia 25. No dia de ontem o chefe de Estado brasileiro foi recebido, com honras militares, pelo seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa. Depois disso, Lula dirigiu-se ao Mosteiro dos Jerónimos, onde depositou flores no túmulo do poeta Luís de Camões. Da parte da tarde, Lula participou na reunião plenária da 13.ª Cimeira Luso-Brasileira, na qual os dois países assinaram 13 acordos bilaterais em várias áreas. No dia de amanhã [segunda-feira, 24abril] Lula desloca-se a Matosinhos para participar na abertura do Fórum de Negócios Portugal-Brasil, onde terá a companhia de António Costa. O evento é organizado em conjunto pela AICEP e pela agência brasileira APEX. Finalmente, na terça-feira, dia 25 de abril, Lula protagonizará o ato mais emblemático da sua visita a Portugal, ao discursar, de manhã, numa sessão solene na Assembleia da República. Esta antecede a cerimónia evocativa da Revolução dos Cravos. Na semana anterior a esta visita de Lula da Silva ao nosso País, grande polémica provocaram as afirmações do Presidente brasileiro, em que defendeu que os Estados Unidos devem parar de “encorajar a guerra” na Ucrânia e a União Europeia deve “começar a falar de paz”, alinhando com quem tem apoiado a invasão da Ucrânia pela Rússia e acusando a NATO, a UE e os EUA de instigarem a guerra. Estas declarações de Lula da Silva foram consideradas “perigosas” e “inaceitáveis” e seguramente vão provocar protestos dentro e fora da Assembleia da República na receção ao Presidente brasileiro. Mas também há quem defenda que Lula tem procurado fomentar "a busca pela paz" na Ucrânia e legítimas as suas preocupações e declarações.
André Ventura prometeu ontem [22abr2023] a "maior manifestação de sempre" contra a visita de Lula da Silva a Portugal no dia 25 de Abril frente ao Parlamento. O líder do Chega disse que Portugal não quer mais corrupção e também não precisa de a importar referindo-se ao presidente brasileiro.
Algumas dezenas de apoiantes acompanham desde a manhã de sábado [22abr2023] a visita de Lula da Silva e da primeira-dama a Belém. Na cerimónia de boas-vindas, o presidente brasileiro foi recebido por uma multidão, vestida de vermelho, que, do outro lado do perímetro de segurança, no Jardim do Império, entoavam cânticos e erguiam bandeiras e cartazes de apoio. Neste mesmo dia o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal afirmou que nunca esteve prevista qualquer manifestação de protesto contra o presidente do Brasil, mostrando-se surpreendido pelas palavras em sentido contrário avançadas por um membro do Governo brasileiro.
Numa declaração conjunta, Portugal e Brasil "deploram a violação" da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes do território ucraniano, e pedem uma "paz justa e duradoura". Os dois países assinaram também, este sábado [22abr2023], 13 acordos bilaterais, incluindo para a concessão de equivalência de estudos nos dois países, para proteção de testemunhas e reconhecimento mútuo das cartas de condução.
No dia em que se comemora o 48.º aniversário do 25 DE ABRIL DE 1974 (*) o Boavista recebeu no Estádio do Bessa o Sporting, em jogo da 31.ª jornada da Liga Portugal de futebol.
Foi assim:
37' - Golo. Matheus Nunes inaugura o marcador para o Sporting. Assistência de Pote, de calcanhar, e remate colocado do internacional português, à entrada da área.
58' - Golo. Está feito o segundo para o Sporting. Cruzamento de Edwards, a bola a tocar em Abascal, a bater no ferro e a entrar, no entender da equipa de arbitragem, mesmo depois da defesa de Bracali.
83' - Grande penalidade assinalada a favor do Sporting. Manuel Mota, depois de alguns segundos da infração, a entender como falta o contacto entre Abascal e Tabata. Na marca dos onze metros, Tabata bateu o penálti de forma colocada e Bracali, que até adivinhou o lado, não conseguiu chegar.22
Levamos três secos do segundo classificado do campeonato, mas estamos num honroso 12.º lugar, com 33 pontos, 6 vitórias, 15 empates e 10 derrotas.
Outros resultados da 31.ª jornada
Benfica 0 - 0 Famalicão
Braga 1 - 0 Porto
(*) A história é feita por aqueles que nela participam
Campo de Instrução Militar de Santa Margarida
Batalhão de Engenharia n.º 3
Quarta-feira, 24 de Abril de 1974, 22h55
São quase 11 horas da noite e já entreguei no gabinete do oficial de dia ao QG do CIM (Campo de Instrução Militar) o relatório da ronda acabada de efetuar aos paióis. As temperaturas estão registadas, os cadeados das portas foram verificados, o pessoal está nos postos.
