No dia de ontem a presidente do Brasil foi afastada do cargo após o Senado ter votado a destituição com 61 votos, mais sete do que os 54 necessários. Quer-me parecer, e sem querer branquear as eventuais culpas de Dilma Rousseff no “martelanço” das contas públicas brasileiras, que há lá pelo Brasil muito político a tentar desesperadamente escapar aos braços da Justiça, pois poucos deles terão as mãos limpas no que se refere a crimes de corrupção com base em compadrios a empresários brasileiros. Para já e até novas eleições em finais de 2018 iremos ficar com Michel Temer no Palácio do Planalto, político de longa carreira e o segundo Presidente a chegar ao poder sem ser eleito por voto popular após a redemocratização do Brasil na década de 1980.
Michel Temer (in jornal Expresso)
Filho de libaneses que emigraram para o Brasil na década de 1920, Michel Temer foi criado na cidade de Tiete, interior do Estado de São Paulo. Terminou os estudos secundários em São Paulo, onde também se formou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Manifestou interesse na política ainda na faculdade, mas manteve-se afastado durante o governo militar adotando uma postura neutra e dedicando seu tempo aos trabalhos de advogado, professor universitário e escritor.
Filiou-se no PMDB em 1981 e entrou efetivamente para a vida pública quando se tornou chefe da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo em 1983, assumindo posteriormente a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Disputou a primeira eleição em 1986, quando se candidatou ao cargo de deputado federal constituinte, ocupando a posição de suplente, mas ocupando o lugar durante os trabalhos que aprovaram a Constituição do Brasil em 1988, em vigor até hoje.
A sua ascensão consolidou-se em 1994, quando foi escolhido para líder do PMDB na Câmara dos Deputados, a câmara baixa do parlamento.
Com o apoio do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, tornou-se também presidente da Câmara dos Deputados, cargo que ocupou por três vezes.
Em 2001, Michel Temer foi eleito Presidente Nacional do PMDB, mantendo as funções até março deste ano, e levou o partido para a base de apoio do Governo PT no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Na sua longa trajetória política Michel Temer não evitou ver-se envolvido em denúncias de corrupção.
Investigações feitas pela Polícia Federal em 2009 encontraram o seu nome citado em documentos da empreiteira Camargo Corrêa como suposto favorecido de transferências irregulares.
Em 2014, a Operação Lava Jato, que investiga esquemas de corrupção na petrolífera Petrobras, descobriu novos documentos que também apontavam para Temer como beneficiário de transferências de dinheiro cuja origem ainda não foi esclarecida.
O político também foi citado em delações premiadas (colaboração com a Justiça em troca de reduções de pena) de vários empreiteiros e do ex-senador Delcídio do Amaral.
No início de maio, Michel Temer foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo que o considerou inelegível pelos próximos oito anos por ter feito contribuições para campanhas eleitorais de aliados acima do teto estabelecido pela lei.
Esta decisão não o impede, no entanto, de assumir a Presidência do Brasil.
Confesso que nunca acompanhei a política brasileira com muita atenção, mas tendo visto pela tv o que se passou em meados de Abril na Câmara de Deputados e comparando com o que agora mesmo estou a ver na “Record News” - debate no Senado sobre o “impeachment” da Presidente Dilma - tenho que concluir que há diferenças abismais entre estes dois órgãos da democracia do Brasil. Tenho que ler a Constituição brasileira para entender este sistema de governo.
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«Zé Carlos» >> São realmente dois mundos diferentes. O baixo clero da câmara de deputados e a aristocracia do senado. Reflecte um bocado o fosso social que existe entre uma elite rica e viajada e o pessoal da periferia
Esta noite, já passava da uma da madrugada, vi por alguns minutos em directo na televisão o debate que está a decorrer na Câmara de Deputados do Brasil, tendo como tema de discussão o pedido de impugnação (“impeachment”) da Presidente Dilma Rousseff. Ao que dizem a intenção de votar sim à abertura de processo de destituição está praticamente garantida por 342 deputados, o que fará com que o processo siga para o Senado tendo em vista o afastamento de Dilma, mas a mim o que mais me espanta é a forma “carnavalesca” como um grande número de representantes do Povo brasileiro se comporta no plenário da Câmara dos Deputados.
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«Albertino Amaral» >> À boa maneira brasileira… Tudo é carnaval....
«Gonçalo Graça Moura» >> não julgues pelos padrões europeus, que a cultura brasileira e a cultura política só são de raiz portuguesa, de resto são bem sul-americanos!
«Pedro Baptista» >> Pois eu acho que a hipocrisia e sobretudo a incapacidade de pensar no parlamento português é bem pior e confrangedoras. Ontem ouvi excelentes peças de boa retórica parlamentar por sinal sobretudo por parte de velhos comunistas durante o período inicial. O que esteve sempre em causa foi o sentido do voto de cada um e portanto as intervenções serviam para convencer os que yinham anunciado outra posição e os hesitantes, se para isso fosse preciso usar cartazes que o David considera carnavalescos, que não vi, afinal que tem contra os carnavais? Aqui nada disso se passa, porque está tudo convencido à partida, não passam de paus mandados, em vez de cortejo carnavalesco (???) é procissão do Senhor dos Passos. Temos muito a aprender com o Brasil de que somos ignirantes e sobretudo aprender que sem o Brasil nem existimos...
