Estão reunidos em Madrid os líderes da NATO, a maior aliança de defesa do mundo. A reunião de alto risco de 28 a 30 de junho ocorre num momento de maior tensão global, com origem na invasão russa da Ucrânia.
Artigo de Priyanka Shankar publicado na Al Jazeera em 27jun2022
Cinco coisas que devemos saber sobre as prioridades de defesa e segurança dos países, não apenas do Ocidente, mas também de todo o mundo.
1. O que está acontecendo e por que é importante - Na reunião do ano passado em Bruxelas, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, destacou que o relacionamento da aliança com a Rússia estava no seu “ponto mais baixo desde o fim da Guerra Fria”. (...)
2. Esperava-se que a adesão à NATO da Suécia e da Finlândia fosse rápida. Isto ainda se mantém? - A cereja no topo do bolo da reunião deste ano será a candidatura da Finlândia e da Suécia à NATO. (...)
3. A Ucrânia algum dia se juntará à NATO? - O Kremlin há muito critica o alargamento da NATO na Europa Oriental. (...)
4. Reforço das despesas de defesa - Um dos maiores debates entre os aliados da NATO é quanto cada país gasta em defesa. (...)
5. China na agenda? - Na reunião da NATO no ano passado, Stoltenberg destacou que “a China estava a aproximar-se da aliança” e disse que era importante para a NATO desenvolver uma posição clara e unida em relação a Pequim. (...)
Ao fim da tarde de ontem [28jun2022] soubemos que a Turquia assinou memorando de entendimento para a adesão de Suécia e Finlândia à NATO.
A situação no Leste da Europa vai sofre inevitavelmente alterações político-militares com a adesão à NATO destes dois países nórdicos. Os próximos dias vão ser muito importantes para o rufar dos tambores de guerra. E já agora: Quer se goste quer não se goste a verdade é que Erdogan é um grande político e mais uma vez lá levou a água ao seu moinho.
Ucrânia pode já não recuperar todo o seu território - CNN 28jun2022
As autoridades na Casa Branca começam a perder a confiança de que a Ucrânia será capaz de recuperar todo o território que perdeu para a Rússia nos últimos quatro meses de guerra, mesmo com o armamento mais pesado e sofisticado que os EUA e os seus aliados pretendem enviar. Conselheiros do presidente Joe Biden começaram a debater internamente como e se o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deveria mudar a sua definição de “vitória” ucraniana - adaptando-se à possibilidade de o seu país ter encolhido de forma irreversível.
Ao 126.º dia do conflito é assim que estamos
Um ataque com mísseis russos matou três pessoas e feriu cinco na cidade portuária de Mykolaiv na manhã de quarta-feira, disseram autoridades locais, um dia depois dos ataques que mataram três pessoas, incluindo uma menina de seis anos, nas proximidades de Ochakiv.
Existe uma possibilidade real de que o míssil russo que atingiu um shopping-center lotado em Kremenchuk e matou pelo menos 18 pessoas, tenha sido destinado a um alvo próximo, disse o Ministério da Defesa britânico.
Autoridades pró-russas na região ocupada de Kherson, na Ucrânia, disseram que as suas forças de segurança prenderam o prefeito da cidade, Ihor Kolykhayev, na terça-feira, depois de ele se ter recusado a seguir as ordens de Moscovo, enquanto uma autoridade local de Kherson disse que o prefeito foi sequestrado.
Um referendo para a região de Donetsk, maioritariamente ocupada, a ser absorvida pela Rússia será realizado em 11 de setembro, disse o assessor do prefeito de Mariupol.
Na chegada à Cimeira da NATO, que se realiza em Madrid, o primeiro-ministro António Costa frisou a importância de “construir a paz e garantir uma paz duradoura nesta região euro atlântica, em especial na Europa”. Aos jornalistas e quando questionado sobre o reforço das forças de elevada prontidão anunciado por Jens Stoltenberg - que passarão de 40 mil para 300 mil - António Costa não se alongou com datas nem números concretos sobre o papel de Portugal, mas defendeu que o país irá participar “da forma adequada”. “Temos incrementado a nossa participação nas forças especiais, nomeadamente na NATO. Participaremos da forma adequada àquilo que são as nossas circunstâncias”, disse. O primeiro-ministro admitiu que Portugal não pode “objetivamente comprometer” com uma data para atingir a meta de 2% do PIB destinados à Defesa, sublinhando que o país só assume “compromissos que pode cumprir”. "Nós assumimos compromissos que sabemos que podemos cumprir. (...) De uma forma séria, não podemos objetivamente comprometer-nos com uma data [para atingir os 2% do PIB destinados à Defesa], atenta a situação de incerteza que a economia global está a viver, com um enorme crescimento da inflação, com uma pressão sobre as taxas de juros, e a grande determinação que temos de uma forte redução da nossa dívida pública", justificou António Costa.
Forças da NATO no leste europeu
NATO - Novo Conceito de Estratégia (em pdf)
A NATO aprovou esta quarta-feira o novo conceito de estratégia para a próxima década. Um viragem naquilo que tem vindo a ser feito, e que confirma muitas novidades, grande parte delas impulsionadas pela invasão russa da Ucrânia. Num clima constante de tensão desde 24 de fevereiro, os 30 países-membros decidiram redefinir a relação que têm com a Rússia, que passa de um "parceiro estratégico" à "mais significativa e direta ameaça aos aliados", esquecendo todo um caminho que tinha sido iniciado em Lisboa, em 2010, e com o qual a Rússia decidiu romper este ano. Nesse ano, abriu-se caminho para uma aproximação entre NATO e Rússia, sendo que o presidente da altura, Dmitry Medvedev, chegou mesmo a participar no evento que decorreu na capital portuguesa.
A invasão russa da Ucrânia despoletou uma grande e importante ação diplomática no seio da Aliança Atlântica, pois nem todos parecem estar de acordo quanto à adesão da Finlândia e da Suécia à NATO. Neste momento temos a Hungria (aderiu à Aliança em 1999) e a Turquia (não sendo fundadora está na Aliança desde 1952) a colocarem sérias reservas ao alargamento da NATO aos dois Estados Bálticos. Não vai ser tarefa fácil, até porque as lideranças atuais da Hungria e Turquia não têm nada a ver com as do tempo em que entraram para a Aliança, nem o mundo é o mesmo.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse no sábado passado [21mai2022] que Ancara não olharia "positivamente" para as propostas da Suécia e da Finlândia ingressarem na NATO, a menos que suas preocupações fossem abordadas, apesar do amplo apoio de outros aliados, incluindo os Estados Unidos. A Turquia há muito acusa os países nórdicos, em particular a Suécia, que tem uma forte comunidade de imigrantes turcos, de abrigar rebeldes curdos fora da lei, bem como apoiantes de Fethullah Gülen, o pregador dos EUA procurado pelo fracassado golpe de 2016.
