A juíza do Supremo Tribunal de Justiça espanhol (Audiência Nacional), Carmen Lamelas, decretou na passada quinta-feira a prisão preventiva dos oito antigos membros do governo da Catalunha: Oriol Junqueras (ex-vice-presidente), Jordi Turull (presidência), Raül Romeva (Negócios Estrangeiros), Josep Rull (Território), Carles Mundó (Justiça), Meritxell Borràs (Cultura), Joaquim Forn (Administração Interna) e Dolors Bassa (Trabalho).
Ontem, sexta-feira, a Justiça espanhola emitiu um mandado europeu de detenção para Carles Puigdemont, presidente destituído do governo da Catalunha, e para quatro ex-ministros.
(El fusilamiento de Lluis Companys en los fosos del castillo de Montjuic)
Nestes dias de forte tensão na Catalunha, após a declaração uniliteral da independência e a suspensão da autonomia da região pelo Senado espanhol, convém não esquecer que apesar de no século XIX ter sido severamente afectada pelas guerras napoleónicas e carlistas, a Catalunha representou desde essa altura a força industrial da Espanha, sendo a primeira a introduzir a industrialização através do vapor, com o têxtil a representar a força da indústria. O capital estrangeiro investiu na Catalunha e isso introduziu a siderurgia, além de outros novos elementos característicos da Revolução Industrial. Os primeiros bancos conseguiram grande impulso durante a chamada Febre do Ouro até à quebra dos mercados de 1866.
Durante a curta vida da Primeira República Espanhola (1873-1874) duas propostas de Estado foram debatidas em Madrid: A primeira delas via a Espanha como uma única nação, a segunda, apoiada pela Catalunha, pretendia um Estado federado. Após o golpe de estado monárquico de 1874 nasceu o movimento chamado em catalão "Renaixença", o início das reivindicações do catalanismo político. Com a proclamação da II República Espanhola, em 1931, reconheceu-se novamente a autonomia da Catalunha, tendo-se chegado a proclamar unilateralmente a República Catalã, mas esta proclamação não foi bem aceite pelo governo de Espanha, embora fosse uma proclamação federalista. Com a derrota dos Republicanos na Guerra Civil (1936-1939), a Catalunha perdeu novamente a sua autonomia, todas as instituições de autogoverno catalãs foram banidas, e sofreu uma importante e pesada repressão cultural e linguística (com a abolição e proibição do uso do catalão), por parte do Estado Nacionalista Espanhol, totalitário e de inspiração fascista. Em 15 de Outubro de 1940 o presidente catalão, Lluís Companys, foi fuzilado pelo regime fascista espanhol. Com a morte do ditador Francisco Franco (1975) e o fim da ditadura, a Catalunha foi a primeira comunidade a recuperar outra vez a sua autonomia, restaurando a Generalitat (exilada desde o fim da Guerra Civil em 1939) e adoptando um novo Estatuto de Autonomia em 1979.
Com uma história destas quem duvida que mais-dia-menos-dia a agora auto-proclamada República Catalana será uma realidade?
14h00 de hoje
Milhares de pessoas manifestam-se em Barcelona contra a independência da Catalunha - Como sempre nestas coisas os números são díspares e feitos à vontade de cada um: polícia municipal diz serem cerca de 300 mil e a organização garante que são mais de um milhão. Mas não há dúvida que a Catalunha está completamente dividida e a marcação de eleições na comunidade autónoma para Dezembro só vai contribuir para o extremar das posições. Puigdemont e Rajoy arranjaram uma bonita encrenca… que não sabemos como irá acabar.
Agora é que vai ser... Será que o governo de Madrid já terá mandado ligar os motores dos tanques para invadir a República da Catalunha?
15h30 de hoje
Senado espanhol aprova entrada em vigor do artigo 155 da Constituição espanhola que permite ao governo de Madrid assumir o controlo dos poderes autonómicos da Catalunha.
19h30 de hoje
Em conferência de imprensa o primeiro-ministro Mariano Rajoy, informou que o Governo Espanhol destituiu Carles Puigdemond, dissolveu o Parlamento da Generalitat e marcou eleições na Catalunha para 21 de Dezembro.
Comentários no Facebook
«Jose Bandeira» - Este processo é perfeitamente imbecil. Uma autêntica roleta russa!
«Manuel Carvalho» - Por formação inclino-me para o direito dos povos à sua autodeterminação, mas pela razão receio o que venha a acontecer com o povo catalão. Não conheço pessoalmente nenhum catalão para lhe fazer três perguntas simples. A primeira é se o uso do catalão é proibido e se foi retirado do sistema de ensino, a segunda é se as expressões artísticas catalãs são perseguidas e proibidas; sobretudo as danças e o folclore e a terceira qual o grau de autonomia que têm em relação às instituições. A resposta a essas perguntas ajudar-me-ia a ter uma noção mais exacta sobre a necessidade, ou não, do que reclamam agora. Um facto que acho curioso é que todos os movimentos independentistas iniciais partem das regiões mais ricas em detrimento da solidariedade com as regiões mais pobres. Aliás, como os próprios países europeus olham para os países do sul dessa mesma Europa. A Catalunha, embora com um notável poder económico, não terá um futuro promissor se, como parece que será, a comunidade económica não a reconhecer. Actualmente, um país ganha e perde a independência mais por políticas económicas do que pela força, e nós bem que sabemos onde e com quem está a nossa independência. Jose Bandeira, aquando do reinado dos Filipes, Portugal não perdeu totalmente a sua independência, sempre foi visto como um outro país. Se assim não fosse, teríamos perdido todo o império mesmo depois da Restauração e apenas perdemos Ceuta. A Catalunha ajudou ao dividir as forças militares em duas frentes, mas a frente portuguesa não mereceu sequer o empenho para manter o país na alçada espanhola. Ajudou mais porque os nobres que sobreviveram Alcácer-Quibir e foram destacados para combater na Catalunha, aperceberam-se que era o momento certo para lutar pela restauração.
«Jose Bandeira» - Todo o processo decorreu de forma ridícula. Se os separatistas Catalães estivessem a fazer um trabalho sério teriam que assegurar apoio internacional à sua causa. Declarar a independência equivale a criar um novo país e não se pode esquecer a política externa. O Governo Regional Catalão agiu "à espanhola", ou seja, com aquele egocentrismo característico dos espanhóis para quem o mundo termina nas suas fronteiras. Isto é inadmissível!
«David Ribeiro» - Foi não ter assegurado apoio internacional um dos graves erros de Puigdemond, no meu entender.
Desculpem lá a brejeirice, mas o catalão Carles Puidgemont parece aqueles empatas que nem f___ nem saem de cima.
Carles Puigdemond anuncia nova sessão parlamentar para então declarar unilateralmente a independência da Catalunha... está difícil o parto
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