Liz Truss renunciou na quinta-feira ao cargo de Primeira-Ministra britânica após um desastroso mandato de seis semanas, mas assegurou que dentro de uma semana o Partido Conservador terá novo líder. A eleição do sucessor é só o último grande desafio na história recente do Partido Conservador, que vive um dos anos mais difíceis de sempre. Depois do escândalo das festas de Boris Johnson durante a pandemia — que provocou uma onda de indignação entre britânicos de todas as simpatias políticas dada a severidade das medidas restritivas que o ex-primeiro-ministro impôs ao país mas não a si mesmo —, passando pela aprovação de um plano económico apoiado em mais empréstimos e, por isso, mais dívida que os mercados rejeitaram assim que Truss o anunciou, a confiança dos britânicos numa liderança conservadora pode ter saído profundamente abalada.
Azeredo Lopes na CNN Portugal em 20out2022 às 17h21
Caiu Theresa May mesmo antes do Brexit, caiu Boris Johnson depois, caiu Liz Truss agora, e a cada queda o que mais se discute é se vai ser mais rápida do que a do antecessor. Caiu o crédito do país nos mercados, subiram as taxas de juro, faleceu a Rainha e subiu ao trono o filho, a Escócia quer novo referendo para a independência já para o ano e, como se tudo isto não fosse amplamente suficiente, Ronaldo não tem jogado e ontem até foi irritado para os balneários antes do fim do jogo, quando compreendeu que já não ia entrar. (...) Mal chegou a Primeira-Ministra, Liz Struss cometeu o pecado capital de apresentar um plano económico que correspondia, ponto por ponto, ao que prometera como candidata à liderança do Partido Conservador. Sim senhora, cumprira aquilo que anunciara. Simplesmente, o plano era tão mau que os “mercados” decretaram que aquilo que se propunha fazer era um disparate, como o jogador compulsivo que, no casino, pede um empréstimo milionário para recuperar a fortuna que perdeu na roleta. (...) O certo é que, desde o Brexit, o Reino Unido está pior, mais instável, e de nenhum modo se confirmaram os eldorados que foram prometidos quando da decisão. Perdeu as almofadas institucionais que a União lhe garantia. Sim, a UE tem muitos defeitos. Mas, por estas bandas, ainda ninguém inventou melhor, e muito menos o Reino Unido. (...) Quem está a rir é Vladimir Putin. Depois de Mario Draghi, dois a zero (Boris Johnson e Liz Truss), e ainda aqui estou, deve estar a dizer para com os seus botões. [Notícia completa aqui]
EuronewsO provérbio português "Atrás de mim virá, quem de mim bom fará" assenta que nem uma luva a Boris Johnson que, apenas seis semanas depois de ter sido obrigado a demitir-se, volta a ser uma hipótese a considerar pelos tories na chefia do governo. A corrida está de novo aberta e Boris Johnson, que estava de férias nas Caraíbas, está de regresso a Londres para uma fim de semana que se prevê bastante movimentado na busca de apoios. Rishi Sunak, que tinha sido derrotado por Truss e Penny Mordaunt, líder da câmara dos comuns também aspiram à chefia do partido e do governo. Todos eles terão de assegurar até à próxima segunda-feira o apoio de pelo menos 100 deputados conservadores. Se só um conseguir será automaticamente nomeado primeiro-ministro. Se não, o voto online é lançado na sexta-feira, 28 de outubro, para que os tories escolham.
Boris Johnson está politicamente encurralado, mas não cede. O primeiro-ministro do Reino Unido não se deixa persuadir por uma delegação de ministros do seu Governo que foi a Downing Street pedir-lhe que renuncie ao cargo, nem pela pura aritmética que mostra que mais de metade do grupo parlamentar do Partido Conservador deseja vê-lo pelas costas. Promete lutar e poderá mesmo obrigar os seus pares a lançarem uma moção de censura para o depor. E ao fim de dois dias marcados por demissões de mais de 30 membros do Executivo (os ministros das Finanças e da Saúde, vários secretários de Estado e deputados que articulavam com os governantes), Boris Johnson surpreendeu o país, ontem à noite, despedindo o titular da Qualidade de Vida e Habitação, Michael Gove, visto como putativo sucessor caso Johnson atire a toalha ou seja deposto.
