No dia do acidente [6.ª feira 7jun2024] publique no Facebook o seguinte:
E fui acrescentando:
* João Furtado, diretor das urgências do Hospital São Francisco Xavier, afirmou que Ana Paula Martins e duas outras pessoas deram entrada na unidade de saúde pelas 20h30. Os feridos, considerados ligeiros, “foram observados, realizaram terapêutica e exames complementares de diagnóstico que não revelaram alterações significativas”. Um dos pacientes, revelou João Furtado, sofreu uma “fratura ligeira”, mas receberá alta em breve. A ministra da Saúde e os restantes feridos vão permanecer sob observação durante a noite de sexta-feira para esta sábado.
* ESTRANHO... Contactado pela Lusa, o comandante dos bombeiros de Torres Vedras, Hugo Jorge, contou que recebeu o alerta para um acidente na A8 (autoestrada que liga Leiria a Lisboa) e que deslocou os meios habituais nestas circunstâncias — duas ambulâncias, uma viatura de desencarceramento e uma viatura de comando — que percorreram a via sem encontrarem o acidente. O responsável disse desconhecer que se trataria de uma viatura governamental. Também o comandante sub-regional do oeste, Carlos Silva, disse que foi percorrida a A8 entre Caldas da Rainha, Torres Vedras e Malveira e que também não foi encontrado qualquer acidente. Será que os eventuais seguranças que seguiriam noutra viatura é que transportaram os acidentados para o hospital em Lisboa?... e também terão dado sumiço à viatura ministerial?... vamos ter "telenovela".
* Na manhã de sábado [8jun2024] ficamos a saber que a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, continua hospitalizada, passou bem a noite e o seu estado de saúde está a ser reavaliado. O seu motorista e assessora já tiveram alta hospitalar. Veio também a saber-se que a Ministra da Saúde foi transportada para um hospital de Lisboa noutra viatura do Ministério da Saúde, uma vez que a secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, também fazia o mesmo trajeto de regresso à capital. O acidente ocorreu na A10, perto do Sobral de Monte Agraço, distrito de Lisboa, e não na Autoestrada do Oeste (A8) como inicialmente tinha sido dito. O acidente não envolveu mais nenhuma viatura.
* A ministra da Saúde teve alta hospitalar na tarde de sábado [8jun2024], após ter estado em observação e realizado alguns exames na sequência do acidente rodoviário que sofreu na sexta-feira, informou a Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental. A ministra da Saúde "apresentava um quadro de traumatismo ao nível dos membros superior e inferior, o que condicionou um período mais prolongado de observação em contexto hospitalar".
* O Ministério da Saúde (MS) admitiu no sábado [8jun2024] que após o acidente sofrido pela ministra Ana Paula Martins, na sexta-feira, houve um erro no pedido de socorro por parte de “um membro do gabinete da secretária de Estado da Gestão da Saúde [SEGS]”, cujo carro seguia atrás do da ministra, ambos vindos de uma cerimónia em Coimbra. “Por lapso, nesse contacto com o INEM foi referida a A8 e não a A10 como o local do acidente”, admitiu o MS. A tutela garante que “esse alerta foi, depois, anulado, uma vez que se considerou que ninguém apresentava ferimentos que justificassem o recurso a meios de emergência médica”. No entanto, os meios foram acionados. Fonte da GNR também confirmou ter recebido o alerta às 19h38. A patrulha do Destacamento de Trânsito de Torres Vedras entrou na A8 e nada encontrou.
Eu e Pedro Duarte fizemos amizade quando ambos integramos a Assembleia Municipal do Porto e por ele mantenho uma profunda admiração... quem não se lembra do "Manifesto X", onde entre outras coisas se defendia "Iniciar um processo de Regionalização que, sem aumento da despesa pública, crie um patamar intermédio (entre Estado Central e poder local) e aproxime as decisões das necessidades das pessoas e territórios". Vou acompanhar com atenção e muito interesse a sua prestação como Ministro dos Assuntos Parlamentares do XXIV Governo.
