"Devido à velocidade da luz ser superior à do som, algumas pessoas parecem inteligentes até as ouvirmos."
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China anunciou esta quinta-feira [11mai2023] que o seu representante especial dos assuntos euro-asiáticos, embaixador Li Hui, vai visitar a Ucrânia e a Rússia a partir da próxima segunda-feira. O roteiro conta ainda com passagens pela Polónia, França e Alemanha e tem como objetivo "reforçar a promoção das conversações de paz". No mês passado, o presidente chinês, Xi Jinping, prometeu a Zelensky, numa chamada telefónica, que enviaria uma delegação à região para ajudar a facilitar as negociações de paz. Foi a primeira vez que os dois presidentes falaram desde a invasão russa da Ucrânia.
Está cá a parecer-me que as intervenções destes dois - José Milhazes e Nuno Rogeiro -, praticamente diárias nos noticiários da SIC, são uma completa patetice.
David Ribeiro - Em finais do ano passado questionei Nuno Rogeiro sobre: "Gostava de saber porque é que o Nuno Rogeiro, por quem me habituei a ouvir/ler com atenção o que diz/escreve, diz "Kyiv", em vez de Kiev; "Moldova" em vez de Moldávia... é que não acredito que diga "London" em vez de Londres. Antecipadamente grato pela sua resposta." Mas a resposta, até hoje, ainda não chegou.
O Presidente da Ucrânia chegou a Roma durante a manhã deste sábado para encontros com o seu homólogo italiano, Sergio Matarella, e com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, na sua primeira visita a Itália desde o início da invasão russa a 24 de fevereiro de 2022. O Vaticano confirmou também, antes de chegada de Zelensky, um encontro durante a tarde entre o Presidente ucraniano e o Papa Francisco. "Hoje, em Roma, vou reunir-me com o Presidente de Itália, Sergio Mattarella, com a primeira-ministra, Giorgia Meloni, e com o Papa. Uma importante visita para a vitória de Ucrânia", escreveu o Presidente ucraniano nas redes. Será o primeiro encontro de Zelensky e do papa desde que começou a guerra, apesar de ambos já se conhecerem, porque Francisco recebeu, em audiência, o Presidente ucraniano em 08 de fevereiro de 2020.
O encontro do Presidente da Ucrânia com o Papa na deslocação a Itália decorreu esta tarde e começou com um cumprimento simples: Papa Francisco - "Grazie per la visita". Zelensky - "Un grande onore essere qui". O Papa Francisco ofereceu ao presidente ucraniano Zelensky uma pequena escultura representando um ramo de oliveira, símbolo da paz. Por seu lado o presidente ucraniano deu ao Papa um ícone da Madona [Nossa Senhora] pintado nos restos de um colete à prova de balas.
15h56 de 24mar2021 - Google News
Grupos armados atacaram nesta quarta-feira a cidade de Palma, no norte de Moçambique, o centro urbano mais próximo de empreendimentos do setor de gás no país, avaliados em cerca de 51 mil milhões de euros. Segundo a agência Reuters, duas fontes confirmaram os ataques, que estão acontecendo a uma distância cada vez menor dos empreendimentos, que já tiveram que ser paralisados por problemas de segurança. A cidade de Palma está situada a menos de 25 quilômetros de um campo de construção de empreendimentos de gás liderados por grandes empresas petrolíferas, como a francesa Total. O ataque aconteceu no mesmo dia em que a empresa francesa anunciou que retomaria gradualmente as obras no local, após suspendê-las devido aos ataques nas proximidades.
20h30 de 26mar2021 – Nuno Rogeiro no Facebook
Uma coluna de 23 veículos da ONU acaba de chegar a Pemba, incólume, vinda do Norte de Cabo Delgado, onde recolheu pessoal de vários programas de assistência em zonas atacadas. Quanto à vila-mártir de Palma, continuam intensos combates. A situação mais grave era no hotel Amarula: o recinto vinha sendo flagelado por fogo do Daesh, e o perímetro de segurança foi violado. Entretanto, a evacuação foi-se dando, discreta e com sucesso, embora haja um problema maior a lamentar (PS 2). A propósito da ONU: uma iniciativa urgente sobre o que se passa era necessária. Para ontem.