Notícia desta manhã
Johnson disse que o cronograma de sua saída será anunciado na próxima semana, afirmando que nomeou um novo gabinete enquanto permanece como primeiro-ministro do Reino Unido até que um sucessor seja escolhido.
Este artigo de Tim Lister e Sanyo Fylyppov, ambos da CNN - Traidor ou herói? É difícil para a Ucrânia identificar os colaboradores russos -, merece uma leitura... leitura calma, atenta, sem "clubites" exacerbadas. É que em todos os conflitos há sempre os "Gauleiters".
Está em andamento um ajuste de contas na Ucrânia, com os procuradores a trabalhar em dezenas de casos contra ucranianos acusados de colaborar com as forças russas. O Ministério do Interior diz que já existem mais de 500 casos sob investigação. Do presidente Volodymyr Zelensky para baixo, as autoridades ucranianas reservaram uma aversão especial a supostos colaboradores, ou “Gauleiters”, como são frequentemente apelidados. O termo Gauleiters era usado para os funcionários distritais na Alemanha nazi. Artigo completo aqui
Prisioneiros de guerra
Um tribunal da região separatista de Donetsk, controlada por rebeldes apoiados pela Rússia, emitiu sentenças de morte para dois cidadãos britânicos e um marroquino, que foram capturados enquanto lutavam pelo exército ucraniano contra as forças russas e que foram identificados como "mercenários". O veredicto de quinta-feira [9jun2022] do Supremo Tribunal da autoproclamada República Popular de Donetsk (DPR), marca a primeira condenação de combatentes estrangeiros desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.
Um governador ucraniano disse na sexta-feira [10jun2022] que o seu país realizou a 11.ª troca de prisioneiros com a Rússia desde fevereiro, trocando quatro russos por cinco ucranianos. O governador da região de Mykolaiv, Vitaliy Kim, escreveu no Telegram que um dos ucranianos libertados era o chefe da vila local Oleh Pylypenko, que Kim disse ter sido “sequestrado” pelas forças russas em 10 de março.
A família do britânico Shaun Pinner, condenado à morte por um tribunal separatista em Donbas, disse estar devastada com a notícia e pediu que ele fosse trocado ou libertado. “Em primeiro lugar, toda a nossa família está devastada e entristecida com o resultado do julgamento ilegal da chamada República Popular de Donetsk”, disse a família em comunicado. “Shaun deve receber todos os direitos de um prisioneiro de guerra de acordo com a Convenção de Genebra e incluindo representação legal independente completa. Esperamos sinceramente que todas as partes cooperem com urgência para garantir a libertação ou troca segura de Shaun”.
Lendo o artigo de Mansur Mirovalev (correspondente e produtor de televisão baseado em Kiev que trabalhou com a AP, Al-Jazeera, BBC, CNN, Los Angeles Times, National Geographic, The New York Times, RFE/RL e Vice News, entre outros) publicado na Al Jazeera em 10jun2022, também eu estou convencido que, apesar de ter havido uma sentença de morte, não haverá uma execução. Ora vejamos:
I) Os cidadãos britânicos Aiden Aslin, de 28 anos, e Shaun Pinner, de 46, mais o marroquino Brahim Saadoun, de 21 anos, lutaram pelo exército ucraniano entre milhares de outros estrangeiros que se inscreveram para combater a invasão russa.
II) Os três foram capturados por separatistas pró-Rússia e acusados de tentar “tomar o poder” e “treinar para conduzir atividades terroristas”, segundo os “promotores” separatistas.
III) O “Supremo Tribunal” de Donetsk considerou-os “mercenários” no que parece ser um esforço legal para colocá-los fora do âmbito das Convenções de Genebra.
