...para quem ainda não percebeu
Miguel Castelo Branco no Facebook em 12nov2024
A terrível guerra que em solo ucraniano opõe a Rússia à NATO aproxima-se dos 1000 dias. Ontem, um amigo enviou-me a desastrada análise feita por um general norte-americano em Março de 2022, na qual se afirmava triunfalmente que a Rússia já havia perdido e que lhe restavam dez dias de munições, pelo que do resultado da contenda resultaria o imediato colapso do Estado russo, a sua fragmentação territorial e a hegemonia da NATO. Passaram quase 1000 dias e só agora ganha pleno sentido a afirmação de Pedro, o Grande quando a Suécia de Carlos XII, após invadir território russo, se esvaía lentamente: «oponho seis russos a um sueco e tenho como aliados a duração, as distâncias, a fome e o frio». A Rússia tem o tempo e os elementos do seu lado, espera pacientemente até que o inimigo fraqueje na logística, na capacidade de mobilização, comece a ser flagelado pela fome e pelo frio e, por fim, entre em decomposição. Há 1000 dias, o Ocidente confundia a guerra com espectaculares operações, avanços e recuos, como se naquelas paragens da imensa estepe se pudesse reproduzir as guerras travadas na Bélgica, na Dinamarca, na França e até na Alemanha. Não, ali tudo é extenso, infindo e demorado, requer teimosia, fibra e tempo. O tempo acabou por limar por atrito e cansaço a torrencial ajuda da NATO, estimada em 500 mil milhões declarados, mas na realidade muito superior: milhares de veículos de transporte e milhares de carros blindados, centenas de carros de combate e peças de artilharia, centenas de milhares de armas ligeiras e dezenas de milhões de munições. Nada fez efeito, tudo se perdeu, e o equivalente a duas forças armadas alemãs e à totalidade das reservas NATO eclipsaram-se nestes 1000 dias e o resultado evidente é que a Rússia nunca esteve tão robusta militar, económica e diplomaticamente e a Europa da UE tão frágil, empobrecida e isolada.
Hugo Da Nóbrega Dias - Dois problemas da Europa atual, que aliás padece desde 1945: ignorância dos acontecimentos históricos e da história em geral; confiança e dependência quase total nos EUA, que por sua vez, devido à sua história pouco longa, são também eles desconhecedores da História. Os ciclos repetem-se e teima-se em não olhar para a História para perceber o presente.
Jorge Veiga - É lamentável que seameace a paz mundial por causa de pretensões àquilo para o que nunca se teve categoria. Os Czares acabaram há muito e o Planeta não precisa de más imitações.
Previsões do FMI para o crescimento da Rússia em 2024
O Fundo Monetário Internacional (FMI) em 22 de outubro reviu em alta as previsões de crescimento para a Rússia em 2024, antecipando agora um aumento do PIB de 3,6%, acima dos 3,2% previstos em julho, mas piorou as projeções para 2025 de 1,5% para 1,3%, num contexto de problemas estruturais persistentes. Este desempenho económico surge mesmo numa altura em que o país está sujeito a sanções, sendo que Moscovo injetou milhares de milhões de dólares na campanha militar na Ucrânia, gastos que ajudaram a economia nacional a absorver o choque das sanções ocidentais, que o Presidente russo, Vladimir Putin, insiste que “falharam”. O país também conseguiu reduzir a dependência das receitas orçamentais ligadas aos hidrocarbonetos, para se proteger contra possíveis restrições adicionais ou novos choques externos nos mercados mundiais. Para contornar as sanções ocidentais, a Rússia encontrou novas maneiras de ganhar acesso a essas matérias-primas, através de países como a China, a Índia, a Malásia e a Tailândia.
E não é que nada disto me é estranho?... Assisti a "coisas" de gente próxima da Nova Direita que não me agradaram de todo... ainda mantenho linhas vermelhas para alguns que se intitulam "de Direita".