PS- Ministérios da Defesa Nacional de Portugal e Moçambique e Primeiro Ministro português estiveram em teleconferência
PS2- Desde as 14.00 de Lisboa que circulam muitos relatos sobre o destino das pessoas que decidiram sair do Hotel Amarula. Há pelo menos três grupos distintos. Podemos confirmar, para já, infelizmente, cinco mortos, todos moçambicanos.
PS3- Ofensiva militar em curso, ou para muito breve. Esperemos que com resultados.
PS4- Não se confirma o boato da tomada de navios reféns pelo bando atacante.
11h20 de 27mar2021 - LUSA
Acaba de ser noticiado pela LUSA que um português ficou gravemente ferido numa operação de resgate de Palma, vila sob ataque de rebeldes armados desde quarta-feira, junto aos projetos de gás natural de Cabo Delgado, norte de Moçambique. O ferido está a caminho de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, 250 quilómetros a sul, por via aérea, a partir do aeródromo do recinto do projeto de gás natural, na península de Afungi, para onde foi resgatado juntamente com outras pessoas.
18h00 de 27mar2021 - Expresso
"A situação neste momento é crítica em Palma. Estamos sob ataque desde ontem, quando eles começaram a atacar pessoas com catanas, a partir das 15h foi ataque armado, já estamos há 24 horas sob fogo cruzado. Não sabemos como a gente vai sair daqui. Não sabemos se vamos chegar ao mar, se vamos ser evacuados, quando, a que horas, como e por quem”. O relato é de um dos cidadãos que se refugiaram no hotel Amarula Lodge, em Palma, na província moçambicana de Cabo Delgado. “Os helicópteros estão a sobrevoar a zona do Amarula Hotel para terem a certeza de que a estrada está livre para a gente tentar chegar até à praia para apanhar um batelão, mas conforme estão a ouvir não sabemos se será possível. A situação está crítica. Não temos comida, só temos água. Então… seja o que Deus quiser, seja o que Deus quiser”, relata o cidadão retido no hotel, cuja identidade o Expresso não conseguiu apurar.
O projeto Mozambique LNG, liderado pela Total, é um dos maiores investimentos em curso em Moçambique, envolvendo várias outras empresas, como a japonesa Mitsui, a tailandesa PTTEP (dona da portuguesa Partex, comprada à Fundação Calouste Gulbenkian), entre outras empresas. Paralelamente, também na região Norte de Moçambique, em Cabo Delgado, um outro consórcio, a portuguesa Galp integra com uma participação de 10% o projeto da Área 4, para a produção de gás natural no offshore moçambicano. Este consórcio é liderado pela ExxonMobil e Eni, contando ainda com participações da chinesa CNPC, da coreana Kogas e da moçambicana ENH.
10h58 de 28mar2021 - Miguel Prado, jornalista do Expresso
“Estamos a trabalhar em Palma há sete anos. A insegurança começou há três anos. A partir daí nunca ninguém dormiu descansado”, conta ao Expresso António Silva, um empresário natural da região de Pombal que há vários anos se instalou em Pemba, mais de 400 quilómetros a sul da região onde na quarta-feira um grupo rebelde se instalou e deixou um rasto de sangue e destruição, levando ao resgate de centenas de pessoas por barco e via aérea. .../... acrescenta, “a verdade nunca se vai saber”. Conta-nos que “os ataques começaram com catanas e quando os militares reagiram começou a haver troca de tiros”. Dos contactos que teve, indica que “há muitas mortes, mas ninguém sabe quem é que são”. “Houve gente decapitada”, aponta o empresário que o Expresso ouviu por telefone na manhã deste domingo. A empresa de António Silva, a ZAT, dedica-se à construção e logística, e tinha mais de três dezenas de funcionários em Palma na altura dos ataques, que começaram na quarta-feira. O empresário conseguiu resgatar todos os seus funcionários, 32 moçambicanos e três portugueses. A maior parte foram transportados para Pemba de barco e alguns por avião. .../... Segundo António Silva, na altura dos ataques haveria cerca de 15 portugueses em Palma, entre os mais de mil expatriados que aí estavam a trabalhar em vários negócios. Aquela vila tem atraído diversas empresas e prestadores de serviços, muitos deles ancorados no projeto de produção e liquefação de gás natural. .../... várias empresas portuguesas estão presentes em Palma, como as construtoras Mota-Engil e Gabriel Couto.