IV) As Convenções concedem aos prisioneiros de guerra imunidade de processo por ações militares consideradas lícitas.
V) O tribunal aprovou a sentença de morte na quinta-feira [9jun2022] de acordo com a constituição da era estalinista que os separatistas “restauraram” no seu estado totalitário.
VI) Os três enfrentam a morte por fuzilamento, mas podem recorrer da sentença dentro de um mês, disse o juiz separatista Alexander Nikulin, segundo a agência de notícias Donetsk, administrada pelos rebeldes.
VII) Mas os separatistas não ousarão executar os três, como afirmou Kozlovsky, que foi capturado em 2016 pela sua postura pró-ucraniana e sobreviveu a meses de tortura e ameaças de morte até ser trocado e levado para Kiev em 2018. “Eles não vão correr o risco de executá-los. Tivemos casos semelhantes quando as pessoas foram condenadas à pena capital e foram trocadas”, disse o professor de 68 anos que lecionava estudos religiosos na Universidade Estadual de Donetsk. A sentença “foi a decisão de Moscovo de aumentar o preço, assustar o Ocidente”, disse Kozlovsky.
VIII) Nas fotos e vídeos divulgados pela mídia separatista e russa, os três pareciam abatidos, pálidos e exaustos.
IX) Todos se declararam culpados porque foram torturados, segundo Kozlovsky, que relembrou a sua própria experiência.
X) Mas os separatistas e seus apoiantes do Kremlin não precisam que o julgamento termine com a morte dos três. Eles visam um prémio político muito maior. A “República Popular de Donetsk” dos separatistas, conhecida na Ucrânia como DNR, e seu irmão menor na vizinha Luhansk, conhecido como LNR, estão desesperados por reconhecimento. Mesmo a Rússia, cujo apoio militar, político e financeiro os criou em 2014 e os manteve à tona por oito anos, reconheceu sua independência apenas em 22 de fevereiro, dois dias antes do início da guerra.
XI) A sentença forçará Londres a iniciar negociações diretas com Donetsk, dando aos rebeldes pelo menos um verniz de legitimidade. "A Rússia, é claro, lavará as mãos dizendo que os chamados 'LNR' e 'DNR' são estados independentes", forçando o governo do Reino Unido a lidar diretamente com Donetsk. "Os julgamentos estão sendo realizados com base na legislação da República Popular de Donetsk, porque os crimes em questão foram cometidos no território da RPD", disse Sergey Lavrov, citado pela mídia russa nesta quinta-feira [9jun2022].
XII) As negociações não envolverão apenas uma nação europeia – mas um dos maiores apoiantes internacionais da Ucrânia, o Reino Unido. Após mais de três meses de guerra, Londres estabeleceu laços sem precedentes com Kiev. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, prometeu transferências de armas, visitou a capital ucraniana em abril e tornou-se o primeiro líder ocidental a discursar na Verkhovna Rada, a câmara baixa do parlamento ucraniano, após o início da guerra. Não limitada pelas políticas energéticas da União Europeia e quase independente do fornecimento de energia russo, Londres tornou-se uma das maiores críticas de Moscovo – tornando Johnson o bicho-papão favorito da mídia controlada pelo Kremlin.
Foi há oito anos que eu publiquei isto na minha página do Facebook... coisas do caraças, não acham?
Jorge Lira - Talvez seja útil dizer que estes dois se conhecem desde os anos 70, quando ele era delegado do KGB em Dresden e ela já 'mexia' na política na antiga RDA. O grau de envolvimento dos dois está por estudar mas há indícios muito curiosos.
Vira o disco e toca o mesmo… e na Ucrânia, para desgraça do seu Povo, continua tudo na mesma e a caminho de piores dias.