O que diz a Wikipedia sobre a Nova Direita (Portugal)
A Nova Direita (ND) é um partido político português que foi fundado em abril de 2022 e em 9 de janeiro de 2024 a sua inscrição foi aceite pelo Tribunal Constitucional. Ossanda Liber depois de se desfiliar do partido Aliança, por onde foi candidata ao círculo eleitoral da Europa, nas eleições legislativas de 2022, e onde era vice-presidente, em abril de 2022, envolveu-se na criação de um novo partido no país, chamado Nova Direita, cujas assinaturas foram entregues ao Tribunal Constitucional em março de 2023, foi recusado pelo Tribunal Constitucional devido à falta do número mínimo de 7500 assinaturas. Na segunda vez, em dezembro de 2023, o Tribunal Constitucional indeferiu o pedido de inscrição como partido político do movimento Nova Direita, por considerar que os estatutos não cumprem os requisitos legais.
Jacques Anatole François Thibault, mais conhecido como Anatole France (Paris 16abr1844 - Saint-Cyr-sur-Loire 12out1924) foi um poeta, jornalista e romancista francês com vários best-sellers. Foi membro da Académie Française e ganhou o Prémio Nobel de Literatura em 1921 "em reconhecimento das suas brilhantes realizações literárias, caracterizadas como são por uma nobreza de estilo, uma profunda simpatia humana, graça e um verdadeiro temperamento gaulês".
Tenho-me dado ao trabalho de assistir diariamente às "atuações" televisivas dos mais variados comentadores militares (na reforma) deste nosso jardim à beira-mar plantado e, não me querendo considerar "adiantado mental", cada vez mais me parece que há nesta tarefa muito atrasado mental (ou vendidos, que é o mais provável).
Carlos Alexandre - David Ribeiro uma cambada de imbecis que duvido que tenham aptidões para terem chegado aos postos que lhe conferem uma reforma de luxo e de isentos e militares nada têm, enfim uns lérias.
The Guardian - 13set2024
A viagem conjunta de Antony Blinken e David Lammy a Kiev, seguida pela viagem de Keir Starmer a Washington DC para se encontrar com Joe Biden no dia de hoje [sexta-feira 13set2024], inevitavelmente aumentou as expectativas de que a Ucrânia receberá em breve permissão para disparar mísseis anglo-franceses Storm Shadow e US Atacms, que têm um alcance de um pouco mais de 300 kms, contra a Rússia. Mas não há escassez de riscos. Permitir que a Ucrânia dispare armas de fabricação ocidental profundamente na Rússia pode ter um impacto político dramático no curso de uma guerra atolada em um trabalho árduo e desgastante que parece estar favorecendo Moscovo, cujas forças estão avançando sobre a cidade estratégica de Pokrovsk.
Castro Ferreira Padrão - A paciência de uma das partes pode esgotar-se, e depois? HAJA BOM SENSO
Jorge Veiga - Parece que andas mal informado...
David Ribeiro - Jorge Veiga, quem poderá andar mal informado é The Guardian.
Jorge Veiga - David Ribeiro pois informaste-te mal no Guardian...
O que dizem os nossos "opinadores"
Hugo Da Nóbrega Dias - Obviamente. Só não concorda com isto quem tem uma visão imparcial.
Jose Riobom - Neste grave momento precisávamos mais de "PINADORES" do que "OPINADORES" .....
Albertino Amaral - Cada cabeça, sua sentença.... Mas isto vai dar " merda ", vai.......
Jose Riobom - Albertino Amaral há que montar uma indústria de papel higiénico e pensos rápidos...
Escreveu o meu amigo Miguel Castelo Branco na sua página do Facebook:
O parlamento ucraniano acaba de votar a extinção da Igreja Ortodoxa, agora substituída por uma igreja dita autocéfala fabricada pelo regime de Kiev, assim como a confiscação dos bens das mais de seis mil paróquias. Trata-se da maior perseguição anti-cristã ocorrida na Europa desde 1919, insulto inaudito para mais de 70% dos cristãos da Ucrânia e o espezinhar de todas as cartas internacionais por um regime claramente inimigo do cristianismo e que nada respeita. É claro que para gente cujo nome não referimos, assim como para nazis entranhados de ódio, depois de terem desenvolvido o linguicidio do idioma russo e convertido metade da população em cidadãos de segunda, vedando-lhes o acesso ao ensino e ao funcionalismo público, proibido rádios, televisões e jornais em russo, a destruição da Igreja constitui um passo para a destruição do país, um grave atentado contra a liberdade religiosa apontada em todas as constituições civilizadas.
