Ouvindo e lendo tantos "amigos" do 25 de Novembro de 1975 até parece que não foram os Militares de Abril que acabaram nesse dia com o Processo Revolucionário em Curso (PREC) e iniciaram um processo de estabilização da democracia representativa em Portugal. O 25 de Novembro de 1975 não foi uma “pinochetada”, como muitos gostariam que tivesse sido, simplesmente porque Mário Soares e os militares moderados do Grupo dos Nove constituíram os pilares da “muralha de aço” contra o “companheiro Vasco” e a tentativa de sovietizar o país. Ao mesmo tempo que derrotaram a esquerda revolucionária, também ajudaram a evitar que a “direita musculada” ou a extrema-direita vingassem em Portugal.
Nos meus últimos dias de Serviço Militar Obrigatório - meados de outubro de 1974 - no Batalhão de Engenharia n.º 3, em Santa Margarida, já se "trabalhava", um pouco na clandestinidade, para a eventualidade de ser necessário voltar a pegar em armas, dessa vez contra os extremistas de esquerda que proliferavam nas Forças Armadas Portuguesas. Em 25 de Novembro de 1975 já estava na vida civíl, mas sempre atento e pronto a defender novamente os valores que na madrugada de Abril me levaram a lutar, de armas na mão, pelo fim do Estado Novo e pela implantação de um novo Portugal Democrático.
Jose Pauperio - Tretas !
Presidente da República na primeira cerimónia solene relativa à data
O Presidente da República defendeu que “não existe contradição” na evocação do 25 de Abril de 1974, uma “data maior” e “mais marcante em termos históricos”, e do 25 de Novembro de 1975, que poderá ter evitado “uma guerra civil”. Questionando-se sobre se a liberdade começou com a primeira data e a democracia com a segunda, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu a si próprio: “É mais rigoroso dizer que, com o 25 de Abril de 1974, se abre um caminho complexo e demorado - porque atravessou a revolução e, depois, a transição constitucional de sete anos - para a liberdade e a democracia. E a 25 de Novembro de 1975 dá-se um passo muito importante no caminho dessa liberdade e democracia.” O discurso do chefe de Estado encerrou a primeira sessão solene evocativa da operação militar de 25 de Novembro de 1975 na Assembleia da República. Pedindo desculpa aos deputados por “tão longa narrativa” de cerca de 20 minutos, Marcelo sublinhou que sem o 25 de Abril, que descreveu como uma “unidade feita de diversidades”, “não haveria 25 de Novembro”. Isto porque a revolução pôs fim a um “ciclo imperial de cinco séculos e a uma ditadura de meio século” e lançou a configuração “do sistema de partidos, a definição do sistema eleitoral e dos parceiros sociais”. No seguimento da “vitória do Grupo dos Nove sobre os outros dois setores militares”, o mais à esquerda e o mais à direita, a direita civil e militar mais radical “perdeu a reivindicação de ilegalização do PCP”, recordou Marcelo. Entre os vitoriosos militares do 25 de Novembro, que travou um “refluxo revolucionário” mais “demorado, agitado e conflitual”, destacou “estrategicamente Ernesto Melo Antunes, operacionalmente António Ramalho Eanes e na execução Jaime Neves”, e no plano civil Mário Soares. Mas, para o chefe de Estado, “a democracia política e eleitoral plena” só se consagrou com a revisão constitucional de 1982, que extinguiu o Conselho da Revolução.
Trágica notícia que nos foi dada a conhecer ao início da tarde de ontem. O acidente ocorreu quando o helicóptero regressava do combate a um incêndio em Baião. "Às 12h36 de hoje, 30 de agosto, enquanto participava nas operações de combate ao incêndio rural que lavra em Gestaçô, em Baião, o helicóptero ligeiro de combate a incêndio rurais, com o indicativo operacional H16, sofreu um acidente, obrigando à amaragem do meio aéreo no rio Douro, próximo da localidade de Samodães", detalhou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (AENPC).
Foi esta a fita do tempo:
14h50 de 30ago2024 - A Guarda Nacional Republicana (GNR) anunciou que mantém a busca no rio Douro para os cinco elementos da UEPS que ocupavam o helicóptero que hoje caiu no rio entre Lamego, distrito de Viseu, e Peso da Régua, distrito de Vila Real.
15h50 de 30ago2024 - Comandante Silva Lampreia da Marinha Portuguesa: Dois mortos ainda dentro do heli submerso e três continuam desaparecidos.
18h00 de 30ago2024 - Até às 18h as autoridades militares confirmavam oficialmente a morte de quatro militares e um desaparecido.
19h00 de 30ago2024 - Comandante da Zona Marítima do Norte, Silva Lampreia: "A aeronave partiu-se em duas partes e os outros dois [ocupantes que ainda não tinham sido detetados] foram encontrados junto à cauda da aeronave para jusante da posição onde ela caiu".
19h50 de 30ago2024 - O Governo decretou um dia de luto nacional para este sábado, 31 de agosto, em homenagem às vítimas da queda do helicóptero na zona do Douro. “Perante o ocorrido, o Governo decide decretar um dia de luto nacional, como forma de pesar e de solidariedade de toda a população nacional, homenageando os militares da GNR que prestavam serviço público ao País quando foram vítimas deste trágico acidente”, lê-se no comunicado emitido pelo Conselho de Ministros.
Ainda no quente das ações de busca e salvamento dos acidentados na queda do helicóptero no rio Douro, não faltou "aqui-d'el-rei" por Luís Montenegro, à chegada ao local do acidente e depois de reunir com as autoridades, ter embarcado numa das lanchas envolvidas na operação e percorrido as margens do Douro, numa altura em que ainda decorriam as operações de busca. Mas cá para mim os "críticos" devem ser os mesmos que crucificaram Miguel Albuquerque por não ter cancelado as férias e ir ao local dos incêndios na Madeira para comandar as tropas.
Isabel Sousa Braga - Nem mais, embora a cena da lancha fosse desnecessária
Fernando Peres - Muito bem, boa análise. Não se pode ser preso por não ter e ter cão ao mesmo tempo. Agora é que é preciso agir. As famílias daqueles que lutam por todos nós contra os incêndios tem que ser ressarcidas (nada substitui a perda humana) por uma pensão adequada a cada família atingida!!!
David Ribeiro - Tem toda a razão, Fernando Peres. Já estamos fartos de muitos casos similares a esta tragédia, passadas poucas semanas tudo ficar no esquecimento.
Jose Pinto Pais - A maior e principal critica ao Albuquerque foi a subvalorização da situação inicial por parte dele e do executivo
Tiago Silva -Como é que eu votei em si…?
Jorge De Freitas Monteiro - É caso para dizer: nem tanto ao bote, nem tanto à praia.
Laura Pimentel - Gosta de se fazer notado pois a vida não tá fácil!!!!
Joaquim Figueiredo - Não se confundam situações... uma coisa é o PM aparecer para dar apoio a quem está no exercício das tarefas, o que lhe fica bem, outra é armar-se em tarefeiro...fico-lhe mal...um populismo bacoco
Avelino Oliveira - Ao seu estilo fez o que devia ter feito. Agora é apoiar as famílias
José Carlos Ferraz Alves - O poder sobe mesmo à cabeça de alguns e perdem o discernimento
Continuando com a fita do tempo:
08h30 de 31ago2024 - O comandante Nuno Requeijo, da Proteção Civil do Douro, explica que pelas margens “haverá buscas de homens apeados, equipas cinotécnicas e botes, num grande reforço de meios para resgatar o militar da GNR desaparecido”. Para o local foram ainda deslocados “meios, entre gruas e balões de flutuação, para tentar tirar o helicóptero das águas” o que vai permitir verificar se o militar desaparecido de 29 anos poderá estar preso na fuselagem do helicóptero.
