"Devido à velocidade da luz ser superior à do som, algumas pessoas parecem inteligentes até as ouvirmos."
Domingo, 25 de Agosto de 2024
Visões diferentes sobre o conflito no leste da Ucrânia
Narendra Modi: "O caminho para a resolução só pode ser encontrado por meio do diálogo e da diplomacia. E devemos nos mover nessa direção sem perder tempo. Ambos os lados devem se sentar juntos para encontrar uma saída para essa crise".
Josep Borrell: "O que acontece na Ucrânia determinará o futuro geopolítico da Europa. Devemos pensar sobre a Ucrânia, como nos tornamos participantes no jogo. Somos parte deste jogo. Não somos parte da guerra, mas fazemos parte do conflito e como este conflito é resolvido afetará a paz e nossa segurança".
Jose Antonio M Macedo - O ideal seria a fragmentação futura da Rússia. Tem demonstrado, ao longo da História, que não está isenta do colonialismo e imperialismo que são apontados apenas ao Ocidente.
Raul Vaz Osorio - A "visão" de Modri é pura demagogia, já que há uma completa inadequação entre os actos e o discurso. A frase de Borell não traz absolutamente nenhuma novidade, é algo de assumido e que já foi dito e redito de múltiplas formas. Mas é bom que o David, que aparentemente tem andado distraído, se aperceba finalmente dela. Poderá conduzir a uma melhor compreensão do conflito e do que nele está em jogo.
David Ribeiro - Não tenho andado distraido, Raul Vaz Osorio... o que me doi é não ver da parte de Josep Borrell nenhum esforço para a PAZ, parecendo-me até que ainda acredita que as tropas de Kiev vão chegar a Moscovo.
Opiniões...
Hugo Da Nóbrega Dias - Gente com a realidade distorcida.
Joaquim Figueiredo - São generais... mas já não os consigo ouvir
David Ribeiro - Então, Joaquim Figueiredo?... prefere os cometários de "Rogeiro, Milhazes & C.ª Lda"?
Joaquim Figueiredo - David Ribeiro não, apesar de achar que o Rogeiro sabe umas coisas quando não entra pela via da parcialidade... mas já não o ouço por causa do Milhazes... um horror
Jorge Veiga - Na verdade em tudo o que dizem, alguma coisa será verdade. Agora que Putin está a levar a coça com que não cntava, está, senão não iria pedir homens a um pseudo-amigo.
Castro Ferreira Padrão - Há um destes que tem o seu espaço aqui e, de maneira vaidosa, repito vaidosa, anuncia que vai falar no dia tal no seu canal sobre o assunto... tendencioso e vaidoso no seu máximo. Bom sábado.
David Ribeiro - Esse de que falas, Castro Ferreira Padrão, esteve destacado na Bósnia-Herzegóvina onde trabalhou diretamente com o ex-diretor da CIA David Petraeus. Deve ser dessa época que lhe ficou a "subserviência" aos EUA.
Major-General Carlos Branco n'O Jornal Económico 24ago2024 Kursk, um ponto de viragem ou um erro estratégico? A incursão militar ucraniana não pode nem deve ver-se de modo isolado. Insere-se numa campanha mais geral de desinformação para criar nas opiniões públicas europeias um sentimento sobre a guerra favorável à Ucrânia. As opiniões dos analistas dividem-se quanto ao mérito da incursão militar ucraniana em território russo, na região de Kursk, levada a cabo no dia 6 de agosto de 2024 e que apanhou o alto comando russo de surpresa e desprevenido. Criou uma situação embaraçosa e difícil para o Kremlin, e aumentou o grosso das críticas ao general Gerasimov, provenientes de setores do establishment opinativo russo, que gostariam de o ver substituído pelo general Surovikin. Todos se interrogam como foi possível não detetar a concentração das forças ucranianas. (ver artigo de opinião aqui)
Festividades... em tempo de guerra O 16.º Festival Internacional Militar-Musical 'Torre Spasskaya 2024', dedicado neste ano aos defensores da pátria, teve início nesta sexta-feira [23ago2024] na Praça Vermelha, em Moscovo. Obras musicais com temas militares serão apresentadas por orquestras nacionais e internacionais (grupos da China, Turquia, Venezuela, Tailândia, Índia, Egito e Bielorrússia). Os participantes e espetadores do festival vão recordar a gloriosa vitória de Pedro, o Grande, em 1709, a bravura dos heróis russos da Guerra pela Pátria de 1812, e os feitos do povo soviético na Grande Guerra pela Pátria de 1941-1945.
Dia da Independência da Ucrânia
O Dia da Independência da Ucrânia é o principal feriado na Ucrânia, atualmente celebrado no dia 24 de agosto, em comemoração à Declaração da Independência de 1991. Quando a Ucrânia ainda fazia parte da União Soviética, a Diáspora ucraniana tradicionalmente reconheceu a data de 22 de janeiro (Declaração da Independência da República Popular da Ucrânia em 1918), como a do dia da independência ucraniana. A forma atual da festa foi celebrada pela primeira vez em 16 de julho de 1991, quando do aniversário de um ano da Declaração da Soberania Estatal da Ucrânia, votado pela Verkhovna Rada (Conselho Supremo da Ucrânia) em 1990. Desde que a declaração da independência foi emitida em 24 de agosto de 1991, e confirmada pelo Referendo de 1 de dezembro de 1991, a data do feriado foi mudada.
E no Médio Oriente as coisas estão negras
Israel realiza ataques aéreos no Líbano enquanto o Hezbollah faz ataques com drones e foguetes. E é assim que estamos... com mais mortes e feridos, principalmente para indefesos e pobres cidadãos, que pouco ou nada têm a ver com tudo isto. E de PAZ continuamos à espera.
Segunda-feira, 3 de Junho de 2024
A traição de Israel... por Miguel Sousa Tavares
É verdade... "Acabou-se a factura do Holocausto: os judeus de hoje acabaram com ela, cobrindo de vergonha o nome de Israel".
Estes não são as vítimas da shoah, os sobreviventes dos campos de extermínio nazis que, desprovidos de casas, de pátria e de esperança, se dirigiram no pós-guerra para o território da Palestina em busca de um lar para o povo judaico a que pudessem chamar pátria, numa epopeia relatada, entre outros, no romance “Exodus”, de Leon Uris. Estes não são os judeus que puseram de pé o sonho sionista de Theodor Herzl, depois concretizado por David Ben-Gurion. Estes não são os judeus vindos da Europa, África, Rússia, América, para então construírem de raiz um país novo sobre as areias do deserto, irrigando-o de água e de agricultura, povoando-o de kibutzes que eram um modelo de socialismo original e replicado em toda a organização de um Estado solidário e democrático, desde a Saúde ou o Ensino até às Forças Armadas, que logo garantiram a sobrevivência e independência do novo país. Estes não são os que fundaram o Estado de Israel que, não obstante as divergências políticas cedo ligadas à sua fundação, o mundo se habituou a admirar ou a invejar. Não: estes são os seus filhos, netos ou bisnetos. E o que eles fizeram e fazem com a herança recebida foi traí-la. Estes israelitas de hoje são os traidores da memória do Holocausto e do projecto sionista no que ele tinha de legítimo e de louvável.
Muito antes de Gaza, já Israel tinha perdido toda a legitimidade política para poder ser aceite como um Estado respeitador do direito internacional e caucionar os fundamentos da sua própria criação. Setenta anos de desobediência arrogante a resoluções do Conselho de Segurança da ONU, de ocupação sistemática e planeada, de terras roubadas aos palestinianos na Cisjordânia (onde hoje vivem em colonatos ilegais 800 mil judeus), de abusos de toda a ordem sobre os palestinianos, de paulatina expulsão dos palestinianos de Jerusalém, de transformação de Gaza no maior campo de concentração do mundo, do impulso dado à criação do Hamas, como forma de minar o poder dos moderados da Autoridade Palestiniana, conduziram àquilo que Guterres disse, com toda a razão, serem os antecedentes do 7 de Outubro. E, depois disso, os 36 mil mortos de Gaza, uma Força Aérea que bombardeia tendas de refugiados, um Exército que ataca dentro de enfermarias de hospitais e despeja mísseis sobre carrinhas de ajuda alimentar, valas comuns onde as outrora gloriosas FDI enterram centenas de civis, mulheres e crianças, ou o embargo deliberado de água e alimentos para também matar pela fome, pela sede e pelas doenças, tudo isso faz hoje de Israel um Estado criminoso que nenhum critério de decência pode absolver. Acabou-se a factura do Holocausto: os judeus de hoje acabaram com ela, cobrindo de vergonha o nome de Israel.
Olhamos para as imagens dos prédios de Gaza arrasados pelas bombas de uma tonelada e vemos as imagens do gueto de Varsóvia destruído pelos nazis: são iguais ou piores. E não vale a pena virem com o argumento de que o Hamas é o culpado porque usa a população civil como escudo: claro que sim, como o faziam os resistentes judaicos no gueto de Varsóvia, os russos em Estalinegrado ou qualquer força militar acossada dentro de uma cidade — ou esperavam que o Hamas saísse dos túneis e das casas e enfrentasse os tanques e a aviação israelita em campo aberto? Mas também olhamos para os rostos das crianças esfomeadas em Gaza e vemos os mesmos rostos de Treblinka ou Auschwitz e então perguntamo-nos: como é que os descendentes dos que passaram pelo Holocausto são capazes disto? Como é que falam com os seus antepassados, como é que não estremecem de vergonha? Porque a pior vergonha não é ver Netanyahu e o ministro da Defesa Gallant alvo de um pedido de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e crimes contra a Humanidade ou ver Israel alvo de sentenças, que não cumpre, do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ). A pior vergonha é perceber que todo o povo de Israel, ou quase todo, está solidário com eles, solidário com um Governo de criminosos. As manifestações que vemos em Jerusalém ou Telavive não são contra o massacre em Gaza, não são a pedir uma solução de paz definitiva ou, muito menos, a pedir a solução de dois Estados. São a pedir uma trégua provisória que permita a libertação de todos os reféns e depois a continuação da operação em Gaza — se possível, com a expulsão de todos os 2,3 milhões de palestinianos que lá estão para o Sinai egípcio, para a Jordânia ou para Marte, o sonho e a “solução final” a que Israel aspira. Se em Gaza as Forças Armadas conduzem uma estratégia de genocídio controlado, na Cisjordânia ocupada os colonos civis não estão parados: 700 palestinianos foram já mortos às suas mãos desde 7 de Outubro e também eles atacam carrinhas que vão levar comida a Gaza cercada. Não há inocentes ali, não há vozes em Israel hoje, como sempre houve no passado, a demarcar-se desta bebedeira colectiva de ódio, de cegueira e de arrogância.