Zelensky classifica a situação de Mariupol como “muito difícil” e diz mesmo que “a eliminação dos soldados ucranianos pode pôr fim às negociações”. Em resposta, a Rússia fez um ultimato: ou os soldados ucranianos baixam as armas e se rendem em Mariupol ou morrem. Abramovich viajou para Kiev para retomar as negociações, mas os russos continuam a atacar quem apoia a Ucrânia, com foco no Reino Unido. Boris Johnson e 12 outras personalidades políticas britânicas - incluindo Theresa May - estão proibidos de entrar em território russo.
A Rússia está preocupada com o aumento da atividade das forças da NATO no Ártico e vê riscos de "incidentes não intencionais" ocorrerem na região, disse a agência de notícias TASS neste domingo, citando o embaixador russo Nikolai Korchunov. Um dos conselheiros próximo do presidente russo, Vladimir Putin, alertou a NATO na quinta-feira que, se a Suécia e a Finlândia se juntarem à Aliança Atlântica, a Rússia implantará armas nucleares e mísseis hipersónicos num seu enclave europeu. (Reuters, 17abr2022)
Da série "Sanções e contra-sanções"
Diplomacia em acção no dia de ontem
É já a segunda vez que em sessões da Assembleia-Geral da ONU uma esmagadora maioria de membros isolam e condenam a “operação militar especial”, como Putin chama à invasão da Ucrânia pelas suas tropas. Mas continua a preocupar-me a posição neutra da China (abstenção) em tudo o que se refere a criticar a Rússia.
Agência Lusa - O Presidente chinês, Xi Jinping, disse hoje [6.ª feira, 25mar2022], numa conversa por telefone com o homólogo britânico, Boris Johnson, que a comunidade internacional deve “criar as condições certas” para resolver o conflito na Ucrânia e “promover negociações de paz com sinceridade”. “A comunidade internacional deve promover as negociações de paz com sinceridade. Devem ser criadas as condições necessárias para resolver este assunto. Devemos fazer tudo o possível para que a paz retorne à Ucrânia”, disse Xi, segundo a imprensa local. O Presidente chinês afirmou que o seu país já está a desempenhar “um papel construtivo” nesse sentido. Xi disse ainda que a China está "pronta para o diálogo" com o Reino Unido, desde que este seja "franco, aberto e inclusivo", afirmando esperar que Londres seja "justa e objetiva" ao lidar com Pequim. A conversa ocorre uma semana depois de Xi ter falado, por videoconferência, com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Xi instou então Washington a trabalhar em conjunto para "equilibrar as tensões" e "alcançar a paz global".
Reunião de ontem do Conselho da Europa
Volodymyr Zelensky diz que Portugal é dos países que têm mostrado mais reservas em apoiar a Ucrânia. Num discurso feito por videoconferência durante a reunião do Conselho Europeu, o presidente ucraniano comentou a postura dos 27 estados-membros perante o conflito e mencionou que Portugal tem algumas dúvidas em apoiar decisões a favor da Ucrânia. "A Bulgária está connosco, e acredito que a Grécia estará. A Alemanha está um pouco atrasada. Portugal? Bem... está quase. A Croácia está connosco; Suécia - o azul e o amarelo - estão sempre juntos", afirmou o presidente ucraniano.
A emissora turca NTV, citando o presidente Erdogan, disse ter havido progresso em vários pontos-chave nas negociações entra a Ucrânia e a Rússia. Ancara, que goza de boas relações com Moscovo e Kiev, vem tentando posicionar-se como mediadora entre os dois lados. Mas por outro lado o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse hoje que as negociações com a Rússia para acabar com o conflito são "muito difíceis" e prometeu que Kiev não recuará em suas exigências. “A delegação ucraniana assumiu uma posição forte e não abre mão de suas demandas. Insistimos, em primeiro lugar, num cessar-fogo, garantias de segurança e integridade territorial da Ucrânia”, disse Kuleba. Enquanto isso, a agência de notícias russa Interfax citou o negociador russo Vladimir Medinsky dizendo que os dois lados estavam a fazer pouco progresso em questões importantes. Medinsky também disse que Moscovo acredita que Kiev está a tentar estender as negociações.
