Maneiras de reconhecer um populista português moderno
(Artigo de opinião de José Pacheco Pereira no Público de 6jul2019) – Ver aqui
Alguns sublinhados, de minha autoria:
Na Europa, nos dias de hoje, os movimentos e governantes populistas, seja no Brexit, seja na Alemanha, Polónia, Hungria, Itália e França, estão todos à direita do espectro político. …/… Não foi sempre assim, nem será sempre assim, mas hoje é assim.
O paralelo entre o populismo de direita e um inventado “populismo de esquerda” é uma das características do populismo moderno, que precisa de companhia para mostrar que vai mais longe do que a direita.
Em Portugal, o populismo entrou pela primeira vez numa campanha eleitoral nas últimas eleições europeias. Os cartazes do Chega/Basta, que se encontram ainda colocados, são os primeiros a chegar ao espaço público com palavras de ordem claramente populistas. O terreno português do populismo é dominantemente o das redes sociais e do tipo de interacção que elas propiciam. Mas já passou daí para certos programas televisivos e para certo tipo de articulistas justicialistas, que vivem da “denúncia” e da indignação moral, …/… O populismo ainda não passou nem para o voto, nem para a rua, embora seja uma questão de tempo.
O tema central do populismo é a corrupção, a real, a imaginária e a inventada. …/… Ao atacarem o “regime” e o “sistema” perceba-se que consideram a democracia o terreno ideal para a corrupção. Não é. É a ditadura, …/
O populismo concentra os seus ataques nos procedimentos da democracia, vistos como uma forma de empecilhos para combater o “crime” e a “corrupção”.
O populista é um activista do ad hominem. Quando fala e quando escreve enuncia nas suas falas e nos seus títulos nomes de pessoas. Depois passa dos nomes, para a família, para os amigos, para os companheiros de partido e por fim para “eles”. …/… A culpa é nomeada pessoalmente e depois torna-se colectiva. É de X, nome no título para vender, e porque é de X, é de “eles”.
Os populistas votam mais facilmente em determinado tipo de corruptos conhecidos ou até condenados, cuja política lhes parece próxima, do que “neles”.
Os populistas estão sempre zangados, vivem num estado de excitação patológica, porque eles são sérios e o resto do mundo é desonesto, ladrão e corrupto. …/… Existe uma forte sensação de impotência na zanga.
Os alvos dos populistas são aquilo que eles designam como elite. Os políticos, os funcionários públicos, os professores, os médicos, os enfermeiros, os motoristas, os sindicalistas, os que fazem greve. …/… Embora na elite se incluam os banqueiros caídos em desgraça, quase nunca são referidos os principais grupos económicos, as famílias ricas e poderosas, os escritórios de advogados, os consultores financeiros, os dirigentes desportivos e os jogadores de futebol. …/… fugir ao fisco por parte de um político, merece prisão perpétua, mas é uma mera infracção num jogador de futebol.
Os populistas vivem do apodrecimento do sistema político democrático, da oligarquização dos partidos políticos, da indiferença ou do compadrio dos estabelecidos com a corrupção, da corrupção realmente existente, mas as suas soluções são piores do que os problemas. E são, na sua maioria, anti-democráticas e autoritárias. Há um micro-Bolsonaro dentro deles, mesmo quando juram não quererem nada com ele.
Comentários no Facebook
«Vitor Pinto» - Parei de ler aqui: "(...) quando ia à minha terra, ao Porto (...)". Este cavalheiro ficou com o síndrome de "parolo mor", quando abandonou a "terra" com o destino do El Dorado lisboeta. Essas pessoas, não têm respeito nem consideração pela grandeza da cidade do Porto. Sinto-me enojado que ainda hajam "moçárabes" no século XXI.
«Nuno Santos» - Portanto, na teoria do autor, a Câmara deveria manter nas suas autorizações para que realizadores filmem no Porto a cláusula de que só podem dizer bem da cidade nos seus filmes (era essa a orientação e prática do seu amigo é defendido ex-presidente da Câmara), mas não pode não renovar um contrato no fim do mesmo. Curiosamente, quando os contratos dos outros quiosques chegam ao fim e a Câmara abre hasta pública para serem ocupados, ninguém estranha.