A caminho do nosso quartel, o Martins, o brioso condutor da Land Rover, desafia-me para uma partida de snooker: “Só uma partidinha… Hoje estou com uma fezada que lhe ganho”. Concordo e lá vamos para a messe de sargentos. O “barista” dormita encostado ao balcão e, com cara de quem já não esperava mais clientes, diz-nos: “Depressinha que tenho que fechar antes da meia-noite”. Duas minis fresquinhas escorrem-nos pelas goelas abaixo e começo eu. Nas duas primeiras tacadas entram a “1” e a “5”. Giz no taco, aponto à “3”, preparo o efeito… e aparece o Sargento da Guarda ao Quartel. “Quem é o Sargento de Dia ao Piquete?” pergunta ele. Com uma tacada brusca meto a bola no buraco do canto. “Sou eu, porquê?” – respondo-lhe com maus modos. Com o ar mais importante do Mundo diz-me: “O Nosso Segundo Comandante está à tua espera no edifício de Ordem Pública do QG. Vai lá depressa”. Prontos… lá se foi uma vitória certa. Boina na cabeça, blusão apertado e lá vamos a caminho do Quartel-General. Em 10 minutos estamos lá. À porta de armas informam-nos que deveremos ir imediatamente para a Sala de Operações. Entro, faço a continência e com um olhar rápido inventario os participantes na reunião: Um Major, o meu Segundo Comandante; três Capitães, dois do meu quartel e um de cavalaria; seis Alferes, todos do QG. Com ar grave diz-me o Major: “Ó Ribeiro, vamos entrar em prevenção rigorosa e quero que você me organize a defesa e proteção dos paióis. Ponha todos os seus homens do piquete a interditar as estradas de acesso e, a partir de agora, reporta diretamente a este grupo de oficiais. Vá lá organizar as tropas e depois encontramo-nos na messe de oficiais do Batalhão”. Faço novamente a continência e respondo: “Sim senhor, meu Comandante. É para já”. Meia volta e em passo rápido dirijo-me para o jeep. O Martins, com o ar mais aparvalhado que já lhe tinha visto pergunta-me: “Então?! Vai haver merda?”. Sem lhe responder entro na viatura e com a mão aponto-lhe a direção do quartel. Não me apetece falar… Ainda não digeri a ordem que acabo de receber. Tenho a certeza absoluta que aquilo que andamos a falar há uns tempos vai ser hoje.
Entro na caserna da 2ª Companhia de Sapadores e acordo o pessoal: “Está a formar rápido… Quero todos na parada em 5 minutos… Levantem rações de combate e encham os cantis de água… Quero toda a gente municiada e de capacete… Hoje não é exercício noturno… É mesmo a sério”. Tenho absoluta confiança nos meus homens. São Sapadores de Engenharia, habituados a acompanharem-me em operações de interdição de pistas de aviação e desativação de explosivos. Gente de barba rija.
Passam vinte minutos da meia-noite. No programa Limite da Rádio Renascença é transmitida a canção "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso. Está a começar o meu 25 de Abril.
Nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril o Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, vai condecorar sete membros da Junta de Salvação Nacional. E aqueles que após os acontecimentos de 28 de Setembro de 1974, que culminaram na renúncia do general Spínola à Presidência, foram na altura designados e ingressaram na JSNP?… Como foi o caso do Tenente-coronel Nuno Manuel Guimarães Fisher Lopes Pires, oficial de engenharia que tive a honra de servir em Santa Margarida e que muito contribuiu para a minha formação político-social.
Fisher Lopes Pires teve uma carreira brilhante de Oficial de Engenharia. Além do Curso de “Combat Engineer” da Escola de Engenharia do Exército Americano na Europa (Alemanha), fez uma comissão de serviço na Índia (1958-1961) e duas em Angola (1963-1965 e 1970-1972).
Requiescat in Pace
General de Cavalaria, oriundo da Nobreza de Entre Douro e Minho, Monárquico, participou ativamente no 25 de Abril de 1974. A 20 de fevereiro de 1975 foi o 96.º e último Governador Civil do Distrito Autónomo do Funchal. Foi Comandante da Região Militar do Norte e Chefe da Casa Militar do Presidente Mário Soares. Foi candidato à Presidência da Câmara Municipal do Porto nas eleições autárquicas de 1997 à frente de uma coligação entre o PSD e o CDS-PP, tendo sido derrotado por Fernando Gomes. Condecorado com a Medalha Militar de Ouro de Serviços Distintos com Palma e com a Medalha Militar de 1.ª Classe da Cruz de Guerra. A 10 de junho de 1991 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis e a 13 de fevereiro de 1996 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. Editou um livro sobre a sua vida "Trabalhos e Dias de Um Soldado do Império". Publicou o livro "Invasão do Norte: 1809: a campanha do general Silveira contra o marechal Soult (Tribuna da História), 2004.
No seu livro biográfico "Trabalhos e Dias de Um Soldado do Império" (Livraria Civilização Editora) falando-nos sobre os seus anos da terceira e quarta classes do ensino primário, na Foz do Douro, na Escola Particular da célebre D. Ângela, lembra-nos Carlos Azeredo um dos castigos mais temidos, que consistia em ficar encerrado por algum tempo numa despensa localizada no vão de umas escadas.
Antero Braga - Um Senhor, um bom amigo, falava comigo com grande amizade. Desde que o conheci tenho por esta personalidade uma admiração enorme que guardo comigo. Descanse meu amigo.
Augusto Saldanha - David Ribeiro tive o prazer de o conhecer fui alfaiate dele apresatado pelo meu amigo e cliente António Sarmento Beires de Muitos contactos que tive com ele já mais esquecerei de quando queria ir ao baile do clube Portuense acompanhar neta para devotar e a farda não lhe servia, a última vez que a tinha vestido foi em Inglaterra acompanhar o dr Mário Soares sendo ele chefe da casa militar, lá teve que o Saldanha costureiro, depois de uma grande discussão resolver o problema na quela altura o baile ainda era de smokin mas os familiares faziam questão que ele fosse com a farda militar, e foi, um Homem que deixa saudades, que Deus o tenha em bom lugar.
Manuel Carvalho - Na invasão de Goa Damao e Dio, esteve seis meses de castigo, juntamente com os militares do seu comando. Salazar nunca aceitou a rendição dos militares Portugueses... Havia uma máxima do Salazar que era a seguinte: só reconheco Heróis vivos ou mortos. Os invasores é que tiveram de enviar os militares para Portugal!
