Ouvindo e lendo tantos "amigos" do 25 de Novembro de 1975 até parece que não foram os Militares de Abril que acabaram nesse dia com o Processo Revolucionário em Curso (PREC) e iniciaram um processo de estabilização da democracia representativa em Portugal. O 25 de Novembro de 1975 não foi uma “pinochetada”, como muitos gostariam que tivesse sido, simplesmente porque Mário Soares e os militares moderados do Grupo dos Nove constituíram os pilares da “muralha de aço” contra o “companheiro Vasco” e a tentativa de sovietizar o país. Ao mesmo tempo que derrotaram a esquerda revolucionária, também ajudaram a evitar que a “direita musculada” ou a extrema-direita vingassem em Portugal.
Nos meus últimos dias de Serviço Militar Obrigatório - meados de outubro de 1974 - no Batalhão de Engenharia n.º 3, em Santa Margarida, já se "trabalhava", um pouco na clandestinidade, para a eventualidade de ser necessário voltar a pegar em armas, dessa vez contra os extremistas de esquerda que proliferavam nas Forças Armadas Portuguesas. Em 25 de Novembro de 1975 já estava na vida civíl, mas sempre atento e pronto a defender novamente os valores que na madrugada de Abril me levaram a lutar, de armas na mão, pelo fim do Estado Novo e pela implantação de um novo Portugal Democrático.
Jose Pauperio - Tretas !
Presidente da República na primeira cerimónia solene relativa à data
O Presidente da República defendeu que “não existe contradição” na evocação do 25 de Abril de 1974, uma “data maior” e “mais marcante em termos históricos”, e do 25 de Novembro de 1975, que poderá ter evitado “uma guerra civil”. Questionando-se sobre se a liberdade começou com a primeira data e a democracia com a segunda, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu a si próprio: “É mais rigoroso dizer que, com o 25 de Abril de 1974, se abre um caminho complexo e demorado - porque atravessou a revolução e, depois, a transição constitucional de sete anos - para a liberdade e a democracia. E a 25 de Novembro de 1975 dá-se um passo muito importante no caminho dessa liberdade e democracia.” O discurso do chefe de Estado encerrou a primeira sessão solene evocativa da operação militar de 25 de Novembro de 1975 na Assembleia da República. Pedindo desculpa aos deputados por “tão longa narrativa” de cerca de 20 minutos, Marcelo sublinhou que sem o 25 de Abril, que descreveu como uma “unidade feita de diversidades”, “não haveria 25 de Novembro”. Isto porque a revolução pôs fim a um “ciclo imperial de cinco séculos e a uma ditadura de meio século” e lançou a configuração “do sistema de partidos, a definição do sistema eleitoral e dos parceiros sociais”. No seguimento da “vitória do Grupo dos Nove sobre os outros dois setores militares”, o mais à esquerda e o mais à direita, a direita civil e militar mais radical “perdeu a reivindicação de ilegalização do PCP”, recordou Marcelo. Entre os vitoriosos militares do 25 de Novembro, que travou um “refluxo revolucionário” mais “demorado, agitado e conflitual”, destacou “estrategicamente Ernesto Melo Antunes, operacionalmente António Ramalho Eanes e na execução Jaime Neves”, e no plano civil Mário Soares. Mas, para o chefe de Estado, “a democracia política e eleitoral plena” só se consagrou com a revisão constitucional de 1982, que extinguiu o Conselho da Revolução.
Eu tinha saído da tropa há um ano e já trabalhava na Refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira. A meio da manhã começou-se a notar uma certa agitação nos trabalhadores mais “revolucionários”, mas apesar de um pequeno dispositivo do posto da GNR existente na refinaria estar com “ar bélico”, o almoço no refeitório correu normalmente e durante a tarde a afluência ao bar foi grande, pois só aí é que havia televisão.
Pedro Peres - Eu tinha nascido há 13 dias, sinceramente não me lembro, mas devia estar em casa kkkk
David Almeida - Com quase 13 anos, estava muito atento a tudo o que se passava e confiante que, a partir deste dia, se assistiria à verdadeira liberdade e democracia, tantas vezes apregoada por Sá Carneiro!
Paula Cardoso - Eu estava na escola atenta ao que se passava mas sem perceber bem.
Mario Ferreira Dos Reis - A andar de bicicleta no Porto..
Antonio Dias - A festejar o meu aniversário.
João Greno Brògueira - Eu estava de Oficial de Dia no HMP em Lisboa.
Helder Ferreira - Eu estava a trabalhar no Hotel Santa Luzia - Viana do Castelo - e namorava com a minha actual mulher, irmã do falecido Tenente Comando Coimbra.