«Pedro Baptista» - O artigo do Pacheco Pereira além de ser dum paranóico narcisista que acha que o quiosque onde comprava os jornais é o centro o mundo, é a voz do dono ou seja do Rui Rio... Já faz parte da campanha... Claro que a Câmara tem conceitos e faz muito bem tê-los. Quando o Pacheco Pereira, nos jornais de Lisboa, se manifestou contra a defesa do Coliseu, n\ao estava preocupado com os conceitos da UAP, a dona do edifício, nem da IURD, a compradora...
«Jota Caeiro» - Conto: Paxêco Preira e o kioske da inteléquetualidade laráia
PP agiliza: 'o rio é a Luz (fuôdasse!!)'... lampioeins pra que bos quéro... afinal Rio, o minador, é tuôdo SLB!!... ;) :D
pretenso 'intelectual' de luminosidade engenhosa auto-infligida :D não vejo mais do que isto senão a maior estupidez e calunia que aquela do seu colega de partido (do MRPP...), Durão Barroso. pseudo esquerda, aporcalhada esquerda, cujos líderes ainda andam à deriva atrás das réstias do erário público, como as taínhas à procura da merda em cada uma das enchentes do Douro, de favor em favor. quem lhe deu o tacho de Serralves foi o 'partido', um PSD de cretinos. não abriu o bico contra Moreira porque não apetecia à táctica de Rio, seu principal apoiante, contra Luís Filipe Menezes. Rui Rio sim, cuja alcunha de 'tirano' poderia passar a ser de 'minador'. Moreira já não presta aos auspícios do presidente do psd, aos seus auspícios como 'engenho nacional': Rio, o minador, agora lava mais branco!, e utiliza este seu pequeno e encantado gremlin, o dito PP, para agir na numenklatura da coutada. o 'rio nacional' passou a ostentar; o 'rio nacional' passou a menosprezar Moreira 'comme il faut', que o mesmo será dizer-se, 'como lhe convém'. a essência, o conceito, a verdade, acerca de Rio é esta mesma: o interesseirismo e a escravização destes pretensos intelectualóides de merda. assistimos a uma fraude, a uma 'revolução cultural' anunciada e prometida, estudada e advinda, do comité central do PSD. prepara-te ó pôba, o rio começou com a colher a mexer nos icones, a atentar ao menor das vossas inteligências: o rio é burro mas não é parvo! o rio é a Luz (fuôdasse!!), o rio é a força! o rio é a bida! o rio, com um grão de arroz no cú, é considerado por imbecis como este PP, como Sidarta, como Sidarta Gautama!...
«Carla Afonso Leitão» - An open note to Mr. Pacheco Pereira
Dear sir,
I'm someone who you don't have actually met and in fact you have no need to, by all means.
However, i'm someone who can't simply read this opinion of yours in particular without questioning the meaning and relevance of your question (?)
E, como estamos no Porto, julgando eu ser elementar para ambos que não se leva recado para casa, avanço que a sua opinião não é a minha e que se reveste de outro entendimento, em forma e conteúdo.
V Exa assume que um executivo que não atenda à falta de qualidade do elemento construtivo e à incursão disruptiva no enquadramento como factores menores e que não considere o simbólico cultural do objecto em causa, é, obviando denotativamente a adjectivação contrária, pueril.
Ora, o Piorio, o ponto de partida das worst tours, não será tanto um worst kiosk ever, mas é/era feio as ugly as it can be, aí estamos iguais na dúvida, se ainda o é, ou era.
Acresce que, a título da legitima consideração do executivo face ao objecto em causa, associa subliminarmente, numa lógica de casualidade de efeito, que o executivo é avesso à pluralidade, e, sem delongas de exercício de retórica, à democracia, é isso, de facto, que quer deixar no ar depois de ter podido falar com os "animadores".