Se o TIJ — que é um órgão das Nações Unidas cujas sentenças são de cumprimento obrigatório pelos membros da ONU — ordena que cessem imediatamente as operações em Gaza, Israel responde dois dias depois com o massacre de 50 civis a que chama “incidente trágico”. Se o procurador do TPI pede mandados de captura contra membros da direcção do Hamas e do Governo israelita, Israel escandaliza-se por porem um país “democrático”(?) ao nível de uma organização terrorista, como se os mortos pelo terror distinguissem a origem política da bomba que os matou. Se três países europeus decidem, ao fim de 74 anos de uma resolução da ONU, reconhecer o Estado da Palestina, o incendiário ministro dos Estrangeiros de Israel declara-os aliados do Hamas. E se alguém, em algum lado do mundo, seja numa universidade americana ou num jornal português, no uso do mais elementar exercício de decência e de indignação, se manifesta com o que vê em Gaza, logo saltam os muitos defensores de Israel com a estafada chantagem intelectual de confundir indignação moral com anti-semitismo e deterem-se só um passo antes de os acusarem de nazismo. Até já vi com os meus olhos o que não acharia possível: o deputado europeu do CDS, e parece que professor de direito internacional, afirmar na televisão que era discutível que o ataque da Força Aérea israelita ao consulado do Irão em Damasco, em que morreram oito pessoas, fosse ilegal.
Na televisão também vi há dias o ministro Paulo Rangel explicar a posição portuguesa no conflito e por que razão este não é o momento para reconhecer o Estado palestiniano. Não consegui enxergar uma só razão válida, tirando o facto de nunca ser o momento certo, desde que em 29 de Novembro de 1947 as Nações Unidas partilharam o território da Palestina, sob mandato britânico, entre um Estado palestiniano e um Estado de Israel. O Estado de Israel existe desde que Ben-Gurion o proclamou em 14 de Maio de 48 e logo foi reconhecido por inúmeros países. O da Palestina continua à espera do “momento oportuno”. Valha-nos que pelo menos — ao contrário dos americanos e de vários parceiros europeus, campeões dos direitos humanos e da indústria do armamento — não fornecemos armas para a matança de Gaza.
Mario Pinheiro - A Europa tem sido chantageada à conta do antisemitismo. Condenar Israel pelo comportamento dos seus governos é uma questão ética.
David Ribeiro - As notícias de ontem [domingo 2jun2024] dizem estar o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não só sob imensa pressão das famílias dos reféns ainda nas mãos do Hamas, mas também da Casa Branca, para aceitar a proposta de Biden de um cessar-fogo em Gaza, enquanto os seus aliados de extrema-direita ameaçam colapsar a coligação governamental se ele o fizer. E, ao que parece, Netanyahu lida mal com a paz.
Carlos Miguel Sousa - David Ribeiro Between a Sword and a Hard Rock.
Jorge Veiga - Uma coisa é a reacção ao ataque terrorista do Hamas. Outra coisa e a destruição de pessoas e bens, que nada têm com aquela acção.
Pois... era de esperar
Uma sondagem de opinião pública realizada pelo Centro de Mídia e Comunicação de Jerusalém, em cooperação com a ONG alemã Friedrich Ebert-Stiftung, na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, mostrou que a guerra de Israel na Faixa de Gaza melhorou o estatuto político do Hamas, ao mesmo tempo que conduziu a um revés na popularidade da Fatah, da Autoridade Palestiniana e dos seus principais líderes. A sondagem, que excluiu a Faixa de Gaza por razões de segurança, mostra uma clara divisão entre os palestinianos sobre a natureza de uma solução final – uma solução de dois Estados ou de um Estado. Houve também uma divisão de opinião sobre o melhor método de resistência palestiniana para alcançar os objetivos nacionais, entre resistência armada, militar ou resistência diplomática pacífica.
Algumas das conclusões do inquérito:
Quase 40% dos entrevistados acreditam que o ataque de 7 de outubro a Israel, e a guerra que se seguiu, servem os interesses nacionais palestinianos.
Mais de 41% dos entrevistados dizem esperar que a atual guerra termine a favor do Hamas.
Cerca de 38,5% dizem que a guerra terminará com o avanço dos projetos de normalização entre Israel e alguns estados árabes.
Pelo menos 44,5% dos inquiridos afirmam que a ação política diplomática e pacífica é o melhor método para alcançar os objetivos nacionais, enquanto 40,8% dizem que apoiam a resistência militar violenta.
Sexta-feira, 3 de Maio de 2024
Tensão nas Universidades dos EUA
Se bem se recordam a luta estudantil nos EUA contra a guerra do Vietname foi assim que começou e levou ao abandono das tropas americanas daquele país do sudoeste asiático.
Luis Barata - Bom dia! O que é que uma tem a ver com outra?...
David Ribeiro - Poderá ter tudo a ver, Luis Barata. A força mobilizadora dos campus universitários nos EUA têm ao longo dos anos conseguido atingir toda a sociedade civil.
Luis Barata - David Ribeiro mas, portanto, contra Israel a favor dos palestinianos!?...
David Ribeiro - Luis Barata, tanto quanto me tenho apercebido pela comunicação social internacional há neste momento vários movimentos nesta luta estudantil nos EUA: uns abertamente pelos palestinianos, outros pela solução dois estados e ainda um outro apoiante do governo de Netanyahu. Tudo isto provoca grande instabilidade social, o que numa época pré-eleitoral não é coisa simples. Nos anos setenta os movimentos estudantis contra a guerra no Vietname foram crescendo e "contaminaram" toda a sociedade americana e todos sabemos o que isso provocou. Claro que há sempre grupos radicais que se infiltram nestas manifs, mas isso também é usual
Luis Barata - David Ribeiro desculpe mas esse paralelo aqui não existe. Estamos a falar de 20% de estudantes de uma universidade de elite, ignorantes que dizem que são supporters da palestina... orientada por adultos que serão outros totos a querer reviver aquela aventura chique e freak de ser contra... Gente confortavelmente instalada que nunca seria mobilizada para coisa alguma. Já agora, queira definir-se. Que lado prefere, é partidário de quem? Sim, a diplomacia, as conversações, as tréguas, a Paz. Eu também mas já se percebeu bem que aquilo, o hammas e quem o suporta, não presta. Israel defende-se! E contrataca! É contra ou a favor?!
David Ribeiro - Luis Barata, eu sou por DOIS ESTADOS... sei que é difícil mas há que tentar. E já agora, não é só "uma universidade de eleite".
Luis Barata - David Ribeiro propaganda makes the world go around! É só pagá-la.
David Ribeiro - Segundo o The Washington Post os mais recentes estudos de opinão mostram que "o público americano ficou desconfortável e dividido em relação à política EUA-Israel nos mais de seis meses desde que o Hamas empreendeu um devastador ataque terrorista transfronteiriço contra Israel e Israel iniciou a sua punitiva campanha de retaliação, destruindo a maior parte da infra-estrutura da Faixa de Gaza e deslocando a maior parte dos seus 2,2 milhões de residentes palestinos."
Em Paris no dia de hoje (3abr2024)
A polícia francesa entrou no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po) em Paris e removeu mais de 50 estudantes que estavam a organizar uma manifestação, incluindo alguns que tinham iniciado uma greve de fome.para protestar contra a guerra de Israel em Gaza.
Quarta-feira, 17 de Abril de 2024
Dinheiro para a guerra não falta... e para matar a fome?
Uma única morte que tivesse sido neste mais recente conflito entre Irão e Israel era demasiado... mas o custo de todo o material bélico gasto quer no ataque israelita à representação diplomática iraniana em Damasco, quer na resposta da Guarda Revolucionária Iraniana do Aiatolá Khomeini, a quantos palestinianos mataria a fome?
Jorge Veiga - boa questão, mas fácil de responder: -a 1 que fosse!
Nikdel Farhad - Foi apenas um espectáculo para fazer o público esquecer Gaza e vender mais armas aos árabes ricos do Golfo Pérsico. Um dever que foi colocado sobre os ombros dos aiatolás durante 40 anos.
Mísseis russos provocam "muitas mortes" no norte da Ucrânia
Um ataque de mísseis russos deixou “muitos mortos e muitos feridos” nesta quarta-feira [17abr2024] de manhã em Chernigov (ou Chernihiv), no norte da Ucrânia, disse o governador do território através das redes sociais. Dez para um. É esta a proporção de mísseis entre a Rússia e a Ucrânia. Volodymyr Zelensky diz que Estados Unidos precisam de ajudar a igualar número de projéteis, caso contrário, perde a guerra. Como se isto não fosse previsível há já muito tempo.
Segunda-feira, 15 de Abril de 2024
Ataque sem precedentes do Irão a Israel
Na noite de sábado para domingo [13 para 14abr2024] o Irão lançou um ataque contra Israel com dezenas de drones mas também mísseis, o que irá seguramente provocar um confronto militar direto entre os dois países e que ameaça transformar-se numa guerra regional. Na mesma noite o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Israel preparou-se para "a possibilidade de um ataque direto do Irão" e que está "pronto para enfrentar qualquer cenário, tanto em termos de defesa como de ataque".