Viktor Orban é o líder europeu mais próximo de Putin e a oposição do primeiro-ministro húngaro ao alargamento da NATO tem muito a ver com a sua discordância das sanções ao petróleo russo, do qual a Hungria é altamente dependente.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse na passada 6.ª feira [20mai2022] que Moscovo lançará 12 unidades e divisões militares na região oeste em resposta às pretensões da Suécia e Finlândia ingressarem na Aliança Atlântica. Essas ameaças também incluem os Estados Unidos que têm aumentado os voos estratégicos de bombardeiros, enviado navios de guerra para o Mar Báltico e intensificando os exercícios de treino na região com seus parceiros da NATO. “A tensão continua a crescer na zona de responsabilidade do Distrito Militar do Oeste. Estamos tomando contramedidas adequadas”, disse Shoigu.
Alemanha, França e Itália já fazem propostas de abertura a Moscovo
"(...) Uma grande preocupação é que vitórias militares ucranianas possam desestabilizar a Rússia, tornando-a ainda mais imprevisível e colocando uma normalização das ligações energéticas ainda mais fora de alcance. É por isso que algumas capitais da Europa Ocidental, de forma silenciosa, já trabalham numa resolução “salvando a face” para o conflito, mesmo que isso custe algum território à Ucrânia. Mesmo que Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz tenham dito repetidamente que caberia à Ucrânia determinar as condições para a suspensão das hostilidades, eles recentemente enfatizaram sua preferência por um cessar-fogo, mais cedo ou mais tarde. (...)"
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As sanções do Ocidente a Moscovo, são o que são... mas a verdade é que a recuperação do rublo já levou a moeda russa para 30% mais forte em relação ao dólar do que era antes da Rússia invadir a Ucrânia.
Desde ontem e terminando hoje [17 e 18 de maio] temos na cidade russa de Níjni, a 2ª Conferência da Ásia Central de “Valdai Discussion Club”. O tema deste ano é “Rússia – Ásia Central: Cooperação e Desenvolvimento no meio da Instabilidade”.
A Conferência da Ásia Central terá a participação de cerca de 40 especialistas de 9 países – Rússia, China, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Tajiquistão e Uzbequistão. Esta cidade de Níjni, uma das maiores cidades da parte europeia da Rússia, foi escolhida como sede da Conferência da Ásia Central, para servir de ligação entre a Europa e a Ásia do ponto de vista histórico e civilizacional. O simbolismo desta escolha reside no facto desta cidade ser a retaguarda da Rússia: durante o Tempo das Perturbações, foi lá que a milícia popular foi formada para combater os intervencionistas europeus e, durante a Grande Guerra Patriótica, as forças industriais e intelectuais. As reservas humanas da cidade deram uma contribuição inestimável para a vitória da ex-União Soviética sobre a Alemanha nazi.
Atuais Estados-Membros da NATO: Albânia, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Canadá, República Checa, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos da América, Estónia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Macedónia do Norte, Montenegro, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia e Turquia.
No início da Guerra Fria, em 1949, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO) tinha apenas 12 membros. Após o colapso soviético de 1991, 11 nações do Leste Europeu que costumavam ser satélites de Moscovo e três repúblicas soviéticas juntaram-se à aliança. O Kremlin viu a expansão como uma ameaça existencial e um apelo para acabar com ela fazia parte da lista de demandas de Putin entregue ao Ocidente, antes da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro. Assim, os anúncios de Estocolmo e Helsínquia são um golpe duplo na reputação de Putin tanto no exterior quanto em casa. “Isso marca a derrota de Putin em duas frentes – estrangeira e doméstica”, afirmou Sergei Biziukin, publicitário e ativista da oposição que fugiu da Rússia em 2019. Alguns anos atrás, várias forças políticas viram a NATO como uma relíquia obsoleta da Guerra Fria, mas na Europa – com exceção da Hungria e Sérvia, amigas de Putin – percebeu-se o perigo da recém-descoberta assertividade da Rússia a que alguns chamaram de desrespeito à ordem mundial pós-Segunda Guerra Mundial.
Quer se goste ou não a verdade é que “a faca e o queijo” estão nas mãos de Erdogan. Ainda vai correr muita água debaixo da ponte do Bósforo até haver unanimidade dos atuais membros da NATO sobre as adesões da Finlândia e Suécia. Fontes do Ministério da Justiça turco, referem que nos últimos cinco anos nenhum dos 33 pedidos de extradição enviados por Ancara recebeu resposta positiva por parte de Estocolmo ou de Helsínquia. Os pedidos de extradição relacionam-se com pessoas procuradas por Ancara e acusadas de serem membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ou do movimento de Fethullah Gülen.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou ontem [2.ª feira 16ma2022] que a adesão à NATO da Finlândia e da Suécia não é um problema para a Rússia mas que passará a sê-lo se incluir a colocação de armas no território desses países. "A Rússia não tem problemas com esses países, já que a sua entrada na NATO não cria uma ameaça", disse Putin durante a cimeira da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (Rússia, Bielorrússia, Arménia, Cazaquistão, Quirguistão e Tadjiquistão). Contudo, o líder russo acrescentou que, se o alargamento da NATO for acompanhado pela localização de "infraestruturas militares" naqueles países, Moscovo ficará obrigado a "reagir". "Vamos decidir com base nas ameaças que a NATO nos criar", explicou Putin, referindo-se ao alargamento da Aliança como uma questão “artificial”, que foi criada “no interesse da política externa dos Estados Unidos”. "A NATO é usada como instrumento de política externa, essencialmente, de um único país, com insistência, maestria e muita agressividade", denunciou o líder russo, considerando que o alargamento da organização militar ocidental “deteriora a já complicada situação internacional no domínio da segurança”. Putin considera essa expansão como uma ferramenta usada pelos EUA "para controlar a situação internacional do ponto de vista da segurança, para influenciar outras regiões do mundo".
Num comunicado o Partido Comunista Português, veio ontem [2.ª feira 16mai2022] dizer que considera que a adesão dos dois países nórdicos à Organização do Tratado do Atlântico Norte é feita de uma maneira “precipitada e evitando que os povos desses países se possam pronunciar sobre uma decisão com tão inquietantes consequências para os próprios” e para os restantes países europeus. O partido acusa também a NATO de promover “forças hostis” contra a Rússia, “incluindo forças abertamente fascistas que idolatram colaboracionistas com os nazis durante a II Guerra Mundial”.
Da série "Expansão da NATO"
Portugal contabilizou, na última semana, 99.866 casos e 142 mortes de covid-19. Os dados, relativos ao período entre 3 de maio e 9 de maio, refletem um aumento de 23.746 infeções e de 15 óbitos, face ao número reportado no último balanço (entre 26 de abril e 2 de maio).
Na Ucrânia as tropas de Putin continuam no 82.º dia da invasão com os combates a intensificarem-se no leste do país, na zona do Donbas. O exército russo está a tentar avançar em direção a Sloviansk e Kramatorsk, numa tentativa de isolar as tropas ucranianas e cortar o seu contacto com o resto do país. Do outro lado da barricada as forças ucranianas destruíram parte de uma coluna militar russa em Donbas, quando as tropas da Rússia tentavam atravessar um rio.