Publicado pela Embaixada da Rússia na França (@AmbRusFrance)… mas posteriormente eliminado.
Reforço da presença militar da NATO no leste europeu
Comecei a escrever esta publicação ao som de "WAR", com letra de Norman Whitfield e Barrett Strong escrita em 1969, que inicialmente foi gravada pelo quinteto The Temptations e por Edwin Starr. Em meados da década de 1980, o cantor e compositor americano Bruce Springsteen cantou WAR como um protesto contra a política externa agressiva do governo Reagan na América Central. Inicialmente tocada ao vivo, a versão de WAR de Springsteen foi lançada como single e alcançou o top 10 dos EUA.
Boris Johnson apresentou ontem [sábado, 05mar2022] um plano de seis pontos para travar a invasão da Rússia na Ucrânia: Uma aliança humanitária internacional para a Ucrânia; Um apoio à autodefesa da Ucrânia; Maximização da pressão económica sobre Moscovo; Caminhos diplomáticos para o abrandamento das investidas russas com o envolvimento total do governo da Ucrânia; Segurança mais forte na área euro-atlântica; Fim da “normalização” das atividades russas na Ucrânia.
Depois de uma campanha eleitoral em que os “in” e os “out” à permanência do Reino Unido na União Europeia estiveram sempre praticamente empatados, o referendo de ontem veio ditar por 51,9% contra 48,1% a vitória do BREXIT. David Cameron já anunciou que não vai continuar como Primeiro-Ministro e Nigel Farage, líder do Partido de Independência do Reino Unido (UKIP) e um dos principais rostos pela saída do país da UE, afirmou que estamos perante “a victory for real people, a victory for ordinary people, a victory for decent people”. Será?... Ainda é cedo para o dizer, mas que a União Europeia e o Reino Unido nunca mais vão ser os mesmos, isso é certo.
Comentários no Facebook
«Raul Vaz Osorio» >> David Cameron é agora oficialmente, o maior palerma da História.
«David Ribeiro» >> O “tiro” demagógico de nas últimas eleições ter prometido um referendo à UE saiu-lhe pela culatra. O mal disto tudo, na minha óptica, é o risco do aparecimento de forças xenófobas e antidemocratas, sejam elas de esquerda ou de direita.
«Raul Vaz Osorio» >> Risco? O que chamas a Nigel Farage e Boris Johnson?
«Pedro Daniel Santos» >> Agora, segundo o que disse o presidente da Comissão Europeia "out is out". Mas na verdade, não sei até que ponto é que podemos confiar em lideranças que se têm provado ser as mais fracas de sempre na história da Europa. Acho que vamos ter uma negociação longa e penosa em que no final Inglaterra fica de fora da União em tudo o que quer e dentro em tudo o que lhe dá jeito. E isso sim é o pior cenário possível.
«Manuel Barbosa» >> chega de abusos da UE
«Jorge Oliveira E Sousa» >> Que avance agora a Eurorregião da Galiza-Norte de Portugal
«Pedro Simões» >> Resta perceber o que vai acontecer. Porque muito provavelmente o RU vai querer manter presenca no mercado unico e livre circulacao de pessoas. O que significa um acordo tipo Noruega ou Suica, ter de seguir a maior parte das regulacoes, manter portas abertas a emigracao, mas sem representacao na UE. Mais - muito provavelmente o centro financeiro europeu vai comecar a deslocar-se ainda mais para Luxemburgo e Frankfurt... Por outro lado, muito provavelmente a Escocia nao vai descansar enquanto nao houver um referendo de independencia, e desta vez a cartada do "se sairem do RU vao ter de sair da UE" funciona ao contrario - para manterem presenca na UE, tem de sair da UE... Agora, o impacto a serio vai ser na Irlanda... Mais uma vez ha uma clivagem geracional, e os mais jovens terao de viver com uma decisao que nao queriam (quem tem menos de 43 anos votou para ficar). É por isso que certo tipo de decisoes nao devem ser tomadas por referendo - pelo menos sem haver uma maioria clara. O referendo nao deve ser repetido - mas evidentemente uma geracao tera de viver com - e ser desproporcionalmente afectada por - uma decisao tomada por outra...