09h00 de 31ago2024 - Uma equipa de três mergulhadores do Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto (RSB) partiu, na manhã deste sábado, para a Régua, integrando agora as buscas pelo militar desaparecido após a queda de um helicóptero no rio Douro. Para a operação, a equipa faz-se ainda acompanhar por um drone subaquático.
10h00 de 31ago2024 - Já está no local e a operar a grua que deverá retirar os destroços do helicóptero que caiu ao rio Douro esta sexta-feira. Segundo as autoridades, a aeronave terá ficado partida em dois na sequência do acidente. Também de acordo com as autoridades, esta operação permitirá confirmar se o corpo do militar de 29 anos que continua desaparecido terá ficado preso na fuselagem da aeronave.
13h00 de 31ago2024 - Na conferência de imprensa das 13h, que decorreu no posto de comando das operações, localizado no cais de Lamego, também esteve presente o chefe do Estado-Maior da Armada. Gouveia e Melo adiantou que vão ser colocadas redes a jusante, no rio, para evitar que o corpo possa ser arrastado, funcionando como “uma barreira de retenção”.
16h25 de 31ago2024 - Acaba de ser encontrado o corpo do GNR que ainda estava dado como desaparecido.
Nunca andei de helicóptero mas um dia...
Nestes dois dias em que ainda estamos a viver as ações de busca e salvamento do trágico acidente com um helicóptero de combate a incêndios que caiu no rio Douro, dou comigo a recordar a época em que em Santa Margarida (anos de 1972 a 74) integrava um grupo da Segunda Companhia de Sapadores do «Bat.Eng.3» que tinha como função não só a proteção contra incêndios de todo o Campo Militar mas também atuava em incêndios florestais nos concelhos e freguesias limítrofes desta grande infraestrutura militar. Uma bela sexta-feira ao fim da tarde, em data que já não consigo precisar, estava eu a preparar-me para passar o meu serviço a um camarada que não ia de fim-de-semana e rumar eu a casa, quando um helicóptero pousou na parada do quartel, coisa estranha, pois em Santa Margarida havia um grande e bem equipado heliporto. Desci à parada e fiquei a saber que teríamos que prestar os nossos serviços num grande incêndio florestal na área de Ponte de Sor. Imediatamente, e já que eu nunca tinha andado de helicóptero, disse ao nosso Segundo Comandante, que me disponibilizava para seguir com esta aeronave, para reconhecimento do terreno... que não, disse o Major, no helicóptero seguiria um graduado da especialidade de Operador de Terraplanagem, para melhor determinar onde poderíamos atuar... e eu seguiria por estrada comandando as duas DC-6 que seriam transportadas em dois camiões Hanomag Henschel. E pronto... lá fui eu e a minha equipa numa longa viagem por estrada, mais umas largas horas de limpeza de terrenos, sempre com o fogo relativamente perto mas sempre em segurança de pessoal e máquinas. E não andei de helicóptero... até aos dias de hoje.
(Na imagem o AS350 - Eurocopter AS350 B3e - a versão mais recente de um dos tipos de helicóptero mais famosos do mundo)
Campo de Instrução Militar de Santa Margarida
Batalhão de Engenharia n.º 3
Quarta-feira, 24 de Abril de 1974, 22h55
São quase 11 horas da noite e já entreguei no gabinete do oficial de dia ao QG do CIM (Campo de Instrução Militar) o relatório da ronda acabada de efetuar aos paióis. As temperaturas estão registadas, os cadeados das portas foram verificados, o pessoal está nos postos.
A caminho do nosso quartel, o Martins, o brioso condutor da Land Rover, desafia-me para uma partida de snooker: “Só uma partidinha… Hoje estou com uma fezada que lhe ganho”. Concordo e lá vamos para a messe de sargentos. O “barista” dormita encostado ao balcão e, com cara de quem já não esperava mais clientes, diz-nos: “Depressinha que tenho que fechar antes da meia-noite”. Duas minis fresquinhas escorrem-nos pelas goelas abaixo e começo eu. Nas duas primeiras tacadas entram a “1” e a “5”. Giz no taco, aponto à “3”, preparo o efeito… e aparece o Sargento da Guarda ao Quartel. “Quem é o Sargento de Dia ao Piquete?” pergunta ele. Com uma tacada brusca meto a bola no buraco do canto. “Sou eu, porquê?” – respondo-lhe com maus modos. Com o ar mais importante do Mundo diz-me: “O Nosso Segundo Comandante está à tua espera no edifício de Ordem Pública do QG. Vai lá depressa”. Prontos… lá se foi uma vitória certa. Boina na cabeça, blusão apertado e lá vamos a caminho do Quartel-General. Em 10 minutos estamos lá. À porta de armas informam-nos que deveremos ir imediatamente para a Sala de Operações. Entro, faço a continência e com um olhar rápido inventario os participantes na reunião: Um Major, o meu Segundo Comandante; três Capitães, dois do meu quartel e um de cavalaria; seis Alferes, todos do QG. Com ar grave diz-me o Major: “Ó Ribeiro, vamos entrar em prevenção rigorosa e quero que você me organize a defesa e proteção dos paióis. Ponha todos os seus homens do piquete a interditar as estradas de acesso e, a partir de agora, reporta diretamente a este grupo de oficiais. Vá lá organizar as tropas e depois encontramo-nos na messe de oficiais do Batalhão”. Faço novamente a continência e respondo: “Sim senhor, meu Comandante. É para já”. Meia volta e em passo rápido dirijo-me para o jeep. O Martins, com o ar mais aparvalhado que já lhe tinha visto pergunta-me: “Então?! Vai haver merda?”. Sem lhe responder entro na viatura e com a mão aponto-lhe a direção do quartel. Não me apetece falar… Ainda não digeri a ordem que acabo de receber. Tenho a certeza absoluta que aquilo que andamos a falar há uns tempos vai ser hoje.
Entro na caserna da 2ª Companhia de Sapadores e acordo o pessoal: “Está a formar rápido… Quero todos na parada em 5 minutos… Levantem rações de combate e encham os cantis de água… Quero toda a gente municiada e de capacete… Hoje não é exercício noturno… É mesmo a sério”. Tenho absoluta confiança nos meus homens. São Sapadores de Engenharia, habituados a acompanharem-me em operações de interdição de pistas de aviação e desativação de explosivos. Gente de barba rija.
Passam vinte minutos da meia-noite. No programa Limite da Rádio Renascença é transmitida a canção "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso. Está a começar o meu 25 de Abril.
A mulher que fez do cravo o símbolo do 25 de Abril (Fonte: RTP)
Em 1974 Celeste Caeiro tinha 40 anos e vivia num quarto que alugara no Chiado, com a mãe e com a filha. Trabalhava na rua Braancamp, na limpeza do restaurante Franjinhas, que abrira um ano antes. O dia de inauguração fora precisamente o 25 de Abril de 1973. O gerente queria comemorar o primeiro aniversário do restaurante oferecendo cravos à clientela. Tinha comprado cravos vermelhos e tinha-os no restaurante, quando soube pela rádio que estava na rua uma revolução. Mandou embora toda a gente e acrescentou: "Levem as flores para casa, é escusado ficarem aqui a murchar". Celeste foi então de Metro até ao Rossio e aí recorda ter visto os "chaimites" e ter perguntado a um soldado o que era aquilo. O soldado, que já lá estava desde muito cedo, pediu-lhe um cigarro e Celeste, que não fumava, só pôde oferecer-lhe um cravo. O soldado logo colocou o cravo no cano da espingarda. O gesto foi visto e imitado. No caminho, a pé, para o Largo do Carmo, Celeste foi oferecendo cravos e os soldados foram colocando esses cravos em mais canos de mais espingardas.