Requiescat in Pace
Apesar de várias tomadas de posição no pós-25Abril difíceis de entender para muitos portugueses, não nos podemos esquecer que Otelo foi o responsável pela elaboração do plano global do golpe militar que pôs fim à ditadura do Estado Novo.
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José Maltez - Morreu Otelo. Ele foi Abril e um pedaço da ilusão do Império, filho de um alfacinha e de uma goesa, que tanto comandou o golpe que derrubou Marcello Caetano, como andou à procura de uma revolução proletária. Foi um pedaço do meu tempo e um português antigo. Quem o odiar, não nos compreende. Agradeço-lhe ter transformado em teatro político o que podia ter sido uma guerra civil. Matámo-nos menos.
João Baptista Vasconcelos Magalhaes - Morreu Otelo, mas ficará sempre como o símbolo do 25 de Abril. Quem o conheceu sabe que era um homem de ideais, mesmo quando foi polémico. A sua memória é a memória dos dias mais felizes da vida de quem conheceu uma noite de medo. Falar de Otelo tem de ser mergulhar no silêncio da memória do que ele nos trouxe de melhor, as suas utopias de um Portugal mais feliz e mais justo. Que esteja em paz!
Henrique Monteiro - Apesar de tudo, das prisões e mortes de que foi cúmplice, o 25 de Abril deve-lhe muito. Depois de saber que eu fora, com Rogério Rodrigues (melhor diria que foi ele com a minha colaboração) a denunciar que Otelo era o líder das FP25, nunca deixámos de falar. O mesmo se pode dizer de Vasco Lourenço, que no PREC não foi bem tratado por Otelo e puseram as divergências para trás. Como sempre, em Portugal, é tudo gente boa.
João Greno Brògueira - Apesar de todos os desvios, que entretanto a Democracia Portuguesa sofreu e de todos os que aproveitaram a oportunidade para assaltar o poder pós 25 de Abril... Obrigado Otelo Saraiva de Carvalho
David Ribeiro – Completamente de acordo, Brògueira… e é mesmo por isso que não posso esquecer que na madrugada de 25 de Abril de 1974 Otelo conduziu, juntamente com outros cinco oficiais, do Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas no Regimento de Engenharia N.º 1 na Pontinha, as operações militares que derrubaram o decrépito Estado Novo. (Entre estes cinco oficiais encontrava-se o meu saudoso comandante do Batalhão de Engenharia N.º 3, o Tenente-coronel Fischer Lopes Pires)
João Geirinhas Rocha - Otelo. Assim, sem mais, uma personagem maior que o homem, luzes e sombras, utopias e delírios, bravatas e ingenuidades, coragem e fuga, muitas vidas para caber numa pessoa só. O Expresso revelou há anos que era bígamo, tinha e vivia tranquilamente com duas famílias. Não há melhor metáfora para resumir a figura.
Várias figuras nacionais reagiram à morte de Otelo Saraiva de Carvalho
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu à morte de Otelo Saraiva de Carvalho, lembrando o papel central de comando na revolução do 25 de Abril e apresentando as condolências à família. "É ainda cedo para a História o apreciar com a devida distância", escreveu na nota enviada.
"Otelo Saraiva de Carvalho foi o coordenador operacional da ação militar do Movimento das Forças Armadas, que, no dia 25 de abril de 1974, derrubou o regime do Estado Novo, pondo fim à mais longa ditadura do século XX na Europa e abrindo caminho à democracia", referiu o Governo em comunicado.
"Se este país fosse justo, deveria ter morrido na prisão". Foi assim que André Ventura, líder do Chega, reagiu à morte do Capitão de Abril Otelo Saraiva de Carvalho.
O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, homenageou hoje Otelo Saraiva de Carvalho, "o maior símbolo individual do Movimento das Forças Armadas", que concretizou o sonho de todos os que "ansiavam por viver em liberdade".
A ativista política e médica Isabel do Carmo lamentou a morte de Otelo Saraiva de Carvalho, considerando que, com o desaparecimento do militar e estratego do 25 de Abril de 1974, "acaba também uma época e uma utopia". "Esta manhã [ao saber da notícia da morte] senti uma coisa, senti que acabou, que, com [a morte de] este homem, acaba também uma época, uma utopia. Senti isso, emocionalmente. Senti a perda, o desaparecimento. Já não vai ser possível falar com ele", afirmou Isabel do Carmo a agência Lusa. Para a antiga dirigente do extinto do Partido Revolucionário do Proletariado (PRP), movimento que exerceu atividade clandestina através das suas Brigadas Revolucionárias (no PRP-BR), Otelo é, juntamente com Vasco Lourenço, "o dirigente do 25 de abril [de 1974], do Movimento dos Capitães e do derrube da ditadura".
O PCP registou este domingo o papel de Otelo Saraiva de Carvalho no 25 de Abril, considerando que o momento da sua morte "não é a ocasião para registar atitudes e posicionamentos que marcam o seu percurso político". "Sobre o falecimento de Otelo Saraiva de Carvalho deve registar-se no essencial o seu papel no levantamento militar do 25 de Abril. O momento do seu falecimento não é a ocasião para registar atitudes e posicionamentos que marcam o seu percurso político", refere uma nota do gabinete de imprensa do PCP. O Partido Comunista Português endereça ainda condolências à família e à Associação 25 de Abril.