18h40 de 28mar - Nuno Rogeiro no Facebook
Deslocados da zona de violência em Cabo Delgado chegam a Pemba. São perto de mil e quinhentos e estão agora sob vigilância apertada, pois há um grande receio que sejam falsos deslocados, espiões ou sabotadores. Uma grande insegurança mantem-se no Norte de Moçambique.
19h55 de 28mar - LUSA
O português ferido nos ataques de grupos armados à vila de Palma, Moçambique, foi transferido para Joanesburgo, na África do Sul, para tratamento médico, confirmou este domingo à agência Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O gabinete de Augusto Santos Silva fez saber ainda que vai continuar "a acompanhar" a situação, sem adiantar para já outros pormenores. O Presidente da República já tinha aludido este domingo à retirada do português para a cidade sul-africana, numa nota a propósito de uma conversa que manteve com a mulher do ferido.
01h46 de 29mar2021 - JN/The Guardian
Pelo menos 60 pessoas, na maioria estrangeiros, estão desaparecidas desde que os militantes islamitas atacaram uma coluna de viaturas civis que fugia dos confrontos armados em Palma. Governo confirma dezenas de mortos. Segundo as gravações das Forças de Segurança (FDS), a que o jornal britânico "The Guardian" teve acesso, e que descrevem o que aconteceu após o ataque a Palma, apenas sete dos 17 veículos da coluna que fugiu da cidade, conseguiram chegar a uma zona segura na sexta-feira. Todos os que viajavam nos outros veículos estão presumivelmente mortos, diz aquele jornal britânico. Não foi possível perceber, ainda, se estas eventuais vítimas mortais estão incluídas entre as dezenas de mortos confirmados, este domingo, pelo Ministério da Defesa moçambicano.
15h35 de 29mar2021 - JN
O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou esta segunda-feira o controlo da vila de Palma, no extremo norte de Moçambique, que foi atacada na quarta-feira passada. A agência oficial do grupo terrorista, a Amaq, divulgou imagens da vila e reivindicou a ocupação do capital do distrito, junto à fronteira com a Tanzânia.
21h15 de 29mar2021 . Expresso
O Governo português vai enviar cerca de 60 militares para reforçar a ajuda na formação das forças especiais moçambicanas. “Está em planeamento o reforço da cooperação técnico-militar bilateral com Moçambique, no quadro do qual cerca de 60 militares portugueses vão contribuir para a formação de forças especiais moçambicanas”, pode ler-se na resposta enviada ao Expresso. “No quadro da União Europeia, na sequência da missão política realizada em janeiro passado e liderada pelo MNE português, decorrem os trabalhos de preparação do incremento da cooperação europeia na dimensão da segurança, possivelmente através quer de apoio em equipamento, quer de apoio em formação”, acrescenta ainda.
07h50 de 30mar2021 - Jornal de Angola
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, reuniu-se sábado à noite, de emergência, com altos responsáveis da Defesa devido ao ataque no Norte de Moçambique que resultou na ocupação da cidade de Palma e na morte de, pelo menos, um sul-africano, além de vários desaparecidos, noticiou a televisão estatal, que admite a hipótese de uma intervenção militar caso ela seja solicitada pelas autoridades de Maputo.