Sessão parlamentar comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril
Ouvindo a intervenção de Paulo Núncio na sessão parlamentar das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e não tendo nada contra a inclusão do CDS na atual AD, até porque a lei o permite, no entanto gostaria de saber qual seria o peso político do CDS-PP se tivesse ido a eleições isoladamente.
Mario Pinheiro - Zero. Mas andam empertigados. Deve ser por causa das afirmações de PPC.
Jose Luis Veiga Dias - Talvez zero mas a sua participação é merecida pois relembra o sequestro do Palácio de Cristal feita pelos pseudo democratas da esquerda totalitária E eu estou linde de partilhar as ideias do CDS
Paulo Teixeira - Teria tido os deputados que tem. E foi um grande discurso
Fernando Peres - E qual o peso dos verdes na CDU? Quantas vezes foram os verdes a votos sozinhos? Com todo o respeito nunca o vi a contestar essa coligação!!!
David Ribeiro - Fernando Peres, os Verdes na CDU há muito que não existem e nem me parece que façam alguma falta, o que até justifica que não se fale desta aberração.
Fernando Peres - David Ribeiro pronto está resolvido.Mas se o PCP entende fazer coligação com os Verdes e colocar em lugares elegíveis para deputados, o que temos nós a ver com isso?
David Ribeiro - Fernando Peres, o que deveríamos ter "a ver com isso" deveria ser termos o direito a saber o peso político de cada partido com acento parlamentar. E os Verdes não têm acento parlamentar.
Fernando Peres - David Ribeiro não tem hoje , mas tiveram no passado!!! No meu entender só diz respeito aos partidos visados!!!
Caramba!... Ouvindo a intervenção de Rui Rocha da Iniciativa Liberal, na sessão parlamentar das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, até parecia que estava a ouvir um membro do já quase defunto MRPP.
José Alberto Calvão - Este não me convence
Estou a ouvir André Ventura na sessão parlamentar das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril... e não há dúvida, é o rei da demagogia e de um populismo irreverente.
Albertino Amaral - Quer gostemos quer não, quer queiramos quer não, é disto que o meu povo gosta. Isto é falar para um povo que precisa ouvir verdades. Os outros discursos são actos de fingimento e atitudes hipócritas.......
Júlio Gouveia - Pior que este só mesmo o Presidente da República. Este perdeu completamente o juízo
Fernando Peres - Populismo é deixarmos nas comemorações de Abril e da liberdade levarem bandeiras com a foice e o martelo ( PCP). Será que existe algum País no mundo onde os comunistas foram governo e houvesse liberdade, eleições livres? Será aceitável ir para as comemorações com símbolos de partidos contrários ao espírito da liberdade e eleições livres?
Paulo Teixeira - Fernando Peres és um senhor.
Gonçalo G. Moura - Por acaso o Ventura esteve bem, depois das infelizes declarações do PR...
Altino Duarte - Demagogia, populismo... e má-criação !
Biblioteca do Conservatório de Música do Porto / Prof. Fernanda Oliveira em 24abr2024
"Avô conta-me como foi ...?" - Testemunho do avô da Alice do 5ºC sobre a sua experiência / memórias do 25 de abril.
Antes da sessão de poesia (que envolveu a leitura de poemas sobre o 25 de abril, entre as turmas do 6ºA e 6ºB, da professora Conceição Meira, e do 5ºC, da professora Helena Vouga), o sr. David Ribeiro deu o seu testemunho sobre a revolução dos cravos e respondeu a algumas questões dos alunos.
Esta partilha intergeracional foi muito enriquecedora para todos os envolvidos.
A Biblioteca agradece a disponibilidade e simpatia do avô da Alice!
David Ribeiro - Grande honra tive eu em poder partilhar com estes jovens a minha experiência na madrugada de 25 de Abril, data que estamos agora a festejar o 50.° aniversário. Caríssima professora Fernanda Oliveira (responsável pela Biblioteca do Conservatório de Música do Porto), depois desta minha experiência junto destes jovens alunos, estou convencido que todos nós que fizemos o 25 de Abril de armas na mão, têm como missão histórica prestar testemunho nas escolas da experiência vivida, incentivando os jovens a exercerem um pensamento crítico que os leve a agir. Muito obrigado a todos.
Há mau criminosa em muitos dos incêndios florestais?... Claro que há, mas não "amandemos" com as culpas todas para os pirómanos, pois as autarquias têm muita culpa na forma como só se lembram de Santa Bárbara quando troveja.
Não me considero um "expert" na matéria, mas os dois anos e meio (1972-74) em que comandei em ações de prevenção e ataques a incêndios um grupo de Sapadores do Batalhão de Engenharia n.º 3 em Santa Margarida, dizem-me que os incêndios se combatem "antes de...". Era o que fazíamos... prevenção... prevenção... e mais prevenção. Só depois combate.
Albertino Amaral - Em concreto, se há mão criminosa nestes incêndios, então só se reconhece em quem os provocou, a responsabilidade do acto. As autarquias, são Governo, e como tal, a culpabilidade que se lhe atribui, nós já sabemos. Por isso, estas entidades não têm legitimidade moral, para os condenar exemplarmente. Daí, a passividade.... Isto virou negócio, quer queiramos, quer não.......Ponto.
David Ribeiro - Albertino Amaral... não só, mas também.
Albertino Amaral - David Ribeiro O que é mais curioso, é que o calor começou, há já algum tempo, e nada de anormal se passou. A partir do momento em que se começa a falar muito sobre os incêndios e a sua época, eis que começa o " teatro "..... logo iniciam-se as operações.... Ora bolas.......
David Ribeiro - Albertino Amaral... Com atrás lhe disse, no meu tempo de "bombeiro militar" além da curriqueirice diária de apagar fogos provocados nas pistas dos exercícios de bombardeamentos aéreos ou de carros de combate M46, o nosso tempo de trabalho incluía a limpeza com bulldozers (DC6 e DC8) das matas das freguesias limítrofes do Campo Militar de Santa Margarida antes da época crítica dos incêndios.
Albertino Amaral - Outros tempos meu amigo. Tempos de noção de responsabilidade e organização. 1972 - 1974, era outra era, outra mentalidade. Nada comparável com o hoje. Nunca, mas nunca nada mais, será como já foi..... Pode ser que não seja para o nosso tempo, mas a ser " negócio ", isto vai correr mal, um dia........Escreva, meu caro.........
Isabel Sousa Braga - Em Espanha queixam se só mesmo, fogos postos. Cambada
Jose Luis Soares Moreira - Totalmente de acordo
Albertino Amaral - Na sequência da JMJ e das palavras do Papa bem como no espírito que durante aquela semana imperou por Lisboa e por todo o país em geral, era lindo ver aquela malta toda que está na Zambujeira do Mar, para assistir aos concertos musicais, ir dar uma boa ajuda a apagar os incêndios que por aquelas bandas lavram.....! Como ? Achas ? Eu não sou bombeiro, meu.......sssssss
David Ribeiro - Deixem os combates a incêndios para quem sabe... voluntários, por mais boa vontade que tenham, normalmente só atrapalham.