Não fosse o suficiente, ainda se retira da sua "opinião" que o executivo é dado a políticas que fomentam a gentrificação.
Ponto 1 - O Executivo tem toda a legitimidade de considerar, ou reconsiderar o "conceito" dum espaço urbano e ponderar a pertinência de manter elementos com incursão no espaço público.
Ponto 2 - O Executivo, atendendo à questão da "deslocação dos residentes com menor poder económico para outro local e da entrada de residentes com maior poder económico", não pode substituir-se aos mercados e, como V. Exa bem sabe, a mais está obrigado por via da proximidade ao poder central e às suas hostes, aliás, das quais faz parte, que a fonte da gentrificação maior advém de mecanismos simplistas e centralistas aos quais a CMP é alheia e, muitas vezes, é a última a saber, refiro-me ao alojamento local, mas também à lei das rendas. V. Exa não está atenta ao esforço do Executivo do Porto no tocante às políticas adoptadas, nomeadamente no apoio a famílias por incapacidade de suportarem as rendas de 1ª habitação e no accionamento do direito de preferência, sempre que tal seja possível, mas, como sabe, também aqui o Executivo está dependente das regras de mercado e da vontade dos proprietários, desde logo, não poderá adquirir objectos a título de interesse público num valor superior ao valor de mercado, senão estaria a cometer uma ilegalidade, em muitos casos, o proprietário desiste da venda e inventa outras formas de rentabilidade, o alojamento local é uma delas, as taxas e a legalidade ficam em sede Central, o Porto nem as vê.
Ponto 3 - Reconheço-Vos sempre com bondade, pelo apreço e reconhecimento que Vos tenho, a clarividência no trato dos variadíssimos assuntos que Vos merecem, sempre, uma particular atenção. Dito isto, não ousando dar-me a ser subliminar por incapacidade, o seu texto denota uma farsa esfarrapada de se dar mal com o que a democracia em sede de eleições autárquicas ditou, um executivo legitimado por maioria e que apesar disso, e apesar de não ser obrigatório, o Senhor Presidente da CMP, Dr. Rui Moreira e os restantes Vereadores, em sede de Assembleia Municipal, estão sempre presentes em todas as reuniões disponíveis para dar todos os esclarecimentos que os diversos deputados eleitos assim o entendam.
Ponto 4 - O Executivo pode ser ambicioso na qualificação do suporte público, pode ser eficaz na concretização de projectos, mas, de alguém como V. Exa, eu esperava maior maturidade e, pelo menos, dado o "à vontade" que tem em mover-se de forma transversal nos meios de poder, do intelecto e com a autoridade moral que tem, então, seria expectável que se tivesse dado ao trabalho de pedir esclarecimentos à fonte e não ter-se dado ao deslumbramento de vozes que, fazendo falta, não são detentoras únicas da razão.
Quem sabe, ao seu dispor,
Carla Leitão, Deputada Municipal da AM da CMP
Não deixamos cair o Alexandre!
A Escola Secundária Alexandre Herculano é uma referência histórica da cidade do Porto. Construído em 1906 com um projeto do arquitecto Marques da Silva, o magnífico edifício onde está instalada a escola foi classificado como imóvel de interesse público.
Nela estudaram sucessivas gerações para quem esta escola é o seu «liceu». Mantém um projecto educativo de enorme relevância na rede de ensino público, servindo de forma determinante uma vasta população da zona oriental do Porto.
Agora, o Alexandre Herculano precisa do nosso empenho e mobilização cívica.
Vários anos de incúria e opções divergentes em torno da utilização dos recursos financeiros na Educação levaram esta escola a um estado de grande degradação.
Em 2009, a Parque Escolar reconheceu que eram necessárias obras urgentes e aprovou o seu projeto, da autoria dos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez. Mas, o anterior Governo ditou a sua suspensão no final de 2011 sem apresentar qualquer alternativa. De então para cá, a escola deteriorou-se ainda mais.
