Estamos a entrar na quarta semana de guerra e o avanço russo vai lento. A noroeste de Kiev, uma coluna russa com quilómetros aproxima-se. Em Irpin (a 5 kms de Bucha na direção do centro da capital) trava-se uma batalha feroz, onde os ucranianos têm sido bem-sucedidos na missão de travar o inimigo. Do outro lado, a coluna que deverá cercar a cidade pelo leste tem feito avanços pouco significativos.
Quem controla o quê na Ucrânia (de 6mar para 18mar2022)
O Mundo, mais dia menos dia, vai ter que "fazer contas" com a Polónia... é que o seu esforço em receber tantos refugiados tem custos, que deverão ser distribuídos por todos aqueles que condenam a invasão da Ucrânia pelas tropas de Putin. Não sei se estas "sanções" à Polónia chegaram a ser aplicadas [a notícia é de janeiro deste ano], mas é capaz de ser a altura da União Europeia "esquecer" estas coisas.
...e já agora: Eu não morro de amores pelos senhores do atual poder polaco.
Milhares de pessoas nas ruas de Moscovo, estádios cheios e bandeiras ao alto. No 23.º dia de guerra na Ucrânia, com bombardeamentos em Kiev, a Rússia festeja o oitavo ano da assinatura do Tratado sobre a Anexação da República da Crimeia à Rússia.
Em conversa telefónica de quase duas horas no dia de hoje, Xi Jinping disse a Joe Biden que os Estados Unidos devem "assumir responsabilidades internacionais" no conflito na Ucrânia. "Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e duas das maiores economias mundiais, devemos, não apenas liderar as relações entre China e Estados Unidos pelo caminho correto, mas também assumir responsabilidades internacionais e fazer esforços pela paz e tranquilidade", disse o presidente chinês na videochamada. De acordo com a agência estatal chinesa CCTV, citada pela agência Reuters, o presidente chinês referiu ao homólogo norte-americano que são os Estados Unidos quem deve guiar as relações bilaterais no rumo certo.
Sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF
Nada é ainda seguro, mas as últimas notícias sobre a quarta ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia no dia de ontem dizem-nos que podemos estar perto de um “plano de paz provisório”. Houve “progressos significativos” e já se fala num cessar-fogo, retirada do exército russo do território ucraniano e a consequente desocupação das zonas conquistadas à força (territórios ocupados no leste ucraniano, as regiões a sul junto aos mares Negro e Azov, bem como todo o norte de Kiev). Mas para isso a Ucrânia terá que declarar a neutralidade (não integrar qualquer aliança militar, nomeadamente a NATO) e aceite limitar as suas forças armadas. Vamos aguardar, até porque, apesar das posições da Ucrânia e da Rússia serem "mais realistas", ainda "é necessário mais tempo" para resolver o problema do reconhecimento das repúblicas separatistas, uma verdadeira pedra no caminho para a paz.
Entretanto...
- Depois do toque das sirenes em várias regiões, houve uma violenta explosão captada pelas câmaras de vigilância de Kiev. O clarão foi visível do centro da cidade cerca das 5h00 locais. Minutos antes, as mesmas câmaras captaram também o momento em que um míssil, ao que tudo indica das anti-aéreas ucranianas, sobrevoa os céus de Kiev e interceta um objeto.
- Quatro navios de guerra russos passaram pelo Estreito de Tsugaru, no nordeste do Japão, entre terça e quarta-feira, possivelmente a transportar tropas e veículos de combate para a Ucrânia, informou o Ministério da Defesa do Japão.
- O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou na quarta-feira os russos que não apoiam a invasão da Ucrânia de serem traidores e falou de uma “auto purificação” da sociedade russa. Os russos “serão sempre capazes de distinguir os verdadeiros patriotas da escória e traidores, e simplesmente os cuspirão, como um mosquito que acidentalmente voou para as suas bocas”, disse Putin.
