A invasão russa da Ucrânia despoletou uma grande e importante ação diplomática no seio da Aliança Atlântica, pois nem todos parecem estar de acordo quanto à adesão da Finlândia e da Suécia à NATO. Neste momento temos a Hungria (aderiu à Aliança em 1999) e a Turquia (não sendo fundadora está na Aliança desde 1952) a colocarem sérias reservas ao alargamento da NATO aos dois Estados Bálticos. Não vai ser tarefa fácil, até porque as lideranças atuais da Hungria e Turquia não têm nada a ver com as do tempo em que entraram para a Aliança, nem o mundo é o mesmo.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse no sábado passado [21mai2022] que Ancara não olharia "positivamente" para as propostas da Suécia e da Finlândia ingressarem na NATO, a menos que suas preocupações fossem abordadas, apesar do amplo apoio de outros aliados, incluindo os Estados Unidos. A Turquia há muito acusa os países nórdicos, em particular a Suécia, que tem uma forte comunidade de imigrantes turcos, de abrigar rebeldes curdos fora da lei, bem como apoiantes de Fethullah Gülen, o pregador dos EUA procurado pelo fracassado golpe de 2016.
Viktor Orban é o líder europeu mais próximo de Putin e a oposição do primeiro-ministro húngaro ao alargamento da NATO tem muito a ver com a sua discordância das sanções ao petróleo russo, do qual a Hungria é altamente dependente.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse na passada 6.ª feira [20mai2022] que Moscovo lançará 12 unidades e divisões militares na região oeste em resposta às pretensões da Suécia e Finlândia ingressarem na Aliança Atlântica. Essas ameaças também incluem os Estados Unidos que têm aumentado os voos estratégicos de bombardeiros, enviado navios de guerra para o Mar Báltico e intensificando os exercícios de treino na região com seus parceiros da NATO. “A tensão continua a crescer na zona de responsabilidade do Distrito Militar do Oeste. Estamos tomando contramedidas adequadas”, disse Shoigu.
Alemanha, França e Itália já fazem propostas de abertura a Moscovo
"(...) Uma grande preocupação é que vitórias militares ucranianas possam desestabilizar a Rússia, tornando-a ainda mais imprevisível e colocando uma normalização das ligações energéticas ainda mais fora de alcance. É por isso que algumas capitais da Europa Ocidental, de forma silenciosa, já trabalham numa resolução “salvando a face” para o conflito, mesmo que isso custe algum território à Ucrânia. Mesmo que Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz tenham dito repetidamente que caberia à Ucrânia determinar as condições para a suspensão das hostilidades, eles recentemente enfatizaram sua preferência por um cessar-fogo, mais cedo ou mais tarde. (...)"
Leiam o artigo completo aqui
As sanções do Ocidente a Moscovo, são o que são... mas a verdade é que a recuperação do rublo já levou a moeda russa para 30% mais forte em relação ao dólar do que era antes da Rússia invadir a Ucrânia.
As receitas de petróleo da Rússia dispararam 50% este ano, isto apesar das sanções aprovadas pelos Estados Unidos da América e pelo Reino Unido. Apesar da sua vontade de reduzir a dependência do petróleo russo, a União Europeia manteve-se como o principal mercado das exportações russas em abril, pesando 43% no total. Moscovo ganhou 20 mil milhões de dólares por mês este ano com a venda de crude e de produtos refinados, a um ritmo de oito milhões de barris por dia, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA), citadas pela “Bloomberg”.
Dias depois de ter proposto um embargo a todo o tipo de petróleo russo, na sequência da invasão militar da Ucrânia, a União Europeia aponta que “o investimento total necessário para garantir a segurança do aprovisionamento de petróleo deverá ascender a entre 1,5 e dois mil milhões de euros”. Bruxelas admite que “a dependência dos combustíveis fósseis russos estende-se também ao petróleo bruto e aos produtos petrolíferos”, mas “enquanto na maioria dos casos o mercado mundial permite uma substituição rápida e eficaz, alguns Estados-membros dependem mais do petróleo russo”.
As negociações entre os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) para a implementação de um novo pacote de sanções contra a Rússia estão num impasse, com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a admitir dificuldades em garantir o apoio da Hungria à proposta de embargo do petróleo russo. O sexto pacote de sanções proposto pela Comissão Europeia há duas semanas prevê a eliminação total e gradual da importação do petróleo russo até ao final do ano, tendo em vista a redução da dependência energética europeia em relação a Moscovo. Mas a Hungria tem vindo a manifestar-se contra esta medida, mesmo com a possibilidade de um ano suplementar de transição para o país - e para a Eslováquia, ambos países que não têm acesso ao mar, podendo apenas receber petróleo através de oleodutos e da Rússia, o que, alegam, põe em causa a segurança energética dos seus países. Face a esta intransigência de Budapeste, a Comissão Europeia estará a negociar com o governo de Viktor Órban um programa de investimento comunitário para ajudar a reduzir a dependência energética do país em relação à Rússia. Bruxelas espera, desta forma, conseguir ultrapassar o veto húngaro à proposta de embargo ao petróleo russo “nos próximos dias”, abrindo assim caminho para a aprovação do sexto pacote de sanções contra Moscovo.