Tweet de Rui Rio - O dia da morte de Otelo Saraiva de Carvalho é momento para reconhecer o seu papel corajoso e decisivo no 25 de Abril e na conquista da liberdade. Competirá à História fazer, com isenção, a avaliação global de tudo que ele fez de bom e de mau. Hoje, não é o dia para isso.
Declaração do ex-Presidente Ramalho Eanes - A notícia da morte do Otelo Saraiva de Carvalho magoou-me e surpreendeu-me. Magoou-me, por se tratar de mais um amigo que parte. Surpreendeu-me, porque estive, recentemente, com o Otelo, no funeral da sua mulher, e achei-o, naturalmente, abatido, mas, aparentemente, com vigor e saúde. Conheci o Otelo na Guiné, onde o substituí na Direcção da Secção de Radiodifusão e Imprensa do Comando-Chefe. Tornámo-nos amigos. Foi, aliás, essa amizade que me levou a testemunhar em seu favor no julgamento a que foi submetido, apesar de muitos reparos e apelos para que o não fizesse. O Otelo era um homem bom, generoso, embora, por vezes, pouco prudente, pouco realista – contraditório, mesmo. Adorava representar, até na vida real, esquecendo que a representação exige um espaço delimitado, em que tudo o que aí é normal não o é na vida real. Para mim, e apesar de todas as contradições, o Otelo tem direito a um lugar de proeminência histórica. E tem esse direito, apesar da autoria de desvios políticos perversos, de nefastas consequências, porque foi ele quem liderou a preparação operacional do 25 de Abril, a mobilização dos jovens capitães, o comando da operação militar bem-sucedida. E penso assim porque entendo que um Homem é uma unidade e continuidade, uma totalidade complexa, e que só é bem julgado quando considerando, historicamente, esse quadro e o seu contexto. Mas há homens que, num momento histórico especial, se ultrapassam, ganhando dimensão nacional, indiscutível, porque souberam perceber e explorar uma oportunidade histórica única, e sentir os anseios mais profundos do seu povo. Otelo é uma dessas personalidades. A ele a pátria deve a liberdade e a democracia. E esta é dívida que nada, nem ninguém, tem o direito de recusar.
Campo de Instrução Militar de Santa Margarida
Batalhão de Engenharia n.º 3
Quarta-feira, 24 de Abril de 1974, 22h55
São quase 11 horas da noite e já entreguei no gabinete do oficial de dia ao QG do CIM (Campo de Instrução Militar) o relatório da ronda acabada de efetuar aos paióis. As temperaturas estão registadas, os cadeados das portas foram verificados, o pessoal está nos postos.
A caminho do nosso quartel, o Martins, o brioso condutor da Land Rover, desafia-me para uma partida de snooker: “Só uma partidinha… Hoje estou com uma fezada que lhe ganho”. Concordo e lá vamos para a messe de sargentos. O “barista” dormita encostado ao balcão e, com cara de quem já não esperava mais clientes, diz-nos: “Depressinha que tenho que fechar antes da meia-noite”. Duas minis fresquinhas escorrem-nos pelas goelas abaixo e começo eu. Nas duas primeiras tacadas entram a “1” e a “5”. Giz no taco, aponto à “3”, preparo o efeito… e aparece o Sargento da Guarda ao Quartel. “Quem é o Sargento de Dia ao Piquete?” pergunta ele. Com uma tacada brusca meto a bola no buraco do canto. “Sou eu, porquê?” – respondo-lhe com maus modos. Com o ar mais importante do Mundo diz-me: “O Nosso Segundo Comandante está à tua espera no edifício de Ordem Pública do QG. Vai lá depressa”. Prontos… lá se foi uma vitória certa. Boina na cabeça, blusão apertado e lá vamos a caminho do Quartel-General. Em 10 minutos estamos lá. À porta de armas informam-nos que deveremos ir imediatamente para a Sala de Operações. Entro, faço a continência e com um olhar rápido inventario os participantes na reunião: Um Major, o meu Segundo Comandante; três Capitães, dois do meu quartel e um de cavalaria; seis Alferes, todos do QG. Com ar grave diz-me o Major: “Ó Ribeiro, vamos entrar em prevenção rigorosa e quero que você me organize a defesa e proteção dos paióis. Ponha todos os seus homens do piquete a interditar as estradas de acesso e, a partir de agora, reporta diretamente a este grupo de oficiais. Vá lá organizar as tropas e depois encontramo-nos na messe de oficiais do Batalhão”. Faço novamente a continência e respondo: “Sim senhor, meu Comandante. É para já”. Meia volta e em passo rápido dirijo-me para o jeep. O Martins, com o ar mais aparvalhado que já lhe tinha visto pergunta-me: “Então?! Vai haver merda?”. Sem lhe responder entro na viatura e com a mão aponto-lhe a direção do quartel. Não me apetece falar… Ainda não digeri a ordem que acabo de receber. Tenho a certeza absoluta que aquilo que andamos a falar há uns tempos vai ser hoje.
Entro na caserna da 2ª Companhia de Sapadores e acordo o pessoal: “Está a formar rápido… Quero todos na parada em 5 minutos… Levantem rações de combate e encham os cantis de água… Quero toda a gente municiada e de capacete… Hoje não é exercício noturno… É mesmo a sério”. Tenho absoluta confiança nos meus homens. São Sapadores de Engenharia, habituados a acompanharem-me em operações de interdição de pistas de aviação e desativação de explosivos. Gente de barba rija.
Passam vinte minutos da meia-noite. No programa Limite da Rádio Renascença é transmitida a canção "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso. Está a começar o meu 25 de Abril.