Nestes dias em que as tv's nos dão notícias dos incêndios que assolam uma grande parte do território nacional, dou comigo a recordar a época em que em Santa Margarida (anos de 1972 a 74) integrava um grupo da Segunda Companhia de Sapadores do «Bat.Eng.3» que tinha como função não só a proteção contra incêndios de todo o Campo Militar mas também atuava em incêndios florestais nos concelhos e freguesias limítrofes desta grande infraestrutura militar. Uma bela sexta-feira ao fim da tarde, em data que já não consigo precisar, estava eu a preparar-me para passar o meu serviço a um camarada que não ia de fim-de-semana e rumar eu a casa, quando um helicóptero pousou na parada do quartel, coisa estranha, pois em Santa Margarida havia um grande e bem equipado heliporto. Desci à parada e fiquei a saber que teríamos que prestar os nossos serviços num grande incêndio florestal na área de Ponte de Sor. Imediatamente, e já que eu nunca tinha andado de helicóptero, disse ao nosso Segundo Comandante, que me disponibilizava para seguir com esta aeronave, para reconhecimento do terreno... que não, disse o Major, no helicóptero seguiria um graduado da especialidade de Operador de Terraplanagem, para melhor determinar onde poderíamos atuar... e eu seguiria por estrada comandando as duas DC-6 que seriam transportadas em dois camiões Hanomag Henschel. E pronto... lá fui eu e a minha equipa numa longa viagem por estrada, mais umas largas horas de limpeza de terrenos, sempre com o fogo relativamente perto mas sempre em segurança de pessoal e máquinas.
E não andei de helicóptero...
Campo de Instrução Militar de Santa Margarida
Batalhão de Engenharia n.º 3
Quarta-feira, 24 de Abril de 1974, 22h55
São quase 11 horas da noite e já entreguei no gabinete do oficial de dia ao QG do CIM (Campo de Instrução Militar) o relatório da ronda acabada de efetuar aos paióis. As temperaturas estão registadas, os cadeados das portas foram verificados, o pessoal está nos postos.
A caminho do nosso quartel, o Martins, o brioso condutor da Land Rover, desafia-me para uma partida de snooker: “Só uma partidinha… Hoje estou com uma fezada que lhe ganho”. Concordo e lá vamos para a messe de sargentos. O “barista” dormita encostado ao balcão e, com cara de quem já não esperava mais clientes, diz-nos: “Depressinha que tenho que fechar antes da meia-noite”. Duas minis fresquinhas escorrem-nos pelas goelas abaixo e começo eu. Nas duas primeiras tacadas entram a “1” e a “5”. Giz no taco, aponto à “3”, preparo o efeito… e aparece o Sargento da Guarda ao Quartel. “Quem é o Sargento de Dia ao Piquete?” pergunta ele. Com uma tacada brusca meto a bola no buraco do canto. “Sou eu, porquê?” – respondo-lhe com maus modos. Com o ar mais importante do Mundo diz-me: “O Nosso Segundo Comandante está à tua espera no edifício de Ordem Pública do QG. Vai lá depressa”. Prontos… lá se foi uma vitória certa. Boina na cabeça, blusão apertado e lá vamos a caminho do Quartel-General. Em 10 minutos estamos lá. À porta de armas informam-nos que deveremos ir imediatamente para a Sala de Operações. Entro, faço a continência e com um olhar rápido inventario os participantes na reunião: Um Major, o meu Segundo Comandante; três Capitães, dois do meu quartel e um de cavalaria; seis Alferes, todos do QG. Com ar grave diz-me o Major: “Ó Ribeiro, vamos entrar em prevenção rigorosa e quero que você me organize a defesa e proteção dos paióis. Ponha todos os seus homens do piquete a interditar as estradas de acesso e, a partir de agora, reporta diretamente a este grupo de oficiais. Vá lá organizar as tropas e depois encontramo-nos na messe de oficiais do Batalhão”. Faço novamente a continência e respondo: “Sim senhor, meu Comandante. É para já”. Meia volta e em passo rápido dirijo-me para o jeep. O Martins, com o ar mais aparvalhado que já lhe tinha visto pergunta-me: “Então?! Vai haver merda?”. Sem lhe responder entro na viatura e com a mão aponto-lhe a direção do quartel. Não me apetece falar… Ainda não digeri a ordem que acabo de receber. Tenho a certeza absoluta que aquilo que andamos a falar há uns tempos vai ser hoje.
Entro na caserna da 2ª Companhia de Sapadores e acordo o pessoal: “Está a formar rápido… Quero todos na parada em 5 minutos… Levantem rações de combate e encham os cantis de água… Quero toda a gente municiada e de capacete… Hoje não é exercício noturno… É mesmo a sério”. Tenho absoluta confiança nos meus homens. São Sapadores de Engenharia, habituados a acompanharem-me em operações de interdição de pistas de aviação e desativação de explosivos. Gente de barba rija.
Passam vinte minutos da meia-noite. No programa Limite da Rádio Renascença é transmitida a canção "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso. Está a começar o meu 25 de Abril.
Rodrigo Falcão Moreira - Belíssimo relato. Obrigado por isto.
Alfredo Solteir - Que a liberdade se mantenha e que não seja confundida com liberdade para mandar mas sim liberdade para viver.
O dia 25 de Abril é sempre especial na Assembleia da República, palco da sessão solene que assinala a Revolução dos Cravos e o fim da ditadura em Portugal. Mas, este ano, a chamada casa da democracia recebe um convidado antes das intervenções de partidos, presidente da Assembleia e presidente da República, o que obrigou a algumas alterações de protocolo e outras tantas declarações acesas de líderes políticos. Lula da Silva, nesta manhã, quinto e último dia da sua visita oficial a Portugal, é homenageado no parlamento com uma sessão solene que já fez correr muita tinta. O partido Chega, manifestou-se desde logo "veementemente contra" a presença do presidente brasileiro no parlamento português. Tendo em conta que manifestações estão agendadas para aquele local - uma delas convocada pelo Chega em protesto pela presença de Lula da Silva no Parlamento, outra por apoiantes do presidente brasileiro - o Comando da PSP de Lisboa recusou divulgar o número de efetivos empenhados na operação junto à Assembleia da República, garantindo porém que as autoridades vão apostar num policiamento de visibilidade e preventivo, que possibilitará uma resposta "rápida e eficaz" se for necessária.
Inqualificável a atitude dos deputados da bancada do Chega ao levantarem-se com várias mensagens - cartazes onde se lia “Chega de corrupção” e outros a dizerem “Lugar de ladrão é na prisão” - durante o discurso de Lula da Silva na Assembleia da República. Há limites para tudo. O que se passou hoje na Casa da Democracia é vergonhoso.
Júlio Gouveia - Bem verdade. Vergonhoso. Por muito que não se possa gostar do homem ou das suas políticas, trata-se de um presidente dum país eleito democraticamente. Pelo que o que o Chega fez é vergonhoso e envergonha o nosso país. Inadmissível.
Joaquim Figueiredo - Pode dar origem a processo penal e cadeia. Espero que o MP esteja atento
Carlos Miguel Sousa - Joaquim Figueiredo Pode ? Porquê ?