Jorge Saraiva - Que fonte! O que vai ser proibida é a atividade da Igreja Ortodoxa Russa na Ucrânia.
David Ribeiro - Caríssimo Jorge Saraiva, segundo o que tenho lido esta legislação agora aprovada visa proibir o funcionamento de organizações religiosas com ligações à Igreja Ortodoxa Russa, especificamente a Igreja Ortodoxa Ucraniana, IOU, que depende do patriarcado de Moscovo. O parlamento ucraniano é acusado de tentar "destruir a ortodoxia canónica e verdadeira e colocar em seu lugar uma substituta, uma igreja falsa".
Jorge Saraiva - David Ribeiro , é por aí. Portanto o texto de que promove a partilha contém a pior das mentiras, uma meia verdade. Facilmente verifiquei, ao percorrer rapidamente o perfil do autor do texto que partilhou que se trata de alguém a soldo e promotor do regime de Putin.
David Ribeiro - Jorge Saraiva, conheço bem Miguel Castelo Branco, investigador na empresa Biblioteca Nacional de Portugal e ex-docente na Universidade Lusófona - Centro Universitário Lisboa, não lhe reconhecendo eu ser "alguém a soldo e promotor do regime de Putin". Provavelmente o Jorge está a confundir quem não é defensor dos senhores no poder em Kiev com "putinistas", sendo que eu, não sendo "putinista", também não morro de amores pelos senhores no poder em Kiev.
Jorge Saraiva - Não, David Ribeiro, não estou a confundir nada, presunção sua. Ainda bem que nem tenta refutar que o texto que partilhou, parte de um meia verdade obliterada para tirar conclusões falsas e mentirosas. O chorrilho de textos monotemáticos desse senhor que tenho o prazer de não conhecer, evidência o que ele pretenderá. Os meus aliados são meus aliados, isso não os obriga a serem perfeitos, nem a mim de pensar e agir exatamente como eles. No entanto "os senhores no poder em Kiev" passados mais que três dias da invasão da Ucrânia pela Rússia de Putin, são nossos aliados. Nossos, de Portugal, da UE, dos EUA, da OTAN. Como tal não os trato assim com essa distância e desprezo.
Jose Pinto Pais - Meu caro David Ribeiro . Este post é uma complexa falsidade. O que aconteceu foi que O Parlamento da Ucrânia aprovou um decreto-lei a banir quaisquer atividades da Igreja Ortodoxa Russa em território ucraniano. E muito bem. Nao e nenhuma limitacao a liberdade religiosa. Até parece que nao existe Igreja Ortodoxa Ucraniana. Que eu saiba é uma igreja .... Ortodoxa . Que há muito deixou de prestar obediência a Igreja Ortodoxa Russa.
Vatican News - Domingo 25ago2024
À especial atenção de todos os meus Amigos que acharam muito bem o parlamento de Kiev ter votado a extinção da Igreja Ortodoxa do Patriacado de Moscovo na Ucrânia e substituí-la por uma falsa igreja. E já agora: Alguém viu, leu ou ouviu a comunicação social portuguesa falar disto?
Daesh revelou uma fotografia dos alegados autores do ataque
ISIS-K, o grupo do Daesh que reivindicou o ataque de sexta-feira no teatro Crocus City Hall, em Moscovo, tem origens afegãs e foi fundado em 2014. Rapidamente ganhou reputação pelos ataques de extrema violência. Atingiu o número máximo de membros em 2018. Desde então entrou em declínio fruto dos confrontos com os EUA e com talibãs. O grupo tem um largo historial de ataques, sobretudo em mesquitas, nomeadamente no Irão.
Putin promete vingança por "ato bárbaro"
Putin classificou o ataque como um “ato sangrento e bárbaro” e jurou vingança. “Iremos identificar e punir todos os que estiveram por detrás do ataque terrorista, que prepararam este ataque contra a Rússia e o seu povo”, disse ele num discurso em vídeo. “Ninguém será capaz de semear as sementes venenosas da discórdia e do pânico na nossa sociedade multinacional.”