8h36 de 30mar2021- TSF
Palma é neste momento uma vila isolada e deserta, de onde até os gritos de desespero demoram a fazer-se ouvir. A comunicação está cortada, mas os focos de fumo, espalhados pelo território, comunicam a devastação. A vila no Norte de Moçambique foi esta manhã sobrevoada pela investigadora Zenaida Machado, responsável da organização Human Rights Watch nos territórios de Angola e Moçambique, e é esta a paisagem que descreve, em entrevista à TSF. "Alguns jornalistas tiveram oportunidade de sobrevoar Palma e contam-nos que a cidade está completamente deserta", começa por dizer a representante do grupo ativista, que dá ainda conta de "focos esporádicos de tiros, que provavelmente são dos grupos armados a tentarem afugentar os soldados, ou então dos soldados a repelirem-nos".
15h56 de 30mar2021 - JN
Centenas de pessoas estão a chegar a Pemba, fugidos do horror dos ataques a Palma. Os sobreviventes, que chegam a pé, por mar e também por via aérea, dizem que "morreu muita gente" devido à ofensiva jiadista.
Diz-nos Marcelo Mosse, jornalista e escritor moçambicano...
Detalhes do ataque à Palma: De como os terroristas ludibriaram as FDS para alcançarem o centro da vila
Ontem [24mar2021], para lograr entrar em Palma, os “insurgentes” usaram uma tática. Bloquearam o cruzamento de Pundanhar para impedir que as FDS se reforçassem com tropa instalada em Mueda e atacaram a aldeia de Manguna. Porquê Manguna? Porque daqui o único sentido de refúgio da população seria correr em debandada para Palma. Desde há uns meses que Palma é quase que uma vila e sitiada – e só entra lá quem tenha consigo uma espécie de “guia de marcha”. Com tiros no ar e gente em fuga, esses procedimentos são letra morta.
Foi justamente isso que aconteceu. Por volta das 16 horas, os atacados de Manguna estavam a chegar a Palma com suas trouxas. Era uma situação de emergência. Devido ao ataque, as FSD foram mobilizadas para Manguna, deixando Palma de portas abertas e com proteção diminuída. Os terroristas tinham-se infiltrado no seio dos fugitivos de Manguna, entrando também em Palma com suas mochilas armadas. Dentro de Palma, abriram as mochilas, sacaram das armas e desataram a atacar alvos militares e civis.
O centro dos combates localizou-se na zona da Igreja Católica. Desconhece-se ainda a magnitude dos danos e perdas humanas e de um propalado ataque ao balcão do BCI. Ontem [24mar2021], por volta das 16 horas, a rede da Vodacom foi cortada. Tudo feito milimetricamente. Houve disparos contra a uma avioneta que descia para o aeródromo local.
Hoje [25mar2021], por volta das 10 horas da manhã, quem estivesse refugiado no principal hotel da cidade (que possui um heliporto) podia ouvir tiros dispersos. Estima-se que pouco mais de 100 terroristas estiveram envolvidos neste ataque, cujas características mostram que foi planeado com muita antecedência e... inteligência militar.
Os mercenários da DAG foram envolvidos nos combates, lançando bombas contra os terroristas. Hoje [25mar2021], um helicóptero da DAG, de 6 lugares, começou a evacuar as cerca de 200 pessoas que receberam a guarda do referido hotel para o acampamento da Total em Afungi. São os expatriados quem tem acesso aos voos, mas também moçambicanos funcionários da banca. Esta tarde [25mar2021], o exército mandou reforços de Maputo para Palma, incluindo fuzileiros navais. "Carta" obteve estes detalhes de várias fontes.
Quando tiverem uns minutos livres dediquem-nos a uma profunda reflexão sobre os gravíssimos problemas que estão a viver os moçambicanos de Cabo Delgado. Felizmente a comunicação social portuguesa já tem publicada alguma matéria sobre este flagelo.
20h30 de 26mar2021 – Nuno Rogeiro no Facebook
ÚLTIMA HORA (EM ACTUALIZAÇÃO)
Uma coluna de 23 veículos da ONU acaba de chegar a Pemba, incólume, vinda do Norte de CD, onde recolheu pessoal de vários programas de assistência em zonas atacadas.