A comunidade educativa enfrenta actualmente um quotidiano letivo em que chove nas salas, há laboratórios fechados, o piso abateu em vários corredores, existem infestações de ratos e outras pragas, e de uma forma geral a escola exibe condições incompatíveis com os padrões de qualidade de ensino e de dignidade que se impõem à Escola Pública.
O Porto e o país precisam do Alexandre. Não o deixamos cair!
Os signatários desta petição apelam ao Ministério da Educação para que inicie as obras de requalificação da Escola Secundária Alexandre com a máxima brevidade e convocam todos os cidadãos para que se envolvam neste movimento pela Escola Pública e pelo Porto.
Porto, 23 de Maio de 2016
José Pacheco Pereira no “Público”
Salvar o Liceu Alexandre Herculano - As casas que transportam memória não podem ser perdidas sem nos empobrecer a todos.
Circula na Internet uma petição com título de “Não deixem cair o Alexandre!”. Tem um ponto de exclamação no fim, e bem merecido é. O Liceu Alexandre Herculano foi o “meu” Liceu e como muitos outros que por lá passaram, fomos ali que fomos “feitos”. O conhecimento do estado lamentável em que se encontra, com tectos a cair, ratos a passear por todo o lado, chuva nas salas e uma deterioração acentuada de todo o edifício, exige urgência e muita urgência. Por isso, esta é a minha maneira de assinar a petição.
O Liceu Alexandre Herculano é um edifício classificado, obra de um dos arquitectos mais importantes da época, Marques da Silva, e vai fazer 100 anos. Foi pensado como um liceu modelo, com fachadas com dísticos, inscrições, e molduras em pedra, colunas no interior, grandes corredores e janelas e tudo aquilo que não era comum encontrar a não ser nos grandes liceus “centrais”. Tinha vários recreios, piscina, auditórios, laboratórios, um museu, biblioteca, ginásios e um refeitório. Foi tudo feito com granito, mármore, madeiras, cada detalhe estudado e realizado, seja a ombreira de uma porta, seja um corrimão, e tinha enormes espaços e era banhado por toda a luz nas suas enormes janelas nas salas de aula e nos corredores. Foi feito para durar, mas, como todas as coisas, ameaça não durar. Foi caro de fazer, caro de manter e hoje, após anos de incúria, ainda mais caro de recuperar.
Ainda o conheci no seu esplendor, já nos anos escuros da ditadura. O liceu mantinha a glória dos seus primeiros anos. As aulas de Química e Física eram dadas nos laboratórios onde os bicos de Bunsen estavam implantados nas bancadas de lousa e mármore, para suportarem fogos acidentais e derrames de materiais perigosos. Nos grandes armários dos laboratórios havia instrumentos científicos e frascos com ácidos, sódio e potássio, e outros elementos mais complicados de pôr ao ar e à luz. Tinha um museu com uma série de animais empalhados e alguns em formol, mas, enquanto os laboratórios funcionavam, o museu era uma mera exposição nalgumas salas a que não era comum aceder. Havia uma biblioteca, mas como quase todas as bibliotecas da época estava bastante morta. Não era fácil pedir livros e muito menos saber o que lá estava. Era uma sala com o ambiente que se considerada normal numa biblioteca da época, escura, “encadernada” em encadernações, com os livros fechados em armários. Apenas quando um professor de Inglês deu algumas aulas na biblioteca para usar o gravador de fita que lá estava se usou a biblioteca, na verdade como paisagem.