Mundo reage ao ataque à sala de concertos de Moscovo
O Conselho de Segurança da ONU condenou “nos termos mais fortes o hediondo e cobarde ataque terrorista” em Krasnogorsk, subúrbio de Moscovo. “Os membros do Conselho de Segurança sublinharam a necessidade de responsabilizar os perpetradores, organizadores, financiadores e patrocinadores destes atos de terrorismo e levá-los à justiça”, afirmou. NATO, União Europeia, Reino Unido, China, Turquia, Índia, Japão, Afeganistão, Cuba, Venezuela, Israel, Autoridade Palestiniana, Síria, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, África do Sul e EUA também condenaram o ataque.
Miguel Castelo Branco no Facebook em 24mar2024
A sala de espetáculos Crocus faz parte de um enorme complexo comercial, propriedade de um bilionário de origem do Azerbeijão, Aras Agalarov, cujo filho, Emin, é uma estrela de pop famosa na Rússia. O local já recebeu concertos de diversos artistas de renome, como Eric Clapton, Dua Lipa e Sia, e há 11 anos foi palco do concurso de Miss Universo, um evento que era então propriedade de Donald Trump.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que "o Serviço Federal de Segurança da Rússia e outras agências policiais estão a trabalhar para identificar e revelar toda a base de cúmplices dos terroristas" e salientou que a Rússia conta com a cooperação de todos os países que compartilham a dor da tragédia e estão prontos para se juntar a ela na luta contra o terrorismo.
O Papa Francisco condenou ontem [domingo 24mar2024], durante a a oração do Angelus, o “vil ataque terrorista” da última sexta-feira em Moscovo, que causou pelo menos 143 mortos, descrevendo-o como “um ato desumano que ofende a Deus”. “Empenho as minhas orações pelas vítimas do vil ataque terrorista perpetrado em Moscovo. Que o Senhor os acolha em paz e conforte as suas famílias”, disse o pontífice, após a missa do Domingo de Ramos, diante dos mais de 25 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro. Francisco também expressou a esperança de que “isso converta os corações daqueles que protegem, que organizam e praticam esses atos desumanos que ofendem a Deus, que ordenou ‘Não matarás’”.
Há teorias para todos os gostos - Um ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros dos EUA analisou as informações conhecidas sobre o ataque terrorista e concluiu que as pessoas que o executaram vieram da Ucrânia. Mencionando o facto de que os terroristas foram detidos quando fugiam em direção à Ucrânia, Scott Ritter observou que as "pessoas ligadas à violência" têm a tendência de acabar por navegar em direção ao seu 'norte verdadeiro'. "O que quero dizer com isto é que, por exemplo, uma equipe de forças especiais operando atrás das linhas inimigas: se forem comprometidos, eles tentam voltar para casa, tentam escapar e se evadir em direção às linhas amigas", explicou. "Seu verdadeiro norte era a Ucrânia, e eles estavam indo em direção à Ucrânia. E isso é tudo o que precisamos saber sobre isto. Este foi um ataque que estava ligado ao conflito em andamento na Ucrânia", de acordo com Ritter.
França eleva alerta de terrorismo para "ataque iminente"
O governo francês elevou o alerta de terrorismo para o nível mais alto, na sequência do ataque no teatro Crocus City Hall, em Moscovo. "Após o ataque em Moscovo, o Conselho de Defesa e Segurança Nacional reuniu-se esta noite [de domingo 24mar2024] no Eliseu a convite do presidente da República. Dada a reivindicação de responsabilidade do Daesh pelo ataque e as ameaças que pesam sobre o nosso país, decidimos elevar o alerta de terrorismo para o nível mais alto: ataque iminente", escreveu o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, na rede social X.
O que se sabe sobre os quatro suspeitos do ataque em Moscovo
São acusados de terem cometido um crime previsto na parte 3, alínea "b", do artigo 205º do Código Penal russo (ato terrorista), que, segundo o Código Penal russo, é punível com pena de prisão perpétua.
