Seja lá o que for a “esquerda” e a “direita” é assim que vai a América do Sul:
A sociedade brasileira está bipolarizada com a libertação de Lula:
Chile torna-se menos conservador ao prometer uma Assembleia Constituinte;
Bolívia vira à direita com a renúncia de Evo Morales;
Argentina ruma à esquerda;
No Uruguai é provável que se confirma nas urnas a vitória de Luis Lacalle Pou.
Muitos dos comentadores da atual situação na Bolívia acusam os EUA de estarem a promover a destabilização e mudança do regime neste país da América Latina. De acordo com o Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica (CELAG), organização internacional que estuda fenómenos conjunturais na região, os Estados Unidos da América têm diversos interesses na região, nomeadamente nos recursos naturais. E não podemos esquecer que a Bolívia está entre os principais países exportadores de antimónio, tungsténio e estanho, minérios estratégicos para a economia e dos quais os EUA carecem. E também há por aquelas bandas grandes quantidades do novo “ouro”, o LÍTIO.
A Rússia reconheceu hoje Jeanine Áñez como presidente interina boliviana e “considera eventos antecessores à renúncia de Evo Morales equivalentes a um golpe de Estado”. E os EUA também já reconheceram Jeanine Añez como Presidente da Bolívia, numa nota divulgada pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, em que felicitou a senadora por se ter autoproclamado Presidente interina da Bolívia.
Não há dúvida… Evo Morales já é passado na história da Bolívia.
Situação complicada e ainda não muito clara na Bolívia, onde o presidente Evo Morales, há perto de 14 anos no poder, e o seu vice-presidente Álvaro García Linera renunciaram no passado domingo, após uma onda de demissões dentro de seu governo. Fala-se num golpe de Estado com base numa insubordinação das Forças Armadas. Os próximos dias serão não só clarificadores, para o bem ou para o mal, como também nos dirão quem é quem nesta “embrulhada” a decorrer neste país da parte central da América do Sul.
El Diário / Bolívia – 12nov2019
El Gobierno de México ha otorgado ayer lunes el asilo político al presidente depuesto de Bolivia, Evo Morales, informó el canciller Marcelo Ebrard. En un mensaje urgente convocado a los medios de comunicación sobre la situación en Bolivia, Ebrard dio a conocer que había recibido una llamada de Morales en respuesta al ofrecimiento de México para asilarlo, solicitando el asilo formal en la nación latinoamericana. El canciller manifestó que tras consultar a la Secretaría de Gobernación de México, se decidió otorgar el asilo al expresidente boliviano por “razones humanitarias”.
El Diário / Bolívia – 12nov2019
Las Fuerzas Armadas y la Policía decidieron coordinar operaciones conjuntas, con la finalidad de evitar más sangre y luto para las familias bolivianas, informó el comandante en jefe de la entidad castrense, general Williams Kaliman. La autoridad aclaró que las Fuerzas Armadas nunca abrirán fuego con su pueblo, en esa línea sólo se abocarán a resguardar la seguridad, con la finalidad de alcanzar la pacificación y la tranquilidad social en todo el país. “Las tareas conjuntas serán ejecutadas de manera inmediata”, dijo.
Ainda não está terminada a investigação ao acidente do voo da LaMia que transportava para a Colômbia a equipa brasileira de futebol do Chapecoense, na madrugada da passada terça-feira, causando a morte a 71 pessoas (22 jogadores, 22 dirigentes, membros da equipa técnica e convidados, 22 jornalistas e nove tripulantes), tendo sobrevivido três jogadores, dois tripulantes e um jornalista, mas já estão perfeitamente apurados os azares e más decisões que contribuíram para a queda deste avião.
JN 12Dez2016
Autoridades confirmam que avião da Chapecoense não tinha combustível quando caiu
Ao que já foi apurado, o avião pilotado pelo boliviano Miguel Quiroga, que tinha partido da Bolívia em direção a Medellin, Colômbia, seguia no limite da capacidade de combustível, com autonomia para percorrer três mil quilómetros, quando o voo era de 2.985 quilómetros. Nas gravações de áudio - entretanto tornadas públicas - entre o piloto da aeronave e a torre de controlo de Bogotá, o profissional só alertou para uma situação de emergência às 21.45 horas, ou seja, quinze minutos antes da suposta hora de chegada. Uma atitude "negligente", na opinião do diretor da Aviação Civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra. Por isso mesmo, especialistas em segurança aérea acreditam que o piloto do LaMia tenha, de forma "irresponsável", adiado o procedimento até ao último momento, de forma a evitar penalizações, comuns em casos de falha de combustível.