O liceu era cuidadosamente patrulhado pelos contínuos e os espaços interditos aos alunos eram muitos. Havia corredores em que só se entrava quando qualquer coisa corria muito mal. Esses espaços incluíam a secretaria, a sala dos professores e acima de tudo o proibidíssimo espaço da reitoria onde estava o gabinete do reitor e a sua casa, visto que habitava no próprio liceu. Aí os veludos e madeiras trabalhadas, sinal da pompa e autoridade, dominavam um gabinete onde várias vezes tive de ir para ouvir as admoestações do reitor contra o conteúdo do jornal do liceu, o Prelúdio, que dirigi. Aí ele me explicou que não se podia falar de Fernando Lopes Graça, nem publicar poemas sem pontuação, nem reproduzir um quadro de Picasso do período azul em que um rapaz nu segurava um cavalo (perguntei-lhe uma vez se era porque o cavalo estava nu), porque o jornal era também vendido no Rainha, o liceu das raparigas ao lado. O Alexandre era um sólido bastião masculino e fornecia um contingente de voyeurs, que esperavam em frente da saída do Rainha, que só tinha raparigas, meninas, mulheres. Não por acaso era um ao lado do outro, mas o Rainha era novo e o Alexandre já vetusto.
Como liceu com todos os pergaminhos na cidade e que competia apenas com o Liceu D. Manuel II, no PREC crismado de Amílcar Cabral e hoje Rodrigues de Freitas, os professores eram altamente prestigiados e alguns muito competentes, outros menos. Mas de um modo geral eram characters, personagens temidos e amados, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Entre os meus professores tive o dr. Agostinho Gomes — os nomes não são concebíveis sem o “dr.” —, que era uma coisa rara, porque era “escritor”, tinha livros publicados e oferecia aos melhores alunos os seus livros. Hoje está completamente esquecido. Havia o dr. Cruz Malpique, uma personagem muito especial, professor de Filosofia, que estava no liceu desde 1948. Não sei bem quantos livros escreveu, mas deve ultrapassar a centena de títulos, e escrevia um novo livro no verso das provas do anterior. Encontrava-o muitas vezes na Biblioteca do Porto, a trabalhar com mangas-de-alpaca para não estragar a camisa ou o casaco. O dr. Malpique era um impressionista, não sabia muito de filosofia, mas transmitia o gosto pela filosofia e pelo pensar e isso é que caracteriza um professor. Havia o terror dos terrores o “Rapa-côdeas”, o dr. Gaspar da Costa, meu professor de Latim, e que era universalmente temido pelo modo destemperado com que caía em cima de qualquer infeliz que não soubesse as declinações. Havia igualmente algumas personagens pícaras, como o professor Godofredo, que dava aulas de Canto Coral, e era completamente incapaz de manter a disciplina nas aulas. Devo-lhe ter conhecido pela primeira vez, a vez que mais conta, o francês falado no Québec, porque ele via-se aflito em fazer cantar gente que tinha aprendido francês da metrópole, o sotaque do francês do Canadá. E havia o reitor, Martinho Vaz Pires, professor de Alemão, autor da gramática canónica da língua, dirigente da União Nacional e da Mocidade Portuguesa, antigo deputado à Assembleia Nacional. Foi ele que me disse que o jornal não podia publicar poemas sem pontuação nem maiúsculas, porque isso era obra de comunistas. Demorei anos até perceber que o reitor, que nos seus anos de formação visitara a Alemanha nazi, estava a falar da Bauhaus e da sua tipografia, considerada “degenerada” pelos nazis.
O reitor era da “situação”, mas muitos dos professores que me marcaram eram da “oposição”, gente que se relacionava com Namora e Ferreira de Castro e que convivia com a elite literária do neo-realismo e tinha prestígio na sua função de professores, entre outras coisas porque eram professores do Alexandre. As paredes do Alexandre Herculano são o local físico onde ainda habitam e aos seus tectos a cair pertencem a todas estas memórias. Não pertencem aos ratos, que esses estavam no laboratório, digamos que na forma de “não-ratos”.
Mas eu não pretendo salvar o Alexandre por causa das minhas memórias, nem de qualquer nostalgia, mas porque o liceu merece-o por si, pela sua qualidade edificada e pelo papel que teve na vida do Porto e pode tornar a ter. Nele se inclui ter deixado “memórias”, quase todas elas fortes, em por quem lá passou. Não é pequena coisa neste mundo demasiado esquecido e que faz do esquecimento um programa cultural, social e político. As casas que transportam memória ou memórias, e nelas a história interior de muita gente, não podem ser perdidas sem nos empobrecer a todos.