A Gasum, empresa de energia estatal finlandesa, informou hoje que a Rússia cortará os fluxos de gás natural para a Finlândia no dia de amanhã, sábado 21mai2022. No entanto a Gasum continuará a fornecer gás natural aos clientes finlandeses através do gasoduto Balticconnector que liga a Finlândia à Estónia.
A China está a aumentar discretamente as compras de petróleo da Rússia a preços de saldos, de acordo com dados de embarque e comerciantes de petróleo citados pela “Reuters”, preenchendo o vazio deixado pelos compradores ocidentais que se afastaram dos negócios com a Rússia desde a invasão da Ucrânia em fevereiro. A China, que é o maior importador de petróleo do mundo, decidiu apostar na energia vinda de Moscovo um mês depois de inicialmente reduzir os abastecimentos russos, por receios de parecer apoiar abertamente a Rússia e potencialmente expor as suas gigantes petrolíferas estatais a sanções. As importações marítimas de petróleo russo da China aumentaram para um valor recorde de 1,1 milhões de barris por dia (bpd) em maio, acima dos 750 mil bpd no primeiro trimestre e 800 mil bpd em 2021, de acordo com uma estimativa da Vortexa Analytics.
Desde ontem e terminando hoje [17 e 18 de maio] temos na cidade russa de Níjni, a 2ª Conferência da Ásia Central de “Valdai Discussion Club”. O tema deste ano é “Rússia – Ásia Central: Cooperação e Desenvolvimento no meio da Instabilidade”.
A Conferência da Ásia Central terá a participação de cerca de 40 especialistas de 9 países – Rússia, China, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Tajiquistão e Uzbequistão. Esta cidade de Níjni, uma das maiores cidades da parte europeia da Rússia, foi escolhida como sede da Conferência da Ásia Central, para servir de ligação entre a Europa e a Ásia do ponto de vista histórico e civilizacional. O simbolismo desta escolha reside no facto desta cidade ser a retaguarda da Rússia: durante o Tempo das Perturbações, foi lá que a milícia popular foi formada para combater os intervencionistas europeus e, durante a Grande Guerra Patriótica, as forças industriais e intelectuais. As reservas humanas da cidade deram uma contribuição inestimável para a vitória da ex-União Soviética sobre a Alemanha nazi.
Por onde eu ando...
Nova Crítca - vinho & gastronomia
PINN (Portuguese Independent News Network)
Meus amigos...
A Baixa do Porto (Tiago Azevedo Fernandes)
Antes Que Me Passe a Vontade (Nanda Costa)
Caderno de Exercícios (Celina Rodrigues)
Cerâmica é talento (Pataxó Lima)
Clozinha/and/so/on (Maria Morais)
Do Corvo para o Mundo!!! (Fernando Pimentel)
Douro de ouro, meu... (Jorge Carvalho)
Douro e Trás-os-Montes (António Barroso)
Escrita Fotográfica (António Campos Leal)
Let s Do Porto (José Carlos Ferraz Alves)
Life of a Mother Artist (Angela Ferreira)
Marafações de uma Louletana (Lígia Laginha)
Matéria em Espaço de Escrita com Sentido (Mário de Sousa)
Meditação na Pastelaria (Ana Cristina Leonardo)
Memórias... (Boaventura Eira-Velha)
Mente Despenteada (Carla Teixeira)
Nortadas (Francisco Sousa Fialho, João Anacoreta Correia e outros)
O Portugal Futuro (Tiago Barbosa Ribeiro)
O Porto em Conversa (Vitor Silva)
Os meus apontamentos (Vitor Silva)
Renovar o Porto (Rui Farinas e Rui Valente)
Reportagens de Crítica, Investigação e Opinião (Tron)
Que é que se come por aqui (Ricardo Moreira)
Servir o Porto (Pedro Baptista)
Um Rapaz Mal Desenhado (Renato Seara)
Vai de Rastos (Luís Alexandre)
(IN)TRANSMISSÍVEL (Vicente Ferreira da Silva)
Adoradores de Baco...
Site de Prova de Vinhos (Raul Sousa Carvalho)