22h14 de 13abr2024 - Netanyahu chamou o gabinete de guerra israelita para uma reunião de emergência, onde acompanhará a tentativa de deter o ataque iraniano.
22h16 de 13abr2024 - O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu que o "regime sionista malicioso" de Israel será castigado, na sequência do lançamento de ataques com drones contra Israel. Num vídeo publicado no X, Khamenei afirmou: “O próprio regime malicioso, que é todo malícia, maldade e erro, acrescentou mais um erro aos seus próprios erros ao lançar um ataque ao consulado iraniano na Síria. Os consulados e as embaixadas em qualquer país onde existam são considerados como o solo do país a que a embaixada pertence. Atacar o nosso consulado é como atacar o nosso solo. O regime malicioso tomou uma atitude errada neste caso. Deve ser punido e será punido."
23h31 de 13abr2024 - A missão iraniana junto da ONU garante na rede social X que este ataque de Teerão a Israel é uma resposta ao ataque à embaixada em Damasco, a 1 de abril. Citando o artigo 51 das Nações Unidas, o Irão afirma que, concluída esta “legítima defesa”, o “assunto está encerrado”. “Mas se o regime de Israel voltar a cometer erros, a resposta será consideravelmente mais severa. Isto é um conflito entre o Irão e Israel e os EUA devem ficar fora”.
01h25 de 14abr2024 - Os danos, de acordo com as forças de defesa de Israel: Uma rapariga ficou ferida durante o ataque iraniano com drones e mísseis, informaram as Forças de Defesa de Israel; Uma instalação militar foi também ligeiramente danificada; Mais de 200 drones e mísseis foram lançados como parte do ataque de retaliação; No total, os aviões de guerra israelitas interceptaram mais de 10 mísseis de cruzeiro e dezenas de drones fora das fronteiras do país; O Irão lançou dezenas de mísseis terra-terra, a maioria dos quais foi interceptada.
08h53 de 14abr2024 - De acordo com as Forças de Defesa de Israel, foram lançados este manhã sobre os Montes Golã, território ocupado por Israel, 25 projéteis vindos do Líbano, onde operam as milícias do Hezbollah, que defendem o fim do Estado de Israel. Há sirenes a tocar no local.
11h58 de 14abr2024 - O ataque de Teerão a Israel teve como alvo a base aérea de onde, segundo as autoridades iranianas, terá sido lançado o ataque de Israel no início de abril ao consulado iraniano em Damasco . “A operação teve como alvo a base aérea de Nevatim, onde os aviões F-35 foram utilizados para atingir o nosso consulado em Damasco”, disse o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Major-General Mohammad Hossein Bagheri.
14h42 de 14abr2024 - Dois dos ministros mais radicais da coligação de direita que sustenta o Governo israelita apelaram neste domingo a uma resposta firme ao ataque do Irão. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, apelou a uma resposta que “ressoe em todo o Médio Oriente” e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, disse que Israel deveria responder “como se estivesse enlouquecido”. Smotrich, chefe do partido de extrema-direita Sionismo Religioso, afirmou que se Israel hesitar vai colocar toda a gente “em perigo existencial”. Ben Gvir, líder do partido de extrema-direita Poder Judaico, afirmou que os “conceitos de contenção e proporcionalidade são conceitos que morreram a 7 de outubro”, o dia do ataque do Hamas a Israel.
14h51 de 14abr2024 - Mais uma reação israelita aos ataques da noite passada do Irão, com o ministro do Gabinete de Guerra, Benny Gantz, a prometer uma resposta. Gantz é também o maior inimigo político de Netanyhu, ainda que, no que diz respeito à guerra, não estejam em campos muito distantes. Numa declaração pública recolhida por vários jornais israelitas, Gantz disse que Israel “vai cobrar um preço” pelo ataque mas escolheu focar a sua intervenção na valorização dos aliados na região. “Este acontecimento ainda não terminou - a aliança estratégica e o sistema de cooperação regional que construímos e que resistiu ao seu teste significativo têm de ser reforçados precisamente agora”, acrescentou. Gantz é ele próprio um general reformado do exército e um homem que sempre defendeu mão dura com a resistência palestiniana.
15h41 de 14abr2024 - O Presidente dos Estados Unidos disse a Netanyahu que a intercepção de todas as ameças, ou seja, a total incapacidade do Irão em infligir qualquer dano em Israel é uma vitória e deve ser suficiente a Netanyahu. "Conseguiste uma vitória, aproveita essa vitória", disse Biden.
10h19 de 15abr2024 - A China voltou hoje a apelar à contenção de todas as partes, depois de o Irão ter disparado no sábado dezenas de veículos aéreos não tripulados ("drones") e mísseis contra Israel. "A China apela às partes para que mantenham a calma e a contenção para evitar uma nova escalada das tensões", respondeu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, quando questionado sobre se a China está preocupada em ser arrastada para um conflito.
15h49 de 15abr2024 - O Irão não quer um aumento das tensões, mas responderá imediatamente e com mais força do que antes se Israel retaliar, disse, esta segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amirabdollahian, ao seu homólogo britânico, segundo a imprensa estatal iraniana citada pela Reuters.
16h50 de 15abr2024 - O Gabinete de Guerra de Israel disse estar a ponderar uma resposta "dolorosa" ao ataque do Irão. Foram discutidas várias opções, sendo cada uma delas uma resposta de retaliação "dolorosa" contra o Irão, mas que não desencadeia uma guerra regional. O gabinete de guerra pretende também escolher uma reação ao ataque de mísseis e drones iranianos de sábado à noite que não seja bloqueada pelos Estados Unidos.
No sábado [13abr2024] numa nota à imprensa, o Ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, confirmou o apresamento pela Guarda Revolucionária do Irão do porta-contentores MSC Aries, com pavilhão português (registo na Região Autónoma da Madeira), sendo a empresa proprietária a Zodiac Maritime Ltd com sede em Londres, detida em parte pelo empresário israelita Eyal Ofer, não havendo cidadãos portugueses a bordo. O embaixador de Portugal em Teerão reuniu-se este domingo de manhã (10h30, hora de Lisboa) com o chefe da diplomacia do Irão, para obter esclarecimentos sobre a captura do navio com pavilhão português no Estreito de Ormuz. Na sequência desse encontro, fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) disse à Lusa que “o Governo continua a desenvolver todas as diligências previstas e adequadas”. “Atendendo ao novo contexto e à sensibilidade da situação, é aconselhável manter reserva”, acrescentou, não dando mais pormenores sobre o encontro.
Quinta-feira, 4 de Abril de 2024
Ataque israelita em Damasco
Um alegado ataque israelita com seis misseis contra um edifício consular adjacente ao edifício principal da embaixada do Irão na capital da Síria, na passada segunda-feira [1abr2024], causou pelo menos 13 mortos, segundo um balanço recente. De acordo com autoridades de Teerão e Damasco o ataque aéreo matou dois generais da Guarda Revolucionária iraniana, um dos quais Mohammad Reza Zahedi (*) e cinco outros militares iranianos. O líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, reagiu: "O regime sionista perverso será punido pelos nossos bravos homens (...) Faremos com que se arrependa deste crime e de outros".
(*) Brigadeiro-General Mohammad Reza Zahedi
Zahedi era um comandante sénior do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão (IRGC), nascido em 2 de novembro de 1960, em Isfahan, no centro do Irão. Ingressou no IRGC quando tinha 19 anos, dois anos depois da revolução iraniana de 1979. Pouco depois, o Irão mergulhou numa guerra de oito anos quando o vizinho Iraque, liderado por Saddam Hussein, o invadiu. Zahedi subiu na hierarquia e de 1983 a 1986 assumiu o comando de uma importante brigada de forças terrestres do IRGC que foi usada para romper as linhas inimigas em várias operações importantes. Foi então promovido a comandante da 14ª Divisão Imam Hossein, outra parte importante das forças terrestres iranianas organizadas durante a guerra. Continuou participando de uma variedade de operações importantes. Zahedi ocupou o cargo até 1991, vários anos após o fim da guerra. O próximo registo da sua ascensão nas fileiras militares do Irão ocorreu em 2005, quando Zahedi foi brevemente comandante da força aérea da Guarda Revolucionária. No mesmo ano, recebeu o comando das forças terrestres do IRGC, cargo que ocupou durante três anos. Durante esse período, também passou um ano à frente da sede do Thar-Allah, que tem como principal tarefa garantir a segurança na capital, Teerão. De 2016 a 2019, o brigadeiro-general também serviu como adjunto do IRGC para operações. Pelo menos desde 2008, Zahedi esteve fortemente empenhado em fazer avançar o alcance do Irão em toda a região, tendo ingressado na Força Quds, o braço de operações estrangeiras de elite do IRGC, como comandante. Liderou operações na Síria e no Líbano, dois países onde a influência política, religiosa e militar do Irão floresceu nas décadas desde a sua revolução islâmica.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou na terça-feira [2abr2024] o ataque a um complexo diplomático iraniano em Damasco, pedindo a todas as partes envolvidas que tenham “a máxima contenção e evitem uma nova escalada”, enquanto a Turquia disse que o ataque da véspera, atribuído a Israel, poderia levar ao alargamento do conflito na região. Questionado sobre o ataque durante uma conferência de imprensa, o porta-voz do exército de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, respondeu que "não comenta informações da imprensa estrangeira". Segundo as últimas notícias de Telavive os militares israelitas suspenderam as licenças para todas as unidades de combate, convocaram reservistas e bloquearam as coordenadas GPS no país, enquanto o Irão ameaça retaliar os ataques mortais no seu consulado em Damasco, na Síria.