Joaquim Figueiredo - Carlos Miguel Sousa o código processo penal identifica como crime e sujeito a prisão quem insulte um chefe de estado em visita oficial ao nosso país. Artigo 322.º - Crimes contra pessoa que goze de protecção internacional. 1- Quem atentar contra a vida, a integridade física ou a liberdade de pessoa que goze de protecção internacional, encontrando-se o ofendido em Portugal no desempenho de funções oficiais, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos, se pena mais grave lhe não couber por forca de outra disposição legal. 2- Quem ofender a honra de pessoa que goze de protecção internacional e se encontre nas condições referidas no número anterior é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
Diogo Jácome de Vasconcelos - Foi demasiado mas Graças a Deus o Santos Silva deu a importância pretendida.
David Ribeiro - A "irritação" do Presidente da Assembleia da República é perfeitamente compreensível, no meu entender, porque realmente “Os senhores deputados que se querem permanecer na sessão plenária devem comportar-se com urbanidade, cortesia e a educação que é exigida a qualquer representantes do povo português. Chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal”.
Paulo Neves - David Ribeiro, o próprio SS (Santos Silva) não precisava de usar tantas vezes o nome do partido em causa.
David Ribeiro - E porque não, Paulo Neves ?...
Paulo Neves - David Ribeiro porque lhe está a dar palco. Hoje, Bernardo Ferrão na SIC dizia, e bem, que Costa se pôs a jeito quando falou em brasileiro. Ainda não perceberam que lhe dão palco desnecessariamente. E nisso o PS é mestre.
Carlos Miguel Sousa - Paulo Neves Não é desnecessariamente é PROPOSITADAMENTE.
Paulo Neves - David Ribeiro, desculpe, só mais uma ideia: hoje, no parlamento, ninguém se preocupou com o alheamento da juventude relativamente ao 25/4. E sobre a crise e empobrecimento de Marcelo nem uma palavra.
Gilberto Santos - Vergonhoso. Há limites para tudo.
Ana Maria Oliveira - Palhaçada!
Jorge Silva - Parabéns para o Chega,Portugal é um pais de ladrões começa no presidente e termina nos deputados, bem hajam os deputados do chega
David Ribeiro - Jorge Silva... tratar o Presidente da Assembleia da República e os seus Deputados, seja porque motivo for, por "ladrões", não é admissível neste Grupo.
Jorge Silva - David Ribeiro sou livre de dizer o que quiser faça o que quiser
David Ribeiro - Olha m'este!...
Manuel Matos - David Ribeiro ainda não o saneou do grupo????
Paulo Neves - Só deixo uma questão para reflexão: está a ser cumprida a Constituição? Vão lá ver, se fazem favor, o que diz sobre a ilegalidade de certos partidos. Tal e qual como a regionalização. Se calhar, o erro começa por aí
David Ribeiro - Não deixa de ter razão, Paulo Neves... mas o que eu gostaria de ver era uma maioria qualificativa para rever a já "fora de época" da nossa Lei Fundamental.
João Correia da Silva - Vergonhoso é receber na casa da democracia um condenado por corrupção que foi posteriormente não condenado por erro processoal e não por estar inocente.
Manuel Matos - João Correia da Silva se teve processos criminais ou não, não sei. Sei é que aquela pessoa estava na AR como Presidente Eleito democraticamente pelos eleitores do seu País. E isso deveria querer dizer alguma coisa .... Mas você deve ser daqueles que acha que era mais legítimo Salazar governar sem eleições
João Cerqueira - Já estava previsto desde aquele convite atabalhoado, para branqueamento e normalização da corrupção.
Margarida Fernandes - Uma vergonha, que triste figura
Carlos Miguel Sousa - A Liberdade de Expressão tem um preço.
Maria Manuela Silva - Vergonhoso. Um parvalhão que só sabe berrar, gesticular, um fanfarrão, fantoche, e tudo o de mais que não posso escrever.
Máquinas!... Adoro máquinas de terraplanagens, escavações e movimentação de terras, gosto que me ficou dos tempos da tropa no Batalhão de Engenharia n.º 3 em Santa Margarida, onde se ministrava instrução de operadores deste tipo de equipamentos. A minha especialidade era Transmissões de Engenharia, mas nas horas vagas do trabalho militar que me estava destinado ia assistir às aulas teóricas de "Operadores de Máquinas de Terraplanagem", que eram ministradas por técnicos civis da SFOM - Serviço de Fortificações e Obras Militares.
Carla Afonso Leitão - Já somos dois. Adoro maquinaria pesada
Paulo Teixeira - Somos três... Em miúdo queria conduzir catarpilleres amarelos
Maria Amélia Taborda - Mas já chega de barulho....
Albertino Amaral - E vão três a gostar de maquinaria pesada a trabalhar. Mas confeso que gosto mais, do trabalho final que elas deixaram. É lindo ver o que aqueles monstros fizeram.......
Zé Regalado - Sem nunca ter tido preparação para o fim (na altura não havia dessas exigências), sei manobrar rectroescavadoras e empilhadores. Aquelas já nem tanto, estes quase todos os dias. Partilho desse teu gosto.
Luiz Paiva - Também gosto de ver. Aliás, ao longo da vida, já passei algum tempo a assistir a esse tipo de trabalhos. O que até me fez lembrar o velho dito: "Adoro o trabalho! Sou capaz de passar horas a ver alguém trabalhar."
Nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril o Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, vai condecorar sete membros da Junta de Salvação Nacional. E aqueles que após os acontecimentos de 28 de Setembro de 1974, que culminaram na renúncia do general Spínola à Presidência, foram na altura designados e ingressaram na JSNP?… Como foi o caso do Tenente-coronel Nuno Manuel Guimarães Fisher Lopes Pires, oficial de engenharia que tive a honra de servir em Santa Margarida e que muito contribuiu para a minha formação político-social.
Fisher Lopes Pires teve uma carreira brilhante de Oficial de Engenharia. Além do Curso de “Combat Engineer” da Escola de Engenharia do Exército Americano na Europa (Alemanha), fez uma comissão de serviço na Índia (1958-1961) e duas em Angola (1963-1965 e 1970-1972).
"Estamos quase lá" diziam os socorristas marroquinos ao cair da noite da última sexta-feira [4fev2022], durante os trabalhos para tentar resgatar com vida o pequeno Rayan, a criança de cinco anos que estava a brincar perto de casa, na região de Chefchaouen, no norte de Marrocos, e caiu num poço ficando presa desde terça-feira [1fev2022] por volta das 14h00 (mais uma hora que em Portugal Continental), a uma profundidade de 32 metros. Na quinta-feira [3fev2022], as equipas de resgate conseguiram, através de uma corda, fazer chegar água e oxigénio à criança, que parecia ter unicamente ferimentos ligeiros, sempre consciente e respondendo positivamente aos contactos dos voluntários presentes no local que a visionavam por uma câmara vídeo.
No início da manhã de sábado [5fev2022] as operações de resgate continuavam, ao que foi dado saber, já a escassos três metros para chegar à cavidade onde se encontrava Rayan, mas uma rocha dura encontrada no local provocou um atraso na perfuração do túnel que uma equipa multidisciplinar cavou primeiro verticalmente junto ao poço e depois um outro horizontalmente até ao local onde o menino se encontrava. Por volta das duas horas da tarde constou-se nos órgãos de comunicação social presentes no teatro de operações que um socorrista já estava junto da criança, mas não havia naquele momento [14h18 em Portugal Continental] qualquer confirmação oficial.
E pouco passava das 20h30 (hora de Portugal Continental) deste sábado [5fev2022] quando o pequeno Rayan foi resgatado, transportado para uma ambulância que o esperava e de imediato seguiu para um hospital. Mas meia hora depois tivemos a terrível notícia que os ferimentos que a criança sofreu lhe foram fatais. A Casa Real Marroquina confirmou, em comunicado enviado à imprensa, que as equipas de resgate nada conseguiram fazer para salvar a criança, que acabou por não resistir aos ferimentos. O rei Mohammed VI expressou as condolências aos pais da vítima.