Memórias... no Facebook
Após a vitória das tropas revoltosas, às 01h30 de 26 de Abril de 1974 foi lida a proclamação ao País da JUNTA DE SALVAÇÃO NACIONAL, composta por: General António de Spínola (Exército - presidente); General Francisco da Costa Gomes (Exército); Brigadeiro Jaime Silvério Marques (Exército); General Manuel Diogo Neto (Força Aérea - inicialmente ausente em Moçambique); Coronel Carlos Galvão de Melo (Força Aérea); Capitão-de-mar-e-guerra José Baptista Pinheiro de Azevedo (Marinha); Capitão-de-fragata António Alva Rosa Coutinho (Marinha).
PROCLAMAÇÃO AO PAÍS LIDA POR SPÍNOLA
Em obediência ao mandato que acaba de lhes ser confiado pelas Forças Armadas, após o triunfo do Movimento em boa hora levado a cabo pela sobrevivência nacional e pelo bem-estar do Povo Português, a Junta de Salvação Nacional, a que presido, constituída por imperativo de assegurar a ordem e de dirigir o País para a definição e consecução de verdadeiros objectivos nacionais, assume perante o mesmo o compromisso de:
- Garantir a sobrevivência da Nação, como Pátria Soberana no seu todo pluricontinental;
- Promover, desde já, a consciencialização dos Portugueses, permitindo plena expressão a todas as correntes de opinião, em ordem a acelerar a constituição das associações cívicas que hão-de polarizar tendências e facilitar a livre eleição, por sufrágio directo, de uma Assembleia Nacional Constituinte e a sequente eleição do Presidente da República;
- Garantir a liberdade de expressão e pensamento;
- Abster-se de qualquer atitude política que possa condicionar a liberdade da eleição e a tarefa da futura Assembleia Constituinte e evitar por todos os meios que outras forças possam interferir no processo que se deseja eminentemente nacional;
- Pautar a sua acção pelas normas elementares da moral e da justiça, assegurando a cada cidadão os direitos fundamentais estatuídos em declarações universais e fazer respeitar a paz cívica, limitando o exercício da autoridade à garantia da liberdade dos cidadãos;
- Respeitar os compromissos internacionais decorrentes dos tratados celebrados;
- Dinamizar as suas tarefas em ordem em que no mais curto prazo o País venha a governar-se por instituições de sua livre escolha;
- Devolver o poder às instituições constitucionais logo que o Presidente da República eleito entre no exercício das suas funções.
Comentários no Facebook
Antonio Freitas - Pergunto se estas intenções foram as que concretizaram
David Ribeiro - Ora aqui está uma interessantíssima reflexão... para mim, que vivi todos estes momentos políticos, era ISTO o verdadeiro 25 de Abril.
Ricardo Fonseca - Os capitães deveriam ter assumido esta presidencia, mas o cunho da disciplina militar não o permitiu. Otelo era o homem perfeito para fazer o papel que Spínola tentou desempenhar.
David Ribeiro - Não, não era, Ricardo Fonseca... Otelo era inábil, politicamente.
David Almeida - David Ribeiro e o Spínola um estadista... sem orientação política!
David Ribeiro - Tem razão, David Almeida.
Ricardo Fonseca - David Ribeiro mas a intenção não era conduzir o país a eleições, a necessidade não era a de manter o país a funcionar até às eleições e depois aí sim dar lugar aos políticos para dirigir o pais?
David Ribeiro - Ricardo Fonseca, a intenção política dos revoltosos era a que estava na proclamação da Junta de Salvação Nacional... mas não era esta a intenção de alguns dos seus membros, como era o caso do General Spínola.
David Ribeiro - Nenhum dos "generais" assumiu publicamente a revolução antes desta ser vitoriosa... e o Movimento dos Capitães estava muito dividido quanto ao "dia seguinte".
António Conceição - Spínola não era estadista algum. Era apenas um narcisista que, como logo notou Marcello Caetano, confundia o mundo com a Guiné. Pouca gente era capaz de alinhar tanto disparate, como ele alinhou em "Portugal e o Futuro". Evidentemente, nenhuma revolução, nenhum regime podia fundar sobre essa colectânea de dislates. Em Junho de 74, chegou a realidade.
Campo de Instrução Militar de Santa Margarida
Batalhão de Engenharia nº 3
Quarta-feira, 24 de Abril de 1974, 22:55 horas
São quase 11 horas da noite e já entreguei no gabinete do oficial de dia ao QG do CIM (Campo de Instrução Militar) o relatório da ronda acabada de efetuar aos paióis. As temperaturas estão registadas, os cadeados das portas foram verificados, o pessoal está nos postos.