Segunda-feira, 15 de Janeiro de 2024
Houthis a atacar navios no Mar Vermelho
Os Houthis do Iémen estão a intensificar os seus ataques a navios no Mar Vermelho, que dizem ser uma vingança contra Israel pela sua campanha militar em Gaza. Este movimento rebelde, também conhecido como Ansarallah (Apoiantes de Deus), é um dos lados da guerra civil iemenita que dura há quase uma década. Surgiu na década de 1990, quando o seu líder, Hussein al-Houthi, lançou a "Juventude Crente", um movimento de revivalismo religioso de uma subsecção secular do Islão xiita chamada Zaidismo. Atualmente e juntamente com o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, os Houthis são uma das três principais milícias apoiadas pelo Irão que lançaram ataques contra Israel nas últimas semanas. Teme-se que os ataques de agora transformem a guerra de Israel contra o Hamas num conflito regional mais vasto. Não é certo que os Houthis possam ter as capacidades do Hamas e do Hezbollah, mas os seus ataques a navios comerciais no Mar Vermelho podem infligir um tipo diferente de danos a Israel e aos seus aliados. A economia mundial tem sido alvo de uma série de dolorosas chamadas de atenção para a importância desta estreita faixa de mar, que vai do estreito de Bab-el-Mandeb, ao largo da costa do Iémen, até ao Canal do Suez, no norte do Egipto, através da qual circulam 12% do comércio mundial, incluindo 30% do tráfego mundial de contentores.
Ataques no Mar Vermelho de 19nov2023 a 11jan2024
Após repetidos avisos, as forças dos Estados Unidos e do Reino Unido cumpriram as ameaças de retaliação contra os rebeldes Houthis, devido aos seus ataques a navios comerciais no Mar Vermelho. Sob o manto da escuridão, lançaram na noite de sexta-feira [12jan2024] mísseis e bombas contra alvos no Iémen, a partir do ar e do mar. O Comando Central Militar dos EUA (CENTCOM) informou que na madrugada do último sábado [13jan2024] mísseis Tomahawk foram disparados do USS Carney da Marinha dos EUA contra um radar Houthi, na cidade portuária de Al-Hodeida, no oeste do Iémen.
Os rebeldes Hutis, do Iémen, dispararam no domingo [14jan2024] um míssil de cruzeiro anti-navio contra um contratorpedeiro dos EUA no Mar Vermelho, mas um caça norte-americano abateu-o, de acordo com as autoridades de Washington. Pelo menos quatro navios-tanque de gás natural liquefeito (GNL), carregados no Catar e que se dirigiam para o Canal do Suez, ficaram retidos durante o fim de semana após os Estados Unidos e o Reino Unido terem lançado dezenas de ataques aéreos contra as forças Houthis. Perante estes acontecimentos o governo do Catar revelou que o país já planeia uma mudança nas rotas de carga de energia caso a situação no Mar Vermelho permaneça insegura. Os navios passarão a navegar pelo Cabo da Boa Esperança.
Adao Fernando Batista Bastos - E com tudo isso, o preço dos combustíveis vai aumentar...
Jorge Veiga - e Hutis, Hamas e todos os outros são filhos do mesmo pai e mãe...
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Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2023
Evacuação da Faixa de Gaza... para onde?
As ordens de evacuação decretadas por Israel na Faixa de Gaza levam a uma “contínua deslocação forçada” de civis. “Mais de 150.000 pessoas – crianças pequenas, mulheres com bebés ao colo, pessoas com deficiência e idosos – não têm para onde ir”. Será que alguns dos meus amigos que por aqui me "condenam" por alertar para esta situação desumana na Faixa de Gaza, tudo permitem aos falcões israelitas como vingança das atrocidades feitas pelo Hamas em 7 de outubro deste ano?
Gonçalo G. Moura - Já te perguntaste porque é que o Egipto não abre a fronteira? E o Hamas, já libertou os reféns?
David Ribeiro - E tu, Gonçalo G. Moura, sabes dizer-me porque tudo permites aos falcões israelitas como vingança das atrocidades feitas pelo Hamas?
Gonçalo G. Moura - David Ribeiro a solução é simples, e sempre esteve nas mãos do Hamas, que é libertar os reféns... até lá estou sempre do lado da civilização
Mário Paiva - Portanto o Gonçalo G. Moura reitera que concorda com o massacre em curso e até o justifica... todo o direito de opinião e não é necessário andar às voltas para a justificar...
Gonçalo G. Moura - Mário Paiva quaid voltas? Precisa de de bebés degolados ou de corpos de adolescentes violadas e assassinadas e arrastadas pelas ruas? Justifique lá isso, se conseguir!
Mário Paiva - Como já disse o Gonçalo G. Moura reitera que concorda com o massacre em curso e até o justifica... todo o direito de opinião e não é necessário andar às voltas para a justificar...
Gonçalo G. Moura - Mário Paiva quais voltas? Diga-me quantos avisos deu o Hamas antes de atacar... Israel avisa sempre com antecedência para as populações evacuarem... portanto o Mario Paiva concorda e apoia o ataque de 7 de Outubro e o lançamento indiscriminado de rockets sobre Israel. Estamos de acordo!
Mário Paiva - Gonçalo G. Moura, não estou nem um bocadinho com o HAMAS, nem antes nem depois do 7 de Outubro, e nem sequer vou argumentar com os motivos que levaram ao 7 de Outubro... mas quem gostava muito e o apoiou era o criminoso Nathaniau... vá-se lá saber porquê...
https://www.timesofisrael.com/for-years-netanyahu.../ Em tempo: essa de Israel "avisar" que vai atacar e usar do seu "direito" colonial p'ra mandar sair os civis do caminho, até teria piada se não fosse tão triste...
Gonçalo G. Moura - Mário Paiva isso são outros 300... e tanto quanto sei o Nethaniau não foi inpedido pelo tribunal de concorrer e tem um governo de coligação.
Jorge De Freitas Monteiro - David Ribeiro, não se trata de vingança, Israel não tem alternativa. O Hamas continua a lançar rockets e mísseis cegos sobre Israel que atingem aleatoriamente homens, mulheres e crianças, só não lança mais precisamente pelo avanço das IDF em Gaza. Continua a recusar-se a libertar os reféns. Recusou a proposta Egípcia de abandonar o poder em Gaza a troco de um cessar fogo. Continua a afirmar que logo que seja possível lançará novos ataques do tipo do 7 de Outubro. Hoje mesmo desmentiu declarações ambíguas de um dos seus membros quanto ao reconhecimento do Estado de Israel reafirmando o seu objectivo final de o destruir. No campo das operações militares, cada vez que Israel indica uma área segura para os civis o Hamas desloca operacionais e rampas de lançamento de rockets e mísseis para essa área sacrificando a segurança dos civis. Obviamente que o sofrimento da população não pode deixar ninguém indiferente. Mas é o Hamas que deliberadamente provoca, deseja e amplifica esse sofrimento. O único apelo sério em relação a Gaza e à situação dos civis é o apelo ao Hamas para depor as armas. Tudo o resto até pode ser bem intencionado (nem sempre o é) mas de boas intenções está o inferno cheio.
Mário Paiva - Portanto o Jorge De Freitas Monteiro reitera que concorda com o massacre em curso e até o justifica... todo o direito de opinião e não é necessário andar às voltas para a justificar...
Francisco Bismarck - Mário Paiva Há alguma outra solução? Por favor, indique qual se acha que há
Jorge De Freitas Monteiro - Mário Paiva, não concordo nem deixo de concordar. Exponho factos incontestáveis.
Jorge Veiga - Não posso concordar com esta actução, mas o meu amigo que aqui coloca isto, poderá dizer qual a solução, quando sabemos que eles andam misturados com a própria população?
David Ribeiro - A mais recente proposta do Egito, Jorge Veiga, é, à falta de melhor, uma boa solução para a atual situação do conflito.
Jorge Veiga -David Ribeiro não a conheço, mas sendo a única ...
Jorge De Freitas Monteiro - David Ribeiro, proposta que foi liminarmente recusada pelo Hamas…
Jorge Veiga - Jorge De Freitas Monteiro eles não aceitam nenhuma, salvo se considerar a destruição de Israel.
David Ribeiro - Jorge De Freitas Monteiro ...e também recusada por Netanyahu.
Jorge De Freitas Monteiro - David Ribeiro, tanto quanto li não; o governo israelita não chegou a pronunciar-se sobre a proposta concreta do Egipto uma vez que o Hamas a recusou imediatamente. Mas admito que os sectores mais à direita do governo israelita até tenham ficado encantados com a velocidade com que o Hamas disse não
Jose Riobom - Sinceramente .... vejo duas facções distintas aqui numa animada discussão cada qual delas com os seus melhores argumentos, e como sempre não tomo partidos ou me lanço em trincheiras para defesa de qualquer das partes... Verifico porém que iniciada a conversa pelo David Ribeiro ninguém se interroga a si mesmo com uma pergunta que aqui deixo.... "QUE SERÁ QUE EU FARIA, INDEPENDEMENTE DO PASSADO, SE UM BANDO DE PESSOAS ARMADAS ME TIVESSEM MATADO, FILHOS, FILHAS, NETOS OU QUALQUER FAMILIAR CHEGADO, DESARMADO, SEM DEFESA NUMA QUALQUER FESTA POPULAR EM QUALQUER PARTE DO MUNDO, OU ATÉ AQUI À PORTA DA MINHA CASA ??? " Vá lá.... venha de la o primeiro que atire a primeira pedra.... É que pimenta no cú dos outros , é refresco ! E sujeita a uma diatribe de sofá.... Passei por uma, infelizmente, numa posição que durante 24meses me permitiu avaliar bem este tipo de conflitos, já que trabalhei com informação privilegiada, sempre na procura de soluções apaziguadoras. Quatro anos depois, o conflito aparentemente aconteceu ! .... quando uma das partes depôs as armas .... A GUERRA ACABOU !!! disseram..... SÓ QUE.... no dia seguinte outra guerra começou..... É que na paz, todos os dias nos preparamos, para a guerra do dia seguinte..... porque existe sempre alguém ou alguma coisa que nos a quer tirar ....
