Tivemos hoje uma manhã fria e com chuviscos, alguma neve até, condições algo desagradáveis para a realização do Concurso Canino da Raça Cão de Gado Transmontano, que tem lugar anualmente na Moimenta, integrado na Feira Franca desta linda aldeia no limite norte do Parque Natural de Montesinho. Depois de um retemperador almoço na Casa da Corujeira, em Vinhais, e tendo deixado de chover, fomos dar um passeio – o Tour dos Castanheiros Milenares – onde fiquei deslumbrado com os dois soberbos exemplares de Castanea sativa Miller que se podem ver nas fotos que aqui publico. O maior destes exemplares tem uma altura total de 14 metros, um perímetro à altura de 1,3m de 12,8 metros e um diâmetro médio da copa de 17 metros.
Parque Natural de Montesinho
“A riqueza natural e paisagística do maciço montanhoso Montesinho - Coroa e os valiosos elementos culturais das comunidades humanas que ali se estabeleceram justificam que urgentemente se iniciem ações com vista à salvaguarda do património e à animação sócio-cultural das populações”. Constitui este parágrafo o início do preâmbulo do Decreto-Lei nº 355/79, de 30 de agosto, que classificou a parte norte dos concelhos de Bragança e Vinhais como Parque Natural. Este estatuto justifica-se, tal como se pode ler no texto, face aos valores naturais, paisagísticos e humanos da região, à recetividade das autarquias locais para a salvaguarda do património dos seus territórios e às potencialidades de recreio e desporto ao ar livre que a região possui. Com a publicação do Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de janeiro, que criou o novo quadro de classificação das áreas protegidas nacionais, impôs-se a reclassificação do Parque Natural de Montesinho segundo os critérios aí estabelecidos. O preâmbulo do Decreto Regulamentar n.º 5-A/97 de 4 de abril, justifica essa reclassificação com a existência na área do Parque Natural de Montesinho de populações e comunidades animais representativas da fauna ibérica e europeia ainda em relativa abundância e estabilidade, incluindo muitas das espécies ameaçadas da fauna portuguesa, bem como uma vegetação natural de grande importância a nível nacional e mundial, que associadas à reduzida pressão humana verificada em quase todo o seu território permite que grande parte dos processos ecológicos evoluam em padrões muito próximos dos naturais. Referindo que todos estes valores, exemplares em termos de conservação da Natureza, justificam a aplicação de medidas de proteção adequadas a uma zona que constitui património nacional e europeu.
O que é um Parque Natural
Caracterização: Superfície - 74 229 ha
Localização: Situado no extremo nordeste português, o Parque Natural de Montesinho ocupa um quadrilátero bem encaixado na Sanábria espanhola, englobando as áreas das serras de Montesinho e Coroa, abrangendo a parte setentrional dos concelhos de Bragança e Vinhais, fazendo fronteira a nascente e a poente com Espanha.
Está confinado pelos meridianos 6º 30' 53'' e 7º 12' 9'' de longitude oeste de Greenwich, respetivamente a este e a oeste. A sul está limitado pelo paralelo 41º 43' 47'' de latitude norte e a norte pelo paralelo 41º 59' 24'' de latitude N.
Região Norte, Alto Trás-os-Montes, Distrito de Bragança, concelhos de: (*Só parte do território dentro da Área Protegida)
Bragança - freguesias: Aveleda, Babe*, Baçal*, Bragança (Sé), Carragosa, Castrelos*, Castro de Avelãs*, Deilão, Donai*, Espinhosela, França, Gimonde*, Gondesende*, Meixedo*, Parâmio, Quintanilha*, Rabal, Rio de Onor, S. Julião de Palácios*;
Vinhais - freguesias: Edral*, Fresulfe, Mofreita, Moimenta, Montouto, Paçó, Pinheiro Novo, Quirás, Santa Cruz, Santalha, Sobreiró de Baixo*, Soeira*, Travanca, Tuízelo*, Vila Verde*, Vila de Lomba*, Vilar de Ossos, Vilar Seco da Lomba, Vinhais*.
Esta área é constituída por uma sucessão de elevações arredondadas e vales profundamente encaixados, com altitudes que variam entre os 438 m e os 1481 m. Situado na terra fria transmontana, os xistos são as rochas dominantes, mas podem ainda ser encontrados granitos, rochas ultrabásicas e pequenas manchas calcárias.
