
"Era o partido que catalisava o povo e as elites. Deu voz e deu mundo à cidade. Mas o legado não sobreviveu à saída de cena dessa geração de autarcas socialistas. O pouco que dele restava foi desmantelado pela atual liderança do PS Porto: ausência de rasgo e de iniciativa, abstinência de confronto com o PSD, renúncia a entendimentos à esquerda, mutismo nas reuniões de Câmara, descaso pela sociedade civil, aniquilação do debate interno, saneamento das vozes destoantes, caciquismo patológico. (...) Depauperado de quadros políticos, inóspito para os jovens, com secções bafientas, o aparelho é hoje um plácido rebanho. A Comissão Política Concelhia tornou-se uma corporação de sonâmbulos que valida, sem tugir nem mugir, as decisões tomadas pelos seus "proprietários": aceita que a mesma pessoa seja por três vezes o cabeça de lista à Câmara, como aceita o ex-delfim de Valentim Loureiro a número dois; aceita não ter uma palavra a dizer sobre alianças eleitorais; tolera candidatos que aparecem como proponentes de uma candidatura adversária... Já em 2021, uma vereadora eleita pelo PS foi dar a Rui Moreira a maioria absoluta que o povo lhe tinha tirado nas urnas." (No JN de 23out2025)
Pedro Pereira - Eu diria que o Porto também merecia que poupassem os portuenses de discursos cheios de moral
Rogerio Miranda - Coragem de se pronunciar pela realidade o que compromete e agita o estado de alma dos beneficiários da atual situação.
Bernardo Mergulhao - Exactamente o PS que não faz falta , que apelo ao boicote
Barbosa Ribeiro - Tens tida a razão. O PS-Porto precisa de uma grande mudança. A continuar como está vai afundar-se cada vez mais. Obrigado pela tua coragem.

Dos 150 milhões, só 1,1 para o Porto. É este o PRR que agrada ao encarniçado poeta Rui Lage, tão subserviente se faz às ordens da República. É esse PRR que me levanta estas e outras críticas. Porque, ao contrário de Rui Lage, não há prebendas que me façam vergar aos ditames da capital.
(Rui Moreira no JN de 4.ª feira, 06abr2022)
É este o artigo de Rui Lage a que Rui Moreira se refere.
(JN de 3.ª feira, 05abr2022)
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é um programa de aplicação nacional, com um período de execução até 2026, que vai implementar um conjunto de reformas e investimentos destinados a repor o crescimento económico sustentado, após a pandemia, reforçando o objetivo de convergência com a Europa ao longo da próxima década.

Que penoso é ver uma fatia assinalável da inteligência nativa usar das categorias políticas comuns para se referir a um fenómeno tão desprezível e grotesco como é o Chega. Um estrangeiro lusófono que hoje chegasse a Portugal e se pusesse a folhear a imprensa dos últimos tempos ficaria com a ideia de que o Chega é um elemento válido do regime, um peão experimentado no xadrez da direita, uma formação partidária apta para alianças parlamentares e entendimentos governativos, enfim, uma peça do mobiliário da nossa democracia e não o rato de rodapé que se esgueirou por um buraco para lamber o ranço da ignorância e do preconceito mais espúrio. A normalização do Chega é (quase) tão desprezível quanto o Chega. E não menos (ou até mais) funesta. E ela vem a pretexto do extremismo que segundo tais inteligências equipara o Chega aos ex-parceiros do PS na malograda "geringonça", uma analogia indecente e indesculpável para quem conhece o itinerário da nossa democracia e os rudimentos da história das ideias políticas. Com todos os seus anacronismos, o seu discurso calcificado, uns quantos votos de política externa cujo valor é essencialmente litúrgico e cuja única consequência é desconceituar quem os oficia, e sem escamotear os riscos a que nos expôs in illo tempore, o PCP teve um papel de relevo na construção do Portugal que temos, seja na resistência ao fascismo, seja na marca que deixou na Constituição de 76, seja até, a Sul, enquanto força autárquica respeitada e prezada. Nos últimos vinte anos, o Bloco de Esquerda estimulou e diversificou o debate político, criou raízes e agregou gente de elevada qualidade humana e intelectual; mesmo quando as suas propostas se revelam (no meu entender) irresponsáveis, despesistas, ingénuas ou moralistas, obedecem a uma ideia de justiça redistributiva e a um desígnio emancipatório nos antípodas das "propostas" peçonhentas que o sacripanta Ventura vocifera ou patrocina. Neste triste episódio, extremista parece ser também o ressentimento que a "geringonça" plantou bem fundo na cabeça de tantas pessoas informadas e preparadas mas a quem esmoreceu a razoabilidade e a capacidade de distanciamento. Sou insuspeito para dizê-lo: não só não morri de amores pela solução como ela me suscitava inúmeras reservas, algumas dissipadas com o passar do tempo, outras que mantenho. Não sou, sequer, um socialista de filiação marxista: Proudhon, passado pelo crivo de Antero de Quental, sempre me interessou muito mais (o que faz de mim, suponho, um "utopista pequeno-burguês"). Mas como homem de esquerda sinto-me indignado com esta miserável tentativa de meter a CDU e o Bloco na mesma prateleira do Chega por operação de geometria descritiva. O património doutrinário do meu partido resulta da separação das águas orquestrada por Mário Soares. Essa é uma separação que não só não renego como é ainda hoje pressuposto da minha militância no PS, mas a decência impõe agora que separemos as águas entre o Chega e a CDU e o BE. Enquanto as águas ainda são navegáveis.
Declaração de "interesse": O meu pai esteve preso cinco anos nos calabouços da PIDE, na cadeia da Machava, em Lourenço Marques, acusado de crimes contra a segurança do Estado e de atentar contra a coesão moral das Forças Armadas. Leram bem: cinco anos, de 69 a 73, dois dos quais em regime de solitária, naquela que tinha a fama de ser a pior cadeia de África, onde muitos detidos eram executados por privação de água e alimento e outros sucumbiam à tortura e aos espancamentos. O meu pai passou cá para fora listas de presos a quem estava reservada a morte por inanição. Na Machava, quase todos os presos políticos, ele incluído, professavam alguma forma de marxismo, que lhes adubava a revolta contra a dominação colonial. Ideais extremistas, parecidos com os do Chega, não é mesmo? Não me lixem.
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