Castro Ferreira Padrão - Bons tempos, o cheirinho em muitos lados não se pagava, dois pingos de aguardente até aquecia a alma.
Xavier Cortez - Essencial após um bom almoço
(Imagem roubada na NET)
Nunca fui um grande apreciador de “cimbalino”, mas já um CAFÉ DE SACO encanta-me… e cada nova mistura que encontro (em grão ou já moída), nas muito simpáticas casas de “caféses” que há na Cidade Invicta, proporcionam-me novos prazeres naqueles momentos em que a água a levantar fervura passa pelo pó de café e eu aguardo que coe e caia na minha chávena.
Confesso que nunca fui um grande apreciador do café expresso - cimbalino, como se diz cá na Imbicta - pois para mim o verdadeiro café é o tipo “de saco” que eu preparo numa “cafetière” (cafeteira de êmbolo) com um bom lote de café de moagem grossa, praticamente areada, e bem batido em água acabada de ferver. Fica de sonho. Experimentem, e depois digam qualquer coisa.
«Paulino Coelho» no Facebook >> yep . . .;-)
«Anne Brown» no Facebook >> Eu tambem gosto assim.
«Patricia Santos» no Facebook >> A mim quem me tira expresso, cimbalino, o que seja tira-me um grande prazer. Quando se viaja é que se vê a diferença entre o este e o de saco. Mas o que seria do amarelo se ninguém gostasse dele ;)
Fui ontem de manhã à Casa Christina comprar café Lote Palace Hotel.
Durante o período conturbado das invasões francesas um comerciante portuense – José Iria Carvalhal - montou uma pequena fábrica de chocolates e torrefacção de café ali para os lados da Cancela Velha (onde hoje está o edifício conhecido como “Palácio dos Correios”, junto da Câmara Municipal do Porto), tendo rapidamente atingido um volume apreciável de vendas, fruto da alta qualidade dos seus produtos. Em 1813 Carvalhal casa com Christina Ribeiro e resolve baptizar o seu estabelecimento de Casa Christina. Após o falecimento deste casal em 1855 o negócio passa para Rosa Guilhermina de Carvalho e seu marido Augusto de Carvalho, continuando estes a desenvolver um ritmo de produção e vendas de cafés e chocolates que fizeram da Casa Christina um das mais prestigiados estabelecimentos comerciais da cidade do Porto no início do século XIX. Em 1920 Victor H. França adquire todos os direitos sobre a marca, instalações e equipamentos, iniciando uma nova era de expansão da marca “Christina”, procedendo a novas e grandes transformações técnicas na torrefacção e transferindo a sede da empresa para a Rua de Sá da Bandeira nº 401, onde ainda hoje funciona o estabelecimento de venda a púbico. Durante o período da II Guerra Mundial e após a morte de Victor França, os seus herdeiros reformularam o pacto social e entraram para a sociedade o consagrado escritor Heitor Campos Monteiro e o comerciante Manuel Almeida, assumindo este a gerência. Em 1967, por morte de seu tio, Manuel Dias Pinheiro assume o leme da “Casa Christina”, onde já trabalhava desde os 14 anos de idade, continuando a desenvolver e expandir a empresa, tendo mandado construir na Rua Engenheiro Ferreira Dias uma nova unidade fabril nos anos oitenta do século passado. Em 1987 a Casa Christina é adquirida pela Nestlé Portugal que continuou até hoje a honesta divisa do seu fundador: “produzir cada vez melhor”.
«Luís Paiva» in Facebook >> Bem como à Brasileira em Sá da Bandeira, fui imensas vezes (nos anos 70/80) comprar café à Casa Christina. Gostava do rosa/rosa choque, das velhas balanças nas montras... Certamente que constará da excelente obra "Lojas do Porto" de Luís Aguiar Branco. Verei logo, quando chegar a casa. ;-)
«Isabel Oliveira» in Facebook >> Adoro este café, para mim um dos melhores (tb é o que minha cunhada serve aqui em Nogueira do Cravo)
«José Silva» in Facebook >> Eu tenho registados cafés, confeitarias e pequenos restaurantes e tascas que têm café Christina. e por vezes desloco-me propositadamente para tomar, ou melhor, apreciar a excelência desse café. E tiro o chapéu ao bom gosto da Nestlé que manteve o perfil dum café tão antigo e com história. Claro que, estando na baixa, lá vou à belissima loja de Sá da Bandeira tomar um café. De caminho, passo pelo Bolhão a ver a barbárie a que foi submetido tão belo espaço pela Câmara da minha cidade, dirigida por quem mete água por todos os lados, ou não se chamasse Rio. Resta-me a consolação do paladar do café Christina que se vai manter na minha boca por algum tempo...
«Teresa Canavarro» in Facebook >> Bom dia David: Aprendo sempre imenso consigo! Bom Domingo!