As autoridades ucranianas não confirmaram, até agora, qualquer acordo, mas a Agência de Notícias Russa TASS noticiou na tarde de hoje um comunicado do Ministério da Defesa da Rússia: “Um regime de silêncio [das armas] está em vigor atualmente [na fábrica de aço Azovstal, em Mariupol] e um corredor humanitário aberto, pelo qual os soldados ucranianos feridos estão a ser transportados para os estabelecimentos médicos de Novoazovsk”, em território controlado pelas forças russas e pró-russas. Já ao fim do dia a Reuters avançou que foram transportados do complexo siderúrgico de Azovstal, para um centro médico na cidade de Novoazovsk, cerca de 300 soldados feridos.
A Rússia, com uma população de 144 milhões, invadiu um país de 44 milhões de habitantes e até hoje as suas “vitórias” não são significativas, mas também não deverão ser desprezadas. Dizia-se nos primeiros dias da entrada das tropas de Putin pelo norte ucraniano que seriam dois ou três dias para chegarem a Kiev, depor o governo de Volodymyr Zelensky e colocar um qualquer governo fantoche na capital da Ucrânia. As coisas não foram assim e ainda hoje não há um motivo minimamente credível para o facto de quilómetros de veículos militares russos terem estado parados durante semanas a fio numa estrada de acesso a Kiev. Depois foram-se embora, não sem deixarem “crimes de guerra” nas redondezas da capital. Já no leste e sul da Ucrânia as coisas foram diferentes e a situação não é atualmente risonha para o governo de Kiev. Daí eu pensar que é tempo de se negociar… pois quando o nosso adversário é tão poderoso como é a Rússia há que lhe “proporcionar” uma “saída airosa” num “acordo de paz”. Infelizmente as autoproclamadas repúblicas do Donbas estarão condenadas a saírem do controle de Kiev e é impensável que a península da Crimeia volte ao que era antes de 2014. (E depois de lerem o que aqui acabei de escrever não vale a pena virem chamar-me “russófilo”. Não sou, nunca fui e seguramente nunca virei a ser um saudoso da União Soviética, muito menos “admirador de Putin”. Mas sou um eterno defensor do diálogo e da diplomacia, tendo como único objetivo a PAZ)
Finlândia vai avançar "sem demora" com pedido de adesão à NATO. Numa declaração conjunta com a primeira-ministra Sanna Marin, o Presidente Sauli Niinisto confirmou no dia de ontem de manhã [5.ª feira, 12mai2022] aquilo que se esperava e anunciou que a Finlândia vai mesmo avançar com o pedido de adesão à NATO — e “sem demora”. “Durante esta Primavera, teve lugar um importante debate sobre a possível adesão da Finlândia à NATO”, pode ler-se na declaração assinada por ambos. De acordo com as mais recentes sondagens, 76% dos finlandeses são neste momento favoráveis à entrada do país na NATO — antes da guerra na Ucrânia, apenas um quarto da população dizia o mesmo, disse ontem a britânica Sky News.
Principais membros do Senado dos EUA prometem apoiar adesão da Finlândia à NATO. Também a França apoia plenamente o desejo da Finlândia de aderir à NATO, decisão que deve ser anunciada no domingo e à qual Moscovo ameaça responder com medidas "militares-técnicas"
Moscovo ameaçou com retaliação militar caso a Finlândia confirme a adesão à NATO. "A adesão da Finlândia à NATO é uma mudança radical na política externa do país", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em comunicado. "A Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica, quanto de outra natureza, a fim de impedir que surjam ameaças à sua segurança nacional."
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, vai reunir-se na sexta-feira, em Helsínquia, com o seu homólogo finlandês, Pekka Haavisto, para debater a adesão da Finlândia à NATO, anunciou o Governo português.
As Forças de Defesa da Finlândia (FDF), também conhecidas como Forças Armadas da Finlândia (FAF), são constituídas por Exército, Força Aérea e Marinha, com cerca de 35 mil soldados uniformizados, sendo 25% destes profissionais (mais cerca de 900 mil reservistas) e um orçamento de quase cinco mil milhões de euros (dados de 2021).
Não esqueçamos que para os finlandeses os acontecimentos na Ucrânia evocam um perturbante sentimento da familiaridade. Os soviéticos invadiram a Finlândia no final de 1939. Durante mais de três meses o exército finlandês opôs uma tenaz resistência, apesar da grande desproporção de efetivos. Evitaram a ocupação, mas perderam 10% do território.
Antes que Putin resolva fazer uma “operação militar especial” na Finlândia, invocando que há por lá nazis, é interessante ler o que em 1 de agosto de 2021 o meu amigo Vicente Ferreira da Silva escreveu no Observador:
Em 1929, a frágil democracia finlandesa foi posta à prova com o aparecimento do Movimento Lapua, de extrema-direita, que defendia a erradicação do comunismo sem olhar a meios, advogando abertamente o uso da violência para esse efeito. Vendo ganho político nesta posição, os governantes da União Agrária, de centro-direita, acederam às exigências e não só toleraram a violência da extrema-direita, como também negaram direitos políticos aos comunistas. Em 1930, o conservador P. E. Svinhufvud, chegou a Primeiro-ministro e deu duas pastas no Governo aos extremistas. Um ano mais tarde, Svinhufvud tornou-se Presidente da Finlândia. Contudo, mesmo após a eliminação do partido comunista, o Movimento Lapua mantinha a sua postura radical e virava-se agora contra os sociais-democratas. Perante o aumento desta atitude extremista e intolerante, os partidos finlandeses tradicionais romperam com o Movimento Lapua. Numa inequívoca demonstração de apoio à democracia, a União Agrária, os Liberais do Partido Progressista e o Partido do Povo Sueco uniram-se aos seus rivais, os Sociais Democratas, numa coligação contra os extremistas de direita. Até Svinhufvud apoiou esta solução. Daqui resultou o isolamento e o posterior desaparecimento político do Movimento Lapua.
A reação da Turquia é a primeira voz discordante no seio da NATO
A Diplomacia é um instrumento da política externa, para o estabelecimento e desenvolvimento dos contatos pacíficos entre os governos de diferentes Estados, pelo emprego de intermediários, mutuamente reconhecidos pelas respetivas partes.
Esta 2.ª feira [2mai2022] o presidente turco voltou a convidar os seus homólogos da Rússia e da Ucrânia, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, para uma cimeira na Turquia e garantiu que ambos os países lhe pediram ajuda para poder exportar cereais. "Tanto os ucranianos quanto os russos querem ajuda para exportar cereais", disse Recep Tayyip Erdogan aos órgãos de comunicação social depois de terminar a oração do Ramadão numa mesquita de Istambul.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durante uma visita oficial a Copenhaga, capital da Dinamarca, no dia de ontem [3.ª feira, 3mai2022] apelou a um "cessar-fogo imediato" na Ucrânia e pediu "diálogo e diplomacia para resolver o problema". Desde o início da guerra, a Índia tem sido duramente criticada por adotar uma postura neutral relativamente a este conflito.
Emmanuel Macron, presidente francês, pediu ontem [3.ª feira, 3mai2022] a Putin que "permita" a continuação da retirada de civis da fábrica de Azovstal, em Mariupol. Na chamada telefónica entre os dois chefes de estado, Macron deixou claro que a retirada dos civis deve ser feita "em coordenação com os atores humanitários e deixando que os civis escolham o seu destino, em conformidade com o Direito Internacional humanitário". O pedido surge numa altura em que as tropas russas voltaram a atacar o complexo industrial, de onde só foram retirados 159 civis.