A caminho do nosso quartel, o Martins, o meu fiel condutor da Land Rover, desafia-me para uma partida de snooker: “Só uma partidinha… Hoje estou com uma fezada que lhe ganho”. Concordo e lá vamos para a messe de sargentos. O “barista” dormita encostado ao balcão e, com cara de quem já não esperava mais clientes, diz-nos: “Depressinha que tenho que fechar antes da meia-noite”. Duas minis fresquinhas escorrem-nos pelas goelas abaixo e começo eu. Nas duas primeiras tacadas entram a “1” e a “5”. Giz no taco, aponto à “3”, preparo o efeito… e aparece o Sargento da Guarda ao Quartel. “Quem é o Sargento de Dia ao Piquete?” pergunta ele. Com uma tacada brusca meto a bola no buraco do canto. “Sou eu, porquê?” – respondo-lhe com maus modos. Com o ar mais importante do Mundo diz-me: “O Nosso Segundo Comandante está à tua espera no edifício de Ordem Pública do QG. Vai lá depressa”. Prontos… lá se foi uma vitória certa. Boina na cabeça, blusão apertado e lá vamos a caminho do Quartel-General. Em 10 minutos estamos lá. À porta de armas informam-nos que deveremos ir imediatamente para a Sala de Operações. Entro, faço a continência e com um olhar rápido inventario os participantes na reunião: Um Major, o meu Segundo Comandante; três Capitães, dois do meu quartel e um de cavalaria; seis Alferes, todos do QG. Com ar grave diz-me o Major: “Ó Ribeiro, vamos entrar em prevenção rigorosa e quero que você me organize a defesa e proteção dos paióis. Ponha todos os seus homens do piquete a interditar as estradas de acesso e, a partir de agora, reporta diretamente a este grupo de oficiais. Vá lá organizar as tropas e depois encontramo-nos na messe de oficiais do Batalhão”. Faço novamente a continência e respondo: “Sim senhor, meu Comandante. É para já”. Meia volta e em passo rápido dirijo-me para o jeep. O Martins, com o ar mais aparvalhado que já lhe tinha visto pergunta-me: “Então?! Vai haver merda?”. Sem lhe responder entro na viatura e com a mão aponto-lhe a direção do quartel. Não me apetece falar… Ainda não digeri a ordem que acabo de receber. Tenho a certeza absoluta que aquilo que andamos a falar há uns tempos vai ser hoje.
Entro na caserna da 2ª Companhia de Sapadores e acordo o pessoal: “Está a formar rápido… Quero todos na parada em 5 minutos… Levantem rações de combate e encham os cantis de água… Quero toda a gente municiada e de capacete… Hoje não é exercício noturno… É mesmo a sério”. Tenho absoluta confiança nos meus homens. São Sapadores de Engenharia, habituados a acompanharem-me em operações de interdição de pistas de aviação e desativação de explosivos. Gente de barba rija.
Passam vinte minutos da meia-noite. No programa Limite da Rádio Renascença é transmitida a canção "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso. Está a começar o meu 25 de Abril.
Poema de Gustavo Pimenta, ilustre deputado do PS na Assembleia Municipal do Porto
A Assembleia da República decidiu realizar no Parlamento a sessão solene das comemorações do 25 de Abril, com limitações devido à pandemia de COVID-19. Os partidos PS, PSD, BE, PCP, Verdes e Iniciativa Liberal são favoráveis à manutenção da sessão solene, tal como a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira. O PAN e o CDS defendem outras formas de assinalar a data e o Chega a manifesta-se frontalmente contra.
Situação em Portugal e Região Norte
21379 casos confirmados (12806 na Região Norte)
762 mortos (441 na Região Norte)
Apesar de uma tendência de descida verificada nos últimos dias a verdade é que os números de hoje nos dizem que continuamos no Norte de Portugal num “planalto” que nunca mais acaba.
Mas alguém tem dúvidas que quem no dia 25 de Novembro de 1975 acabou com o regabofe do PREC eram na esmagadora maioria os mesmos que na madrugada de 25 de Abril libertaram Portugal de uma das mas longas ditaduras fascistas da história moderna?... Eu estive de “armas na mão” desde a madrugada de 25 de Abril de 1974 até um merecido descanso de três anos de serviço militar obrigatório que terminou para mim em finais do mês de Outubro do mesmo ano. Mas durante todo o “Verão Quente”, numa “clandestinidade” verdadeiramente assumida e nunca renegada, estive SEMPRE ao lado dos valores que me levaram a lutar contra o regime ditatorial do Estado Novo. E ainda me recordo bem do que foi toda a luta contra o PREC e que culminou com o 25 de Novembro de 75.
Mário Soares, no seu ensaio autobiográfico politico e ideológico - "Um Político Assume-se" - logo no início de um capítulo, sugestivamente nomeado “A normalização democrática”, escreveu: “O 25 de Novembro de 1975 foi extremamente importante para Portugal. Foi o virar de uma página, que podia ter sido trágica, e a restituição da Revolução de Abril à sua pureza inicial: a democracia pluralista de tipo ocidental, num Estado de Direito, civilista, respeitador dos Direitos Humanos e com uma dimensão social, marcada pela igualdade de oportunidades."
Eu achei uma piroseira o espectáculo que abriu o 22° Congresso do PS. Como militar que na madrugada de 25 de Abril de 1974 pegou em armas não reconheço aos socialistas o direito de se considerarem legítimos representantes dos Militares de Abril.
Comentários no Facebook
«Manuel Matos» - Puxa... eu julgava que TODOS os Portugueses tinham o direito reconhecido para se considerarem os legítimos representantes dos militares de Abril... Mas quem terá então essa legitimidade? Cavaco Silva que, para além de ter sido Pide, como Presidente hasteou a bandeira de pernas para o ar?
«David Ribeiro» - Se o Manuel Matos considera TODOS os portugueses com o direito a reconhecerem-se como representantes dos militares de Abril terá que também incluir o tal ex-PR, ou então retirar-lhe a nacionalidade (e eu até não morro de amores pelo homem de Boliqueime). Onde estavam no 25 de Abril um grande número de socialistas?... alguns dos que conheço e já eram homens na altura, sei bem onde estavam, politicamente falando.
«Manuel Matos» - Daí eu ter dito que TODOS os Portugueses têm legitimidade, caso contrário tinham sido deportados. E não sei onde estavam esses Socialistas... talvez fugidos do Sr. Aníbal para não terem o destino do Humberto Delgado, digo eu.