A enorme diversidade da vegetação pode ser observada em percursos de poucos quilómetros, encontrando-se carvalhais, soutos, sardoais, bosques ripícolas, giestais, urzais, estevais, lameiros, etc.. Os carvalhais situados no Parque, dominados pelo carvalho-negral Quercus pyrenaica fazem parte de um continuum que se prolonga até à serra da Nogueira, constituindo uma das maiores e mais importantes manchas desta espécie. A flora é muito variada, devido à grande variabilidade geológica e climática que caracteriza esta zona, sendo de destacar as plantas que ocorrem em solos derivados de rochas ultrabásicas, onde se encontram espécies que no mundo apenas aqui podem ser observadas.
Em termos faunísticos, observa-se uma elevada diversidade biológica, resultante da diversidade de habitats que ocorrem nesta área de montanha. Com mais de 110 espécies de aves nidificantes, é uma área importante para as aves de rapina, como a águia-real (Aquila chrysaetus, existindo 3-4 casais desta espécie, correspondendo, aproximadamente, a 10% da população portuguesa. Estão referenciadas para o Parque Natural de Montesinho 70% das espécies de Mamíferos terrestres ocorrentes em Portugal, apresentando cerca de 10% destas espécies estatuto de ameaçado no Livro Vermelho dos Vertebrados Portugueses. É de destacar a presença de uma das mais importantes populações de lobo-ibérico Canis lupus. Em relação aos répteis e anfíbios, podem ser observados nesta área 50% dos endemismos Ibéricos existentes em Portugal continental.
O Parque Natural de Montesinho possui um rico património sociocultural com práticas quotidianas vindas de usos e costumes ancestrais, embora já marcadas pelas crescentes mobilidades das gentes e pelas inovações tecnológicas. As festas, são um exemplo disso, sendo um elo de ligação entre as aldeias e um pretexto para o reencontro de famílias e amigos. Têm especial valor as antiquíssimas "Festas dos Rapazes", realizadas principalmente na zona da Lombada por altura do Natal ou dos Reis, segundo o costume de cada aldeia. Outra das facetas da cultura regional é a música tradicional, que acompanha sempre as festividades e onde se destacam as sonoridades da gaita de foles.
São notáveis ainda os exemplos de arquitetura popular, que utilizando os materiais característicos de cada região, resultam de milhares de anos de aperfeiçoamento e adaptação ao meio ambiente. Há também aspetos exclusivamente funcionais na arquitetura popular dignos de destaque, como os pombais, os moinhos e as forjas do povo.
Realizou-se na manhã de hoje um Concurso do Cão de Gado Transmontano, integrado nos eventos da XX Feira Franca de Moimenta, em pleno Parque Natural de Montesinho.
(Cães a chegarem ao recinto do Concurso)
(Cães a aguardarem o início do Concurso)
(Entrega de Prémios do Concurso)
A partir de amanhã e até domingo vou estar na aldeia de Moimenta, concelho de Vinhais, em pleno Parque Natural de Montesinho, onde vai ter lugar a 19ª Feira Franca de Moimenta, com um programa verdadeiramente interessante e onde se insere o Concurso de Cães de Raça Podengo (no sábado) e o Concurso de Cães de Gado Transmontano (no domingo). Há ainda um Concurso de Ovinos da Raça Churra Galega Bragançana, um Passeio de BTT, exposições de máquinas agrícolas, venda de artesanato, produtos da terra e tasquinhas onde a gastronomia regional está em destaque. Esta Feira Franca é organizada pela Junta de Freguesia e Associação Cultural e Recreativa da Moimenta, com o apoio da Câmara Municipal de Vinhais, Parque Natural de Montesinho, Clube Português de Canicultura, Caixa Geral de Depósitos, TecVinhais, Associação de Criadores de Ovinos da Raça Churra Bragançana, TuriMontesinho e ProRuris.
«jms» in RevistaDeVinhos >> Este mapa é muito engraçado, pois à primeira passagem parece o mapa de Portugal... na horizontal. Mas aproveito o mote para partilhar o grato facto de hoje ter sido presenteado com um Folar de Vinhais (inteiro!). Que maravilha! Já aproveitei para me deleitar com um lanche tardio e tive de me conter para parar de comer.