Disse José Pacheco Pereira na entrevista que concedeu ao Expresso para a revista “25 de Abril, 40 anos - 12Abr2014 – volume 1”:
“A única coisa que pode salvar o sistema político-partidário é aplicar o modelo Rui Moreira aos partidos. Ou as pessoas que restam no PS e no PSD que ainda têm prestígio nacional – o Rui Rio, o António Costa, pessoas que exerceram ou exercem cargos públicos e que não estão de mal com a opinião pública – criam um entendimento entre si, à margem dos partidos, e ganham uma grande mobilização, ou então o sistema político-partidário não tem saída.”
«Albertino Amaral» no Facebook >> José Pacheco Pereira, subiu de elevador na minha consideração...
«Marina Rodrigues» no Facebook >> depois de ouvir isto - "O problema é deles", diz Assunção Esteves sobre exigência da Associação 25 de Abril -, ao estado a que isto chegou, já perdi a esperança, agora só com uma nova revolução e a casa varrida. estaria a sra à porta dalgum tasco a falar dos zés dos tremoços?? ou estaria a referir-se aos Capitães de Abril, heróis nacionais? é de pasmar. o problema é nosso que pagamos os vencimentos a esta gente, isto está pior que no tempo do lapiz azul, então agora haviam de entrar mudos e sair calados? para isso já lá estão muitos espantalhos ...depois queixem-se do ''fortalecimento dos extremismos'' como o Pacheco Pereira escreve. É a tendência geral observada na Europa após as pessoas se deixarem de identificar com os seus representantes políticos
Pacheco Pereira vem agora dizer que Cavaco interferiu nas eleições ao demitir assessor.
«Xica von Hafe» in Facebook ► :-) :-) :-)
É verdade!... Elisa Ferreira deixa de publicar no Jornal de Notícias a crónica dominical a que já todos estávamos habituados, não por vontade própria ou do JN mas sim por uma imposição legal de difícil compreensão para o cidadão comum. Então não é que lá por Elisa Ferreira ser candidata à Câmara Municipal do Porto já não pode escrever num jornal sobre os assuntos do interesse da sua Cidade e da sua Região?... Mas é possível a Manuela Ferreira Leite, líder do PSD, continuar a assinar um artigo na primeira página do Expresso e Santana Lopes, candidato à Câmara de Lisboa, continuar como articulista no semanário Sol!... Deixemo-nos de moralidades bacocas e vamos mas é deixar falar quem tem algo de importante e válido para dizer ao Povo.
«XôZé» / ViriatoWeb ► Faltou falares do Costa de Lisboa que me entra quase todos os dias em casa com naquela merda da quadratura...
Mas aí estamos a permitir o chamado direito do contraditório... Grave é quando só uma cabeça dita a sua sentença, como é o caso do novíssimo programa Ponto/Contraponto de José Pacheco Pereira na SIC-Notícias, onde este meu contemporâneo dos tempos do liceu nos anos de sessenta e fundador da secção Norte do partido de inspiração maoista - PCP-ML - mais não é que um fã incondicional da líder do Partido Social Democrata.
«Max» / ViriatoWeb ► "...Pacheco Pereira..." - Mas é um homem frontal, sério e decente. Já o vi dizer mal de várias personalidades do PSD, quando achava que o deveria dizer. Está ali a comentar política, e não a fazer campanha. Todos os comentadores, mas todos mesmo, hão-de ter uma preferência. Não podemos agora só censurar/criticar aqueles que simpatizam com a MFL, por pouco que gostemos dela.