Embora a crise da invasão russa da Ucrânia ainda configure uma situação muito delicada, uma solução diplomática não está, nem pode estar, descartada. Todos aqueles que concordem numa janela crucial para a diplomacia, fazendo a Rússia recuar nas suas ameaças à Ucrânia, são bem-vindos ao diálogo. No passado dia 24 de abril assinalou-se o Dia Internacional do Multilateralismo e da Diplomacia para a Paz, comemoração que enaltece o valor da cooperação internacional para o bem comum. Durante quase 75 anos, os acordos multilaterais estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial ajudaram a evitar um terceiro conflito global. No entanto, tal cooperação não se pode dar como garantida e continuamos a ter conflitos não resolvidos. Todos não somos demais para o diálogo e diplomacia em busca da PAZ.
Hummm!... E estarão todos de acordo?... ao que constam há países que não estão p'raí virados.
Quando a Rússia bloqueou na semana passada a venda de gás à Bulgária e à Polónia e ameaçou outros países que não aceitem pagar as faturas de energias em rublos, o Presidente dos EUA, Joe Biden, disse que não deixará que a Rússia “intimide” os países europeus com ameaças de bloqueio de recursos energéticos. “Não permitiremos que usem as suas reservas de petróleo ou de gás para evitar as consequências da sua agressão. Estamos a trabalhar com outros países, como Japão, Coreia do Sul ou Qatar para ajudar os nossos aliados europeus, ameaçados por essas chantagens”, prometeu Biden. E quanto é que isto vai custar aos bolsos dos europeus? É certo que todos teremos que "pagar" o que está a acontecer no leste europeu, mas há uns que pagarão muito mais do que outros. A continuação desta situação de "guerra" não vai levar a lado nenhum... reúnam-se à volta de uma mesa, dialoguem, pois com a Diplomacia poderá conseguir-se muito mais do que com os canhões.
Li ontem que quer a Rússia quer a Ucrânia estão "à rasca" para exportar os seus cereais e que Erdogan já está a tentar negociar com ambos uma forma de se conseguir fazer sair, via Mar Negro, estas produções, que até já estão a fazer falta em muitos países. É desta forma que se poderá chegar a algo que poderá ir na direção da PAZ.
Ao fim de dia de hoje soube-se que a Hungria rejeitou a proposta de um embargo progressivo da União Europeia (UE) ao petróleo russo nos termos propostos pela Comissão Europeia, alegando que põe em causa a segurança energética do país. A proposta prevê a proibição gradual das importações de petróleo pelos Estados-membros até final deste ano, mas inclui um ano suplementar para Hungria e Eslováquia, dois países altamente dependentes dos hidrocarbonetos russos. “O Governo, nesta forma atual [da proposta], não pode aprovar responsavelmente o novo pacote de sanções”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó, no Uzbequistão, onde se encontra em visita oficial, citado pela agência espanhola EFE. Szijjártó reconheceu que a proposta prevê um ano suplementar para a Hungria eliminar as importações de petróleo russo, mas mesmo assim considerou que “não é tempo suficiente”. O chefe da diplomacia de Budapeste reiterou que o abastecimento energético da Hungria “está atualmente estável” e que o sexto pacote de sanções da UE contra a Rússia iria “afundá-lo completamente”.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta quarta-feira que o seu país não pode aceitar nenhum acordo com Moscovo enquanto as tropas russas permanecerem em território da Ucrânia. "Não aceitaremos um conflito congelado", sublinhou num encontro do Conselho de CEO (presidentes executivos) do The Wall Street Journal, acrescentando que não quer que a Ucrânia seja arrastada para um "lamaçal diplomático" como o acordo de paz para o leste da Ucrânia que foi intermediado pela França e pela Alemanha em 2015.
Jorge Veiga - às vezes mais vale ficar sem dedos... Eles lá sabem.
Manuel Rocha - Estou de acordo com o Presidente Ucraniano, negociação com os assassinos no terreno não é negociação, é "cedência".
David Ribeiro - Pois é, Manuel Rocha... mas por vezes até com os assassinos - e Putin e seus acólitos são assassinos - se tem que negociar. É que o Povo, o mais importante em tudo isto, muito pouco mais poderá aguentar.
Manuel Rocha - David Ribeiro, o Presidente está a seguir a vontade do Povo Ucraniano, aliás... Cedendo, os milhares e milhares de mortos seriam em vão.
David Ribeiro - Espero estar redondamente engando, caríssimo Manuel Rocha, mas a história já me ensinou como é que estas coisas normalmente acabam. É triste, mas o destino da Ucrânia como gostaríamos de o ver, não parece muito viável, a continuarem nesta posição os senhores de Kiev. Ainda agora acabei de ler os comentários feitos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano e vê-se que estão a chegar a um ponto em que já não sabem o que é a diplomacia. "O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, afirmou esta quarta-feira que os Estados-membros da União Europeia que se opõem a um embargo ao petróleo russo são “cúmplices de crimes de guerra."
Manuel Rocha - Com o hitler também deixou de haver diplomacia,tal como agora com o putin.
Teresa Canavarro - David Ribeiro a cedência seria uma rendição e a História também nos ensinou que a negociação com um assassino tem um preço muito alto.
David Ribeiro - E o que é que a minha querida amiga Teresa Canavarro vê como solução?... a continuação de combates até um se render?
Teresa Canavarro - David Ribeiro infelizmente só vejo uma solução. Não ter medo de Putin. É isso implicaria arriscar se calhar a nossa sobrevivência. Terrível, pois. Um bjo.
Não vos parece, ou serei só eu que considero esta "indignação" do presidente ucraniano completamente descabida?... Tanto quanto me foi dado saber pela comunicação social António Guterres vai a Kiev dois dias depois de visitar Moscovo e esta sua decisão, seja qual tenha sido o motivo, não me parece relevante para o fim pretendido pela ONU. Dizem as últimas notícias (via Al Jazeera) que "o secretário-geral da ONU visitará a Turquia, importante mediador que busca o fim da guerra da Rússia contra a Ucrânia, antes de seguir para Moscovo e Kiev, segundo o seu gabinete".
Desculpem lá meus amigos, mas continuo sem entender qual a relevância de Kiev ser visitada pelo Secretário-geral da ONU depois ou antes de Moscovo... provavelmente o defeito será meu, mas não consigo entender, até porque são escassos os argumentos que apoiam esta "indignação" do presidente da Ucrânia e, tanto quanto me parece, em nada contribuem, quer para a condenação do invasor Putin, quer para a tão desejada paz.
Agenda do Secretário-geral da ONU
O secretário-geral visitará Ancara, na Turquia, onde, no dia 25 de abril, será recebido pelo presidente Recep Tayyip Erdoğan.
O secretário-geral visitará Moscovo, Federação Russa, onde, no dia 26 de abril, terá uma reunião de trabalho e almoço com o chanceler Sergey Lavrov e será recebido pelo presidente Vladimir Putin.
O secretário-geral também visitará a Ucrânia, onde terá uma reunião de trabalho com o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, e será recebido pelo presidente Volodymyr Zelensky em 28 de abril. Também se reunirá com funcionários de agências da ONU para discutir a ampliação da assistência humanitária ao povo da Ucrânia.