(foto de Glória Lopes / JN)
No Jornal de Notícias de hoje podemos ler que o programa de distribuição gratuita de exemplares da raça Cão de Gado Transmontano pelos pastores da área do Parque Natural de Montesinho está a ser um êxito. Entre os anos de 2003 e 2008, os valores ressarcidos pelos prejuízos dos ataques de lobo em rebanhos baixaram de 60.930 euros para 20.319, o que diz bem do sucesso do Programa do Cão de Gado Transmontano iniciado em 1994 e monitorizado pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).
Aldeia de Moimenta / Vinhais (Imagem de http://www.bragancanet.pt)
A configuração das aldeias, a actividade agrícola/pastoril e as manifestações lúdicas e simbólicas espelham bem as relações sociais nesta Área Protegida do Parque Natural de Montesinho, manifestamente marcadas por fortes laços comunitários e de entreajuda.
Serra de Montesinho - Imagem de "Wandelen in Portugal"
O Parque Natural de Montesinho ocupa uma área de montanha dominada por suaves relevos separados por vales encaixados. A maior parte do solo é xistoso, com uma idade entre os 500 e os 400 milhões de anos (Ordovícico e Silúrico), havendo no entanto algumas manchas graníticas (serra de Montesinho, Moimenta e Pinheiros) e afloramentos de rochas básicas (anfibolitos) e ultrabásicas (serpentinitos) entre os rios Tuela e Sabor.
«XôZé» / ViriatoWeb ► O Engº Tovi ainda não chegou?
«rjomoreira» / ViriatoWeb ► Nem vai chegar tão cedo! Ouvi dizer que anda por Trás os Montes com uma caixinha de lata a pedir p'ró BOAVISTA e que só regressa quando a encher... Lá pra 2015 teremos o homem novamente por cá!
«XôZé» / ViriatoWeb ► Era moço para isso.
«Scalabis» / ViriatoWeb ► Ou isso ou aparecer algum comunista de estimação
«XôZé» / ViriatoWeb ► Neste momento aposto que sente os abanos a arder.
«rjmoreira» / ViriatoWeb ► Ele gosta que se lembrem dele... dai o espacinho no espaço VIP cá do forum!
Dando de barato as "bocas foleiras" dos meus amigos do ViriatoWeb que por lá comentaram os meus textos, direi que:
Cheguei agora mesmo!...
Mas ainda tenho umas coisitas para fazer, tais como: arrumar na dispensa os frascos de mel (de rosmaninho) e os enchidos (alheiras e linguiças de Vinhais) que me ofereceram.
E depois tenho para ler muita documentação sobre o Parque Natural de Montesinho, uma vasta região de área protegida onde podemos encontrar não só uma flora característica (matas de carvalho-negral e azinheira, soutos de castanheiros e matagais de esteva) mas também uma fauna de 49 espécies de mamíferos (sendo os mais característicos o lobo, o veado, o corço, o javali, a lontra e a toupeira d’água).
…voltaremos a este assunto.
«Scalabis» / ViriatoWeb ► (...) Um abraço Tovi e esperamos pelas histórias sempre boas que tens. (faltou aí os cavalos selvagens que eu sei que há)
«Tovi» / ViriatoWeb ► No Parque Natural de Montesinho não há cavalos selvagens... Isso é na Peneda-Gerês.
«Scalabis» / ViriatoWeb ► Pois... foi um engano meu
Pois é!... E como eu já não tenho vinte anos, estas "aventuras" por aldeias características de actividade agrícola/pastoril deixaram-me "a pedir cama e repouso"...
Mas prometo-vos voltar a este interessante assuntro.
«rjmoreira» / ViriatoWeb ► Que inveja que tenho. Adoro esses ambientes e essas gentes do interior! e então quando falas no mel e na alheira!! Já nasce água na boca...
«Tovi» / ViriatoWeb ► Tenho p'ra troca... É só uma questão de saber quantas alheiras são necessárias para um leitãozinho.
Por onde eu ando...
Nova Crítca - vinho & gastronomia
PINN (Portuguese Independent News Network)
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A Baixa do Porto (Tiago Azevedo Fernandes)
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