Dalerdzhon Mirzoyev: o homem de 32 anos foi o primeiro a ser levado a tribunal. Mirzoyev, natural do Tajiquistão, tinha um visto temporário de três meses na cidade de Novosibirsk, no sul da Rússia, na Sibéria, mas este expirou, segundo a RIA Novosti.
Saidakrami Rachabalizoda: apresentou-se como segundo arguido e disse ao tribunal que tinha documentos de registo russos mas não se lembrava onde estavam. Comunicou através de um intérprete, segundo a agência noticiosa estatal RIA Novosti. Rachabalizoda terá nascido em 1994.
Shamsidin Fariduni: nasceu em 1998 no Tajiquistão e é cidadão do país da Ásia Central. Fariduni trabalhava oficialmente numa fábrica na cidade russa de Podolsk e estava registado na cidade de Krasnogorsk, de acordo com a imprensa estatal RIA Novosti.
Muhammadsober Faizov: o quarto arguido pareceu não conseguir reagir numa cadeira de rodas e foi acompanhado por um médico para comparecer em tribunal, como se pode ver no vídeo do Tribunal da Cidade de Moscovo partilhado no Telegram. Faizov estava temporariamente desempregado, tendo antes trabalhado numa barbearia em Ivanovo, uma cidade a nordeste de Moscovo, e está registado nessa cidade, segundo a agência noticiosa estatal RIA Novosti. Terá nascido em 2004.
Quer queiramos quer não e contra todas as expectativas, o conflito na Ucrânia fortaleceu a Rússia nalgumas áreas. Não ficou isolada diplomaticamente, continua a registar crescimento económico apesar das sanções e tem um exército maior do que no início da guerra. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o país cresceu 3% em 2023 e prevê um crescimento de 2,6% para 2024. A venda de petróleo e de gás natural continua a enriquecer os cofres do Kremlin, apesar de estarem a ser transacionados longe dos valores de 2022 e tudo indica que Moscovo vai continuar a redirecionar a sua economia para a Ásia, criando com isso uma maior resiliência. E para Kiev o futuro é sombrio, apesar do apoio financeiro e militar da União Europeia, Reino Unido e EUA.
Porta-voz do Kremlin na 6.ª feira 22mar2024
Dmitry Peskov afirmou que o conflito na Ucrânia deixou de ser uma "operação militar especial" da Rússia e "tornou-se uma guerra". Em causa está a "participação do Ocidente". Peskov recordou também o objetivo do Kremlin de conquistar completamente as quatro regiões ucranianas (Kherson, Donetsk, Lugansk e Zaporijjia) que Moscovo reivindica como território de anexação desde setembro de 2022.
Bombardeamentos russos na madrugada de sexta-feira 22mar2024
O prefeito de Kharkiv, Igor Terekhov, diz que um ataque com mísseis russos cortou “completamente” o fornecimento de eletricidade e calor. “A cidade está completamente sem energia e, como resultado, o abastecimento de água e aquecimento não funciona”, disse ele num vídeo publicado no Telegram. “Os engenheiros de serviços públicos e de energia precisam de tempo para lidar com os desafios colocados por este bombardeamento hostil… Peço a todos que mantenham a calma e sejam pacientes.” Outras áreas da Ucrânia também relataram apagões, incluindo pelo menos 200 mil na região ocidental de Khmelnytskyi e cerca de 260 mil na região sul de Odesa. A Força Aérea Ucraniana afirma ter derrubado 92 dos 151 mísseis e drones disparados pela Rússia, um ataque descrito por um oficial como o maior ataque à infraestrutura energética desde o início da guerra.
Miguel Castelo Branco - A magnitude do ataque russo desta madrugada [22mar2024], uma barragem de mísseis que terá ultrapassado em número e precisão todos os ataques realizados ao longo de dois anos, estropiou irreparavelmente grande parte das instalações hidroeléctricas responsáveis pela produção energética no S e Leste da Ucrânia, incluindo Kharkov. Desta última, há imagens de colunas a perder de vista de automóveis que abandonam a cidade. Há igualmente notícias de fortes bombardeamentos sobre Odessa e as fotos da resistência e informadores naquela cidade mostram colunas de fumo negro que se elevam a vários quilómetros de altura sobre o porto. Desde o início do conflito, os russos nunca desencadearam tamanho ataque, pelo que se alguns o enquadrarão na iminência da esperada arrancada russa, outros interpretam-no como o último e solene aviso do Kremlin a Zelensky para este pare de imediato a campanha terrorista que tem visado alvos civis em Belgorod e Kursk.