Paulo Pereira - Se calhar esta espera para actuar pode ter feito sentido. Talvez as partes possam agora finalmente negociar um acordo.
Paulo Teixeira - Já vem tarde e vai com prioridade trocadas... Devia ir a Polónia que está ela sim a aguentar tudo quase sozinha... De facto o homem não foje de pântanos... Ele é um
Paulo Pereira - Paulo Teixeira parece que o objectivo destas visitas é tentar obter um cessar fogo e negociações entre as partes em guerra por isso essa ordem das visitas
Paulo Teixeira - Paulo Pereira dois meses depois de um silêncio sangrento? Já vem tarde e nada vai sair dali. Nem o exemplo que devia ter sido ele a dar de início
Paulo Pereira - Paulo Teixeira mas mais vale tarde que nunca e alguma coisa poderá resultar. Pior não fica...
Paulo Teixeira - Paulo Pereira será... Feliz por existir um optimista... Fazem falta
David Almeida - Apenas leva um atraso de 2 meses... Tentar mediar algo que escalou para a destruição, quase total, das maiores cidades da Ucrânia, poder-se-á dizer que 'a montanha vai parir um rato'...!
David Ribeiro - Contextualizando... No início de março deste ano a Assembleia Geral das Nações Unidas votou para exigir que a Rússia parasse a sua ofensiva e retirasse imediatamente todas as tropas. As resoluções da Assembleia não são juridicamente vinculativas, mas podem refletir e influenciar a opinião mundial. A votação viu 141 estados votarem a favor da moção, cinco contra (Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia) e 35 abstenções (China, Índia, Irão e Iraque, entre outros). Esta foi a primeira sessão de emergência convocada desde 1997.
David Almeida - David Ribeiro logo aí, devia ter havido uma reação 'musculada' por parte da ONU.
David Ribeiro - Pois, David Almeida ... mas o direito de veto, coisa que no meu entender nunca teve razão de ser, condiciona tudo.
David Almeida - David Ribeiro tem toda a razão, estou na mesma 'amurada'...
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, encontrou-se esta segunda-feira com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan
Em comunicado, a ONU informou que Guterres aproveitou o encontro com Erdogan para expressar o seu apoio aos esforços diplomáticos em andamento por parte da Turquia em relação à guerra na Ucrânia, com ambos a reforçarem que o "seu objetivo comum é acabar com a guerra o mais rápido possível e criar condições para acabar com o sofrimento dos civis". "Eles enfatizaram a necessidade urgente de acesso efetivo através de corredores humanitários para evacuar civis e fornecer assistência muito necessária às comunidades afetadas. O Presidente e o secretário-geral concordaram em manter contacto para acompanhar as iniciativas em andamento", diz a nota. Ainda no encontro em Ancara, capital da Turquia, Guterres e Erdogan discutiram ainda o impacto da guerra da Rússia na Ucrânia em questões regionais e globais, incluindo em setores como energia, alimentos e finanças.
Paulo Teixeira - David Ribeiro ou seja andaram a fazer tricô ....
David Ribeiro - Não te esqueças, Paulo Teixeira, que Erdogan é uma peça chave na geopolítica da região, quer se goste ou não.
Paulo Teixeira - David Ribeiro um tigre de papel...
Mário Santos - Meteu os pés e vão lhe dar uns patins.
Guterres quer grupo de contacto para criar corredores humanitários efetivos
“É a minha convicção que quanto mais cedo acabar esta guerra, melhor”, disse António Guterres na conferência de imprensa que decorreu esta manhã, no seguimento do diálogo bilateral com o ministro dos negócios estrangeiros da Rússia. O secretário geral das Nações Unidas (ONU) sugeriu o estabelecimento de um grupo de contacto humanitário que junte a Rússia, a Ucrânia e a ONU para se abrirem corredores humanitários efetivos, com cessação de hostilidades locais, que permita a evacuação segura de civis que queiram sair em qualquer direção que desejem. E defendeu a existência de investigações independentes, mas deixando claro que o secretariado da ONU “não tem o poder para fazer esse tipo de investigações”. Lavrov diz que a Rússia entregou uma proposta aos negociadores ucranianos há mais de dez dias que “não levaram o documento ao seu presidente”. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo diz que as tropas russas estão no território ucraniano a defender os direitos de pessoas que foram bombardeadas por oito anos, acusando que é uma “prática nazi” tentar impedir o russo de ser falado na vida diária. Mas quando Guterres diz “Tive uma discussão franca com Sergei Lavrov, e ficou claro que há duas posições diferentes sobre o que está a acontecer na Ucrânia“, fico com a impressão que as conversações foram tensas... o que é mau para uma tentativa de encontrar a paz.
Putin e Guterres já estão reunidos
O presidente russo, Vladimir Putin, voltou a criticar a postura da delegação ucraniana nas negociações de paz, acusando a Ucrânia de não estar interessada em chegar a um cessar-fogo, num encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. “Os ucranianos não estão interessados nas negociações de paz”, afirmou Vladimir Putin. No entanto, avança que as negociações vão decorrer num formato online. O presidente russo reafirmou também que a Rússia "foi forçada" a invadir a Ucrânia, uma vez que, desde 2014, há uma parte da Ucrânia que não aceita as regras do poder em vigor na Ucrânia, derrubando a presidência pró-russa, sublinhando que a Rússia limitou-se a responder a um pedido humanitário das povoações do leste da Ucrânia. "A Rússia lançou uma operação militar especial de acordo com a carta da ONU", disse Putin na reunião com o secretário-geral da ONU.
Guterres propõe a criação de um canal aberto através das Nações Unidas, que permitam o contacto entre o Kremlin e Kiev, articulando, dessa forma, a chegada de ajuda humanitária às populações. Outra das propostas avançadas por Guterres passa por escrever um documento que coloque o fim às hostilidades, debatendo os argumentos e ouvindo as duas partes envolvidas no conflito. António Guterres falou também da situação “muito difícil” que se vive em Mariupol, destacando a importância da criação de mecanismos logísticos que façam chegar apoio aos civis que se encontram cercados no complexo metalúrgico da Azovstal.
Arranca hoje na Turquia mais uma ronda de negociações presenciais russo-ucranianas e deverão estender-se até quarta-feira. O facto de Erdogan ter sido, desde o início, um dos mediadores de quem as duas partes desconfiam menos e também pelo facto da Turquia ser membro da NATO, é importante e poderá revelar alguma coisa. Veremos.