«Fernando Duarte» - sobretudo que nem sequer estavam em Portugal, chegaram de comboio, a Santa Apolónia, no dia 27
«António Conceição» - Portanto, já não havia problema algum se fosse o Silva Pais a celebrar, porque esse estava em Portugal.
«Raul Vaz Osorio» - Não vi. Pela foto, parece-me que tem um ar entre o piroso e o pindérico, mas é só uma foto. Quanto à legitimidade, tenho que me inclinar mais para o todos que para o alguns. A questão para mim nem é essa. Uma coisa é ter legitimidade para "representar" os capitães de Abril, outra é que algumas pessoas, para o fazerem, necessitam de não ter qualquer vergonha na cara. Mas gente dessa é o que mais há
«Manuel Sarmento» - David Ribeiro, não precisei de ser militar no dia 25 para estar com Abril. Foste um felizardo, porque sendo eu mais velho do que tu estive na Guiné, donde regressei em 72. De resto conheço muita gente que em 1974 integrava as forças armadas, e que renega o 25 de Abril, que não considero propriedade de militares, civis ou grupos políticos ou de cidadãos. O que penso, pela imagem que apresentas, que eles pretendem apenas dizer que estarão com o 25 de Abril. Por mim 25 DE ABRIL SEMPRE!
«Nuno Santos» - O que eu acho é que não há nada para dizer às pessoas. O discurso do AC ontem podia ter tido lugar há 10 anos ou daqui a 5. É igual. Inócuo. Como tal, há que preencher espaços vazios para se não notar tanto que não há nada para dizer e o que poderia haver é tabu. O resultado, confesso, não é brilhante. Por espingardas, mesmo com cravos, num palco, não é grande ideia.
«Joaquim Vasconcelos» - Nem eu. eles não são legítimos de nada. legítimo é o Povo Português
«Jorge Santos Silva» - Estou completamente de acordo até por respeito a um militar que conheci em 1982 o, na altura, major Salgueiro Maia. Um grande abraço e continue a postar pois estes senhores sempre se julgaram donos do país.
«Manuel Aranha» - É mais um triste, mas habitual, espetáculo de cenografia socialista. Tudo o que puder ser usado para desviar atenções serve...
«Joao Antonio Camoes» - Satisfaz a nostalgia da velha guarda e incute uma pseudo sensação de pertença de esquerda aos mais novos mantendo-os sonhadores
«André Eirado» - É legítimo para todos os que se revêem no 25 de Abril
«Nuno Santos» - Quando não há nada para dizer às pessoas ou não se lhes quer dizer a verdade ou se quer evitar um assunto incómodo, mostram-se soldados com armas na mão e, a partir deles, evoca-se a revolução. Era assim na Rússia, ainda é assim na Coreia e continua a ser em Cuba, onde a invocação da revolução continua a ser feita 60 anos depois, para se evitar a democracia, a transparência e os temas incómodos. Somando o vazio apologético do discurso de António Costa à encenação vinteecincodeabrilesca, com “soldadinhos” em palco que acabei de presenciar em imagens que me chegam do congresso do PS, não fica grande coisa. A não ser a infelicidade da apropriação de uma revolução que o PS deveria querer de todos e não cada vez mais acantonada e tomada por quem nem a fez e a má ideia de exibir espingardas no palco de um congresso.
«Jose Riobom» - David Ribeiro que arma? ...um canhangulo? Desde já foste por mim nomeado o grande salvador da Pátria...! O 25 de Abril é muito mais que o próprio dia... Esse dia é o final mais que esperado de dezenas de anos de ditadura, de prisões, de torturas, de abusos. É a libertação dum povo. O desabrochar de um novo País. Houve muito mais trabalho de libertação nos anos imediatamente a seguir do que própriamente no dia. É muitos dos proto-ditadores ainda por aí andam ou esqueceste de que o actual PR é filho dum homem do antigo regime afilhado de Marcelo Caetano? Eu continuo em armas de antes e depois do 25 nem que seja contra esta "democracia" de ladrões e corruptos. Eu ainda não as depus...
«David Ribeiro» - E porque o 25 de Abril é muito mais que o próprio dia, considero infeliz a apropriação de uma revolução que o PS fez ontem no seu Congresso.
«Jose Riobom» - Nem mais... Os "donos" do 25 Abril estão na sua maioria mortos.... os meus avós... os meu país... e um destes dias, eu, e muitos que por aí andam todos com mais de 55 anos. E que país deixaremos? Mais uma vez um país de carneiros governado pelas mesmas famílias de ladrões e corruptos de antes do 25 e que tudo aceita em nome duma ditadura a que apelidam de democracia.
Francisco Assis no XXII Congresso do PS
Mais uma vez, e unicamente no que concerne à Geringonça e à liderança de António Costa, estou em muito de acordo com o que Francisco Assis tornou a dizer hoje numa reunião magna do PS. E ouvi por lá umas palmitas, não muitas, é certo, mas ouvi algumas.
Fiz esta carismática e já histórica pergunta na página do Facebook «Um novo norte para o Norte» e foram estas as respostas dos meus amigos:
«Aníbal Moreira» - Na base aérea de S. Jacinto, chegado de Moçambique, com os meus aviões.
«Albertino Amaral» - A trabalhar, como ainda o fazia até há pouco tempo... Não vi qualquer grande alteração, que me fizesse ser mais ou menos feliz... A mentalidade política, a mim, não me ensinou nada de novo... Acho até que ficou, foi tudo mais complicado... Certamente é por isso que ainda não descobri o significado real da tal democracia....