Ataque em sala de espetáculos de Moscovo
Um grupo de homens armados [entre três e cinco], vestindo uniformes militares, atacaram ontem [6.ª feira 22mar2024] a sala de espetáculos Crocus City Hall, nos subúrbios de Moscovo, causando pelo menos 62 mortos e cerca de 150 feridos. Os atacantes terão também detonado uma granada ou bomba no local, o que terá despoletado um enorme incêndio, acabando o telhado do edifício onde se localiza a sala de espetáculos por colapsar. O Estado Islâmico (ISIS-K, ramo afegão do Daesh) já reivindicou a autoria do atentado.
Ao início da manhã deste sábado, já tinham sido contabilizadas pelo menos 93 vítimas mortais e 107 feridos, incluindo cinco crianças, de acordo com o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB). O diretor do FSB, Aleksandr Bortnikov, informou o presidente do país, Vladimir Putin, da detenção de 11 pessoas, incluindo quatro homens que diz terem estado "diretamente envolvidos" no ataque e que estavam a caminho da fronteira com a Ucrânia quando foram detidos.
O número de mortos voltou a aumentar, tal como era esperado. De acordo com o Comité de Investigação da Rússia, citado pela agência RIA Novosti, há a lamentar pelo menos 115 vítimas mortais. No local do ataque terrorista na sala de espetáculo Crocus City Hall, quando os serviços de emergência retiraram os escombros, foram encontrados mais corpos.
Miguel Castelo Branco - Anoto, sem surpresa, a culpabilização da Rússia por esta ter sido ao longo das últimas quase quatro décadas o mais esforçado dos Estados no combate ao terrorismo jihadista: no Afeganistão , no Cáucaso e na Síria. Se há uma fisionomia espiritual e uma psicologia dos caracteres, e se há quem crie problemas e há quem os resolva, a Rússia estará certamente, sobretudo em matéria de terrorismo e terroristas, do lado certo: absolutamente limpa e de consciência tranquila em tudo o que se relacione com a guerra ao terrorismo. O discurso e os princípios por que se norteia são os mesmos de sempre. O mesmo não poderão reivindicar os norte-americanos, com a agravante de fazerem crer às nações que jamais promoveram, armaram e pagaram a terroristas. Se há quem ainda não se tenha libertado da caverna de Platão, importa que se desintoxiquem dos fumos ideológicos, sigam as conexões, os percursos e os efeitos do terrorismo para que se lhes revele quem lucra com as acções do terrorismo. Os criminosos responsáveis pela matança de ontem foram capturados quando se preparavam para passar a fronteira. Se pelo dedo se conhece o gigante, há que dar tempo ao tempo para que tudo se torne claro.
David Ribeiro - É curioso... os alegados terroristas jihadistas em fuga foram capturados quando se preparavam para passar a fronteira com a Ucrânia. Porque não optaram pela fronteira com a Letónia, Estónia ou mesmo com a Finlândia?
Paulo Cavaco - David Ribeiro porque por ali alguem lhes garantia a passagem livre... Só que os Russos não conseguem abortar todos os ataques terroristas, estes tiveram ajuda de uma Embaixada no Tajiquistão pronta para os receber e treinar! Mas vão vomitar tudo e mais alguma coisa, um já começou por ficar sem orelha na cabeça mas com ela dentro do estomago.
António Faria - David Ribeiro Porque possivelmente a Ucrânia é cúmplice. Um dos assassinos quando interrogado diz que o fez por dinheiro, não diz eu foi uma questão religiosa.
Gonçalo G. Moura - Também conhecido como "comentador televisivo"...
Castro Ferreira Padrão - Infelizmente há tantos...e, então na Comunicação Social, autênticos Globetrotters da sabedoria.
Luis Barata - David, Luís, Óscar, tagarelas há muitos...