«David Ribeiro» >> Há não só uma clivagem geracional mas também, e não menos importante, uma clivagem geográfica. O futuro da Escócia e da Irlanda do Norte no Reino Unido é periclitante.
«Pedro Simões» >> Dificilmente a Escocia fica... Irlanda do Norte menos claro - mas pode cair (efeito domino depois da Escocia sair...). E se Escocia sai... temos Catalunha...
«Pedro Baptista» >> E aconteceu mesmo! De nada valeram as sondagens arranjadas nos últimos dias que contrariariam as que repetidamente vinham a indicar a saída. Tão pouco o metralhar das análises a ceiar o consenso que dava a vitória certa à permanência. Agora 70% vão dizer que é menos importante do que se dizia, pois os britânicos tiveram sempre um pé fora e outro dentro, 20%, entre os quais nós próprios, dirão que é altura de aproveitar o sobressalto para reformar no sentido federalista a União, e haverá ainda uns 10%, na área do PC e do BE a dizer (com satisfação) que é a Europa a desagregar-se. Engraçado, será o que se passará na Escócia que foi ameaçada no último referendo sobre a independência, pelos burocratas de Bruxelas com Durão Barroso à cabeça, de ficar de fora da UE se avançasse na separação. É claro que vão querer novo referendo com o independentistas a defenderem a sua continuação na União e os integracionistas perdidos da cabeça, té porque a maioria, que são trabalhistas, foi contra a saída do Reino Unido da União. Finalmente, na Alemanha, haverá quem diga entre dentes: ainda não foi desta que conseguimos atravessar o canal…
«Francisco Santos» >> Espero que agora ganhe o bom senso e não os extremismos políticos.
«David Ribeiro» >> O desmoronar da Europa… por culpa única e exclusiva dos políticos burocratas de Bruxelas. Tivessem construído a EUROPA que todos queríamos e nada disto tinha acontecido.
«Pedro Baptista» >> Não há desmoronamento nenhum por causa disto. A havê-lo já começou há maIs décadas e ocorrerá nas próximas. Ou seja, certo é, e aí estamos de acordo, que a Europa tem de mudar de caminho. Mas tenho muitas dúvidas que o venha a fazer. Há, porém, que lutar por isso...
«Jose Riobom» >> Isto é uma porta aberta para o reforço da democracia na Europa. Esta Europa nada tem a ver com a Europa sonhada nos anos a seguir à II guerra mundial. Fim ao medo. Fim à chantagem. Fim à Germanização Europeia.
«Jorge Veiga» >> Boa oportunidade para reformar, para melhor) a UE
«José de Matos» >> Talvez não seja demais lembrar, que os deputados e os ministros de todos os países membros, decidem em conjunto. Quando as coisas correm bem é graças a eles, quando as coisas correm mal, é culpa de Bruxelas. Bruxelas é uma cidade, onde políticos de 27 Estados fazem muita coisa mal. Esperemos que com o "coice" Bréxit, aprendam alguma coisa.
«Rafael Maciel Oliveira» >> Os proximos anos devem trazer muitos problemas a Europa nada mais sera igual
«Pedro Simões» >> O problema é que queremos todos europas diferentes. E que a UE tem costas largas e é alvo facil para culpar de todos os falhancos internos e da interligacao economica da globalizacao.
«Ricardo Nuno» >> Q o RU saia não me afecta, preocupa me as ondas de choque . Isto foi um bálsamo de vida para todas as extremas direitas europeias e se os mais ricos e fortes começarem cada um por si o declínio da Europa é inevitável
«Pedro Simões» >> E extremas esquerdas. Ambos estao mortinhos por sair da 'anti-democratica' UE para terem maos livres para tomar de assalto tudo quanto sejam instituicoes democraticas e certas politicas de liberdade e proteccao dos individuos que estao blindadas pelos acordos europeus... As coisas vao mudar: mas entre o Sul da Europa que quer mais solidariedade e o Norte da Europa que esta farta de abrir os cordoes à bolsa, adivinhem quem sai reforçado?