O avião que transportava membros da delegação russa aterrou em Istambul a meio da tarde de ontem, para mais uma ronda de negociações, programadas para hoje e amanhã (28 e 29mar2022) em modelo presencial. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia poderá aceitar declarar neutralidade – e, eventualmente, aceitar um compromisso para as áreas reclamadas por separatistas no leste do país – bem como oferecer garantias de segurança à Rússia para garantir a paz “sem demora”. O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou neste mesmo dia de segunda-feira que se reunirá tanto com a delegação ucraniana como com a russa antes de estas iniciarem hoje uma nova ronda de negociações no Palácio Dolmabahce de Istambul. É capaz de sair fumo branco destas negociações... e quem vai ficar bem na fotografia é Erdogan.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, dirigiu-se às delegações ucraniana e russa, que retomam hoje as conversações de paz em Istambul. "Uma paz justa não terá um derrotado. O conflito continua a não beneficiar ninguém", disse o presidente turco, antes do arranque das negociações. No seu discurso, Erdogan sublinhou também o papel da Turquia, considerando que o seu país tem mostrado "uma posição justa" em todas as frentes desde o início da guerra. O presidente turco lembrou as partes que chegou o momento de as negociações "terem resultados concretos", pedindo um "imediato cessar-fogo". Erdogan disse ainda que os eventuais progressos alcançados em Istambul podem abrir caminho ao encontro entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, que a Turquia está também disponível para acolher. "Ambos são amigos de valor", sublinhou o presidente turco.
O oligarca russo Roman Abramovich está presente nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia, que decorrem esta terça-feira, em Istambul. Foi filmado e fotografado por vários órgãos de comunicação no local, sentado ao lado de Ibrahim Kalin, porta-voz de Erdogan, enquanto escuta a tradução das declarações do presidente turco. De referir que esta não é a primeira vez que o dono do Chelsea participa nestas reuniões. De acordo com o Wall Street Journal, Abramovich esteve numa ronda de negociações, que teve lugar em Kiev, no início do mês. O oligarca russo foi um dos que sofreu graves sanções económicas em consequência da invasão à Ucrânia, muito devido à sua ligação a Moscovo e Vladimir Putin, que o levaram a colocar o Chelsea à venda.
O encontro entre as delegações da Ucrânia e da Rússia em Istambul já terminou [12h30 TMG], confirmou a embaixada ucraniana na Turquia e também Ankara. As negociações de paz duraram cerca de quatro horas, com algumas pausas, e ainda não é claro se serão retomadas na quarta-feira. A Ucrânia já apresentou a sua proposta final à Rússia sobre o que entende por neutralidade e aguarda agora uma resposta, segundo indicou um dos negociadores ucranianos, Oleksander Chaly, que falou aos jornalistas no final do encontro que decorreu em Istambul, ao lado do conselheiro presidencial Mykhailo Podolak. De acordo com a fonte ucraniana, se as garantias de segurança funcionarem, Kiev aceita o estatuto neutral. Este estatuto obrigará a que a Ucrânia não adira à NATO ou outras alianças militares e que não haja bases militares estrangeiras no país. Kiev diz que para haver um acordo final com a Rússia tem de haver paz em toda a Ucrânia e ainda que os termos do acordo com Moscovo vão estar sujeitos a referendo. A situação na Crimeia não foi excluída, com a Ucrânia a propor consultas com a Rússia sobre o estatuto da região, que foi anexada por Moscovo em 2014, durante os próximos 15 anos. Quanto às garantias de segurança, além da Turquia ser apontada como o principal aliado neste capítulo, também Israel, Polónia e Canadá podem estar entre os países que assegurarão as condições necessárias de segurança ao abrigo de um novo sistema. A Ucrânia adiantou ainda que houve desenvolvimentos suficientes para que Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin se possam reunir presencialmente. O negociador e alto responsável do Kremlin, Vladimir Medinsky, confirmou que as conversações foram construtivas, que vão agora olhar para as propostas ucranianas e apresentá-las a Putin. No entanto, para que os dois presidentes se encontrem será necessário um acordo assinado entre os ministros dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov e Dmytro Kuleba. O vice-ministro russo da Defesa, Alexander Fomin, anunciou que as tropas russas vão "reduzir radicalmente" as atividades militares em Kiev e Chernihiv, na sequência das negociações de paz. Fomin pediu também à Ucrânia para cumprir as Convenções de Genebra sobre prisioneiros de guerra.
Carlos Miguel Sousa - Oxalá esta gente se entenda.
David Ribeiro - Já parece haver uma ténue luz ao fundo do túnel... e o Erdogan a ficar bem na fotografia.
Carlos Miguel Sousa - O Erdogan, posiciona-se sempre como a principal potência regional. E tem sido inteligente nessa estratégia.
As negociações de paz entre as delegações da Ucrânia e da Rússia que se encontram em Istambul não prosseguem amanhã, adiantou o ministério turco dos Negócios Estrangeiros, dando o encontro de hoje como concluído.
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Numa altura em que não é clara a posição da China relativamente ao apoio militar à Rússia na guerra com a Ucrânia, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros disse ontem [2.ª feira, 28mar2022] que as relações entre os dois países nunca estiveram tão fortes. O tema não foi, no entanto, aprofundado por Sergei Lavrov, que respondia aos jornalistas sobre como a Rússia estava a reagir às sanções internacionais, sabendo-se desde já que Pequim recusou aplicar sanções económicas a Moscovo. "As nossas relações com a China estão mais fortes do que nunca. A nossa parceria estratégica privilegiada com a Índia está a crescer. Também temos laços com a maior parte do Médio Oriente, com os países latinos e africanos", apontou Lavrov.
João Fernando Ramos, enviado especial da CNN Portugal a Lviv
O “Obelix” da Ucrânia
Conheci hoje o Iaroslav.
Estava sentado na entrada da aldeia de Nova Camianka, junto a uma proteção muito musculada da sede do poder local. A aldeia fica a uns quarenta quilómetros de Lviv, perdida no meio da imensidão dos campos desta região. Chegámos lá por uma estrada de terra, depois de termos contornado uma barreira cheia de sacos de areia e de blocos de betão, mas sem ninguém de guarda.
As pessoas ficam muito desconfiadas com a chegada de estrangeiros. Ninguém fala inglês e só o nosso tradutor consegue quebrar o medo com a insistência de que somos portugueses e que vimos por bem.
Só restam os velhos, algumas mulheres e muitas crianças. Estão aqui no colo dos avós, muito mais seguras do que nas cidades. Quem vive ali acredita nisso. Não lhes disse nada em contrário, mas não me tranquiliza deixar o meu novo amigo Iaroslav, mesmo com os seus 180 quilos, com a missão de defender aquela terra de caçadeira em punho e, se necessário, a correr russos à paulada. Este país tem um contraste imenso entre as cidades e o campo. O desenvolvimento tarda em chegar aqui e esta guerra vai ainda causar mais problemas para quem ainda resiste. Os tratores são da primeira geração de máquinas agrícolas. O transporte de estrumes e adubos é feito ainda de burro e as bicicletas servem para novos e velhos se aventurarem naqueles caminhos poeirentos com sacos e pertences.
A conversa com Iaroslav foi deliciosa, mesmo com uma tradução muito incompleta pelo meio. Acabámos sentados numa mesa com eles a partilharem o melhor que tinham, ao ritmo de copinhos de vodka ucraniano. Falta quase tudo aqui e estas pessoas vivem do que a terra dá - mesmo assim partilham. Iaroslav contou os dias e as noites em que partiram brigadas da aldeia com sopa e agasalhos para os milhares de refugiados que passavam por ali. Ele optou por ficar, com a aldeia, mas também com a família. Na mesa juntaram-se a senhora Iaroslav e a filha. Entraram logo naquela conversa com gestos e sorrisos que nos afastou a todos do temor de um qualquer ataque surpresa.
Brindámos à paz, à Ucrânia e a Portugal.