Elisabete Ferreira - Esse "menino" começou o seu percurso político como presidente da associação de estudantes da Faculdade de Direito da Católica do Porto. Terminou a licenciatura 2 anos antes de mim, creio que em 1997. Desejo-lhe a maior sorte nesta nova etapa, tão difícil como se avizinha...
Jose Luis Soares Moreira - As regiões precisam solução ao seu desenvolvimento, Portugal não é só Lisboa e as grandes Cidades. Vamos então acreditar ser possível.
Expresso 28mar2024
Pedro Duarte, o novo ministro dos Assuntos Parlamentares: de jotinha à Microsoft
Quatro anos à frente da JSD, seguidos de uma subida a secretário de Estado da Juventude de Santana Lopes, num Governo que não durou sequer um ano, fizeram de Pedro Duarte um nome várias vezes apontado ao futuro do partido. Foi deputado em quatro legislaturas, até 2009, afastou-se da ribalta para trabalhar no sector privado, na Microsoft, mas dirigiu pelo meio duas candidaturas de relevo: uma derrotada, de Luís Filipe Menezes à Câmara do Porto, outra vitoriosa, com Marcelo Rebelo de Sousa em 2016. Com Montenegro, Pedro Duarte voltou à linha da frente do partido e passou a coordenar o Conselho Estratégico Nacional (CEN), responsável por criar as bases programáticas com que a AD concorreu às eleições. Dividido em 25 áreas, lideradas por alguns independentes, é do CEN que saíram deputados (Ana Gabriela Cabilhas, Emídio Guerreiro) e que salta uma ministra, a da Justiça, Rita Júdice. Em entrevista ao Expresso no final do ano passado, Pedro Duarte dizia que o rigor orçamental “está na génese do PSD”, mas admitia que esperava encontrar um contexto favorável, que permita “mantendo o equilíbrio, ter uma folga que não existia noutros tempos”. É também com essa ‘folga’ que o PSD conta agora.
Premonições sobre o XXIV Governo
São "muito à direita" e regem-se pelos resultados, "mais do que pelos princípios": como duas ministras [Maria do Rosário Palma Ramalho do Trabalho e Ana Paula Martins da Saúde] podem criar "problemas" a Montenegro. Mas neste executivo de Luís Montenegro, dizem, há mais um nome que comprova essa inclinação para a direita: Nuno Melo, que fica com a Defesa. É pela própria ideologia do partido que lidera, o CDS-PP, mais conservador, que acaba referenciado. Melo “não vai” ser respeitado pelas hierarquias militares. "Com Nuno Melo, e numa altura em que a segurança está em causa, não sei bem se as chefias militares vão reconhecer a autoridade de que necessita”. Em especial numa altura em que se volta a discutir a possibilidade de um serviço militar obrigatório. (in CNNPortugal em 2abr2024).
Gonçalo G. Moura - Tiveste um (des)governo de esquerda durante 8 anos e o problema é haver gente mais à direita (o CDS por exemplo, deixou de ser de "direita" em 1999)... o problema do actual (que toma posse hoje) é a falta de gente à direita, arrisca-se a ser mais do mesmo!
David Ribeiro - Gonçalo G. Moura... haja quem diga onde está o fiel da balança.
Gonçalo G. Moura - David Ribeiro por ti estava entre o PS e o PCP ou o BE? Parece...
David Ribeiro - Nãããã!... O fiel da balança nem sempre está no mesmo sítio, "viaja" de um lado para o outro conforme as lideranças partidárias se posicionam.
Gonçalo G. Moura - David Ribeiro lê o teu próprio texto... aliás a AD renasceu apenas para onPSD poder dizer que não era de esquerda...
David Ribeiro - Gonçalo G. Moura, o que publiquei, como lá está indicado, é uma transcrição de um artigo da CNNPortugal.
Gonçalo G. Moura - David Ribeiro mas subscreves ou não tinhas partilhado sem comentário
David Ribeiro - Não tem a ver com subscrever, Gonçalo G. Moura, mas sim com "Premonições sobre o XXIV Governo". E está a dar uma interessantíssima cavaqueira.