...que acabou a brincadeira, também conhecida por PREC
DN de 25nov1975
Quando esta 2ª edição do DN saiu, já o PREC estava moribundo.
Mário Soares em "Um político assume-se"
“O 25 de Novembro de 1975 foi extremamente importante para Portugal. Foi o virar de uma página, que podia ter sido trágica, e a restituição da Revolução de Abril à sua pureza inicial: a democracia pluralista de tipo ocidental, num Estado de Direito, civilista, respeitador dos Direitos Humanos e com uma dimensão social, marcada pela igualdade de oportunidades.” (Mário Soares em “Um político assume-se” - 2011)
Mas alguém tem dúvidas que quem no dia 25 de Novembro de 1975 acabou com o regabofe do PREC eram na esmagadora maioria os mesmos que na madrugada de 25 de Abril libertaram Portugal de uma das mas longas ditaduras fascistas da história moderna?... Eu estive de “armas na mão” desde a madrugada de 25 de Abril de 1974 até um merecido descanso de três anos de serviço militar obrigatório que terminou para mim em finais do mês de Outubro do mesmo ano. Mas durante todo o “Verão Quente”, numa “clandestinidade” verdadeiramente assumida e nunca renegada, estive SEMPRE ao lado dos valores que me levaram a lutar contra o regime ditatorial do Estado Novo. E ainda me recordo bem do que foi toda a luta contra o PREC e que culminou com o 25 de Novembro de 75.
Mário Soares, no seu ensaio autobiográfico politico e ideológico - "Um Político Assume-se" - logo no início de um capítulo, sugestivamente nomeado “A normalização democrática”, escreveu: “O 25 de Novembro de 1975 foi extremamente importante para Portugal. Foi o virar de uma página, que podia ter sido trágica, e a restituição da Revolução de Abril à sua pureza inicial: a democracia pluralista de tipo ocidental, num Estado de Direito, civilista, respeitador dos Direitos Humanos e com uma dimensão social, marcada pela igualdade de oportunidades."
Já lá vão 45 anos que apareceu nas bancas um semanário que mudou a forma de fazer jornalismo em Portugal. Eu estava a cumprir o serviço militar obrigatório no Batalhão de Engenharia nº 3, em Santa Margarida, e vivia-se então uma decadente “primavera Marcelista” em que ninguém já acreditava e todos nós esperávamos a todo o momento uma mudança, fosse lá o que ela fosse e quando fosse. E tudo que era novo merecia a nossa atenção. O Expresso era lido e relido, recortava-se e guardava-se, para memória futura, tudo o que tinha a ver com o envolvimento cívico e político dos portugueses. Depois houve o 25 de Abril de 74… e depois aconteceu o 25 de Novembro… fizemos uma Constituição democrática e mais tarde entramos para a Comunidade Europeia… e estes anos todos volvidos ou nos tornamos sépticos quanto ao estado em que se encontra “esta” democracia ou então o Expresso já não é o que era.
Não há dúvida… somos um Povo de lágrima fácil
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«Duarte Nuno Correia» - n'O Insurgente - Alguns poderão estar esquecidos, outros nunca terão ouvido, outros estarão equivocados e alguns terão escutado uma versão deturpada ou selectiva da coisa. Mas quando Jaime Neves e os restantes comandos impedem o golpe dos pára-quedistas de Tancos, impedem não apenas um golpe militar, mas o golpe militar da extrema-esquerda que visava garantir que Portugal passava de uma ditadura de direita para uma ditadura de esquerda, comunista e à boa moda soviética, isto assumindo que os arrufos entre estalinistas e maoístas se resolviam. Isto foi no dia 25 de Novembro de 1975. O 25 de Abril sem o 25 de Novembro teria sido uma mera mudança de cores de camisola. É, portanto, uma data tão alusiva à democracia como é o 25 de Abril, e, como tal, merece ser recordada, celebrada, felicitada, festejada. Um dos partidos que mais fez pela consolidação do 25 de Novembro foi precisamente o PS de Mário Soares. Que o Bloco de Esquerda, que mais não é do que a agremiação da UDP e do PSR, radicais que buscavam essa ditadura comunista, e o PCP, que, bom, é o PCP, não celebrem o 25 de Novembro parece-me coerente. Afinal, o sonho de uma ditadura comunista foi gorado. Que o PS alinhe no circo é que é absolutamente inaceitável. Uma vergonha.
«David Ribeiro» - O Mário Soares deve estar aos saltos no caixão.
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