Falta de autonomia
A aeronave em que seguia a equipa da Chapecoense tem autonomia para 4.22 horas de voo, o equivalente a três mil quilómetros à velocidade de cruzeiro de 801 km/h. Calculando a rota entre Santa Cruz de la Sierra e Medellín, o voo deveria percorrer 2985 quilómetros, calcando, assim, o limite da autonomia. Quando caiu em Cerro Gordo, a 30 quilómetros de Medellín, no município de La Unión, o avião já tinha percorrido quatro horas e 15 minutos, restando-lhe apenas 15 minutos de reserva. De acordo com códigos internacionais de segurança, os pilotos devem ter no mínimo 30 minutos de combustível além do necessário o que, ao tudo indica, não aconteceu.
Prioridade de aterragem de outro avião
À falta de autonomia, o piloto de aviação comercial e especialista Carlos Camacho junta outro fator para a tragédia: um avião da VivaColombia pediu prioridade de aterragem "como medida preventiva", imediatamente antes do avião da LaMia. Seguindo o procedimento padrão, o piloto Miguel Quiroga voou em círculos enquanto aguardava pela pista, mas já era tarde. O avião perdeu altitude e acabou por cair. Este imprevisto poderá ter encurtado a margem de erro que, por si só, já era curta.
Velocidade do avião da LaMia
Para o especialista em aviação civil Lito Sousa, que falou à "Folha de São Paulo", a velocidade da aeronave, 263 quilómetros por hora, era mais reduzida do que a habitual num voo regular, sendo apenas justificada numa grande aproximação a uma pista de aterragem, o que não era o caso, visto que, na altura do acidente, o aeroporto de Medellín ainda estava a 30 quilómetros de distância.
A companhia aérea fez quatro voos no limite do combustível em seis meses
A falta de autonomia do avião acidentado, apontada como a causa provável da tragédia, já tinha ocorrido quatro vezes nos últimos seis meses, sendo que, nesses casos, as viagens superaram o tempo de autonomia do avião.
Miguel Quiroga já tinha feito o trajeto inverso com tempos de duração superiores
Entre agosto e novembro deste ano, Quiroga já tinha feito três vezes o trajeto inverso ao de esta terça-feira, ou seja, entre Medellín e Santa Cruz de la Sierra. Segundo o Diário Catarinense, que transcreve os dados do "Flightradar" - site especializado em tráfego aéreo -, em todas as viagens, o tempo de duração foi igual ou superior ao que a companhia informou nos seus planos de voo como limite de autonomia do avião.
Funcionária do aeroporto alertou tripulação para falta de combustível antes da descolagem
Uma funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) analisou o plano de voo e alertou a tripulação do avião da LaMia para o facto de o combustível ser insuficiente, ao perceber que o tempo de voo entre Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) e o aeroporto de Medellín (Colômbia) era igual ao da autonomia de combustível do avião, 4.22 horas. Em resposta ao alerta e ao pedido de elaboração de plano alternativo, um representante da LaMia disse que havia falado com o piloto do avião e que conseguiriam fazer o trajeto em menos tempo. A funcionária, que tinha poderes para impedir o voo, foi afastada do cargo, informa a brasileira "Globo".
Piloto era dono da companhia
Além de piloto do avião, Miguel Quiroga era um dos dois sócios da microcompanhia aérea LaMia, que tinha apenas 15 funcionários, entre parentes e amigos, avança a "BBC". A empresa venezuelana tem outros aviões, mas este era o único que poderia voar, visto que os restantes se encontravam em reparações técnicas.
Filho do copiloto diz que avião não reabasteceu por causa de atraso
A LaMia não está autorizada a voar no Brasil, pelo que a Académica Chapecoense viajou num voo comercial de S. Paulo, no Brasil, para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, de onde seguiriam, em "charter", para a Colômbia. Em entrevista ao site boliviano "El Deber", Bruno Gómez, de 18 anos, filho do copiloto Ovar Goytia, disse que o plano inicial era que o avião parasse na cidade de Cobija, norte da Bolívia, para reabastecer antes de seguir para Medellín. Mas um atraso no voo comercial que transportou a equipa de futebol de São Paulo até à Bolívia terá ditado a decisão de abastecer completamente o avião, evitando, assim, escalas até ao destino, dado que o aeroporto de Cobija não tem iluminação capaz de permitir aterragens noturnas.
Escolha da companhia aérea
A direção da Chapecoense reforçou na manhã desta quinta-feira que os critérios para a escolha da LaMia foram absolutamente técnicos, entre eles "a qualidade da aeronave, a mesma utilizada pela família real britânica, com todas as condições de segurança e conforto necessárias para viagens de curta e média distância." O representante do clube, Andrei Copetti, explicou ainda que o contacto inicial para a viagem do clube partiu da própria companhia aérea, experiente no transporte de equipas de futebol. "Eles procuraram-nos e ofereceram os seus serviços, e depois analisamos o custo benefício", explicou à imprensa brasileira.
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