«André Eirado» >> David Cameron deu um tiro no pé ao iniciar o referendo. só teve de ter atitude mais certa em demitir-se. Será mesmo que se vai iniciar o efeito dominó? Algumas minorias de extrema-direita de alemanha e de outros países já aproveitam a correnteza da maré para iniciar referendos para saber se querem permanecer na Europa ou não.
«Paulo Vaz» >> a UE tornou-se um bode expiatório dos erros sucessivos de um ex imperio...
«Jose Riobom» >> Esta Europa vai acabar por onde deveria ter começado... pelos referendos...
«Rui Moreira» >> O Pedro Guerreiro diz que "Enfim, não é o fim do mundo. É só o fim da Europa." Pois eu, que vivi em Inglaterra e com a sua velha geração - em que mais de 2/3 quiseram o brexit - não concordo. A CEE iniciou-se sem os ingleses, que aderiram tarde e quando estavam falidos. Entraram sem gosto. Nunca gostaram dos "frenchies". Se estava mau tempo no canal diziam que a Europa estava isolada. Continuaram a guiar à direita, recusaram a moeda única e Schengen. Eu creio que no final a Europa será mais pequena e mais unida. Sem a Inglaterra mas, curiosamente, com a Escócia independente.
«Pedro Baptista» >> Devo dizer a todos os amigos que sou inequivocamente republicano mas, mais um vez, tiro o chapéu à democracia britânica e, em particular, ao seu segmento principal, o da Inglaterra O facto de ser uma monarquia é irrelevante. Relevante é que a sua casta política dominante porta-se com decência, consultando o povo e aceitando os seus veriditos mesmo que, por vezes, extravaze na manipulação emocional durante as campanhas. Ao contrário do que se passa na nossa república das bananas onde em matéria europeia nunca o povo português foi consultado para fosse o que fosse. Ninguém tratou o seu povo com tanta menoridade como os que têm estado no poder em Portugal nos últimos 35 anos... nem há na Europa nenhum povo que tenha sido tratado com tanta menoridade...
Sábado, 25 de Junho de 2016
Já lá vão mais de 24 horas sobre o estrondo que o Brexit provocou por esta Europa fora. E não havendo dúvidas que a decisão dos britânicos é válida e decidida democraticamente, a verdade é que o Reino Unido nunca esteve de alma e coração na União Europeia - recusaram a moeda única e Schengen – o que torna escassa a legitimidade para se arvorarem agora nos justiceiros do projecto da UE. O grande e grave problema europeu está na incapacidade dos seus organismos políticos desenvolverem laços identitários profundos, não sendo fácil aceitar que o Parlamento Europeu tenha legitimidade do voto mas escassos poderes, enquanto a Comissão Europeia, formada por burocratas, tecnocratas e políticos distanciados dos cidadãos europeus, detenha um poder desmedido para a escassa legitimidade democrática que sustenta a sua actuação. Por outro lado o resultado deste referendo vai muito provavelmente ser o princípio do fim do Reino Unido, com a Escócia e a Irlanda do Norte já a reivindicarem o direito a quererem ficar na União Europeia. Mas há ainda mais um facto importante e talvez um pouco esquecido por todos nós: É da extrema-direita europeia (Geert Wilders na Holanda e Marine Le Pen em França) que vêm os maiores aplausos aos três britânicos apontados como os grandes vencedores desta consulta popular, Michael Gove, Boris Johnson e Nigel Farage… e isto não é nada bom. Tivesse a Europa começado por consultar os seus povos sobre a sua formação e não seria por este ou outro qualquer “referendo” que iria morrer. Mas agora já é tarde… o Brexit está aí.
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