Gonçalo G. Moura - David Ribeiro se as premonições são da esquerda... correm o risco de sair ao lado... o problema é que o Montenegro tem mais medo da Ana Gomes que do Ventura...
Celestino Neves - Meu caro David Ribeiro! São "muito à direita" e não se regem pelos princípios... Opinião bem curiosa a sua, porque, por oposição, Os governos de António Costa terão sido "marcadamente de esquerda" tendo os ditos princípios constituído o seu ADN. É isso? Então deixe-me dar-lhe uma novidade: Neste processo todo de paulatino apodrecimento político a que o "socialismo democrático" nos conduziu e do qual estaremos (?) a iniciar um processo de convalescença(?) fica a faltar a Luis Montenegro um ENORME agradecimento a António Costa, pelos 'casos e casinhos', pela (quase) explícita corrupção dos seus escolhidos, pela vergonha que (quase) nos fez sentir vergonha de sermos portugueses... António Costa é, quer Montenegro o reconheça ou não, o seu melhor amigo e os abraços que têm trocado nos últimos dias, aqui, em Bruxelas ou num qualquer café de uma qualquer esquina de Lisboa, longe de serem 'aqueles' actos de circunstância em circunstâncias análogas, são de facto, pelo menos da parte de Luis Montenegro, profundamente sinceros. O poder, caiu-lhe literalmente no colo e Rui Rio deve estar a roer-se de inveja!
David Ribeiro - Celestino Neves..."Opinião bem curiosa a sua..." - A "opinião" não é minha e como está bem explicito no que publiquei é a transcrição de um artigo publicado na CNNPortugal.
Celestino Neves - David Ribeiro pois... Existe uma regra de ouro para mim: nunca me verão a trascrever na íntegra um qualquer artigo de opinião seja de quem for e depois esconder-me por detrás de um conveniente "in CNN Portugal"... Se não concordo, para quê transcrever o mesmo 'ipsis verbis'? E trascrevendo-o, porque não me demarco de forma clara e de preferência à cabeça, do mesmo?
David Ribeiro - Celestino Neves... a minha posição está bem clara no "titulo" que dei ao que transcrevi: Premonições sobre o XXIV Governo.
Manuel Pizarro é Ministro da Saúde desde 10 de setembro deste ano... e todos sabemos que "Roma e Pavia não se fizeram num dia", mas algo já devíamos estar a ver de diferente nas urgências hospitalares.
JN de 28nov2022 às 12h09
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, admitiu, esta segunda-feira, que o problema das urgências em Portugal é "crónico", esperando que melhore com a abertura de centros de saúde em horários complementares. "Há dificuldades, lamento essas dificuldades, temos de as superar. É um desafio, mas é um desafio sistémico. Temos em Portugal um problema crónico com as urgências. Temos afluxo excessivo às urgências. A culpa é das pessoas? Não acho que seja. Acho que a responsabilidade é a forma como organizamos o sistema. Temos poucas alternativas", disse Manuel Pizarro. O governante acrescentou que o plano de contingência para o inverno prevê a abertura de centros de saúde em horários complementares e avançou que há já 176 centros de saúde que abertos para além do horário normal.
Gonçalo G. Moura - Isso é esperar demasiado de um socialista...
Era previsível... infelizmente.
Dois bebés e uma grávida morreram entre junho e agosto (9 de junho - bebé morre no hospital das Caldas da Rainha. 28 de julho - grávida perde bebé depois de percorrer mais de 100 quilómetros. 27 de agosto - grávida morre enquanto estava a ser transferida por falta de vagas). Mas estes não foram os únicos casos a evidenciar as fragilidades do Sistema Nacional de Saúde (SNS). Os serviços de obstetrícia e ginecologia estão em rutura há vários meses - com médicos internos a ultrapassarem as linhas do trabalho extraordinário - mas agravaram-se desde junho, quando as urgências de vários hospitais anunciaram o fecho durante horas ou dias.