As "más notícias" sempre foram uma hipótese do desfecho desta operação de socorro, com fizeram notar os mais variados comentadores (pessoal experiente em ações deste tipo) nos canais televisivos nacionais. Compreensivelmente não o manifestavam como certeza absoluta mas sempre a colocaram como possível.
Já agora: Para mim a forma rápida, ordenada e responsável como o pessoal de socorro marroquino retirou o corpo da criança da boca do túnel e o levou para a ambulância, denota um saber estar perante estas difíceis situações. Difícil de gerir estes acontecimentos. Vivi situações similares no tempo de serviço militar em Santa Margarida, pois como um dos responsáveis deste tipo de tarefas na Companhia de Sapadores do Batalhão de Engenharia n.º 3, coube-me umas três ou quatro vezes a rude tarefa de recuperar corpos de militares acidentados no perímetro deste campo militar. Sempre "aguentei" o stress durante as operações, mas algum tempo depois, já no bar da messe a contar como as coisas tinham acontecido, invariavelmente desmaiava.
Campo de Instrução Militar de Santa Margarida
Batalhão de Engenharia nº 3
Quarta-feira, 24 de Abril de 1974, 22:55 horas
São quase 11 horas da noite e já entreguei no gabinete do oficial de dia ao QG do CIM (Campo de Instrução Militar) o relatório da ronda acabada de efetuar aos paióis. As temperaturas estão registadas, os cadeados das portas foram verificados, o pessoal está nos postos.
A caminho do nosso quartel, o Martins, o meu fiel condutor da Land Rover, desafia-me para uma partida de snooker: “Só uma partidinha… Hoje estou com uma fezada que lhe ganho”. Concordo e lá vamos para a messe de sargentos. O “barista” dormita encostado ao balcão e, com cara de quem já não esperava mais clientes, diz-nos: “Depressinha que tenho que fechar antes da meia-noite”. Duas minis fresquinhas escorrem-nos pelas goelas abaixo e começo eu. Nas duas primeiras tacadas entram a “1” e a “5”. Giz no taco, aponto à “3”, preparo o efeito… e aparece o Sargento da Guarda ao Quartel. “Quem é o Sargento de Dia ao Piquete?” pergunta ele. Com uma tacada brusca meto a bola no buraco do canto. “Sou eu, porquê?” – respondo-lhe com maus modos. Com o ar mais importante do Mundo diz-me: “O Nosso Segundo Comandante está à tua espera no edifício de Ordem Pública do QG. Vai lá depressa”. Prontos… lá se foi uma vitória certa. Boina na cabeça, blusão apertado e lá vamos a caminho do Quartel-General. Em 10 minutos estamos lá. À porta de armas informam-nos que deveremos ir imediatamente para a Sala de Operações. Entro, faço a continência e com um olhar rápido inventario os participantes na reunião: Um Major, o meu Segundo Comandante; três Capitães, dois do meu quartel e um de cavalaria; seis Alferes, todos do QG. Com ar grave diz-me o Major: “Ó Ribeiro, vamos entrar em prevenção rigorosa e quero que você me organize a defesa e proteção dos paióis. Ponha todos os seus homens do piquete a interditar as estradas de acesso e, a partir de agora, reporta diretamente a este grupo de oficiais. Vá lá organizar as tropas e depois encontramo-nos na messe de oficiais do Batalhão”. Faço novamente a continência e respondo: “Sim senhor, meu Comandante. É para já”. Meia volta e em passo rápido dirijo-me para o jeep. O Martins, com o ar mais aparvalhado que já lhe tinha visto pergunta-me: “Então?! Vai haver merda?”. Sem lhe responder entro na viatura e com a mão aponto-lhe a direção do quartel. Não me apetece falar… Ainda não digeri a ordem que acabo de receber. Tenho a certeza absoluta que aquilo que andamos a falar há uns tempos vai ser hoje.
Entro na caserna da 2ª Companhia de Sapadores e acordo o pessoal: “Está a formar rápido… Quero todos na parada em 5 minutos… Levantem rações de combate e encham os cantis de água… Quero toda a gente municiada e de capacete… Hoje não é exercício noturno… É mesmo a sério”. Tenho absoluta confiança nos meus homens. São Sapadores de Engenharia, habituados a acompanharem-me em operações de interdição de pistas de aviação e desativação de explosivos. Gente de barba rija.
Passam vinte minutos da meia-noite. No programa Limite da Rádio Renascença é transmitida a canção "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso. Está a começar o meu 25 de Abril.
Poema de Gustavo Pimenta, ilustre deputado do PS na Assembleia Municipal do Porto
Estando eu a reler o primeiro livro de memórias do meu amigo Pedro Baptista – Da Foz Velha a’O Grito do Povo (1948-1974) – encontrei o relato que está na imagem e lembrei-me de algo que me aconteceu no meu tempo de tropa em Santa Margarida:
Um certo dia fui incumbido pelo segundo comandante do Batalhão de Engenharia n.º 3 de ir a Mourão, em pleno Alentejo, recolher um soldado que se tinha ausentado do quartel mais de cinco dias sem permissão para tal e que se encontrava detido no posto da GNR local. Aí chegados, pedi ao cabo da guarda em serviço no posto que nos guardasse as armas, as G3 dos soldados da escolta e a minha Walther, a fim de irmos almoçar a um tasquinho sem carregarmos a tralha. Depois passaríamos novamente no posto para “levantar” o preso. Já estavam as armas devidamente acondicionadas num cacifo e a equipa prontinha para ir ao repasto, quando o detido perguntou se podia ir connosco. Que não, era perigoso irmos desarmados, disse o GNR, mas como o rapaz me parecia pacífico dei ordem para ele nos acompanhar. E lá fomos comer qualquer coisa que já não recordo o quê. Já estávamos nos cafés e bagaços quando o detido, com um ar muito sério nos disse ser ele a pagar todos os almoços, pois nunca ninguém tinha sido tão tolerante com ele, e já era a terceira vez que o vinham buscar a casa detido. Claro que nos soube bem a simpatia do rapaz, até porque assim não gastamos dinheiro das nossas ajudas de custo e naquele tempo os escudos não abundavam nos nossos bolsos. A viagem de regresso a Santa Margarida até foi agradável, com o detido a contar-nos as peripécias de todas as suas escapadelas ao serviço militar. Ficamos amigos... e ao que me constou nunca mais fez asneiras.
Já lá vão 45 anos que apareceu nas bancas um semanário que mudou a forma de fazer jornalismo em Portugal. Eu estava a cumprir o serviço militar obrigatório no Batalhão de Engenharia nº 3, em Santa Margarida, e vivia-se então uma decadente “primavera Marcelista” em que ninguém já acreditava e todos nós esperávamos a todo o momento uma mudança, fosse lá o que ela fosse e quando fosse. E tudo que era novo merecia a nossa atenção. O Expresso era lido e relido, recortava-se e guardava-se, para memória futura, tudo o que tinha a ver com o envolvimento cívico e político dos portugueses. Depois houve o 25 de Abril de 74… e depois aconteceu o 25 de Novembro… fizemos uma Constituição democrática e mais tarde entramos para a Comunidade Europeia… e estes anos todos volvidos ou nos tornamos sépticos quanto ao estado em que se encontra “esta” democracia ou então o Expresso já não é o que era.
