Construir, tá qu’eto… mas discutirem milhões sabem eles
No canto IV d’Os Lusíadas o grande mestre Luís de Camões deu-nos a conhecer um ancião – o Velho do Restelo - que à partida de Vasco da Gama para a sua aventura marítima pelos mares nunca dantes navegados se pôs a censurar as viagens e os ocupantes das naus, sob o argumento de que os temerários navegadores, movidos pela cobiça de fama, glória e riquezas, procuravam desastre para si mesmos e para o povo português. Pois nós cá pela Cidade Invicta e nos dias de hoje também temos destas criaturas que transpiram pessimismo e receio, nunca mostrando claro entusiasmo por empreendimentos que nos tirem do marasmo, chegando ao ponto de acusar a actual equipa autárquica de vender a cidade aos turistas e se esquecer dos portuenses. Mas a verdade é que a reabilitação urbana está também e de forma muito interessante a contribuir para o aparecimento de várias empresas que aqui se instalam, criam emprego e dão vida à cidade, como é o caso recente da Euronext que acaba de vir de Belfast, na Irlanda do Norte, para o Porto onde abriu um novo centro tecnológico que será a plataforma de gestão bolsista transeuropeia. Sem dúvida e como disse Rui Moreira na inauguração destas instalações, "o Porto não é uma cidade qualquer".
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«Adao Fernando Batista Bastos» - completamente de acordo David. Só o que não ande pela nossa cidade de olhos bem abertos não reconhece as melhorias. E por isso falam por falar… Abraço.
«Jovita Fonseca» - Interessante comparação com o Porto do séc XV, em que a contribuição do povo e burguesia da CIDADE tanto contribuíram para a partida para terras desconhecidas! Até as "tripas à moda do Porto" terão sido a prova do contributo dos portuenses para a receptividade a coisas novas... (Lenda, como diz Joel Cleto?). Mas que o povo do Porto apoiou a expedição do Infante D. Henrique é um facto, porque o Porto não é uma cidade qualquer!
«Pedro Silva» - David Ribeiro não convêm sermos mais papistas do que o Papa. É verdade que o turismo ajudou a colocar a nossa Invicta no mapa. Assim como é verdade que o Executivo camarário liderado por Rui Moreira soube explorar um fenómeno que foi iniciado pelo executivo de Rui Rio. Mas isto por si só não chega. Há que procurar regular o turismo no Porto para que isto não se transforme numa espécie de faroeste onde vale tudo. O próprio Rui Moreira já passou esta ideia há não muito tempo. É urgente que a CMP tome as devidas medidas de protecção dos seus cidadãos. Assim ontem lia no JN que os habitantes da nossa Baixa estão a ser pressionados para saírem das suas casa por causa do turismo... Regular é preciso! Barcelona já o fez. Que espera o Porto para fazer o mesmo? E também não seria nada má ideia a CMP procurar utilizar as receitas que o turismo gera para tornar a cidade do Porto melhor. E quando falo em cidade do Porto falo na cidade toda e não somente nos centros históricos.
«Rui Moreira» - Pedro Silva, eu também li. Mas não li que foi o turismo; há pelo menos 70 anos - desde o congelamento das rendas - que há senhorios a quererem libertar-se dos seus inquilinos para fazerem contratos melhores ou para poderem vender os seus imóveis. Claro que a reportagem feita pelo Jornal de Campanha aproveita para concluir que é o turismo. O mesmo jornal de campanha que há uns poucos de anos dizia que o centro estava vazio, em ruínas: salve-se quem puder, já só lá vive quem não pode fugir. Sim, o turismo tem de ser regulado: e está a ser. Veja-se o caso dos autocarros turísticos. Sim, temos de ter oferta de habitação na Baixa, e estamos a intervir no edificado municipal que resta para aí colocar famílias do Porto. Contrariando uma política de despejo que concentrou a habitação social na periferia. Sim, nós estamos preocupados. Mas que nos preocupação esta. Ainda hoje, há minutos, uma senhora me dizia que há cinco anos a rua dela estava tão vazia que tinha medo de passear o seu cão à noite e agora a rua está cheia de gente simpática.
«Pedro Silva» - Rui Moreira é verdade que já não é de agora a problemática dos Senhorios/inquilinos. Assim como é também verdade que o JN deixou - há muito - de ser um Jornal para ser hoje uma outra coisa qualquer. Contudo temos de concordar que o fenômeno crescente do turismo no nosso Porto acelerou a problemática dos Senhorios/inquilinos. E eu sei que a CMP tem procurado ajudar os inquilinos das zonas mais procuradas pelos turismo. Há uns meses ouvi uma intervenção do Sr. Dr. Pizarro sobre isto. Tal é salutar. Assim como é salutar saber e ver a CMP a procurar regular (dentro das suas competências, pois claro) as várias actividades relacionadas com o turismo. E há que fazer mais. Daí eu ter falado no modelo de Barcelona. O actual Executivo tem procurado fazer coisas positivas na cidade. Mas ainda existem muitas zonas do Porto que necessitam de uma forte intervenção. Por exemplo, a zona onde hábito (próximo ao Canil Municipal/Arca de Água) é uma delas.
«David Ribeiro» - Há efectivamente muita coisa ainda a fazer na nossa cidade, caríssimo Pedro Silva, mas o que eu quis dizer é que os VELHOS DO RESTELO não nos fazem falta nenhuma.
«Albertino Amaral» - Há tanto tempo que ouço falar nos Velhos do Restelo, que me pergunto: "Esses gajos, ainda não morreram"? Serão eternos?
O Porto não pára!... Foi inaugurada na passada quinta-feira [9Fev2017], com a presença do Presidente da Câmara Rui Moreira, um importantíssimo investimento no antigo edifício do Governo Civil da Cidade Invicta - o District -, que oferece 6.000m2 de escritórios já todos arrendados na sua maioria a empresas tecnológicas e ainda várias lojas. Um excelente exemplo de reabilitação da InvestPorto… e já agora: Ana Lehmann está de parabéns.
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