Pedro Santos Guerreiro, diretor executivo da CNN Portugal - "A ministra antecipou-se: não tinha força política para o impacto da morte da mulher grávida que foi mandada de um hospital para outro."
Comunicado do gabinete do primeiro-ministro - António Costa "recebeu o pedido de demissão da ministra da Saúde". O chefe de governo "respeita a decisão e aceita o pedido, que já comunicou ao senhor Presidente da República". António Costa agradeceu "todo o trabalho desenvolvido" por Marta Temido, "muito em especial no período excecional do combate à pandemia da covid-19". Na nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro acrescenta-se que o executivo "prosseguirá as reformas em curso tendo em vista fortalecer o SNS e a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos portugueses".
Sindicato dos Enfermeiros - “Não estávamos à espera. Ficámos surpreendidos, mas parece lógico”.
Sindicato Independente dos Médicos - “Nos últimos meses”, houve uma dissociação da realidade entre Marta Temido e os problemas na Saúde.
Bastonário da Ordem dos Médicos - Miguel Guimarães referiu que para o Ministério da Saúde se pretende "um ministro que faça acontecer e que resolva os problemas que afetam a saúde em Portugal e que de uma forma transversal afetam todos os portugueses". "A saída da senhora ministra do Governo é uma decisão dela e que só ela pode explicar aos portugueses. E só o senhor primeiro-ministro pode explicar porque aceitou de imediato esta demissão".
Luís Paixão Martins - Não interpreto a demissão de Marta Temido como uma vitória dos lóbis sindicais da Saúde. Pela prosaica razão de que as posições destas instituições estão extremadas, são tão partidárias, que não contribuem para influenciar a escolha do sucessor (ou da sucessora). É mais simples (simplista) provocar o desgaste de um membro do governo do que influenciar as políticas do governo. as acredito que os fãs dessas instituições aplaudam.
Raul Vaz Osorio - A Martinha já tinha finalmente percebido que andava a navegar na maionese desde que foi a ministra. Estava à espera de um caso onde não tivesse culpas no cartório para usar como desculpa para sair sem perder a face. Aproveitou-o bem. Já vai é tardíssimo.
Raul Almeida - A grande notícia não é a demissão de Marta Temido. A verdadeira notícia é o facto de ter sido ministra tanto tempo, com um desempenho trágico numa área tão importante como a saúde. Costa tem responsabilidades óbvias nesta tragédia.
Rodrigues Pereira - O Confusionismo. 1. A ministra Temido demitiu-se. 2. Desta vez, o Primeiro-Ministro aceitou a demissão. 3. Porém, exigiu que a demissionária ministra prosseguisse com a criação da entidade que vai administrar "de facto" o Serviço Nacional de Saúde, criando uma espécie de CEO do mesmo. 4. Para tal, teremos a demissionária ministra a exercer, de facto, funções durante mais quinze dias. 5. Quem quer que seja que venha a ser nomeado ministro da Saúde vai, portanto, ser colocado perante um "fait accompli" , algo de difícil explicação (e, para mim, de muito mau gosto). 6. É um facto indiscutível que, com todos os acidentes de percurso que teve, esta ministra desempenhou com êxito (inesperado ?!) o controlo da pandemia, durante mais de dois anos. 7. Também é sabido que a própria pandemia colocou os profissionais de saúde no limite do "burn out", não tendo muitos deles sequer tido férias durante estes últimos dois anos e meio. 8. E que não era possível continuar a exigir tal aos referidos profissionais de saúde. 9. A necessidade de aqueles descansarem e uma péssima gestão das escalas hospitalares conduziram ao estado pré-caótico em que se encontra o SNS, com urgências a encerrarem e até mortes que poderiam ter sido evitadas. 10. O estado mais ou menos de graça (não é piada) em que até há uns tempos se encontrava Marta Temido, resvalou rapidamente - muito à boa maneira portuguesa - para o epíteto "de bestial a besta". 11. Fica, pois, claríssimo que a ministra não tinha quaisquer condições de continuar no cargo e que a sua saída peca por tardia. 12. Não se pode ser Ministro da Saúde CONTRA os médicos e enfermeiros. Dá sempre mau resultado. Nem, tampouco, CONTRA as instituições privadas de saúde. Marta Temido sabia-o, mas fez orelhas moucas: tratou os profissionais de saúde abaixo de cão e desprezou as instituições privadas de saúde. Ficou sem interlocutores ... 13. Não sei que coelho irá António Costa retirar da cartola. Sei que, o mais fácil, é apostar tudo na "evolução na continuidade", nomear o tal CEO do SNS aconselhado por Marta Temido e promover Lacerda Salles a ministro. 14. E o que é que isto iria melhorar/alterar ? Pois a meu ver, absolutamente nada ! 15. Precisa-se de sangue novo , de gente com provas dadas (e há alguns) e de cessarmos de colocar as ideologias políticas à frente do bem-estar dos cidadãos. 16. Aqui bem perto, no Porto, temos alguém que preenche estes requisitos : Chama-se Fernando Araújo, é professor da Faculdade de Medicina e Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário São João. A ver vamos ...