O Egito apresentou em 25dez2023 o que é descrito como um plano ambicioso para acabar com a guerra em Gaza com um cessar-fogo. A proposta, desenvolvida com o Catar, inclui várias rondas de trocas de cativos e prisioneiros que foi apresentada a Israel, ao Hamas, aos governos dos Estados Unidos e da Europa na segunda-feira, veria Israel retirar-se totalmente da Faixa de Gaza, todos os cativos mantidos pelo Hamas e muitos prisioneiros palestinos, libertados, e um governo palestino tecnocrata unido instalado no enclave. Numa primeira fase, o Hamas libertaria todos os civis cativos em troca da libertação dos prisioneiros palestinos durante uma trégua de 7 a 10 dias. Durante a segunda fase, o Hamas libertaria todas as mulheres soldados israelitas em troca de mais prisioneiros palestinianos, o que aconteceria durante outra trégua de uma semana. Na fase final, as partes em conflito iniciariam “um mês de negociações para discutir a libertação de todo o pessoal militar detido pelo Hamas em troca de muito mais prisioneiros [palestinianos] e da retirada de Israel para as fronteiras de Gaza”. Mas para já tudo isto não parece ir além de boas intenções. (na imagem o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Sameh Shoukry)
The Times of Israel 27dez2023
Vários alertas sobre o perigo causado por um punhado de colonos extremistas... mas Netanyahu e os seus falcões continuam a assobiar para o ar. Porque será?
Sábado, 23 de Dezembro de 2023
Lendo “Palestina Uma Biografia” de Rashid Khalidi
Já chegou este livro que encomendei há uns dias... segundo já li "não é uma crónica de vitimização, uma tentativa de branquear os erros dos líderes palestinianos nem a negação da emergência de movimentos nacionalistas de ambos os lados. É, antes, uma nova e esclarecedora visão de um conflito com mais de um século, uma história de colonização e de resistência de um povo que não abdica de existir."
Pag. 39, 40 e 41 – Na viragem do século XX, antes de a colonização sionista ter tido grande impacto na Palestina, havia novas ideias a alastrar, a educação moderna e a literacia tinham começado a expandir-se, e a integração da economia do país na ordem capitalista global avançava a bom ritmo. A produção para exportação de colheitas como o trigo e os citrinos, o investimento de capitais na agricultura e a introdução de culturas de rendimento e trabalhos assalariados, visíveis na rápida propagação dos laranjais, estavam a mudar a face de grandes zonas rurais. (...) Socialmente, a Palestina era ainda fortemente rural e de natureza predominantemente patriarcal e hierárquica, e assim permaneceu, em grande medida, até 1948. Era dominada por estreitas elites urbanas oriundas de algumas famílias como a minha, que se agarravam às suas posições e privilégios enquanto se adaptavam às novas condições, com os membros mais jovens da família a obterem educações modernas e a aprenderem línguas estrangeiras a fim de manterem a sua posição e os seus benefícios. Estas elites controlavam a política da Palestina, ainda que o crescimento de novas profissões, ofícios e classes significassem que, na década de 1900, havia mais vias de progressão e ascensão social. Nas cidades costeiras em rápido crescimento, nomeadamente Jafa e Haifa, as mudanças eram mais visíveis do que nas cidades mais conservadoras do interior, como Jerusalém, Nablus e Hébron, uma vez que as primeiras assistiram ao aparecimento de uma burguesia comercial emergente e de uma embrionária classe trabalhadora urbana.
Pag. 46 e 47 - A histórica declaração proferida há pouco mais de um século em nome do conselho de ministros britânico no dia 2 de novembro de 1917, pelo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros Arthur James Balfour - e que veio a ficar conhecida como Declaração Balfour - continha uma única frase: O governo de Sua Majestade vê de forma favorável a criação na Palestina de um lar nacional para o povo judeu, e empregará os seus melhores esforços para facilitar a realização deste objetivo, sendo claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas existentes na Palestina, ou os direitos e o estatuto político de que gozam os judeus em qualquer outro país. Se Se já antes da Primeira Guerra Mundial muitos palestinianos clarividentes tinham começado a ver o movimento sionista como uma ameaça, a Declaração Balfour introduziu um novo e temível elemento. Na linguagem suave e enganadora da diplomacia, com a sua expressão ambígua a aprovar «a criação na Palestina de um lar nacional para o povo judaico», a declaração garantia efetivamente o apoio britânico às aspirações de Theodor Herzl de um Estado judaico, com soberania e controlada imigração em toda a Palestina. Significativamente, a esmagadora maioria árabe da população (cerca de 94 por cento na altura) não foi mencionada por Balfour, a não ser de forma indireta, como as «comunidades não judaicas existentes na Palestina». Eram descritos em termos de que não eram, e certamente não como uma nação ou povo - os termos «palestiniano» ou «árabe» não aparecem nas setenta e uma palavras da declaração. A esta esmagadora maioria, eram prometidos apenas «direitos civis e religiosos», não políticos ou nacionais. Em contraste, Balfour atribuía direitos nacionais àquilo a que chamava «o povo judeu». que em 1917 era uma minúscula minoria - 6 por cento - dos habitantes do país.
Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
"Palestina - Uma Biografia"... por Rashid Khalidi
Rashid Khalidi tem 75 anos, a idade do Estado de Israel. O pai fugiu para os Estados Unidos da América durante o Nakba - a catástrofe, em árabe - o êxodo em massa dos palestinianos na guerra israelo-árabe, em 1948. Nasceu em Nova Iorque e tornou-se historiador e professor de Estudos Árabes na Universidade Columbia. É de lá que fala com a CNN Portugal, numa entrevista por videochamada feita a 10 de novembro de 2023. No seu mais recente livro “Palestina - Uma Biografia: cem anos de guerra e resistência” (*) escreveu sobre seis momentos marcantes do seu povo que se entrelaçam com a história da sua família, uma das mais antigas de Jerusalém. Publicada em 2020, se essa biografia fosse escrita hoje teria mais um capítulo.
(*)
Um dos grandes livros sobre a questão Israelo-Palestiniana. «Em nome de Deus, que a Palestina seja deixada em paz.» É desta forma que o presidente da câmara de Jerusalém termina a carta enviada em 1899 a Theodore Herzl, pai do movimento sionista, onde explicava que a Palestina tinha habitantes nativos e advertia para os perigos que se aproximavam. E é com este relato que Rashid Khalidi, o maior historiador do Médio Oriente nos Estados Unidos e sobrinho-neto do autor da dita carta, inicia a sua narrativa sobre os palestinianos e a guerra contra eles travada. Original, envolvente e marcante, Palestina – Uma Biografia cruza eventos históricos, materiais de arquivo nunca antes explorados e relatos de gerações, tratando de forma simultaneamente sóbria e emotiva os factos de um confronto trágico entre dois povos que reivindicam o mesmo território. Esta não é uma crónica de vitimização, uma tentativa de branquear os erros dos líderes palestinianos nem a negação da emergência de movimentos nacionalistas de ambos os lados. É, antes, uma nova e esclarecedora visão de um conflito com mais de um século, uma história de colonização e de resistência de um povo que não abdica de existir. Inclui prefácio exclusivo do autor para a edição portuguesa.
Imaginava que o ataque do Hamas a 7 de outubro e a guerra em Gaza pudessem acontecer?
Fiquei surpreendido, creio, como todos ficaram, com o ataque de 7 de outubro. Não acho que mesmo as pessoas que são observadoras atentas esperavam algo desta ferocidade e intensidade. No entanto, penso que nos últimos dois anos é claro que a situação nos territórios ocupados tem sido cada vez mais explosiva. E não deveríamos ter ficado surpreendidos que de uma forma ou de outra, num lugar ou noutro, haveria uma explosão. Não estava à espera. O governo israelita e os militares israelitas não estavam à espera, obviamente. Muitas pessoas ficaram surpreendidas. Não deveríamos ter ficado surpreendidos. Deveríamos ter previsto que isto iria acontecer.
Em 2022, deixou uma nota na edição portuguesa do livro para os leitores portugueses, aludindo ao passado colonialista de Portugal. A ideia de colonização é muito central no seu livro. Porquê?
Porque é isso que o empreendimento sionista sempre foi, ao mesmo tempo um empreendimento nacional e um empreendimento colonial, como os próprios primeiros líderes sionistas reconheceram. Escrevi no livro até que ponto, até à Segunda Guerra Mundial, as instituições sionistas e os líderes sionistas não tinham vergonha de falar sobre a natureza colonial do que estavam a fazer. Cito Ze'ev Jabotinsky e outros primeiros líderes sionistas que admitiram, sem vergonha, que este é um empreendimento colonial. Argumentaram, claro, que tinham o direito ao que eles chamavam de Terra de Israel e que se tratava de um projeto nacional. Era uma tentativa de criar uma entidade nacional, mas em cooperação com a maior potência colonial da época, a Grã-Bretanha, e como um projeto colonial de colonos, trazendo principalmente imigrantes europeus para se estabelecerem num país com uma enorme maioria árabe, isto era perfeitamente claro para todos. Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma tentativa para encobrir as origens coloniais de Israel. Uma tentativa muito bem-sucedida.
Começámos por ver as vítimas israelitas no dia 7 de outubro. Houve uma exigência por parte do público para que se mostrasse o outro lado da história. Começámos a ver as mortes em Gaza… Acha que isso está a mudar a opinião pública? Acha que essa mudança de opinião pública pode beneficiar os palestinianos no futuro ou irá desaparecer quando as imagens de Gaza pararem de chegar?