Na passada quarta-feira, ao final do dia, uma ronda móvel de patrulha aos Paióis Nacionais de Tancos detectou um corte na rede que circunda esta instalação militar e o arrombamento de dois paiolins donde foi furtado “material de guerra, especificamente granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros”, informou em comunicado o Exército Português. Azeredo Lopes, Ministro da Defesa, já admitiu que este incidente é “grave” e que não ficará “nada por levantar” nas averiguações a esta acção criminosa.
Eu estou convicto que se tratou de um roubo para “abastecer” o mercado negro destes artefactos militares e que não é ainda para fazer “a revolução”, pois primeiro e antes de tudo precisamos de “revolucionários” e só depois de material de guerra.
Comentários no Facebook
«Carlos Wehdorn» - Foi um "bai-me à loja" encomendado
«Adao Fernando Batista Bastos» - Incrivel a falta de segurança! E o PSD já critica esquecendo-se que esteve no Governo quatro anos e, que fez para alterar, melhorar estas situações. localização dos paios, etc.!? E também acho que provavelmente foi roubo por encomenda com implicados conhecedores do terreno.
«Jota Caeiro» - AAAA o amigo não está a gostar do quê afinal? Tente apreciar 'intensivamente'. veja pelo prisma da magnitude, do magnânime! da eficiência do esgotamento dos 'sistemas': pense que o animal que monta um campo de concentração e paradas militares para os queimados e quejandos, pode ver serem-lhe trucidadas algumas galinhas do galinheiro... e assim se vai o império e a 'fortuna' pessoal... eu também nunca morei na Rua de Diu...
«Duarte Leal» - Vejam o que saiu hoje no Diário da República:
Despacho n.º 5717/2017
Considerando que, nos termos do disposto no n.º 3 do Despacho n.º 3718/2014, de 25 de fevereiro, de Sua Excelência o Ministro da Defesa Nacional, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 49, de 11 de março de 2014, estão sujeitas a prévia concordância as autorizações de despesas superiores a (euro) 299.278,74, relativas a Construções e Grandes Reparações.
Considerando que no âmbito da Reforma da «Defesa 2020», aprovada pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 26/2013, de 11 de abril, resultam diretrizes assentes no princípio orientador da concentração, visando a economia de meios, a rentabilização do apoio logístico e limitando o número de infraestruturas, aproveitando ao máximo as que se mostrarem mais adequadas, com vista ao redimensionamento do dispositivo territorial.
Considerando que com a concentração das funções logísticas numa mesma infraestrutura e a consequente rentabilização de sinergias, se torna fundamental o lançamento do procedimento pré-contratual que permita a execução da empreitada de obra pública com a designação PM 001/VNBarquinha - Polígono de Tancos (UAGME) - «Reconstrução da Vedação Periférica Exterior no Perímetro Norte, Sul e Este dos Paióis Nacionais de Tancos».
Assim, atento ao anteriormente exposto:
Manifesto a minha prévia concordância para a autorização do lançamento da empreitada de obras públicas com a designação PM 001/VNBarquinha - Polígono de Tancos (UAGME) - «Reconstrução da Vedação Periférica Exterior no Perímetro Norte, Sul e Este dos Paióis Nacionais de Tancos», com o preço base de (euro) 316.000,00 (trezentos e dezasseis mil euros), ao qual acresce o IVA à taxa legal em vigor.
5 de junho de 2017
O Ministro da Defesa Nacional
José Alberto de Azeredo Ferreira Lopes
«Manuel Carvalho» - Que estranho... a 5 de junho. Premonição, coincidência ou outra coisa qualquer?
David Ribeiro» - Há coisas do caraças, não há?... Mas o importante é que vamos ter um RIGOROSO INQUÉRITO e assim fica tudo resolvido.
«Fernando Duarte» - será que é mesmo a falta de revolucionários ou a falta de vontade de fazer algo a favor de bois-mansos que não se preocupam nada de ser espezinhados e que não se importam de rastejar toda a vida ?
«David Ribeiro» - Durante dois anos do meu serviço militar fiz parte de uma companhia de sapadores do Batalhão de Engenharia n 3, em Santa Margarida, que assegurava a guarda e proteção contra incêndios dos paióis deste Campo de Instrução Militar, pelo que tenho muita dificuldade em entender o que aconteceu agora em Tancos.
«Vitor Soares» - Dada a dimensão do roubo, é difícil acreditar que não seja trabalho interno... Quando é que foi realizado o último inventário? Será que o material não desapareceu durante estes 2 anos de falha na vídeo vigilância?
«David Ribeiro» - Durante o dia de hoje o Exército revelou que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos, para além das granadas de mão ofensivas e das munições de 9mm, foram também detectadas as faltas de granadas foguete anticarro, granadas de gás lacrimogéneo, explosivos e material diverso de sapadores, como bobines de arame, disparadores e iniciadores. E já agora: Não será melhor ir contar os submarinos... e os F-16 ?
20h36 de 1Jul2017
O chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, decidiu exonerar os cinco comandantes das unidades que dão forças à segurança física e militar dos Paióis de Tancos: O Comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida, o Comandante do Regimento de Infantaria 15, o Comandante do Regimento de Paraquedistas, o Comandante do Regimento de Engenharia 1 e o Comandante da Unidade de Apoios Geral do Material do Exército.
Esta foto foi tirada ontem ao fim do dia na Cidade Invicta, com um céu cinzento fruto dos muitos fogos que lavravam nos arredores. Pelas 00h15 de hoje a Comissão Distrital de Operações de Socorro do Porto decidiu accionar o Plano Distrital de Emergência (PDE) para o distrito, um instrumento que nunca tinha sido accionado antes. Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) nos 18 concelhos que integram o Distrito do Porto registam-se ao início do dia de hoje 104 ocorrências, 37 das quais relativas a incêndios rurais, estando mobilizados para acorrer aos fogos 725 homens e 208 viaturas.
Comentários no Facebook
«David Ribeiro» >> Hoje à tarde, por volta das cinco horas, na Madalena.
«Carlos Amadis» >> Valongo está literalmente cercado pelo fogo. O Plano de Emergência está já ativado no Distrito do Porto. Imagens impressionantes que infelizmente registei. Muita força para todos os soldados da Paz e cidadãos que combatem este fogo, que durará certamente a noite toda. Esperemos que o vento não atrapalhe!
«David Ribeiro» >> Nos idos anos de 1972 a 74 prestei serviço militar no Batalhão de Engenharia nº 3 em Santa Margarida integrado num corpo especial de Sapadores Bombeiros. Embora a minha especialidade fosse Transmissões de Engenharia a verdade é que frequentei um curso intensivo de dois meses no Regimento de Sapadores Bombeiros em Lisboa, onde me foram ministrados conhecimentos básicos de combate a incêndios em zonas florestais, o que era fundamental para quem iria ter como função não só a protecção dos paióis de Santa Margarida mas também o controlo contra fogos em toda a área do Campo Militar. E de um modo geral poder-se-á dizer que todo este trabalho assentava em grandes cuidados de prevenção durante a época de inverno e na época estival os (poucos) incêndios eram combatidos especialmente com isolamento das áreas a arder, utilizando-se para isso máquinas de rasto que criavam barreiras à propagação do fogo. Deverá haver ainda hoje em dia no Exército Português quem domine estas técnicas, provavelmente muito mais apuradas do que aquelas que eu aqui relatei, pelo que me é incompreensível o estado calamitoso que atinge a maioria dos incêndios florestais em Portugal.