Um ano e nove meses passados não retiro uma vírgula ao que escrevi em finais de novembro de 2020 sobre Marta Temido:
Durante a primeira vaga desta pandemia várias vezes elogiei a ministra Marta Temido pela forma como estava a gerir o SNS no “ataque” ao vírus SARS-CoV-2, mas nesta segunda vaga parece-me ter falhado redondamente. Vejamos o que esta semana nos disse sobre o número de camas nas unidades de cuidados intensivos – dobraram as camas em UCI – mas ao que consta as camas existem, não havendo porém pessoal qualificado suficiente para as tornar operacionais. Poder-se-ão desviar médicos, enfermeiros e demais técnicos hospitalares de outros serviços, mas quem vai “pagar” vão ser os doentes doutras patologias. Também a vacinação contra a gripe foi um desastre, havendo neste princípio de dezembro milhares de portugueses à espera de uma vacina. Há quem diga que no meio de uma batalha não se mudam os generais… mas mais vale um simples mas bom sargento do que um mau oficial superior. É verdade que a manta é curta e se a puxarmos para cima ficam os pés de fora e se taparmos os pés apanhamos frio na cabeça... mas já vamos no oitavo mês de pandemia pelo que já era exigida uma outra forma de "atacar" as dificuldades. Esperemos que a prometida vacinação contra a Covid-19 não seja um desastre... para já algumas afirmações e logo de seguida os desmentidos, não auguram nada de bom.
Altino Duarte - Sinceramente, caro David Ribeiro, não entendo a razão porque faz referência ao que escreveu em 2020 sobre Marta Temido e ao que diz "não retirar uma vírgula"...
David Ribeiro - Altino Duarte ... Unicamente porque continuo a pensar que já teve melhores dias no Ministério da Saúde.
Tudo leva a crer que a morte de uma grávida de 34 anos, depois de ter sido transferida do Hospital de Santa Maria para São Francisco Xavier devido à falta de vagas na neonatologia, foi a “gota de água” que provocou a demissão da ministra da Saúde Marta Temido, num “copo já cheio” de vários episódios, por vezes difíceis de entender, durante a crise das urgências obstétricas e pediátricas encerradas por falta de profissionais. E como é uso dizer-se “rei morto rei posto”... só que o Primeiro-ministro diz que ainda não tem um nome pensado para o lugar de Temido, sendo que a sua substituição será feita “quando for oportuno”, demonstrando a ideia de que demorará a escolher o próximo ministro. António Costa afirmou hoje que “Marta Temido tinha em curso respostas importantes para o SNS, e nós vamos prosseguir essas reformas", o que torna claro que as "políticas não vão mudar”. E isto é que me preocupa, pois o passado recente não me garante estar o problema nas “pessoas”, mas sim nas “ideias”.
O Ministério Público abriu, esta terça-feira, um inquérito à morte da grávida que foi transferida do Hospital de Santa Maria para o São Francisco Xavier, em Lisboa, confirmou a Procuradoria-Geral da República. "Confirma-se a instauração de inquérito, no âmbito do qual o Ministério Público determinou a realização de autópsia médico-legal". Já esta terça-feira a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) tinha anunciado uma investigação às circunstâncias da morte.