É verdade que o terrível número de mortos em Gaza, que ultrapassou os 11 mil, quase todos civis, talvez 5 mil deles crianças, teve um efeito enorme no Ocidente e no resto do mundo. Também é verdade que, no início, o terrível número de mortes de civis em Israel, de pessoas mortas nos primeiros dois dias, dominou a maneira como as pessoas viam isso e criou uma grande simpatia por Israel. Mas com o tempo, os cerca de mil civis israelitas que foram mortos foram ofuscados, até certo ponto, pelos 11 mil palestinianos. Como o foco das mortes mudou do assassinato de civis israelitas no início para o massacre ou o assassinato, como quiser chamar, de milhares de civis palestinianos, a opinião pública mudou. Agora, se vai durar ou não, se vai afetar de forma positiva os palestinianos… é impossível responder. Mas isto não é inédito, na verdade. Se recuarmos à guerra de 1982, quando Israel invadiu o Líbano e cercou Beirute, e no final da guerra matou tantas pessoas, enviou militantes libaneses para matar tantos civis palestinianos nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, a cobertura mediática mudou de simpatia, com Israel no início, para simpatia com os palestinianos no final. Isso desapareceu. E houve outras ocasiões, outros ataques a Gaza, em que penso que ocorreu o mesmo tipo de mudança. Mas no passado isso tendeu a desaparecer com o tempo, em parte porque Israel é muito bom em retomar a narrativa.
Esta guerra está a dividir o mundo, está a dividir a Europa… Se compararmos com a guerra na Ucrânia está realmente a dividir a Europa, famílias, amigos… Todos parecem ter uma opinião, mas parece que as pessoas têm informações diferentes sobre este conflito. Porque é que isto acontece?
É uma pergunta difícil de responder, mas penso que tem que ver com o que disse anteriormente, o enorme sucesso de Israel, e antes disso, do movimento sionista, na comunicação de uma imagem, em grande parte falsa. Fazer florescer o deserto, uma terra sem povo para um povo sem terra, a única democracia no Médio Oriente... Tudo isso é falso. A Palestina produzia laranjas no valor de centenas de milhares de libras esterlinas em 1914. Não era um deserto. Israel não a fez florescer. Israel é uma democracia para cidadãos judeus israelitas. Os cidadãos árabes de Israel estiveram sob regime militar de 1948 a 1966, e Israel governou mais de 5 milhões de palestinos durante 56 anos sob a lei militar, o que não é lei. Como podem dizer que é a única democracia? A única democracia no Médio Oriente com 5 milhões de pessoas prisioneiras de um regime militar.
Cada um destes mitos foi insidioso e deliberadamente semeado nas mentes das pessoas de tal forma que as pessoas estão divididas, em parte porque algumas das informações são absolutamente falsas, e em parte porque muitas pessoas estão ligadas a lados diferentes deste conflito.
Algumas pessoas simpatizam com os colonizados, outras simpatizam com Israel por causa da culpa europeia relativamente ao antissemitismo histórico… Vive num país onde os judeus foram expulsos. Os judeus foram expulsos da Espanha. Os judeus foram expulsos da Inglaterra. Os judeus foram expulsos da França no período medieval, do século XII ao século XV. Portanto, há boas razões para a culpa europeia relativamente ao tratamento terrível aos judeus durante séculos e séculos. Para não falar do Holocausto, quando os países europeus poderiam ter deixado entrar centenas de milhares de pessoas que teriam sido autorizadas pelos nazis a partir antes da Segunda Guerra Mundial, e fecharam as portas de forma insensível e deliberada, condenaram as pessoas à morte. Portanto, os nazis mataram-nos, mas as pessoas que poderiam tê-los salvado - os Estados Unidos, a Europa Ocidental e outros países - também são culpadas. Há uma grande culpa justificada, e acho que isso leva a uma disposição para se curvar para evitar críticas. Israel, é claro, aproveitou-se disso na sua propaganda.
A forma como o Holocausto, a forma como os pogroms na Rússia foram citados repetidas vezes é um exemplo de jogo com a culpa europeia. Isto é visto por muitas pessoas como parte da perseguição ao povo judeu ao longo da história. Devo dizer, porém, que o que aconteceu depois de 7 de outubro nos colonatos israelitas em torno da Faixa de Gaza teria acontecido quer os habitantes desses colonatos fossem judeus, cristãos ou pagãos, porque são vistos pelos palestinianos como colonos em terras que lhes foram tiradas quando foram expulsos em 1948 e forçados para Faixa de Gaza. Se os colonos fossem marcianos, se os colonos fossem taiwaneses, brasileiros… Teria sido o mesmo. Não tem nada a ver com o fato de serem judeus. Tem a ver com o facto de os palestinianos em Gaza, 80% deles serem refugiados forçados para a Faixa de Gaza quando essas áreas foram tomadas pelo exército israelita e depois foram estabelecidos colonatos judaicos no lugar das aldeias e cidades palestinianas.
Os relatos de Gaza são devastadores. Acha que esta guerra irá criar gerações traumatizadas ao ponto de quererem vingança e poderem juntar-se ao Hamas?
A guerra já traumatizou pessoas de ambos os lados. Os israelitas ficaram traumatizados com o que aconteceu a partir de 7 de outubro, compreensivelmente. Todos os meus amigos israelitas conhecem pessoas que foram mortas, feridas ou sequestradas. E o trauma só aumentou, em parte devido ao número de atrocidades que o governo e os meios de comunicação israelitas estão a publicar. Manteve esta ferida viva na mente das pessoas em Israel e no estrangeiro. Muitas pessoas no Ocidente têm parentes em Israel e sabem das coisas horríveis que aconteceram aos civis israelitas. E eles também estão traumatizados. Desse lado, claramente há trauma e é visto em termos de trauma histórico judaico, quer tenha algo a ver com isso ou não. É ainda mais o caso do lado palestino, devido à extensão e à escala das perdas - 11 mil pessoas mortas até agora e quase 30 mil feridas. Estamos a falar de mais de 40 mil pessoas mortas e feridas, pelo menos, numa população de 2,2 milhões. E isso terá todos os tipos de efeitos. Todos nós conhecemos pessoas em Gaza. Eu conheço pessoas em Gaza. A minha sobrinha tem parentes em Gaza. Todos os palestinianos estão comovidos. Muitas pessoas no mundo árabe estão comovidas. E temo que isso conduza - em Israel e para os palestinianos - não apenas a um desejo de vingança, mas a levar as pessoas aos extremos. Não creio que haja qualquer dúvida de que esse pode muito bem ser o resultado disto.
Os palestinianos têm tentado explicar ao mundo que não são o Hamas e que a maioria não apoia nem se identifica com os valores do Hamas. Mas há um argumento que costuma surgir nesta discussão. Em 2006, o Hamas ganhou as eleições com 44% dos votos. Ainda é assim? Os palestinianos apoiam o Hamas?
O Hamas ganhou apoio quando Israel e as potências ocidentais se recusaram a avançar com um horizonte político para os palestinianos, o que envolvia, nos anos 90 e no início dos anos 2000, a criação de um Estado Palestiniano ao lado de Israel. Isso foi bloqueado, não aconteceu. A ocupação intensificou-se, os colonatos expandiram-se, o movimento palestiniano foi restringido e a criação de um Estado Palestiniano nunca aconteceu. O Hamas beneficiou. Se os Estados Unidos, a Europa Ocidental e Israel continuarem a intensificar a ocupação, a expandir os colonatos e a negar aos palestinianos os mesmos direitos que os israelitas reivindicam para si próprios, haverá um movimento em direção à violência e ao extremismo. É inevitável.
É claro que o Hamas tem apoio, mas há sondagens que mostram, antes do ataque de 7 de outubro, que tinha cerca de um terço do apoio entre os palestinianos. Porquê? Porque não há horizonte político. Netanyahu recusou-se a negociar durante 15 anos. Netanyahu não aceita a solução de dois Estados. Netanyahu pertence a um partido político que disse que Israel será soberano na sua plataforma eleitoral de 1977. O partido Likud disse que só haverá soberania israelita entre o rio Jordão e o mar. Se é isso que oferecem aos palestinianos, a soberania israelita entre o rio e o mar, o que é que os palestinianos deveriam fazer? Aceitar isso? Tem de ser apresentado um horizonte político.
A solução de dois Estados continua a ser mencionada pelos líderes mundiais como uma solução após o fim desta guerra. Acredita que ainda é possível?
Líderes mundiais, governos ocidentais, Estados Unidos, que supostamente apoiam a solução de dois Estados, não fizeram nada para concretizá-la pelo menos nos últimos 15 anos. Os líderes mundiais que supostamente apoiam a solução de dois Estados ajudaram, de facto, Israel a fortalecer sua ocupação, a expandir seus colonatos, que se destinam a impedir uma solução de dois Estados. Os líderes mundiais e os Estados Unidos impedem de facto uma solução de dois Estados. Falam, hipocritamente, sobre uma solução de dois Estados. Armam e financiam Israel na construção de mais colonatos e na intensificação de sua ocupação militar sobre os palestinianos. É isso que tem vindo a acontecer nos últimos anos. Por isso, estou um pouco cansado dos líderes mundiais falarem sobre uma solução de dois Estados. Se quisessem uma solução de dois Estados, deveriam trabalhar no sentido de uma solução de dois Estados. Deveriam impedir Israel de fazer o que tem feito há 56 anos, que é prevenir a solução de dois Estados ao construir colonatos nos territórios ocupados. É muito simples. Ou temos colonatos ou temos uma solução de dois Estados.
O que é que acha que vai acontecer?