Como conheço bem o Pacheco Pereira concordo quando dizes que ele é “um homem frontal”… Já “sério e decente” não estou certo se o será. Está cada vez mais um pseudo-intelectual que considera tudo o que os outros dizem como ridículo, esquecendo-se que não é normal que pessoas cultas e inteligentes atribuam a si próprias tanta pompa. E já agora outra coisa: O JPP só fala quando lhe pagam… Por “amor à camisola” já não há nada para ninguém… Sei bem o que se passou aquando das Comemorações dos Cem Anos do Liceu Alexandre Herculano, estabelecimento de ensino onde ele foi um distinto aluno e de cuja Associação dos Antigos Alunos, na altura deste grande evento, eu era Presidente da Mesa da Assembleia Geral.
«XôZé» / ViriatoWeb ► Fico com a sensação que estás a desviar o assunto. Que eu saiba o Pacheco não é candidato a coisa nenhuma e não vejo por isso que se justifique o "contraditório" mesmo sendo declarado apoiante de MFL, pois senão assim nenhum português poderia aparecer em programas televisivos ou noutros orgãos de comunicação social dado que cada um deles terá as suas preferências eleitorais, assumidas ou não.
«Max» / ViriatoWeb ► Qualquer dia quem tem a lei à perna é o amigo Tovi! Apoiante e participante assumido da campanha para a CMP, a fazer uso deste potente meio de comunicação!
Não, não estou a desviar-me do assunto… Antes pelo contrário, estou a assumir que há muitas e variadas formas de apoiar um político qualquer e que por vezes até é mais fácil ser uma terceira pessoa a dizer aquilo que aos candidatos não fica bem dizer. Mas continuo a afirmar que tenho dificuldade em entender aquilo a que chamo “moralidade bacoca” e não consigo perceber onde está o mal de Elisa Ferreira, ou outro candidato qualquer, escreverem crónicas de opinião num jornal diário num período pré-eleitoral. Só falta, como diz o «Max», eu ser proibido por lei de escrever textos a apoiar a candidata à Câmara do Porto proposta pelo PS.
Bruno Pidá, o principal suspeito dos homicídios de Aurélio Palha e Ilídio Correia, foi preso na noite de Sábado para Domingo pela Polícia Judiciária do Porto.
E o "palerma" do José Pacheco Pereira estava muito importunado com a mega-rusga efectuada na sexta-feira à noite pela PSP - JPP no Abrupto em 15Dez2007 - Governar para os media: a operação policial de ontem à noite é uma pura exibição mediática do MAI para dar a entender que alguma coisa se faz para combater a violência no Porto. É mesmo "burro" este gajo... Até nem parece que é do Porto e que andou comigo no liceu... A operação policial de Sexta-feira à noite não foi mais do que uma manobra de diversão para a grande ofensiva da madrugada de Domingo. A nossa polícia (PSP, GNR e PJ) não é a melhor do Mundo, mas não é tão parva como alguns nos querem fazer acreditar.
Notícia do "Público - Última Hora" (16Dez2007 - 12h34) ⇒
Criminalidade na noite portuense - Porto: líder dos seguranças da Ribeira detido com pistola de 9mm - A Polícia Judiciária (PJ) do Porto levou a cabo na madrugada de hoje (...)
Meu comentário à notícia do Público ⇒ Com que cara vai ficar o José Pacheco Pereira depois do que escreveu no seu "blog"?... - Governar para os media: a operação policial de ontem à noite é uma pura exibição mediática do MAI para dar a entender que alguma coisa se faz para combater a violência no Porto. - Já é tempo de se ter tininho no que se diz... A operação policial de Sexta-feira à noite não foi mais do que uma manobra de diversão para a grande ofensiva da última madrugada. A nossa polícia (PSP, GNR e PJ) não é a melhor do Mundo, mas não é tão parva como alguns nos querem fazer acreditar.