(Na imagem confrontos em Kiev, entre manifestantes e a polícia - 21nov2013)
Historicamente o sudeste da Ucrânia sempre gravitou em torno da Rússia. Em 1919, Vladimir Lenin, então chefe do governo soviético, integrou o Donbass à República Socialista da Ucrânia contra a vontade da população da região. Após o colapso da URSS, o plebiscito de 1994 em Donbass relativo à federalização da região e à transformação do russo numa segunda língua oficial foi igualmente ignorado pelo então governo ucraniano. Na altura do Euromaidan, as partes sudeste e noroeste da Ucrânia já estavam divididas sobre o futuro do país, com a primeira a procurar integrar-se na UE, enquanto a segunda queria desenvolver laços económicos com a Rússia. O sudeste incluía os territórios de Kharkiv a Odessa, a chamada Nova Rússia, juntamente com a Crimeia. E separadamente, havia o noroeste, onde as tendências nacionalistas ucranianas eram bastantes fortes. Esta divisão tornou-se especialmente visível em 2004, quando a Revolução Laranja, apoiada pelo Ocidente na Praça da Independência, levou Viktor Yuschenko ao poder em Kiev. E a partir de então, com um rompimento de relações entre a Rússia e a Ucrânia, a guerra do gás e a guerra do açúcar, atingiram muito duramente o Donbass, pois as suas indústrias dependiam, em particular, do gás barato russo. As escaramuças entre as forças de Kiev e os independentistas do leste ucraniano mantiveram-se até ao início de maio de 2014, altura em que ocorreu o hediondo massacre na Casa dos Sindicatos de Odessa, onde cerca de 50 pessoas foram espancadas até a morte e queimadas vivas. No dia nove desse mês ultranacionalistas e militares ucranianos mataram e perseguiram participantes do Desfile do Dia da Vitória em Mariupol. O regime ucraniano também começou a bombardear o Donbass. Nesta altura a Rússia interveio para acabar com a guerra do regime de Kiev contra o Donbass, conseguindo-se os Acordos de Minsk de 2014 e 2015, que, infelizmente, falharam, uma vez que nem a Ucrânia nem os seus apoiantes ocidentais estavam dispostos a observar as disposições dos acordos. Também o presidente ucraniano Vladimir Zelensky, após a sua eleição em 2019, tomou a decisão de não observar os acordos. Depois... todos já sabemos como foi, mas ainda não sabemos como vai terminar.
Castro Ferreira Padrão - E agora há o resultado que ambas as partes lamentam e, como vai acabar?
David Ribeiro - Essa é a resposta que vale mais de um milhão, Castro Ferreira Padrão.
Hajo Funke, um dos mais influentes analistas políticos no Berliner Zeitung, 20 de Fevereiro de 2024 (via Miguel Castelo Branco)
A contra-ofensiva do exército ucraniano, há muito planeada e celebrada externamente, falhou sangrentamente. A Ucrânia sofreu uma derrota decisiva e, com base no julgamento médio, já não está em condições de conseguir militarmente a reconquista dos territórios ocupados, tal como reclamado pela liderança ucraniana. A substituição do reconhecido anterior Chefe do Estado-Maior General, Zaluzhnyi, [...] mostra quão enfraquecido e dividido o país está sobre a escalada da guerra. O apoio ao presidente ucraniano diminui; segundo estudos de opinião, o apoio de que goza estará em torno de 20%. Faltam soldados, armas e munições. Acima de tudo, muitos ucranianos sentem agora que a NATO os levou à guerra e depois os abandonou. A fadiga é evidente e muitos evitam o serviço militar. Só na Alemanha há cerca de 200 mil ucranianos que não querem ser carne para canhão numa guerra que não precisava ser travada dessa forma e poderia há muito ter terminado. De acordo com um antigo colaborador próximo de Zelensky, cerca de 4,5 milhões recusaram ser registados pelas autoridades militares. Para um país com uma população estimada em apenas 28 milhões de habitantes, 10 milhões dos quais são reformados, este é um enorme problema que põe em causa a continuação da guerra. Os negociadores ucranianos sublinham agora abertamente que houve negociações de paz muito avançadas entre ucranianos e russos em Istambul, em Março e Abril de 2022, e que não foi culpa deles ou de Zelensky se um acordo não foi alcançado naquela altura, mas sim na atitude dos britânicos e dos americanos à qual os outros membros da NATO teriam então aderido.