«Carlos Miguel Sousa» >> Todos os cidadãos deveriam frequentar cursos de bombeiros. Todos sem excepção.
«Mario Ferreira Dos Reis» >> Eu em 1986 combati um fogo junto a esse paiol com ajuda de uma buldozer do veiculo M88 Recovery Vehicle e engenharia estava la com outro Buldozer mas nao militarizado. É uma estupidez nao termos um corpo de bombeiros militarizados com material eficaz e estarmos a disposição de negociatas...
«Henrique Camões» >> Eu tive também, formação de combate a incêndios na Escola Pratica de Engenharia em Tancos, estive várias vezes de piquete, mas nunca foi preciso intervir, mas isso eram outros tempos. agora o exercito serve para apagar "fogos" por outras bandas.
«Albertino Amaral» >> Acabam todas as opiniões, por se aproximarem da influência militar que estas situações requerem... Eu bem digo, mas...!
«Rafael Maciel Oliveira» >> Pois é amigo isto é um desastre nacional e ambiental e ainda não acabou o verão
«José Camilo» >> Actualmente, por decreto, só se pode praticar esta actividade num mês por ano. Deve ser para reposição de stocks.
«Manuel Ribeiro da Silva» >> David, os incêndios são uma grande "indústria"...
«David Ribeiro» >> Há anos que ouvimos dizer que se tem de uma vez por todas de começar a pensar o combate aos incêndios antes de eles acontecerem, mas a verdade é que mudam os Governos, mudam os Ministros da Administração Interna, mudam as entidades responsáveis pela Protecção Civil e as coisas continuam exactamente da mesma forma. E depois andamos todos a glorificar “os soldados da paz”, perguntando eu a que bombeiros nos referimos, se aos que seguram nas mangueiras e atiram água para as chamas, ou se estamos a falar daqueles que supostamente deveriam não só planear o combate aos incêndios mas também organizar, fiscalizar e supervisionar todo o sistema de prevenção contra os fogos florestais. Ainda estamos em pleno combate a este flagelo que nos visita todos os Verões, mas não nos poderemos esquecer disto quando a coisa acalmar.
«Carlos Wehdorn» >> tb fui voluntário da pc maia e tb tive de ir a meio da noite apoiar bombeiros em combate a fogos florestais, no meu caso foram sempre à noite. Uma das corporações da maia (são duas) tem cerca de 100 assalariados. Nos TO à noite apareciam sempre 2... e uma vez 7 (duas viaturas). Os restantes operacionais presentes nos TO vinham de outras corporações vizinhas que apareciam normalmente com um mínimo de 5 elementos cada. É tb disto que gostava que se falasse: da profissionalização dos bombeiros. Para depois se poder falar em responsabilização e formação contínua capaz e eficaz. Chegou a dar-se um caso caricato em que num TO éramos 5 voluntários... e 2 bombeiros... pro. Basta referir que quando toca a desfilar nas festas da maia, os da tal corporação são às dezenas no desfile... Assim não é possível.
«António Magalhães» >> Convém não esquecer o famoso antigo comandante da Protecção Civil, Gil Martins...
«Albertino Amaral» >> Realmente mudam essa autoridades, mas esses estão só de passagem. Tem que se mudar, isso sim, o sistema pròpriamente dito, isto é, não pensar em comprar mais meios para combater os fogos, mas sim acabar com os meios pelos quais eles se iniciam. Certamente, até nem é assim tão difícil, basta que haja vontade, mas sobretudo respeito pelo país, pela natureza e principalmente por estes homens e mulheres que a troco de nada fazem aquilo que ninguém mais faz e arriscam a sua própria vida.
Pedro Baptista autografando o seu segundo livro de memórias - "Memórias II [1974-2014] - Da Revolução Gorada aos Desafios do Presente" – ontem ao fim da tarde no Átrio da Câmara Municipal do Porto.
A apresentação do segundo livro de memórias deste homem da literatura, da filosofia e da política, esteve a cargo de Rui Moreira (Presidente da autarquia portuense), José Manuel Lopes Cordeiro (Historiador), Rodrigo Sousa e Castro (Coronel do Exercito Português e militar do MFA), Francisco Assis (Deputado Europeu pelo PS) e José Sousa Ribeiro (Editor - Edições Afrontamento). Curiosamente todos os intervenientes na apresentação desta obra referiram ser Pedro Baptista um Homem de convicções, um lutador pela Liberdade.
Já agora: No fim da apresentação deste segundo livro de memórias de Pedro Baptista tive o prazer de manter uma curta mas simpática e interessante conversa com Rodrigo Sousa e Castro, Coronel do Exercito Português e militar do MFA. Relembramos um grande Homem de Abril, o Tenente-Coronel Fischer Lopes Pires, meu comandante no Batalhão de Engenharia 3 em Santa Margarida, um militar que muito contribuiu para a minha formação ideológica na oposição ao Estado Novo.
Morreu ontem aos 83 anos, no Hospital das Forças Armadas em Lisboa, Nuno Manuel Guimarães Fisher Lopes Pires, um militar de Abril que foi meu comandante no Batalhão de Engenharia nº 3 em Santa Margarida, em finais de 1973, princípios de 74. O Tenente Coronel Fisher Lopes Pires muito contribuiu para a minha formação cívica.
Requiescat In Pace
(Fisher Lopes Pires é o terceiro a contar da esquerda - Foto da Lusa, retratando em 1994 os 20 anos do 25 de Abril, na única vez que os seis capitães se reuniram após a Revolução)
[Expresso 12Jun] - Nuno Fisher Lopes Pires, um dos militares que "dirigiu as operações da ação libertadora" que conduziram ao 25 de Abril de 1974, faleceu quinta-feira aos 83 anos no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa. Em comunicado, a Associação 25 de Abril lembra que Fisher Lopes Pires - que redigiu o primeiro comunicado político do MFA (Movimento das Forças Armadas) - foi "um dos poucos tenentes-coronéis que participaram em reuniões conspirativas do Movimento dos Capitães" que levariam o país ao 25 de Abril de 1974, "tendo sido um dos que integrou a equipa que do Posto de Comando na Pontinha dirigiu as operações da ação libertadora desse dia". A Associação lembra ainda que Lopes Pires foi nomeado para a Junta de Salvação Nacional após setembro de 1972, tendo integrado o Conselho da Revolução após Março de 1975, demitindo-se no mês seguinte para "passar à situação de reserva". "Condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, manteve-se permanentemente coerente com os valores e ideais da Liberdade, da Democracia, da Justiça Social e da Paz, valores de Abril, que o levaram a transformar-se num dos expoentes máximos do MFA, que ele dignificou com a sua ação", pode ler-se. O comunicado assinado pelo presidente da Associação, Vasco Lourenço, assinala ainda a permanente "postura de discrição" de Fisher Lopes Pires, bem como a inflexibilidade "em termos de ética e moral" do militar. "Por tudo isso, hoje, dia em que o MFA mas também o país ficam mais pobres, quero prestar-lhe, em nome da Associação 25 de Abril e de mim próprio, uma sincera e singela homenagem, com um enorme abraço da maior amizade e consideração", escrevem. O funeral de Fisher Lopes Pires realizou-se hoje, às 12h.
«Guida Carreira» no Facebook >> "Abril" fica um pouco mais pobre
«Carlos Esperança» no Facebook >> Foi um capitão de Abril a cujos ideais se manteve fiel. Curvo-me respeitosamente perante a memória de mais um herói que parte.
«Manuel Branco» no Facebook >> Era um Homem. E isso, há pouco!!
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