Este sismo no Afeganistão fez, até ao momento, pelo menos 1.000 mortos e 1.600 feridos. As autoridades prevêem que o número venha a aumentar, sobretudo nas zonas mais remotas, onde a ajuda demora mais tempo a chegar. O abalo, sentido no leste do país - quatro distritos da província de Paktika, na zona da fronteira do Afeganistão com o Paquistão - teve uma magnitude de 6,1 na escala de Richter e é o mais letal desde 2002. Porta-voz do governo Talibã pediu a todas as agências humanitárias que enviem ajuda para a área para "evitar mais catástrofes".
Segundo João Duarte Fonseca, sismólogo e professor auxiliar do Instituto Superior Técnico, este sismo do Afeganistão - magnitude 6,1 na escala de Richter - "não é habitual" e "é um tipo de sismo muito perigoso", visto que ocorreu "no interior de uma placa tectónica".
O Afeganistão está entre os níveis mais altos de insegurança alimentar em todo o mundo. Pelo menos 37,7 milhões de sua população de 40 milhões de pessoas – 93% – não tem comida suficiente. Um recorde de 23 milhões de afegãos enfrenta fome aguda, com quase 9 milhões a um passo da fome, de acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM). Duas em cada cinco crianças (38%) com menos de cinco anos de idade enfrentam desnutrição crónica – ou seja, nutrição inadequada por um longo período de tempo – o que levou a um crescimento atrofiado. Até 1 milhão de crianças menores de cinco anos correm o risco de morrer de desnutrição. Desde a tomada de Cabul pelos Talibã em 15 de agosto, uma economia já devastada pela guerra, antes sustentada apenas por doações internacionais, está agora à beira do colapso. Em janeiro, a ONU pediu aos doadores 4,4 mil milhões de US$ em ajuda humanitária para 2022, o maior apelo já feito para um único país. O Programa de Desenvolvimento da ONU alertou que 97% da população pode cair abaixo da linha da pobreza até meados de 2022.
E para ajudar à desgraça, o presidente norte-americano vai apreender reservas do banco central afegão e doar metade às vítimas do 11 de setembro.
Al Jazeera, 17fev2022
Equipas de resgate no Afeganistão estão a lutar para alcançar um menino de nove anos preso há dois dias num poço no sul da província de Zabul. Autoridades locais disseram que o menino apareceu preso cerca de 10 metros abaixo do poço de 25 metros. “Uma equipa está lá com uma ambulância, oxigénio e outras coisas necessárias”, escreveu no Twitter Abdullah Azzam, secretário do vice-primeiro-ministro, mulá Abdul Ghani Baradar, no governo Talibã.
As autoridades Talibã comunicaram, esta sexta-feira [18fev2022], que morreu o rapaz de nove anos que estava preso desde terça-feira num poço seco com 25 metros de profundidade, numa vila na província de Zabul, no Afeganistão.
As tensões sobre a demarcação de fronteiras e a violência do Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP) podem prejudicar as relações entre Islamabad e Cabul. Quando os Talibã assumiram o poder na capital afegã, Cabul, em agosto do ano passado, em Islamabad muitos aplaudiram. O colapso do governo afegão apoiado pelo Ocidente foi visto como uma oportunidade para restabelecer as relações entre os dois países, que se tornaram tensas sob a presidência afegã de Ashraf Ghani. Após a formação do governo Talibã, Islamabad tornou-se um de seus principais apoiantes no cenário internacional, pedindo o seu reconhecimento e assistência financeira urgente. Nos últimos meses, no entanto, surgiram sinais de quebras significativas nas relações amigáveis entre os dois. Os desacordos sobre a demarcação da fronteira Afeganistão-Paquistão e o apoio dos Talibã afegão ao TTP causaram tensões. Se nenhuma resolução for alcançada sobre essas questões, isso poderá causar uma rutura nas relações com consequências significativas tanto para a segurança nacional do Paquistão quanto para a estabilidade regional.