«Jorge Veiga» - em casa!
«Manuel Rodrigues» - A trabalhar
«Mario Azevedo» - A trabalhar! Tinha chegado na véspera da Dinamarca.
«Jota Caeiro» - quando dei por ela, estava na 'Segunda Classe', na Escola nº 85, escola da Feira, como era conhecida por aqui na Foz... falou-se em Revolução dos militares e nós vimo-los do recreio a descer dos camiões na 'Estrada Nova' e a levar gente... :)
«Manuel Carvalho» - Na 4ª classe, em Rio Tinto. Só me lembro de passarem alguns aviões e de uma colega desatar a chorar porque tinha familiares em Lx.
«Adao Fernando Batista Bastos» - Só me apercebi de manhã. Cheguei às 9 horas para trabalhar, na Reo. Central de Finanças em Gonçalo Cristovão e estava fechada. Ninguém, nem o PSP que costumava estar à entrada! Rua deserta! Até que alguém me informou que tinha havido qualqusr cousa com militares, em Lisboa. Encaminhei-me para os Aliados e foi um rodopio. Informaçoes, correrias, manifestaçoes de aloio e alegria. Que dias os que se seguiram até ao grandioso e memorável primeiro " 1° de Maio"
«Carlos Furtado» - Nas aulas. Mandaram me para casa. Foi uma festa. Mas o pai de um amigo era capitão.
«Antero Filgueiras» - À hora em que ocorreu o 25 de Abril estava em casa, tal como a esmagadora maioria dos portugueses. Nesse dia às 9.00 estava na aula de Matemática, cujo professor, um ex-militar em Cabo Verde fez questão de explicar à malta o que é que se estava a passar. Todavia, ele não acreditava na descolonização, pois achava que aquilo teria que ser eternamente nosso. Foi chumbado nesse mesmo dia!!
«José Luis Moreira» - Às 9:00h, em Ilondé, Guiné, preparado para, na "enfermaria" (tenda do Posto de Socorros), dar início a mais uma jornada de 'assistência sanitária à população da zona'. 9:10h: 0 ten-cor manda formar"todo" o pessoal (eu nunca ia) na "parada", para que todos mantivessem a disciplina, porque o que eventualmente estaríamos a ouvir na rádio (BBC)... era uma mentira. Felizmente foi verdade.
«Raul Vaz Osorio» - (…) eu estava em Luanda e nos meus 14 anos (quase 15) era um feroz opositor do regime. Ouvi notícia de que as comunicações com Lisboa estavam cortadas e logo a minha mente fértil imaginou uma revolução (o golpe das Caldas ainda estava fresco na memória) e corri a informar o meu grande amigo de infância, o Paulo Júlio Miranda Vieira, com quem "conspirava" regularmente, das minhas suspeitas, ao que ele me respondeu algo do tipo "quem me dera, mas não acredito, aquela merda está muito bem montada, abana mas não cai". Felizmente, ele estava enganado
«Miguel Soeiro de Lacerda» - Estava entre o Porto e a maravilhosa Alemanha.
«Nuno Dumont Vilares» - Estava a fazer o serviço militar obrigatório em Monsanto...
«Jose Riobom» - Na madrugada andava a fazer o habitual "passeio" nocturno com os amigos do costume e depois de ouvidas as primeiras notícias e termos presenciado algumas movimentações estranhas continuamos o périplo degustando as habituais "bejecas" e a diária ceia noturna na Casa da Mariquinhas ali pela Sé deixando o resto para os "heróis" já que isso das revoluções não era para nós. Nessa altura previmos o que seria o Portugal de hoje... UM PAÍS DE CORRUPTOS E LADRÕES ! A caminho de casa com passagem obrigatória pela delegação dos meus "vizinhos" da PIDE estranhei ver muitas luzes acessas... e algumas pessoas que não era habitual estarem por ali a essa hora...quase 6 da manhã...depois fui dormir as habituais 2 horas...
«Rui Lima» - No velhinho Aeroporto de Pedras Rubras ! Um dia em cheio !
«Adriano Magalhães» - Fiz parte da revolução nesse dia fiquei de prevenção ao meu quartel RI6 Porto tinha 2anos de Tropa. tanto esforço para quase nada para quem tem de trabalhar.
«José Serrano» - A caminho para a Setenave/Lisnave
Já lá vão 45 anos que apareceu nas bancas um semanário que mudou a forma de fazer jornalismo em Portugal. Eu estava a cumprir o serviço militar obrigatório no Batalhão de Engenharia nº 3, em Santa Margarida, e vivia-se então uma decadente “primavera Marcelista” em que ninguém já acreditava e todos nós esperávamos a todo o momento uma mudança, fosse lá o que ela fosse e quando fosse. E tudo que era novo merecia a nossa atenção. O Expresso era lido e relido, recortava-se e guardava-se, para memória futura, tudo o que tinha a ver com o envolvimento cívico e político dos portugueses. Depois houve o 25 de Abril de 74… e depois aconteceu o 25 de Novembro… fizemos uma Constituição democrática e mais tarde entramos para a Comunidade Europeia… e estes anos todos volvidos ou nos tornamos sépticos quanto ao estado em que se encontra “esta” democracia ou então o Expresso já não é o que era.
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Caderno de Exercícios (Celina Rodrigues)
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Clozinha/and/so/on (Maria Morais)
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Mente Despenteada (Carla Teixeira)
Nortadas (Francisco Sousa Fialho, João Anacoreta Correia e outros)
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