Quanto à vila-mártir de Palma, continuam intensos combates.
A situação mais grave era no hotel Amarula: o recinto vinha sendo flagelado por fogo do Daesh, e o perímetro de segurança foi violado. Entretanto, a evacuação foi-se dando, discreta e com sucesso, embora haja um problema maior a lamentar (ver PS2).
A propósito da ONU: uma iniciativa urgente sobre o que se passa era necessária. Para ontem.
PS- MDN's de Portugal e Moçambique e PM português estiveram em teleconferência
PS2- Desde as 14.00 de Lisboa que circulam muitos relatos sobre o destino das pessoas que decidiram sair do Hotel Amarula. Há pelo menos três grupos distintos. Podemos confirmar, para já, infelizmente, cinco mortos, todos moçambicanos.
PS3- Ofensiva militar em curso, ou para muito breve. Esperemos que com resultados.
PS4- Não se confirma o boato da tomada de navios reféns pelo bando atacante.
Continua a haver dúvidas se foi ou não um ataque terrorista o que aconteceu ao fim do dia de segunda-feira em Berlim, quando um camião com matrícula polaca irrompeu num mercado de Natal na Breitscheidplatz, provocando a morte a 12 pessoas e cerca de 50 feridos, alguns em estado grave. As autoridades alemãs inicialmente disseram que o condutor do camião era um refugiado de 23 anos, de origem paquistanesa, sem antecedentes relacionados com terrorismo, que chegou à Alemanha a 31 de dezembro de 2015 e que se fixou em Berlim há cerca de dez meses. Este indivíduo tinha sido detido pouco depois do ataque, mas negou sempre as acusações de que era alvo, tendo posteriormente a polícia assumido que tinha detido o homem errado e que continuava à procura do autor do atentado. Aguardemos… mas a pressa nunca foi boa conselheira e a polícia alemã espalhou-se ao comprido neste trágico dia.
10h00 de 21Dez2016
Ainda há muito por averiguar (ou tornar publico) no que se refere ao que aconteceu em Berlim na segunda-feira ao fim do dia. De concreto sabe-se que um camião saiu da estrada e entrou numa zona pedonal na praça Breitscheidplatz, em Berlim, onde estava instalado um mercado de Natal. O resultado trágico foi de 12 mortos e 48 feridos. Inicialmente as autoridades alemãs evitaram usar expressões como “ataque terrorista” e só na terça-feira pela manhã, o ministro do Interior alemão Thomas de Maizière confirmou que o incidente se tratava de um atentado. Angela Merkel falou ao país e disse: “Há muito que ainda não sabemos com suficiente clareza, mas temos de assumir que foi um ataque terrorista”. Nessa mesma noite de segunda-feira, foi detido um suspeito de estar envolvido no atentado, um paquistanês de 23 anos, que segundo o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, não tinha antecedentes relacionados com terrorismo. O suspeito negou sempre o envolvimento no ataque e o chefe da polícia de Berlim, Klaus Kandt, acabou por anunciar que não era possível confirmar se o indivíduo detido era o condutor do camião, como anteriormente se pensara, ficando no ar a possibilidade de o verdadeiro responsável pelo morte de 12 pessoas ainda estar em fuga. O paquistanês foi libertado. O homem de origem polaca morto no ataque com um tiro e encontrado pela polícia dentro do camião foi identificado como Lukasz Urban, tinha 37 anos e era da zona da ocidental da Polónia, perto da fronteira com a Alemanha, não estando ainda oficialmente confirmado se era o condutor a quem o camião estava confiado, embora tudo leve a crer que sim.