«David Ribeiro» >> Segundo o “Folha de São Paulo” a discussão quase que chegou à “porrada” - Clima esquenta na Câmara e deputado precisa ser contido por colegas
«Pedro Baptista» >> Sim, no parlamento português quando se tratam de filhos da puta uns aos outros fazem-no baixinho e até há muitos que não se importam... Somos todos muito bem educados pelo castrador...
«António Lopes» >> Concordo com a sua opinião caro David Ribeiro. Claramente o politicamente correcto foi o que nos levou a este estado MAS temos de ter a noção que tem de haver sempre um decoro presente. O respeito pela Democracia implica não transformar uma casa do Povo, num café. Regras, formalismo em excesso é um erro mas um pouco nunca fez mal a ninguém e separa o banalissimo do excepcional. O clima político brasileiro atinge níveis elevadíssimos de baixa qualidade [Emoji frown]
«Gonçalo Graça Moura» >> enquanto vigorar disciplina de voto na AR, tudo o que temos lá são marionetas...
«António Lopes» >> A disciplina de voto é claramente anti-democracia e faz parte daquilo que digo... excesso de regras/formalismos.
«Jorge Oliveira E Sousa» >> Totalmente de acordo a que se tem de ligar a efectiva representatividade no local onde o deputado foi eleito. Por exemplo. o Sr. João Soares foi eleito nas lista de Faro do PS por lá passar férias e conhecer a região ou por necessidade de encaixe? Não havia um farense membro do PS que servisse. Que vergonha para Faro. E o pior é o caso repetir-se com a maioria dos deputados de todas as bancadas.
«David Ribeiro» >> Segundo o “Jornal O Globo online” a esta hora (14h08 em Brasília) há tumulto no plenário dos deputados: Grupos de deputados com gritos contra e a favor do impeachment se encontraram e trocaram empurrões na entrada do plenário. Eles se agrediram verbalmente e houve confusão por alguns minutos. Com gritos de ‘democracia’, os parlamentares que votam a favor da presidente Dilma Rousseff deram início à marcha rumo ao plenário. Foram confrontados logo em seguida com o grito de ‘impeachment’ dos oponentes de Dilma. O primeiro grupo também gritou que ‘não vai ter golpe’. Foram respondidos com a música ‘Está chegando a hora’ e com gritos como ‘petrolão’ e ‘mensalão’.
«Jorge Veiga» >> Pancadaria? Isso é que é fixe... [Emoji tongue]
«Vanda Salvador» >> Estou a ver agora a feira que se passa nesta votação. As declarações de voto são inéditas. Só mesmo no país do Carnaval."Pela minha família, pela minha mulher, filhos, netos noras, pelo santo não sei quantos, pela minha cidade com nome divertidíssimo, pelos evangélicos..."são apenas algumas das declarações proferidas. Só visto!
«Jorge Veiga» >> O que vi deixou-me atónito... não comento, que é o melhor!
“Impeachment” aprovado
Votação: Sim - 367; Não - 137; Ausências e abestenções - 9.
Independentemente de Lula da Silva, mais todos os outros “Lulas” que há no Brasil, serem ou não culpados de actos de corrupção, e tudo leva a crer que são, a verdade é que se está a verificar no nosso País-Irmão uma luta de classes com consequências inimagináveis e preocupantes. De um lado temos uma classe média constantemente fustigada por impostos e do outro lado, uma grande maioria de cidadãos altamente dependentes da “caridade” estatal. E além de uma classe poderosa política e financeiramente falando, ainda temos todos aqueles (e são muitos) que vivem fora da lei e que pagam às polícias para continuarem impunemente a viverem fora da lei. Não vão ser fáceis os próximos tempos no Brasil.
(Foto Ueslei Marcelino / Reuters)
Após uma renhida segunda volta nas presidenciais brasileiras, a candidata do PT venceu com 51,64% dos votos contra os 48,36% de Aécio Neves. Advinham-se tempos difíceis para Dilma Rousseff, não só porque a sua vitória foi por uma diferença muito curta, mas também porque o apoio de congressistas neste segundo mandato (PT + MPDB) é menor do que anteriormente.
Faits divers sobre as eleições no Brasil
E não há ninguém que parta o focinho a esta gaja?... Manifestando-se contra a reeleição de Dilma Rousseff, a actriz e modelo brasileira Luana Piovani, de 38 anos, disse: "O Brasil foi explorado tantos anos por Portugal e agora continuará sendo pelo PT! Não é à toa que a sigla de Portugal é PT!"
Notícias posteriores vieram dizer ser esta notícia falsa e que a actriz não tem conta no Twitter há mais de um ano.
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