Não sei se o vou voltar a ver, mas ficará nas doces memórias de uns dias terríveis como o nosso Obelix, que não desiste, mesmo quando só tem as mãos para lutar.
Diplomacia em acção no dia de ontem
É já a segunda vez que em sessões da Assembleia-Geral da ONU uma esmagadora maioria de membros isolam e condenam a “operação militar especial”, como Putin chama à invasão da Ucrânia pelas suas tropas. Mas continua a preocupar-me a posição neutra da China (abstenção) em tudo o que se refere a criticar a Rússia.
Agência Lusa - O Presidente chinês, Xi Jinping, disse hoje [6.ª feira, 25mar2022], numa conversa por telefone com o homólogo britânico, Boris Johnson, que a comunidade internacional deve “criar as condições certas” para resolver o conflito na Ucrânia e “promover negociações de paz com sinceridade”. “A comunidade internacional deve promover as negociações de paz com sinceridade. Devem ser criadas as condições necessárias para resolver este assunto. Devemos fazer tudo o possível para que a paz retorne à Ucrânia”, disse Xi, segundo a imprensa local. O Presidente chinês afirmou que o seu país já está a desempenhar “um papel construtivo” nesse sentido. Xi disse ainda que a China está "pronta para o diálogo" com o Reino Unido, desde que este seja "franco, aberto e inclusivo", afirmando esperar que Londres seja "justa e objetiva" ao lidar com Pequim. A conversa ocorre uma semana depois de Xi ter falado, por videoconferência, com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Xi instou então Washington a trabalhar em conjunto para "equilibrar as tensões" e "alcançar a paz global".
Reunião de ontem do Conselho da Europa
Volodymyr Zelensky diz que Portugal é dos países que têm mostrado mais reservas em apoiar a Ucrânia. Num discurso feito por videoconferência durante a reunião do Conselho Europeu, o presidente ucraniano comentou a postura dos 27 estados-membros perante o conflito e mencionou que Portugal tem algumas dúvidas em apoiar decisões a favor da Ucrânia. "A Bulgária está connosco, e acredito que a Grécia estará. A Alemanha está um pouco atrasada. Portugal? Bem... está quase. A Croácia está connosco; Suécia - o azul e o amarelo - estão sempre juntos", afirmou o presidente ucraniano.
A emissora turca NTV, citando o presidente Erdogan, disse ter havido progresso em vários pontos-chave nas negociações entra a Ucrânia e a Rússia. Ancara, que goza de boas relações com Moscovo e Kiev, vem tentando posicionar-se como mediadora entre os dois lados. Mas por outro lado o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse hoje que as negociações com a Rússia para acabar com o conflito são "muito difíceis" e prometeu que Kiev não recuará em suas exigências. “A delegação ucraniana assumiu uma posição forte e não abre mão de suas demandas. Insistimos, em primeiro lugar, num cessar-fogo, garantias de segurança e integridade territorial da Ucrânia”, disse Kuleba. Enquanto isso, a agência de notícias russa Interfax citou o negociador russo Vladimir Medinsky dizendo que os dois lados estavam a fazer pouco progresso em questões importantes. Medinsky também disse que Moscovo acredita que Kiev está a tentar estender as negociações.
Publicado pela Embaixada da Rússia na França (@AmbRusFrance)… mas posteriormente eliminado.
Reforço da presença militar da NATO no leste europeu
Comecei a escrever esta publicação ao som de "WAR", com letra de Norman Whitfield e Barrett Strong escrita em 1969, que inicialmente foi gravada pelo quinteto The Temptations e por Edwin Starr. Em meados da década de 1980, o cantor e compositor americano Bruce Springsteen cantou WAR como um protesto contra a política externa agressiva do governo Reagan na América Central. Inicialmente tocada ao vivo, a versão de WAR de Springsteen foi lançada como single e alcançou o top 10 dos EUA.
Boris Johnson apresentou ontem [sábado, 05mar2022] um plano de seis pontos para travar a invasão da Rússia na Ucrânia: Uma aliança humanitária internacional para a Ucrânia; Um apoio à autodefesa da Ucrânia; Maximização da pressão económica sobre Moscovo; Caminhos diplomáticos para o abrandamento das investidas russas com o envolvimento total do governo da Ucrânia; Segurança mais forte na área euro-atlântica; Fim da “normalização” das atividades russas na Ucrânia.
A Turquia confirmou que perdeu pelo menos 33 militares e dezenas de outros foram feridos em solo sírio - "Existem soldados [que foram] seriamente feridos [durante o ataque], e eles estão sendo tratados em hospitais", declarou o governador da província turca de Hatay, limítrofe com a Síria, Rahmi Dogan – mas o Ministério da Defesa russo afirma que a sua Força Aérea não operava na área da província síria de Idlib. Em relação à situação no vilarejo de Behun, nesta província síria de Idlib, o Ministério da Defesa russo declarou: "No dia 27 de fevereiro, na área do vilarejo de Behun, os soldados turcos que estavam nas formações de combate de grupos terroristas caíram na sequência do bombardeio das tropas sírias".
Neste ano a guerra na Síria tem registrado maiores tensões entre forças turcas no país árabe e as forças governamentais sírias. Tudo leva a crer que estes choques armados poderão indiciar que a Turquia possa iniciar operações de maior envergadura no país vizinho.
Sabe-se também que a Rússia está a reforçar a sua presença na costa da Síria, tendo enviado dois navios de guerra equipados com mísseis de cruzeiro para as águas da sua aliada, no Mediterrâneo. As duas fragatas ampliarão o esquadrão naval russo nessa área estratégica num momento em que as relações com a Turquia estão cada vez mais complicadas.
Perante a escalada do conflito entre a Turquia e a Síria o presidente turco Erdogan ameaça a Europa com o “abrir dos portões” aos cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios que se encontram no seu território no âmbito do acordo de março de 2016 com a União Europeia, pelo qual a Turquia deve reter os refugiados em troca de milhares de milhões de euros pagos anualmente pela Europa e que não estamos a cumprir.
O terror dos dias de hoje é uma democracia poder morrer pelo voto popular
Comentários no Facebook
«José Paulo Matos» - Ventos de tragédia se abatem como balas trassejantes em espíritos frágeis e confusos. A democracia atraiçoa-se pelos seus próprios valores e métodos. A mente progressista e dinamizadora dilui-se numa massa amorfa e plastificada, fácil de moldar.
«Jose Antonio Salcedo» - In my view, Erdogan's dream and plan is to become the modern day sultan of Turkey, the real caliphate leader who will lead the Muslim world in a tightly controlled manner. Turkey has today repealed its rational founding values to plunge into what seems to be a world of dogma, prejudice and dictatorship. As prof. Cipolla said, "Never underestimate the power of stupid people in large numbers". This is not a Turkey that Europeans - nor civilized people for that matter - can accept. This is also a sharp reminder that democracy can die by popular vote. I wish the best to my friends in Turkey. PS: I have no doubt that a referendum is the best democratic way to kill democracy, as it is so easy to manipulate and influence voters before any referendum. Brexit provides a perfect example, and so does this. Also, the fact that such important referendum - such as for Brexit or Turkey's constitutional revision - can be decided by a simple majority vote is proof to me of how stupid so many people are, and of how convenient that is for politicians to manipulate them. Such referendum should required some type of qualified majority vote, say 70%.