O Sérgio não é "cartilheiro"... o Sérgio é um socialista sério e assertivo nas suas afirmações.
Sérgio Sousa Pinto, deputado do PS e presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros no Parlamento português, defende demissão de Marta Temido: "País já não tem confiança na ministra". Em programa de comentário na CNN, Sousa Pinto foi taxativo: o país "já não tem confiança" em Temido e não acredita que venha a ser "protagonista" de reformas no SNS. É a primeira voz no PS a fazê-lo. É uma crítica rara vinda do próprio partido - e é, de resto, frequente que a oposição nem sequer se atravesse a defender demissões de membros do Governo e argumente que esse tipo de decisões pertence ao primeiro-ministro, ou que não se resolvem com uma mudança de protagonistas. Na passada quarta-feira, a ministra da Saúde anunciou a criação de uma comissão de acompanhamento de resposta em urgência de Ginecologia-Obstetrícia e Bloco de Partos, para garantir o atendimento atempado dos utentes em caso de emergência. As críticas à gestão do Sistema Nacional de Saúde intensificaram-se há uma semana, quando uma grávida que se dirigiu ao hospital das Caldas da Rainha numa altura em que a urgência de Obstetrícia estava encerrada acabou por perder o bebé.
“E então? Era o que faltava agora andar a seguir as opiniões do Sérgio Sousa Pinto”, disse o primeiro-ministro quando confrontado com declarações do deputado socialista que pediu a demissão de Temido.
A Ministra da Saúde poderá ter cometido muitos erros na gestão desta pandemia (quem não teria cometido?) mas o seu apelo na segunda-feira no Parlamento, é muito sério: “Os próximos dias são duríssimos, por favor ajudem-nos todos”.
Dados atualizados ao dia de hoje - 21jan2021
Apelo do Dr. José Ramos Alves, reputado médico pediatra do Porto
O Governo anunciou hoje o encerramento das escolas por 15 dias
"Face à estirpe e velocidade de propagação, o princípio da precaução leva à interrupção de todas as atividades letivas", compensadas no calendário escolas posteriormente. Pais de crianças até 15 anos terão faltas justificadas, as escolas de acolhimento ficarão abertas para filhos de pais que trabalhem em serviços essenciais, assim como continuará a ser prestado o apoio alimentar.
Durante a primeira vaga desta pandemia várias vezes elogiei a ministra Marta Temido pela forma como estava a gerir o SNS no “ataque” ao vírus SARS-CoV-2, mas nesta segunda vaga parece-me ter falhado redondamente. Vejamos o que esta semana nos disse sobre o número de camas nas unidades de cuidados intensivos – dobraram as camas em UCI – mas ao que consta as camas existem, não havendo porém pessoal qualificado suficiente para as tornar operacionais. Poder-se-ão desviar médicos, enfermeiros e demais técnicos hospitalares de outros serviços, mas quem vai “pagar” vão ser os doentes doutras patologias. Também a vacinação contra a gripe foi um desastre, havendo neste princípio de dezembro milhares de portugueses à espera de uma vacina. Há quem diga que no meio de uma batalha não se mudam os generais… mas mais vale um simples mas bom sargento do que um mau oficial superior.
David Ribeiro - Sim, Altino Duarte, isso que diz é tudo verdade... mas uma das funções de um ministro é criar condições para funcionar todo o seu ministério e para isso a Saúde tem uma estrutura (pesada) espalhada por todo o país. Como várias vezes já se verificou o centralismo do Terreiro do Paço não consegue chegar à população. Ainda há pouco tempo e na impossibilidade de marcar uma consulta urgente para a minha mulher (dois meses com telefonemas e e-mails não respondidos) vi-me na necessidade de reclamar à Entidade Reguladora da Saúde... curiosamente (ou não) dois dias depois estavam a marcar-me a consulta. Isto não pode continuar assim.
Situação hospitalar em Portugal
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