Requiescat in Pace
O dia “13 de Maio” está em Portugal (e não só) profundamente ligado, sejamos ou não crentes, às alegadas Aparições Marianas da Cova da Iria do ano de 1917. O “Padre” Mário da Lixa, homem que conheço bem e desde os anos sessenta do século passado, quando ele era professor de Religião e Moral no Liceu Alexandre Herculano, é hoje em dia um dos maiores críticos portugueses, senão o maior, do fenómeno de Fátima, tendo publicado os livros “Fátima Nunca Mais” em 1999 e “Fátima S.A.” em 2015. Esta última obra assenta numa releitura dos documentos oficiais compilados ao longo dos anos pelas estruturas do Santuário com o objectivo de comprovar a veracidade e a autenticidade histórica das chamadas aparições da Cova da Iria e a conclusão do padre Mário é que “Fátima é uma empresa multinacional religiosa”. A mim também me faz muita confusão a mercantilização que fazem da fé de muita e boa gente… é que é só ir a Fátima e ver o que por lá se passa com a venda de toda aquela parafernália de imagens e objectos (pseudo) religiosos.
Comentários no Facebook
«Ana Alyia» >> a mim também me faz muita confusão... todo aquele comércio... toda aquela peregrinação em condições por vezes deploráveis (um Deus que quer isso??)... mas enfim também não quero ferir a susceptibilidade de nenhum crente pelo que habitualmente me abstenho de comentar sobre religião seja ela qual for...
«Luiz Paiva» >> Idem. Quanto a livros, tenho este e o seguinte - Livro : Fátima Desmascarada - João Ilharco - Edição do Autor
«Adao Fernando Batista Bastos» >> As Aparicoes sao evidentemente uma questao de fe' e muita gente perante as aflicoes da vida e a dificuldade/impossibilidade das alternativas... Agora e inquestionavel o grande, multimilionario negocio que a Igreja Catolica instalou! O Novo Santuario reflecte uma riqueza que fere o bom senso e questiona toda e qualquer humildade e solidariedade, crista ou nao crista, para com os mais necessitados. E um verdadeiro desperdicio... vergonhoso! Mas respeito a fe dos peregrinos.
«Jorge Saraiva» >> E o negócio, talvez mais in, mais cosmopolita dos caminhos de Santiago?
«Mário Almeida» >> Jorge, o envolvimento de Deus em questões mesquinhas e irrelevantes para a Fé como é o "negócio", é tão condenável aqui como em Marte...
«Mario Reis» >> Os Caminhos de Santiago sao tambem Historia e a fatima faltam muitos anos para comparativamente se parecer! Relativamente a fatima so posso dizer que aqueles cogumelos eram muito bons! Os Humanos sao os unicos animais que reconhecem diferença na agua benta ... de Augusto Abelaira
«Luiz Paiva» >> A propósito, ninguém tinha lá um telemóvel para, na semana passada, registar uma nova dança do sol? - 'Milagre do sol' sem investigação - Relatos foram considerados irrelevantes para abrir inquérito
«Mario Reis» >> Milagres nao sao aparecimentos nem levitacoes mas algo de intrinsicamente positivo para humanidade e desses nao existiram em fatima. levitacoes e aparentes deslocacoes solares nao passam de alucinacao ou numero de circo… algo de positivo para a humanidade nem na altura nem agora acontece portanto o que se pode passar por la nao e' mais do que remaques de vendilhoes do templo, algo foi muto explicito em cristo que deveriam ser expulsos... se aquilo e' catolicismo entao para mim havera alguma deslocacao para outros interesses que tem mais com venda e revenda de cera e de imagens pseudo milagrosas... logro e logro e logro... pobres os os pobres de espirito que a qualquer momento sao instrumentalizados para ritos desviante em favor da vendilhisse instantanea. Podem fazer esta experiencia vao a fatima e vejam se algum daqueles comerciantes de cera vos da um pe de cera ou mao para curar uma enfermidade de algum de vos e verao que eles so conhecem o valor do dinheiro e estarao bem indispostos a fornecer a pseudo accao de fe gratuitamente em comunhao com o vosso padecimento.