Castro Ferreira Padrão - E eu continuo, e agora?
David Ribeiro - Só há uma solução, Castro Ferreira Padrão: sentarem-se à mesa de negociações.
Mário Paiva - David Ribeiro, o que podiam ter feito em Istambul em 2022 e evitado a mortandade e a destruição do país...
David Ribeiro - Claro, Mário Paiva.
Miguel Castelo Branco na sua página do Facebook - 26jul2023
Anuncia-se nos EUA mais um pacote de ajuda militar à Ucrânia, cujo exército já é maior do que a soma dos exércitos francês, britânico e alemão. Há quem julgue que inundar um país de material de guerra resolve os problemas e evita a inapelável derrota. Nada mais falso, pois que os sistemas de armamentos requerem meses, mesmo anos, de treino e exigem guarnições com especial aptidão técnica para um desempenho regular em situação de guerra. Ora, tal como aconteceu no Vietname e no Camboja de Lon Nol, os EUA estão a cometer o erro de enviar milhares de toneladas para um país exangue em recursos humanos, presumindo que aqueles homens de meia idade e outros quase-crianças estarão capacitados após brevíssimas recrutas para defrontarem um exército eficiente, moderno e agora muito motivado. Tal só vai criar mais dezenas ou centenas de milhares de perdas e a destruição física da Ucrânia. Lamentável que não façam sentar as duas partes para negociações sérias e que se queira levar avante a loucura dos círculos do complexo militar-industrial.
Serafim Nunes - Os que morrem não são americanos…por isso não faz mal (para eles). Além do mais alguém vai pagar as armas.
Jorge Veiga - Li ali ...um exército eficiente, moderno e agora muito motivado. A qual o autor se refere?
David Ribeiro - Jorge Veiga ... tanto quanto parece refere-se ao russo, só não sei se inclui os mercenários.
Jorge Veiga - David Ribeiro Qe se saiba um exército remendado na liderança e cheio de maçaricos armados e mal, tidos como carne para canhão, é um exército como é dito? Não acredito.
David Ribeiro - Jorge Veiga ... Segundo a Firepower (um portal analítico de 145 forças militares ao redor do mundo, baseado em dados como quantidade de soldados, reservistas, força aérea, equipamentos, orçamento anual militar, entre outros) os Estados Unidos, a Rússia e a China são os países com os exércitos mais poderosos do mundo nos dias de hoje.
Jorge Veiga - David Ribeiro Muita gente só faz uma multidão.
Carlos Miguel Sousa - Não fosse o Miguel Castelo Branco, quem é e eu até comentaria este texto, pois logo na primeira leitura me saltam aos olhos , dois erros crassos de análise. Infelizmente um texto altamente tendencioso e parcial, para quem sabe fazer melhor, diria mesmo muito melhor, mas como foge ao contraditório, tem vindo a perder qualidades. É natural, acontece sempre que nos rodeamos apenas daqueles que pensam como nós.
Assim estamos ao 518.º dia (26jul2023) do conflito Rússia-Ucrânia
EUA anunciam nova ajuda militar à Ucrânia
Por onde eu ando...
Nova Crítca - vinho & gastronomia
PINN (Portuguese Independent News Network)
Meus amigos...
A Baixa do Porto (Tiago Azevedo Fernandes)
Antes Que Me Passe a Vontade (Nanda Costa)
Caderno de Exercícios (Celina Rodrigues)
Cerâmica é talento (Pataxó Lima)
Clozinha/and/so/on (Maria Morais)
Do Corvo para o Mundo!!! (Fernando Pimentel)
Douro de ouro, meu... (Jorge Carvalho)
Douro e Trás-os-Montes (António Barroso)
Escrita Fotográfica (António Campos Leal)
Let s Do Porto (José Carlos Ferraz Alves)
Life of a Mother Artist (Angela Ferreira)
Marafações de uma Louletana (Lígia Laginha)
Matéria em Espaço de Escrita com Sentido (Mário de Sousa)
Meditação na Pastelaria (Ana Cristina Leonardo)
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