Comentário no Facebook às 13h30 de hoje
«Nuno Rogeiro» - A polícia alemã procura este homem, suspeito de ter sido o responsável pelo ataque do Daesh a Berlim. Ananis (ou Anis) A., tunisino, de 23 anos, nascido em Tataouine, Pediu asilo em 2016, foi rejeitado, mas conseguiu autorização de permanência temporária no Norte do Reno-Vestfália. Estava associado ao pregador Abu Walaa, preso em Novembro. Detido em Friedrichshafen, já este ano, com um passaporte falso italiano, mas outra vez libertado. Detido em Dortmund, suspeito de preparar um ataque, mas solto por falta de provas. Vivia no campo de refugiados de Emmerich am Rhein, perto da fronteira holandesa, em Kleve. Tinha iniciado um outro processo de asilo. A sua história alemã parece ser isso: uma longa série de actos preparatórios. Está ferido, é perigoso, está armado.
O que se sabe, ou se supõe: Anis Amri matou o motorista polaco do camião Scania, que tentou opôr-se ao acto selvagem. Usou uma pistola de calibre 5.6 mm/0.22 e uma faca. Ficou também ferido na luta. As amostras de ADN levaram a polícia a juntar as peças que faltavam. Um documento encontrado na cabine completou o puzzle. A presunção é de que tudo tenha sido planeado pelo alegado «comando» da Daesh na Alemanha, controlado por um grupo que veio da Síria, pela «rota balcânica».
100 mil euros de recompensa. Que devem ser vistos como incentivo a que o fugitivo, e a sua célula, sejam neutralizados. Mas isto põe em causa tantas coisas sobre a parte securitária do asilo, o problema dos bancos de dados Schengen, da vigilância por CCTV, da relação entre BND, BFV, BKA e polícias federais e estaduais, e destas com os grupos de intervenção (SEK, GSG9, etc), que estamos só perante um começo.
Expresso, 11h54 de 23Dez2016
Ministro italiano confirma que suspeito de atentado em Berlim foi abatido pela polícia
Anis Amri, o tunisino suspeito de ter conduzido o camião que abalroou o mercado de natal da Breitscheidplatz, em Berlim, foi abatido esta sexta-feira pela polícia italiana, em Milão. A notícia foi avançada pela agência Reuters e confirmada esta manhã pelo ministro do Interior italiano, numa conferência de imprensa.
De acordo o ministro Marco Minniti, o suspeito foi abatido pela polícia depois ter disparado contra um agente das forças de segurança, num controle de segurança em que lhe pediram que mostrasse o seu documento de identificação, às 3h desta madrugada.
O polícia atingido ficou ferido sem gravidade e encontra-se internado no hospital. “Não há qualquer dúvida de que o homem abatido pela polícia é o mesmo que era procurado pelas forças policiais alemãs”, suspeito de ser responsável pelo ataque que provocou a morte de 12 pessoas e feriu outras 46 num mercado em Berlim, disse o ministro. Numa mensagem publicada no Facebook, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi elogiou as forças de segurança italianas pela sua “qualidade extraordinária e profissionalismo”.
De acordo com a agência Ansa, Anis Amri foi abatido pela polícia em frente à estação de Sesto San Giovanni, em Milão. O seu irmão Abdelkader Amri, que esta semana disse aos jornalistas, a partir da casa da família na Tunísia, que acreditava na inocência de Anis e que ele saiu de casa “por razões económicas, para trabalhar e ajudar a família” e não por causa do terrorismo, disse esta manhã estar “chocado” com o sucedido e recusou-se a prestar mais declarações sobre o assunto.
Na quinta-feira, as autoridades confirmaram ter encontrado impressões digitais de Amri dentro do camião usado para executar o ataque, que foi reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico (Daesh). Perante isto, o ministro alemão do Interior informou que Amri é, “com alta probabilidade”, o autor do atentado de Berlim.
“Podemos dizer-vos hoje que há provas adicionais de que este suspeito é com alta probabilidade o autor” do atentado, disse Maizière esta quinta-feira, durante uma visita às instalações em Berlim do Departamento Federal de Investigação Criminal (BKA). “Foram encontradas impressões digitais na cabina e há outras indicações adicionais que sugerem isto”, disse ainda. “É crucial que a caça ao homem seja concluída tão depressa quanto possível”, acrescentou o ministro.