«Luís Paiva» in Facebook >> Confirma-se o que referi: consta do livro que citei, e que ilustra as fachadas original, anterior e a actual que evolui da original.
Esta cafeteira francesa foi uma das prendas recebidas neste Natal e como é a primeira vez que tenho uma coisa destas pergunto se não haverá por aqui alguém que me saiba dar umas dicas para fazer um bom café com esta cafeteira …dizem que também serve para fazer um bom chá.
Fico a aguardar os vossos conselhos.
«João Paulo Martins» in RevistaDeVinhos ► só funciona bem com o café em moagem grossa. De outra maneira fica cheio de borras. Mas funciona bem. Mistura-se a água muito quente com o café, mexe-se com uma colher e espera-se um minuto antes de, muito lentamente, ir descendo o êmbolo. Se se fizer rápido dá desgraça pela certa porque vem tudo por fora e um homem queima-se
«RLP» in RevistaDeVinhos ► Caro Tovi, O JPM tem toda a razão no processo de tiragem. Para além de café e chá também dá para fazer um bom cacau quente. Neste caso fazer ainda mais devagar.
«Reboredo» in ViriatoWeb ► Caro Tovi, retiras a tampa, colocas cafe ou chá no fundo da cafeteira, pões água em ebulição, colocas a tampa com o filtro por cima da água, deixas a água se Imbuir do café ou chá durante 3 minutos e precionas o filtro para o fundo do cafeteira e o café ou o chá fica pronto a sevir. Espero que com esta ajuda rudimentar te possas encontrar com um bom café da Casa Angola Internacional ou um bom chá dos escritores. Um abraço,
«XôZé» in ViriatoWeb ► Se as instruções foram dadas em belguês para esse tipo de cafeteira, recomendo muito cuidado Tovi. Sabes que a amizade que nos une, até sobeja.
Segui o conselho da Casa Angola Internacional [ver aqui] e fui hoje à lojinha de Matosinhos (Edifício do Mercado), onde uma simpática senhora me fez o favor de moer na altura Café Lote Particular da Casa Angola. Preparei-o numa cafeteira tipo “Moka” e realmente é excepcional, com aquele sabor típico do “café de saco” antigo e que já dificilmente se encontra.
Bem-haja quem tem o gosto e o prazer de manter vivas tradições tão características do “nosso” Norte.
«Casa Angola Internacional» in Facebook ► Obrigado pelas simpáticas palavras, ficamos particularmente satisfeitos por ter sido bem atendido e gostado do nosso café, curiosamente hoje que a Casa Angola faz 77 anos da sua fundação (1932). Hoje em dia mais de 95% da produção de Café Lote Particular é exportada, especialmente para a Suiça, Luxemburgo, Macau e Alemanha.
Passei esta semana pel’A Favorita do Bolhão (José Araújo & Cª Lda), um histórico estabelecimento de comércio tradicional da baixa portuense (Rua Fernandes Tomás, 783/785), e comprei um novo produto artesanal da Propeixe (Cooperativa de Produtores de Peixe do Norte CRL – Matosinhos), uns fabulosos patés, em embalagens de 60 gramas, nas variedades Atum, Atum Picante, Cavala, Sardinha, Ovas de Pescada e Trutas com Vinho do Porto.
São francamente bons e não ficam nada atrás daquilo que se importa… e é um produto Nacional… e do Norte.
«Casa Angola Internacional» in Facebook ► Todos devíamos privilegiar o que é bom e é nosso. Devia ser por instinto, mas infelizmente ainda há a ideia (errada) do que vem de fora é melhor. Se gostar de café e vier para os lados de Matosinhos, não deixe de experimentar o Lote Particular da Casa Angola, certamente uma das lojas de comercio tradicional mais antigas de Matosinhos (remonta a 1932). O lote particular era um lote muito popular na década de 50, especialmente na comunidade piscatória desta cidade, pois permitia um café forte que ajudava os pescadores a ficarem acordados e quentinhos na faina nocturna.
Está cá a parecer-me que esse Lote Particular da Casa Angola deverá ser óptimo para fazer um “café de saco”, para mim o verdadeiro café, muito melhor que o melhor "expresso"… mas é preciso saber prepará-lo.
«Casa Angola Internacional» in Facebook ► O original era para café de saco (à moda antiga) pois na altura não havia maquinas expresso nem nada que se pareça. Actualmente foi necessário afinar o lote, pois o café de saco caiu em desuso substituído pela cafeteira (moka) e pela maquina expresso. No entanto o "traço" original mantém-se.
«Miguel Félix» in Facebook ► Eis um produto cuja confecção tem tanto saber e "savoir faire" como o "Vinho do Porto".
«Pão De Ló Margaride» in Facebook ► Discordo da ideia de as pessoas pensarem que o que vem de fora é melhor. Acho que se nota muito uma inversão desse pensamento. Hoje em dia muita gente já dá valor ao que é "nosso".
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