- Numa publicação no Twitter, António Guterres revelou que mais de três milhões de ucranianos já fugiram do país. "O povo da Ucrânia precisa desesperadamente de paz. E as pessoas de todo o mundo exigem isso. A Rússia deve parar com esta guerra", escreveu.
- A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia afirmou que o futuro da Crimeia vai passar sempre pela Rússia. De acordo com a agência estatal TASS, Maria Zakharova disse que isso é válido independentemente das sanções ou ameaças que possam existir. A Crimeia, península no sul da Ucrânia, foi anexada em 2014 pela Rússia.
- Por volta das 10h20 (hora local) voltaram a tocar as sirenes em Kiev, capital da Ucrânia. A cidade continua sob forte cerco da Rússia.
- A Autoridade Marítima do Panamá diz que três navios de bandeira panamiana foram atingidos por mísseis russos no Mar Negro desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. Um navio afundou, disse a autoridade marítima em comunicado, mas não houve vítimas relatadas. Os outros dois permanecem à superfície com danos.
Nesta madrugada vi na “AXN Movies” um interessante filme - O Jardim da Esperança – a história verídica de uma mulher que durante a II Guerra Mundial salvou centenas de vidas.
Ficha Técnica
Título Original: The Zookeeper´s Wife
Intérpretes: Jessica Chastain, Johan Heldenbergh, Daniel Bruhl, Michael McElhatton, Goldberg, Goran Kostic.
Realização: Niki Caro; 2017Polónia, 1939. Antonina Zabinska e o seu marido, Dr. Jan Zabinski, gerem o jardim zoológico de Varsóvia. Quando o país é invadido pelas forças alemãs, Jan e Antonina são obrigados a obedecer às ordens de um novo zoologista selecionado pelo Reich, Lutz Heck. No entanto, decididos a lutar contra o regime, Antonina e Jan começam a colaborar secretamente com a Resistência e põem em ação uma série de planos para resgatarem pessoas do recentemente criado Gueto de Varsóvia, colocando em risco as suas vidas e tudo o que construíram.
Quem controla o quê na Ucrânia (de 6mar para 17mar2022)
Vejam este artigo de Michael R. Gordon, publicado em 23fev2022 no The Wall Street Journal - Crise na Ucrânia dá início a nova luta de superpotências entre EUA, Rússia e China… e Pequim e Moscovo têm agora uma mão mais forte no confronto com o Ocidente do que durante a Guerra Fria.
Nesta ínvasão da Ucrânia pela Rússia estou claramente contra Putin e a favor do Povo ucraniano… mas o Batalhão de Azov ainda me faz comichões nas meninges.
O Batalhão de Azov (em ucraniano: Полк Азов) é uma organização paramilitar, atualmente ligada ao Ministério do Interior da Ucrânia, criado em 2014 durante os protestos da Euromaidan (também chamada de Primavera Ucraniana). Ela é uma unidade militar de infantaria voluntária de extrema-direita, são ultranacionalistas acusados de abrigar a ideologia neonazista e supremacia branca, além de ter envolvimento em vários casos de abusos de direitos humanos e crimes de guerra na Guerra civil no leste da Ucrânia, principalmente em casos de torturas, estupros, saques, limpeza étnica e perseguição de minorias como homossexuais, judeus e russos. O Batalhão de Azov é muito mais que uma milícia, tem seu próprio partido político, duas editoras, acampamentos de verão para crianças e uma força de vigilância conhecida como Milícia Nacional (Natsionalni Druzhyny), que patrulha as ruas das cidades ucranianas ao lado da polícia. Ao contrário de seus pares ideológicos nos EUA e na Europa, também possui uma ala militar com pelo menos duas bases de treino e um vasto arsenal de armas, de drones e veículos blindados a peças de artilharia. (in Wikipédia)
Fiquei agora a saber que no período “antes da ordem do dia” da reunião de hoje do Executivo Municipal do Porto, discutiu-se a eventual conjugação de posições sobre as moções a CONDENAR A INVASÃO RUSSA. Mas perante a intransigência da Vereadora comunista, sustentada numa argumentação desfasada da realidade e meramente ideológica, e da retórica bloquista sobre o Lebensraum, não foi possível uma posição comum.
