...que acabou a brincadeira, também conhecida por PREC
DN de 25nov1975
Quando esta 2ª edição do DN saiu, já o PREC estava moribundo.
Mário Soares em "Um político assume-se"
“O 25 de Novembro de 1975 foi extremamente importante para Portugal. Foi o virar de uma página, que podia ter sido trágica, e a restituição da Revolução de Abril à sua pureza inicial: a democracia pluralista de tipo ocidental, num Estado de Direito, civilista, respeitador dos Direitos Humanos e com uma dimensão social, marcada pela igualdade de oportunidades.” (Mário Soares em “Um político assume-se” - 2011)
Mas alguém tem dúvidas que quem no dia 25 de Novembro de 1975 acabou com o regabofe do PREC eram na esmagadora maioria os mesmos que na madrugada de 25 de Abril libertaram Portugal de uma das mas longas ditaduras fascistas da história moderna?... Eu estive de “armas na mão” desde a madrugada de 25 de Abril de 1974 até um merecido descanso de três anos de serviço militar obrigatório que terminou para mim em finais do mês de Outubro do mesmo ano. Mas durante todo o “Verão Quente”, numa “clandestinidade” verdadeiramente assumida e nunca renegada, estive SEMPRE ao lado dos valores que me levaram a lutar contra o regime ditatorial do Estado Novo. E ainda me recordo bem do que foi toda a luta contra o PREC e que culminou com o 25 de Novembro de 75.
Mário Soares, no seu ensaio autobiográfico politico e ideológico - "Um Político Assume-se" - logo no início de um capítulo, sugestivamente nomeado “A normalização democrática”, escreveu: “O 25 de Novembro de 1975 foi extremamente importante para Portugal. Foi o virar de uma página, que podia ter sido trágica, e a restituição da Revolução de Abril à sua pureza inicial: a democracia pluralista de tipo ocidental, num Estado de Direito, civilista, respeitador dos Direitos Humanos e com uma dimensão social, marcada pela igualdade de oportunidades."
Foi no verão quente de 1975 que muitos de nós gritamos pelas ruas deste nosso cantinho à beira mar plantado um dos slogans que marcaram o PREC – “Os ricos que paguem a crise!”. Não consta que o tenham feito e lá teve que ser a chamada “classe média” a aguentar com as despesas da Revolução de Abril. Ainda houve quem acreditasse no “capitalismo popular” de Margaret Thatcher e Ronald Reagan, em que se defendia que todos devíamos ser ricos, pelo que era necessário criar grupos de empresas de investimento para que se mobilizassem as pequenas poupanças e assim se aumentasse o capital, como faziam os ricos. Mas isto deu um grande estouro e lá teve a classe média que pagar esta experiência neoliberal. E agora, depois de acabarmos de sair de mais um resgate que nos deixou de tanga, andamos todos a discutir onde está a linha vermelha que separa a “riqueza acumulada” da “poupança”, se está nos imóveis de 500 mil ou do milhão de euros. Eu não sei onde está essa fronteira, mas tenho a certeza absoluta de quem é que vai acabar por pagar isto tudo… ui, se tenho.
Comentários no Facebook
«Zé Regalado» >> "a aguentar com as despesas da Revolução de Abril" - Eu acho que as despesas que é preciso pagar são outras, mas o pudor impede-me de dizer quais são.....
«Maria Vilar de Almeida» >> Aguenta CLASSE MÉDIA... até quando?! Liberta-te...
«Mario Ferreira Dos Reis» >> O que vai ser tachado vai ser patriomonio acima de um milhao de euros... se isso é classe média eu sou um pobreta do caraças.
«Isabel Pires» >> Pobreta do caraças, idem aspas....
Não pegou á primeira… Mas esta malta não desiste facilmente e lá vem outra vez com tiques totalitários a fazerem lembrar os senhores do Estado Novo… ou do PREC.
O "lápis azul" foi o símbolo da censura e da época da ditadura portuguesa do século XX. Os censores do Estado Novo usavam um lápis de cor azul nos cortes de qualquer texto, imagem ou desenho a publicar na imprensa. Para proteger a ditadura, os cortes eram justificados como meio de impedir e limitar as tentativas de subversão e difamação. Desde o Golpe Militar de 28 de maio de 1926 aos regimes de Oliveira Salazar e Marcello Caetano, o "lápis azul" servia para os censores decidirem o que devia ser noticiado ou divulgado. A 22 de junho de 1926 é instituída a Comissão da Censura, passando os jornais a serem obrigados a enviar a esta comissão quatro provas de página e a não deixarem em branco o espaço das notícias censuradas. Em 1933, a Constituição Portuguesa institui legalmente a Censura, que permanece até à Revolução dos Cravos, a 25 de abril de 1974. Até setembro de 1968, no governo de António de Oliveira Salazar, é a designada Comissão da Censura a responsável pelo "lápis azul". Durante o governo de Marcello Caetano esta comissão passa a chamar-se Comissão do Exame Prévio, mas, na prática, mantém o mesmo lápis com o mesmo sentido censório. (in Infopédia – Dicionários Porto Editora)
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