Receio que os Estados Unidos continuem a apoiar Israel em alcançar a sua ocupação militar em todos os territórios ocupados. Temo que os países europeus sigam como ovelhas qualquer caminho que a América decida seguir. Em vez de agirem por interesse próprio, que é evitar a catástrofe humanitária em Gaza, os países europeus basicamente endossam e apoiam uma catástrofe humanitária em Gaza. E podemos acabar com mais refugiados. Podemos acabar com mais pessoas a deixar Gaza. Podemos acabar com muito mais violência e extremismo se algo não for feito para acabar com esta guerra rapidamente, acabar com a morte de várias centenas de civis por dia, e dar um horizonte político para os palestinianos. O que ouvimos de Israel não é tranquilizador. Os líderes israelitas falam sobre segurança e controlo permanente por parte de Israel. Isso significa ocupação. Isso significa que haverá resistência. Todas as ocupações na história geraram resistência. Será pacífica ou violenta? Isto terminará com os palestinianos a alcançarem os seus direitos ou vão continuar a ver os seus direitos negados? O que vai acontecer depende das respostas a estas perguntas.
Sábado, 9 de Dezembro de 2023
EUA impedem resolução da ONU para cessar-fogo
VOTAÇÃO: A favor 13; Abstenção 1 (Reino Unido); Veto dos EUA
Os Estados Unidos vetaram o projeto de resolução do Conselho de Segurança que exigiria um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Falando depois dos EUA vetaram a resolução, Riyad Mansour, diplomata palestiniano na ONU, classificou a medida como “além de lamentável”. “É desastroso”, disse ele. “O Conselho de Segurança foi novamente impedido de se levantar até este momento para defender as suas claras responsabilidades face a esta grave crise que ameaça vidas humanas e ameaça a paz e a segurança regional e internacional. “Em vez de permitir que este conselho cumpra o seu mandato, fazendo finalmente um apelo claro, após dois meses de massacres, de que as atrocidades devem acabar, os criminosos de guerra têm mais tempo para perpetuá-las”, disse Mansour. "Como isso pode ser justificado?"
Isabel Sousa Braga - Tão previsível
Agência Lusa - 6.ª feira 8dez2023
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal lamentou hoje a decisão dos Estados Unidos de rejeitar o apelo ao cessar-fogo em Gaza, lançado pelo secretário-geral da ONU, e insistiu na via do diálogo. “Naturalmente que lamentamos. Nós tínhamos precisamente apoiado a resolução que está ser vetada”, disse João Gomes Cravinho, à agência Lusa à margem da cerimónia de entrega dos prémios ‘Manuel António da Mota – Uma Vida em Angola’, que decorreu em Luanda. Cravinho sublinhou que esta é a posição que Portugal tem assumido e insistiu que é urgente haver um cessar-fogo humanitário. “É preciso que haja acesso da ajuda humanitária à população de Gaza, consideramos também fundamental que haja libertação sem condições dos reféns em Gaza e acreditamos que o cessar-fogo iria nesse sentido”, sublinhou. O chefe da diplomacia portuguesa afirmou que é preciso continuar a conversar, notando que tem havido evolução nas posições das Nações Unidas e dos próprios Estados Unidos, Israel e Gaza. “Acreditamos que, continuando o diálogo, encontraremos soluções que serão satisfatórias para todos. É fundamental que haja um cessar-fogo - e repito aqui este apelo - enquanto não for permanente, deve ser temporário, que permita acesso humanitário às populações, que permita começar a falar de um futuro mais estável, nomeadamente através da solução de dois Estados”, sublinhou o ministro.
Agência Lusa - sábado 9dez2023
A China expressou este sábado "profunda deceção" com o veto dos EUA a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato em Gaza, apresentada pelos Emirados Árabes Unidos e patrocinada por 97 países membros. A proposta "reflete o apelo universal da comunidade internacional e representa a direção certa para o restabelecimento da paz", afirmou o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, citado pela televisão estatal CGTN. "A China apoia totalmente esta iniciativa e juntou-se à pressão para a elaboração deste projeto de resolução", acrescentou Zhang, que acusou Washington de empregar "dois pesos e duas medidas" ao falar da proteção das mulheres, das crianças e dos direitos humanos, enquanto "consente" na continuação do conflito. Zhang apelou ainda a Israel para que ponha fim à "punição coletiva do povo de Gaza". Esta é a segunda vez, desde o início da guerra em Gaza, que os EUA vetam uma resolução no mesmo sentido - fizeram-no a 18 de outubro - alinhando assim com Israel, que argumenta que um cessar-fogo deste tipo ajudaria o Hamas a rearmar-se e a manter em cativeiro os 138 reféns na Faixa de Gaza.
Al Jazeera - sábado 9dez2023
O vice-embaixador dos Emirados Árabes Unidos na ONU, Mohamed Abushahab, perguntou ao CSNU: “Qual é a mensagem que estamos a enviar aos palestinianos se não pudermos unir-nos atrás de um apelo para parar o bombardeamento implacável de Gaza? Na verdade, qual é a mensagem que estamos a enviar aos civis de todo o mundo que podem encontrar-se em situações semelhantes?”
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amirabdollahian, alertou para a ameaça de uma “explosão incontrolável” da situação no Médio Oriente, após o veto dos EUA, noticiou a agência de notícias AFP. “Enquanto a América apoiar os crimes do regime sionista (Israel) e a continuação da guerra… existe a possibilidade de uma explosão incontrolável na situação da região”, disse Amirabdollahian ao secretário-geral da ONU, António Guterres, num telefonema, de acordo com um comunicado do ministério.
O Embaixador russo na ONU, Dmitry Polyanskiy, disse: "Nossos colegas dos EUA emitiram literalmente diante de nossos olhos uma sentença de morte para milhares, senão dezenas de milhares de civis na Palestina e em Israel”.
O Embaixador francês na ONU, Nicolas de Riviere, disse no CSNU: “Infelizmente, mais uma vez este conselho falhou devido à falta de unidade e, ao recusar-se a comprometer-se com negociações, a crise em Gaza está a piorar e o conselho não está a completar o seu mandato. sob a carta.”
O Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse que os EUA estão agora sozinhos na questão de Gaza depois de bloquearem a aprovação da resolução. “Nossos amigos mais uma vez expressaram que a América está agora sozinha nesta questão, especialmente na votação realizada hoje nas Nações Unidas… O sistema político americano está agora impotente em questões relacionadas a Israel”, disse ele à agência de notícias estatal Anadolu e à emissora nacional TRT em uma entrevista.
Sarah Corsino - Vou já dar-lhe a justificação: porque o Hamas - um grupo de animais terroristas - nunca iria entregar os reféns e apenas ganharia tempo para andarem de um lado para o outro entre as Entidades Públicas que utilizam como seus escudos. Se o Hamas se preocupasse com os Palestinianos e depois de dizerem que já morreram milhares deles, já teriam entregue os reféns todinhos de uma só vez. Só que não é essa a sua intenção. O problema é que as pessoas ditas civilizadas querem que estes animais terroristas tenham o mesmo comportamento/pensamento que elas. Mas não têm. São TERRORISTAS.
David Ribeiro - Sem dúvida, caríssima Sarah Corsino, que o Hamas praticou ações terroristas altamente condenáveis e das quais não nos devemos esquecer, mas nada justifica a sentença de morte imposta por Israel para milhares, senão dezenas de milhares de civis na Faixa de Gaza. Curiosamente toda a comunidade internacional, com excepção dos EUA, apoiava este projeto de resolução do Conselho de Segurança.
Sarah Corsino - David Ribeiro também não vejo nenhum país árabe, ao redor, a receber refugiados nos seus países (já que é tanta a preocupação). Até, em tempos, os expulsaram (porque será?). Também a Rússia vetou projeto de resolução de cessar-fogo com a Ucrânia e ninguém fez este alarde. Nem utilizaram o famoso artigo. Será que é por ser EUA/Israel? Eu diria que os Israelitas poderiam ser mais cuidadosos com os Palestinianos da Cisjordânia porque as relações são completamente diferentes dos da Faixa de Gaza. O que acontece é que os terroristas também já se mudaram para lá e o Fatah não consegue controlar nada. Não pense que eu não sinto angústia pelos Palestinianos inocentes, mas a maioria deles são reféns e cúmplices de terroristas
David Ribeiro - Há algo que aqui ainda não disse e é importante, Sarah Corsino... assim como não confundo Hamas com todo o povo palestiniano, também não coloco no mesmo saco Benjamin Netanyahu e os seus falcões, juntamente com todo o povo israelita.
Sarah Corsino - David Ribeiro aih sim. Esse homem não é "flor que se cheire"
Sexta-feira, 8 de Dezembro de 2023
As últimas dos grandes conflitos bélicos atuais
Al Jazeera - 3.ª feira 5dez2023
As conversações/negociações concentrar-se-ão nas relações bilaterais e na guerra Israel-Hamas.
Expresso - 3.ª feira 5dez2023
Até se me arrepiam os neurónios ao ter que concordar com o ultranacionalista Víktor Orbán... mas a verdade é que o primeiro-ministro húngaro tem razão quando afirma ser um erro a entrada da Ucrânia na União Europeia (UE). O nome Ucrânia (ou Ukraina, como é escrito no idioma ucraniano) deriva de uma palavra do eslavo antigo - "ukraina" - que significa “terra de fronteira” e assim deverá continuar.
Francisco Rocha Antunes - Há amigos de Putin nas pessoas mais insuspeitas. Ele conta convosco desde o princípio. Nem vou comentar a parte do nome da Ucrânia
David Ribeiro - Se o Francisco Rocha Antunes me inclui nos "Há amigos de Putin nas pessoas mais insuspeitas. Ele conta convosco desde o princípio" olhe que a carapuça não me serve. Sempre defendi e continuo a defender que entre Zelensky e Putin, no que toque a humanismo e democracia, venha o diabo e escolha.
Francisco Rocha Antunes - David Ribeiro tem razão, não sei porque sequer comento. Não vai acontecer mais
Jorge De Freitas Monteiro - Provavelmente com a Ucrânia e com outros daquele lado vamos assistir a uma neverending story como com a Turquia. As negociações de adesão com a Turquia começaram em 1987 e nunca terminaram nem vão terminar.