Vou hoje à tarde à apresentação do novo livro de Mário País de Oliveira (o Padre Mário da Lixa, como ainda hoje é conhecido) "EVANGELHO DE JESUS, Segundo Maria, mãe de João Marcos, e Maria Madalena" no Café-Bar "La Bohème", na rua Galeria de Paris nº 40, próximo da Torre dos Clérigos, no Porto. Conheci o Padre Mário no meu tempo de aluno no Liceu Alexandre Herculano na década de sessenta do século passado. Embora nunca tenha sido meu professor, recordo com saudade as interessantes conversas que tivemos.
«David Ribeiro» in Facebook >> Escrito como dedicatória pelo Padre Mário neste seu último livro:
Para David,
O menino jovem de Nova Sintra, onde tanto conversamos.
Com emoção!
Mário de Oliveira
24/3/2012
Grande homem é o Padre Mário da Lixa!... Foi professor de Religião e Moral no Liceu Alexandre Herculano (Porto) quando por lá andei nos anos sessenta de século passado, mas nunca fui seu aluno.
O presbítero Mário Pais de Oliveira, nasceu na freguesia de Lourosa (Santa Maria da Feira) em 8 Março 1937. É o último de três filhos, tendo a sua mãe sido jornaleira nos campos e o pai operário numa fábrica de serração de madeiras, anos mais tarde, emigrante em Moçambique. Em Outubro de 1950: deu entrada no Seminário da Diocese do Porto. Tendo sido em 5/8/62 ordenado padre, na Sé Catedral do Porto. Em Outubro 1962: começou a ser coadjutor na Paróquia de Santo António das Antas (Porto), mas, antes do primeiro ano terminar, já o respectivo pároco, incomodado com a sua maneira popular e evangelicamente desestabilizadora de exercer o ministério, estava a pedir ao Administrador Apostólico da Diocese a sua remoção. Em Outubro 1963: iniciou-se como professor de Religião e Moral primeiro no Liceu Alexandre Herculano (Porto) e dois anos depois no Liceu D. Manuel II, Assumiu, ainda, por essa altura funções de assistente diocesano da JEC (Juventude Escolar Católica). Em Agosto 1967: foi abruptamente interrompido nesta sua missão pastoral pelo Administrador Apostólico da Diocese, por suspeita de estar a dar cobertura a actividades consideradas subversivas dos estudantes (concretamente, por favorecer o movimento associativo, coisa proibida pelo regime político de então). Foi nomeado capelão militar, sem qualquer consulta prévia, foi obrigado a frequentar, de imediato, durante cinco semanas, um curso intensivo de formação militar, na Academia. Em Novembro 1967 desembarcou na Guiné-Bissau, como alferes capelão mas logo em Março do ano seguinte já regressava à sua Diocese depois de ter sido expulso de capelão militar, por ter ousado pregar, nas Missas, o direito dos povos colonizados à autonomia e independência. As nomeações e exonerações prosseguiram. Em Outubro de 1969 começou a paroquiar a freguesia de Macieira da Lixa (Felgueiras). Em Julho 1970: foi preso pela PIDE/DGS, tendo saído de Caxias em Março do ano seguinte, depois de ter sido julgado e absolvido pelo Tribunal Plenário do Porto. Em Março 1973 voltou a ser preso pela PIDE/DGS, tendo saído em liberdade quase 1 ano depois, no termo do 2º julgamento no mesmo Tribunal. Esta nova detenção custou-lhe a paróquia de Macieira da Lixa. No dia 25 de Abril 1974, em casa dos seus pais, concede a sua primeira entrevista ao Jornal de Notícias. Em Janeiro 1975 passou a ser jornalista profissional na delegação do Porto, do saudoso vespertino "República". Em Outubro 1975: ficou sem qualquer ofício pastoral na Igreja do Porto, em consequência de ter sido aceite pelo Bispo da diocese o pedido de demissão dos três párocos (Sé, S. Nicolau e Miragaia) que coordenavam a Equipa Pastoral da Zona Ribeirinha do Porto que o Padre Mário integrava desde Maio do ano anterior. Actualmente, é director do Jornal FRATERNIZAR, desde a sua fundação, em Janeiro de 1988. Reside actualmente em Macieira da Lixa e subsiste da sua parca reforma de jornalista.
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