Rosário Queirós - Lebensraum? A que propósito?
David Ribeiro - Sobre a sua dúvida, Rosário Queirós, aqui fica uma parte de um texto publicado no "Delito de Opinião" em 01mar2022: «Há dias vi um excerto televisivo no qual a deputada Mariana Mortágua algo sumarizava as causas desta crise ao invectivar o governo ucraniano de "corrupto" e "neonazi" .../... Nas vésperas da invasão russa Mortágua nega a possibilidade dessa ocorrência, atribuindo os alvitres dessa possibilidade a mera propaganda ocidental e aos discursos de alguns líderes (Biden, Johnson) - tamanho o seu aprisionamento a um visão anti-"ocidental", de facto avessa às democracias liberais. O vigor das suas certezas ali proclamadas são um evidente, enorme e até acabrunhante sinal de incompetência para aquela mera tarefa de "comentário político" sobre a actualidade internacional. Mortágua torna-se ali ridícula. Mas não será decerto por isso afastada daquele palanque de propaganda político-partidária. .../... Critica Putin e seus anseios. Mas algo justifica a sua política devido a uma contextualização (a la carte) do processo daquela região, uma típica historicização que se pretende legitimadora. Invoca a condição "humilhada" da Rússia e a sua necessidade de um "Espaço Vital". Isto é tão boçal que custa a crer - pois é a pura recuperação do argumentário da Alemanha nazi, a questão da "humilhação" com o tratado de Versailles e a necessidade de abranger um Espaço Vital (a apropriação nazi do Lebensraum de Ratzel). Chegámos a isto, em Mortágua a repulsa pelas imperfeitas democracias liberais é tamanha que "compreende" o seu agressor imediato através de termos, ideais, com esta genealogia. E temos então a tão "respeitada" e tão "competente" deputada da "esquerda" tão "identitarista" (e nisso "multicultural") a valorizar a necessidade do Lebensraum.»
Mais uma da série "Rússia invadiu Ucrânia"
13h01 de 07mar2022 - A União Europeia está a preparar novas sanções à Rússia, face à "imprudência" do Kremlin para com os civis, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes de um encontro com o primeiro-ministro italiano Mario Draghi. "Já tínhamos três pacotes de sanções contundentes, mas agora temos de garantir que não haja brechas e que o efeito das sanções seja maximizado. As sanções em vigor são realmente mordazes. Vemos as turbulências descendentes na economia russa”, apontou, assumindo ainda que a UE "tem de livrar-se da dependência do gás, petróleo e carvão russos".
13h28 de 07mar2022 - O Kremlin fez saber, esta segunda-feira, que pode parar as operações militares na Ucrânia, se forem cumpridas certas exigências, como o reconhecimento da Crimeia enquanto território russo e de Lugansk e Donetsk enquanto estados independentes. Segundo Dmitry Pescov, porta-voz do Kremlin, o vizinhos ucranianos terão ainda de mudar a Constituição do país, para garantir que não poderá entrar em qualquer bloco de países (como a NATO). Enquanto estes critérios não forem cumpridos, vai continuar a "desmilitarização" da Ucrânia. Pescov sublinhou ainda que a Rússia não tem qualquer outro interesse no território da Ucrânia.
14h00 de 07mar2022 - A delegação ucraniana já está na Bielorrússia para a terceira ronda de negociações com a Rússia, indicou o conselheiro presidencial Mykhailo Podolak, que adiantou ainda que as mesmas estão previstas arrancar às 16h00 de Kiev (14h00 TMG). Mykhailo Podolak diz que a delegação ucraniana é constituída pelos mesmos elementos que participaram na ronda anterior.
17h28 de 07mar2022 - Alemanha e Hungria não apoiam sanções à energia russa. A energia da Rússia é de “importância essencial” para a vida quotidiana das pessoas, justifica o chanceler alemão. Já o ministro das Finanças da Hungria diz que sancionar a energia russa faria com que os húngaros pagassem o preço da guerra.