Castro Ferreira Padrão - Bom feriado, um abraço
Jorge Saraiva - O nome do Cabo Finisterra provém de dois factos: ponto onde a terra (Europa) termina e ponto mais ocidental do continente europeu.
Eduardo Saraiva - Desta vez não concordo com o amigo David Ribeiro. E deviamos tentar parar a guerra e democratizar a Russia, porque caso contrário, a seguir vêm pela europa abaixo e nem nós escapamos porque é tudo deles.
David Ribeiro - E como é que se fazia isso, Eduardo Saraiva?... invadindo a Rússia?
Sarah Corsino - Este Órban já demonstrou por diversas vezes (e não é só por causa da Ucrânia) que é a verdadeira "toupeira russa" dentro da UE.
David Ribeiro - Sarah Corsino... andamos a dar entrada na UE só para fazer perrice à Rússia e deu nisto.
CNN Portugal - 4.ª feira 6dez2023
Está cá a parecer-me que este ano o Pai Natal não traz prendas para Zelensky.
"X" - 4.ª feira 6dez2023
The Wall Street Journal - 5.ª feira 7dez2023
EUA avisam Israel: guerra em Gaza deve acabar dentro de semanas e não de meses.
Expresso - 5.ª feira 7dez2023
Raul Almeida - Como português e como católico, tenho um enorme orgulho em António Guterres. A História lembrará este Homem pela coragem e determinação com que tenta parar o maior genocídio do século XXI. Sem a companhia dos que primeiro deveriam estar ao seu lado na linha da frente, Guterres não desiste, afirmando o valor da vida sobre a morte, da moral sobre a fúria assassina sionista. O uso extremo do Artigo 99 da CNU, é prova da determinação humanista e civilizacional de Guterres. Que nunca lhe falte a força para fazer o que está certo.
Al Jazeera - 5.ª feira 7dez2023
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, condenou o ataque de Israel a Gaza durante o encontro para conversações em Moscovo com o presidente russo, Vladimir Putin.
Jornal de Notícias - 6.ª feira 8dez2023
O Hamas fala em "ferozes batalhas" contra as tropas israelitas em diversas zonas da Faixa de Gaza, incluindo no sul. A ajuda humanitária foi praticamente interrompida em Khan Yunis, para onde uma grande parte dos civis do norte fugiu.
Sondagem de Pew Research Center (EUA) - 6.ª feira 8dez2023
Cerca de um quarto (27%) afirma que Israel está a ir longe demais na sua atual operação militar, enquanto quase o mesmo número (25%) afirma que está a adoptar a abordagem correta; 16% dos americanos dizem que Israel não está indo suficientemente longe militarmente.
Mais de quatro em cada dez Democratas (45%) dizem que Israel está a ir longe demais na sua operação militar contra o Hamas, em comparação com 12% dos Republicanos.
Também existem diferenças de idade nestas opiniões, sendo os americanos mais jovens mais propensos do que os grupos etários mais velhos a dizer que Israel está a ir longe demais.
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Sexta-feira, 1 de Dezembro de 2023
Nem tanto ao mar nem tanto à terra, mas...
Êxodo 21:24: "Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé." Nesta passagem, Deus revelou a Moisés algumas leis para ele passar para o resto do povo.
Em Mateus 5:38-39, Jesus disse: "Vocês ouviram o que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, lhes digo: Não se vinguem dos que lhes fazem mal. Se alguém lhe der uma bofetada na cara, vire o outro lado para ele bater também."
Nuno Solla Lacerda - Penso que é aqui que há mais uma diferença entre Judeus e Católicos. Uns vêem como um acto de bem superior ao mal, matar uma personagem como o Hitler. Os Católicos acham que não seria legítimo matá-lo , pois todas as vidas são preciosos. Não serão o Hamas um género de “Hitler” no plural ?
David Ribeiro - Nuno Solla Lacerda... admitamos (o que de forma alguma me repugna) que "serão o Hamas um género de 'Hitler' no plural"... e Netanyahu mais os sionistas de extrema-direita que o apoiam, o que são?
Jose Pinto Pais - David Ribeiro serão apenas uns entre muitos judeus que tal como da outra vez não querem ser exterminados
Raul Vaz Osorio - Essa do olho por olho não faz parte dos 10 mandamentos
Ilidio Graça - Membro do Hamas bom é o que estiver morto.
Combates regressam à Faixa de Gaza
Ao mesmo tempo que as negociações continuam entre Israel e o Hamas, mediadas pelo Catar e Egito, voltaram os bombardeamentos israelitas a Gaza, havendo já mais de uma centena de palestinianos mortos. Ao mesmo tempo no centro de Israel foram ouvidas sirenes de aviso de “rockets” e o braço armado do Hamas, as brigadas Al Qassam, dizem ter atingido Tel Aviv.
Sábado, 25 de Novembro de 2023
Tréguas em Gaza e troca de prisioneiros e reféns
No dia de ontem, segundo os mais credenciados orgãos de comunicação presentes na Faixa de Gaza e em Israel, mas também pelo Ministério das Relações Exteriores do Catar, 13 israelitas (incluindo dupla nacionalidade), 10 tailandeses e um filipino foram libertados pelo Hamas. O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, confirmou a libertação, pelo grupo islamita Hamas, de uma refém com nacionalidade portuguesa - Adina Moshe com 72 anos. Um grupo de 39 mulheres e crianças palestinianas presas em Israel desde antes da guerra, sairam da prisão de Ofer, em autocarros da Cruz Vermelha, ao fim do dia. Neste mesmo dia de ontem a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) informou que 137 camiões com ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza. Já no dia de hoje [sábado 25nov2023] dezassete reféns do Hamas, sequestrados em Gaza, foram libertados, com o acompanhamento da Cruz Vermelha, tendo chegado já a Israel durante a madrugada.
Ana França no Expresso em 22nov2023
Um acordo que começou a ser montado logo depois do massacre de 7 de outubro acabou por resultar na já quase certa libertação de 50 mulheres e crianças levadas pelo Hamas para Gaza nesse dia. (...) As negociações foram difíceis e a opinião pública israelita teve um papel essencial neste desfecho, por nunca aliviar a pressão sobre o Governo de Netanyahu.
Entretanto...
Os primeiros-ministros da Bélgica e de Espanha criticaram Israel pelo sofrimento dos civis palestinianos durante as operações militares israelitas em Gaza. O espanhol Pedro Sanchez também apelou ao reconhecimento de um Estado palestiniano pela União Europeia, dizendo que o governo espanhol poderia fazê-lo por conta própria. Na sequência destes comentários, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, convocou os embaixadores destes dois países para uma dura reprimenda. “Condenamos as falsas alegações dos primeiros-ministros de Espanha e da Bélgica que apoiam o terrorismo”, disse Cohen. Já no início deste mês, Caroline Gennez, ministra belga da cooperação para o desenvolvimento e das principais cidades, disse que a Bélgica estava a considerar o reconhecimento do estado da Palestina.
Também já se ficou a saber que Telavive vai boicotar a reunião dos chefes da diplomacia dos 27 membros da União Europeia, de outros 15 países mediterrânicos e da Comissão Europeia que vão debater na segunda-feira [27nov2023] em Barcelona a situação no Médio Oriente, com a presença da Autoridade Palestiniana. Trata-se do oitavo Fórum Regional da União pelo Mediterrâneo (UpM).
O Egito acaba de informar ter recebido sinais positivos de todas as partes sobre uma possível extensão da trégua de quatro dias por mais um ou dois dias. Diaa Rashwan, chefe do Serviço de Informação do Estado (SIS) do Egito, disse num comunicado que o país estava a manter extensas conversações com todas as partes para chegar a um acordo sobre a extensão da trégua, o que “significa a libertação de mais detidos em Gaza e de prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas”.
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) afirma que uma das suas patrulhas foi atingida por tiros israelitas nas proximidades de Aytaroun, no sul do Líbano, embora não tenha havido vítimas. A UNIFIL condenou o ataque às suas forças de manutenção da paz, chamando-o de “profundamente preocupante”. “Lembramos veementemente às partes as suas obrigações de proteger as forças de manutenção da paz e evitar colocar em risco os homens e mulheres que trabalham para restaurar a estabilidade”, afirmou.
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Segunda-feira, 20 de Novembro de 2023
Pausa no conflito em Gaza... e libertação de reféns
Uma pausa de cinco dias nos combates, monitorizada por vigilância aérea, poderá libertar dezenas de mulheres e crianças do cativeiro em Gaza. Um conjunto detalhado de termos escritos de seis páginas exigiria que todas as partes no conflito congelassem as operações de combate durante pelo menos cinco dias, enquanto inicialmente 50 ou mais reféns são libertados em lotes mais pequenos a cada 24 horas. A interrupção dos combates também visa permitir um aumento significativo na quantidade de assistência humanitária, incluindo combustível, para entrar no enclave sitiado vindo do Egito. A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, tuitou que “ainda não havia acordo, mas continuamos a trabalhar duro para conseguir um acordo”. Um porta-voz da Embaixada de Israel em Washington disse na noite de sábado que “não vamos comentar” nenhum aspecto da situação dos reféns.
[The Washington Post - 18nov2023]
Netanyahu não é fonte confiável sobre a guerra em Gaza
De acordo com uma sondagem publicada terça-feira [14nov2023] pela investigadora Gal Yavetz da Universidade Bar-Ilan, apenas 4% dos judeus israelitas consideram o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu uma fonte fiável de informação para a guerra Israel-Hamas. Em contraste, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, que tem comunicado regularmente desde 7 de outubro através das redes sociais e frequentes conferências de imprensa em hebraico e inglês, liderou a lista, já que 73,7% das pessoas entrevistadas o destacaram, como a fonte de informação mais confiável. [Ver notícia aqui]
Quarta-feira 22nov2023