Wikipédia, a enciclopédia livre
Recep Tayyip Erdoğan (nasceu em Istambul a 26 de fevereiro de 1954) é o Presidente da Turquia desde 28 de agosto de 2014. Anteriormente ocupou o cargo de Primeiro-ministro do país entre 14 de março de 2003 e 2014, tendo sido também Prefeito de Istambul de 1994 a 1998. Erdoğan é o fundador do Partido da Justiça e Desenvolvimento (em turco Adalet ve Kalkınma Partisi) e liderou-o em três vitórias eleitorais, a saber em 2002, 2007 e 2011 antes de sua vitória nas eleições presidenciais de 2014. Tendo iniciado sua carreira política como um islamista e democrata conservador, seu governo têm sofrido transições graduais ao conservadorismo social e também ao liberalismo económico.
É óbvio que os actos desumanos orientados contra civis em Istambul às primeiras horas do ano de 2017 estão ligados à situação de instabilidade que se verifica actualmente na Turquia e o Presidente Erdogan vai ter que resolver esta situação mais tarde ou mais cedo, se não quer que o caos se instale no país.
Neste fim-de-semana aconteceu na Turquia aquilo que parecia ser um golpe militar contra o Governo de Erdogan, mas o que se está a verificar após a rápida vitória do regime de Ancara sobre os golpistas é um forte endurecimento dos poderes do presidente turco por métodos autocráticos, desumanos, populistas e até ultra-religiosos, o que não augura nada de bom para a continuação da democracia neste país da NATO. Segundo dados oficiais mais de 290 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas durante os acontecimentos, havendo já mais de 6 mil pessoas detidas, entre militares, juízes e polícias, por suspeita de envolvimento no golpe fracassado.
Como foi o golpe militar
23h00 - Há relatos de tiroteios espalhados pelas duas principais cidades turcas;
23h20 - A televisão estatal deverá ter sido alvo de uma forte explosão;
23h24 - Estará a decorrer um tiroteio no aeroporto de Istambul e um helicóptero militar terá atacado a sede da polícia em Ancara;
23h22 - Helicóptero abre fogo sobre Istambul;
23h30 - Estão a ser disparados tiros pelo exército turco. Não há certezas sobre se os mesmos pretendem atingir a população que é contra o golpe de Estado ou se querem apenas dispersá-la;
23h34 - O parlamento turco, tal como inicialmente o aeroporto de Ataturk, está cercado por tanques militares;
23h38 - Há manifestantes a insurgirem-se contra os militares e outros contra o presidente Erdogan, que incitou a população a ir para a rua e a resistir por forma a travar o golpe de Estado;
23h40 - O Governo português aconselha os cidadãos nacionais a permanecerem em casa;
23h43 - Erdogan passa a mensagem de que se os militares se renderem não serão punidos;
23h45 - O Irão decidiu fechar as fronteiras com a Turquia;
23h50 - Militares terão aberto fogo sobre pessoas que tentavam atravessar a ponte do Bósforo em protesto contra o golpe;
23h52 - Ouvem-se assobios da população enquanto decorre troca de tiros;
23h53 - Há tanques a passar por cima de táxis nas ruas;
23h54 - Parece despontar uma tendência de apoio a Erdogan;
23h55 - Primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, chama traidores a militares que estão a levar a cabo o golpe e apela à resistência da população;
00h00 - A NATO fez saber que não se vai reunir para já;
00h04 - Jato da Força aérea turca abate helicóptero dos militares revoltosos;
00h10 - Dezassete polícias terão sido mortos num ataque;
00h14 - Um coronel e três soldados ligados ao golpe de Estado foram presos;
00h25 - Quatro soldados e uma alta patente do Exército neutralizados pela polícia quando tentavam tomar de assalto o canal de televisão estatal TRT;
00h34 - Comandante das forças militares especiais turcas garante que o golpe não será bem-sucedido;
00h35 - Casa Branca emite comunicado afirmando apoiar "governo democraticamente eleito" na Turquia;
00h36 - Fonte governamental diz que golpe militar falhou;
00h43 - Civis estão a entrar no aeroporto e na estação de TV estatal, tentando expulsar os militares;
00h44 - Parlamento em Ancara terá sido bombardeado, avançam meios de comunicação social turca; haverá 12 feridos, todos polícias, estando dois em estado grave;
00h45 - Foi ordenado o abate de qualquer aeronave golpista;
00h50 - Está confirmada a morte de 17 polícias;
00h56 - Haverá pelo menos dois civis mortos em Istambul, estimando-se também que haja vários feridos;
01h00 - Primeiro-ministro diz que forças pró-Erdogan já estão a controlar a situação;
01h04 - Emissões da televisão estatal TRT terão sido retomadas;
01h28 - Erdogan já aterrou em Instambul;
01h30 - Militares invadem a CNN Turk; emissão interrompida;
01h35 - Há mais duas explosões no Parlamento, deputados escondidos em abrigos;
01h45 - Fortes explosões no Aeroporto Internacional de Istambul;
01h46 - Tiroteio na praça Taksim, em Istambul;
01h57 - Jornalistas estão a ser tomados como reféns na CNN Turk;
01h58 - Soldados rendem-se na praça Taksim;
02h06 - Bulgária encerra fronteira com Turquia;
02h07 - Erdogan aparece à saída do aeroporto. "Nenhum poder está acima da vontade nacional", disse à chegada;
02h18 - Erdogan começa a discursar: "Responsáveis pelo golpe de Estado vão pagar; é motivo para fazer uma limpeza no exército";
02h20 - Ouviu-se uma outra explosão, tudo indica, no parlamento em Ancara; haverá vítimas mortais;
Cerca de seis horas volvidas, tudo indica que, não obstante alguns focos de resistência, o golpe terá fracassado. Erdogan deixou a promessa de punir os responsáveis e de levar a cabo uma limpeza no exército. Os tempos conturbados na Turquia parecem estar (muito) longe de acabar.
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«Pedro Baptista» >> Infelizmente a operação militar do exército em favor do laicismo de sempre falhou. Prossegue pois a islamização da Turquia e a tomada de toda a vida institucional e social pela religião. Mau sinal para a Turquia, a Europa e o mundo... Não sei se será como o golpe das Caldas... Pela pouca informação que há, ou que tenho, não me cheira que a seguir venha outro golpe, infelizmente...
«Ana Cristina Pereira Leonardo» >> Mundo cão. As imagens dos militares turcos presos são ignóbeis. Mas já ninguém se lembra das imagens de Guantánamo? O relativismo moral vai acabar por nos lixar a todos.
«João Baptista Vasconcelos Magalhaes» >> Não sei se é estranho, se é paradoxal, ou se é gato escondido com rabo de fora. A polícia secreta da Turquia foi incapaz de prever o "golpe", mas rapidamente descobriu milhares e milhares de envolvidos. Este [General Akin Ozturk, antigo chefe da Força Aérea turca] diz que é o responsável, mas depois de ser torturado. Os próximos capítulos vão-nos ajudar a perceber o que foi construído para ser o golpe do golpe.
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