17h57 de 07mar2022 - Terceira ronda negocial entre russos e ucranianos já terminou. A informação foi avançada pela AFP, que cita a embaixada russa na Bielorrússia, onde foi realizado o encontro. De acordo com um negociador ucraniano, houve "pequenos avanços" no que diz respeito aos corredores humanitários.
18h01 de 07mar2022 - O Presidente da República convocou o Conselho de Estado para a próxima segunda-feira, pelas 15h00, no Palácio da Cidadela em Cascais, com um único ponto da ordem de trabalhos: a situação na Ucrânia.
Azeredo Lopes, Ministro da Defesa Nacional, está por estes dias na reunião do Conselho do Atlântico Norte em Bruxelas, juntamente com os outros 28 Ministros da Defesa da Aliança, para discussão do dossier das relações NATO-UE e onde se equaciona o actual ambiente de segurança internacional. Esta reunião é de importância primordial numa altura em que as relações de Moscovo com os Países da Aliança Atlântica estão tensas e que continuam a deteriorar-se desde Março de 2014, após a reintegração da Crimeia à Rússia.
E com mais um novo acordo de cessar-fogo, a que se sucede invariavelmente uma violação do acordo e consequente reactivar da actividade militar, lá vai continuando uma guerra sem fim à vista no leste da Ucrânia. Não parece restar dúvida que Vladimir Putin pretende retirar do poder dos senhores de Kiev um corredor no leste da Ucrânia com ligação à Península da Crimeia, território que poderá ser anexado por Moscovo ou aí criar-se um país independente mas com fortes ligações à antiga pátria dos Czares e que funcionaria como uma zona-tampão entre a Rússia e a NATO. E quantas mais mortes serão necessárias para se encontrar um entendimento entre a Rússia, os EUA e a União Europeia?... Sim, porque nesta altura do campeonato o Governo Ucraniano já não tem muito voto na matéria… se é que alguma vez teve.
Até pode ser que os senhores do Kremlin deixem os ucranianos continuarem a brincar às democracias populares instituídas na praça pública, mas na Crimeia não vão certamente permitir que populações maioritariamente de origem russa sejam obrigadas a ter que obedecer a quem não reconhecem direito de soberania. As tropas de Putin já estão nas redondezas de bases militares ucranianas na península da Crimeia e não deverá faltar muito para tomarem conta da situação.
«Henrique Camões» no Facebook >> Não percebo o sentido... afinal o 25/04 não instituiu uma democracia na praça publica?
«David Ribeiro» no Facebook >> Русские долго запрягают, но быстро едут ("Os russos demoram para selar o cavalo. Mas depois que montam, andam depressa.") Ditado russo.
«Diamantino Pedro» no Facebook >> Até aqui o mal era serem horrorosos neo-nazis, agora brincam ás democracias popuplares... Enquanto isso são acusados pela Aurora Dourada de serem sionistas... Entendam-se nas analises, por favor...
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A Baixa do Porto (Tiago Azevedo Fernandes)
Antes Que Me Passe a Vontade (Nanda Costa)
Caderno de Exercícios (Celina Rodrigues)
Cerâmica é talento (Pataxó Lima)
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Douro e Trás-os-Montes (António Barroso)
Escrita Fotográfica (António Campos Leal)
Let s Do Porto (José Carlos Ferraz Alves)
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Marafações de uma Louletana (Lígia Laginha)
Matéria em Espaço de Escrita com Sentido (Mário de Sousa)
Meditação na Pastelaria (Ana Cristina Leonardo)
Memórias... (Boaventura Eira-Velha)
Mente Despenteada (Carla Teixeira)
Nortadas (Francisco Sousa Fialho, João Anacoreta Correia e outros)
O Portugal Futuro (Tiago Barbosa Ribeiro)
O Porto em Conversa (Vitor Silva)
Os meus apontamentos (Vitor Silva)
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