«Carlos Silva Barbosa» ⇒ Caro Tovi, Eu não sei se o Pacheco Pereira é burro, ou não. Pessoalmente não o tenho nessa conta. Pelo contrário, e não significa que alinhe com as ideias dele, considero-o o politico mais culto que temos nesta chafarica a que chamamos País. Recordo uma história retirada das Memórias do António Alçada Baptista em que, no pós 25A o Director da Folha de São Paulo lhe telefonou para ele ir para o Brasil, o que ele recusou. Em seguida, o mesmo Senhor (cujo nome não recordo), telefonou ao Victor Cunha Rego a dizer: "Vocês não matem o Alçada", ao que o Cunha Rego respondeu: "Qual quê, a gente não vai matar ninguém, era o que faltava". Respondeu o interlocutor: "Não vão matar ninguém? Mas que merda de revolução é essa?" Quero dizer com isto que, nem para radicais servimos. E agora é tarde. Ámen.
Caríssimo «Carlos Silva Barbosa», O “palerma” e o “burro” estão entre aspas. O José Pacheco Pereira é, como se diz cá pelo Porto, um Senhor. Queira ele sê-lo sempre. E quanto a não servirmos nem para radicais, também é uma grande verdade. O que nos vale é que ainda há excepções.
«Torreblanca» ⇒ Em relação à dita "operação noite branca" (cá para mim devia ser noite DA branca, mas isso são outros 500...) das duas uma : ou esperaram que os mortos passassem a meia dúzia para sair à rua; ou ficaram picados e bem picados pela atitude do PGR em nomear uma Magistrada de Lisboa para coordenar esta investigação e quiseram mostrar serviço... No entanto, e apesar do aparente sucesso da operação, segundo as notícias de hoje parece que as detenções foram cirúrgicas... é só tipos do "gang da Ribeira" que estão detidos... Será que o PGR estava assim tão desprovido de razão com a dita nomeação?
«Luis Camisão» ⇒ Ou me engano muito, ou os presumíveis suspeitos ou vão todos sair com o já famoso "Termo de Identidade e Residência com obrigação de apresentações periódicos às Autoridades" e vão continuar, presumívelmente aos tiros, presumívelmente a matar ou a traficar e presumívelmente alguns vão de férias para algum lado que não tenha acordo de extradição com Portugal.
«XôZé» ⇒ Tudo bem Tovi mas há uma questão que me preocupa. A designação de uma equipa de magistrados de Lisboa para conduzirem as operações no Porto não significará a pouca credibilidade dos investigadores do Norte? Depois da fuga avisada de Pinto da Costa para a Galiza, é natural que exista alguma conivência entre o poder judicial e policial portuense com algumas máfias que aí se movimentam, não? Lembraste da estória da Dona Teresinha?...
«rjmoreira» ⇒ é tudo boa malta!!
Parece que já está à venda… Mas para este peditório eu já dei, pelo que não irei comprar esta contribuição do Pacheco Pereira para um incómodo no clima de intolerância e anti-intelectualismo que se vive hoje no PSD (palavras do próprio José Pacheco Pereira). Até dá vontade de rir, vindo de quem vem. Haja paciência…
«Carlos Silva Barbosa» ⇒ Por acaso, e sem dizer se concordo ou não, com as posições do José Pacheco Pereira reconheço que é, na actualidade, o político mais culto que temos no panorama actual.
«Carlos Silva Barbosa» ⇒ Poderão ser quando se decidirem a avançar para a luta política, saindo da posição confortável de "comentadores". Enquanto isso, estaremos na mão de medíocres como aquele que saíu do balcão da CGD de Vinhais para ir para o governo e voltou à CGD como administrador. O tal que acabou a pós-licenciatura dias antes de concluir a dita. Cada um tem o que merece.
Por onde eu ando...
Nova Crítca - vinho & gastronomia
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Antes Que Me Passe a Vontade (Nanda Costa)
Caderno de Exercícios (Celina Rodrigues)
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Douro e Trás-os-Montes (António Barroso)
Escrita Fotográfica (António Campos Leal)
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Matéria em Espaço de Escrita com Sentido (Mário de Sousa)
Meditação na Pastelaria (Ana Cristina Leonardo)
Memórias... (Boaventura Eira-Velha)
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O Portugal Futuro (Tiago Barbosa Ribeiro)
O Porto em Conversa (Vitor Silva)
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