Diz-nos José Manuel Neto Simões, Capitão-de-fragata na reforma, num dos seus vários artigos de opinião publicados no DN sob o título “Reflexões sobre a derrota do Ocidente no Afeganistão”:
“A retirada dos EUA e dos seus aliados do Afeganistão materializou a derrota do Ocidente em declínio.” (…) “…a debilidade do acordo de Doha, promovido por Trump, foi explorada pelos talibãs, de forma exímia, empregando uma estratégia bem delineada com o apoio da maioria étnica (pashtun) e dos serviços secretos paquistaneses. O foco foi mantido na subversão das instituições e da população, com uma campanha comunicacional sofisticada. Foram ainda decisivas a escolha do período do ano favorável à ofensiva associada à deficiente transferência de autoridade para as forças afegãs.” (...) “…a forma como o processo foi conduzido gerou animosidade nos aliados com reflexos no futuro da NATO e na política de defesa europeia numa fase da dissonância transatlântica.” (…) "A perda de influência do Ocidente corresponderá ao aumento da influência das potências regionais - China e Rússia com interesses divergentes -, que vão determinar o equilíbrio na sua esfera de influência e na relação de forças entre a Índia, o Irão e o Paquistão.”
“É verdade que o regime talibã regressou ao poder, mas dizer que tudo voltou ao mesmo é fazer tábua rasa do que se passou ao longo destas duas décadas. Nem os ‘estudantes de teologia’, divididos em diversas tendências e ideários, são os mesmos (alguns nem nascidos seriam quando os EUA invadiram o país em 2001), nem a sociedade afegã o é. Cabul deixou de ser uma cidadezinha e cresceu para 4 milhões de habitantes. Tirando os que fugiram em agosto, há muita população urbanizada e educada, a começar pelas mulheres, bem como quadros técnicos, dos quais o novo regime precisa para reconstruir o país e o Estado. Sinal da necessidade desesperada de reconhecimento internacional (e de acesso a recursos financeiros e à ajuda externa), o recente anúncio de que vão voltar a ser emitidos passaportes, proporcionando (teórica) liberdade de deslocações ao estrangeiro.” (Rui Cardoso, in Expresso – 31dez2021)
Acontecimento nacional 2021
Escolha dos leitores do JN
Acontecimento internacional 2021
O ministro das Relações Exteriores do Catar reiterou a posição de seu país sobre como lidar com a situação no Afeganistão, dizendo que Doha continuará a trabalhar para aumentar os esforços humanitários e económicos no país devastado pela guerra. Numa conferência de imprensa conjunta com seu homólogo turco na capital do Catar, Doha, na passada segunda-feira [06dez2021], o xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani disse que o Catar trabalhará com autoridades aliadas da Turquia e dos Talibã para garantir que o aeroporto internacional de Cabul, o local de cenas caóticas após os primeiros dias do novo poder afegão, continue a funcionar. Catar e Turquia têm um relacionamento forte e estratégico a nível político, económico e militar.
"As televisões devem evitar exibir telenovelas e séries em que as mulheres sejam protagonistas", diz um documento do ministério enviado à comunicação social. As novas diretrizes são também para que as televisões garantam que as jornalistas usam "o véu islâmico", sem especificar se se trata de um simples lenço na cabeça, já habitualmente usado na televisão afegã, ou um véu mais completo. Esta é a primeira vez que o ministério, responsável por garantir o respeito diário da população pelos "valores islâmicos", tenta regular a televisão afegã desde que os Talibã voltaram ao poder em meados de agosto.
O Afeganistão dos anos 1960 apresenta um forte contraste com a região devastada pela guerra que conhecemos hoje. Dê uma olhada em como o Afeganistão era... e como poderá vir a ser novamente.
By | Checked By Published August2021
Al Jazeera, 13out2021
Os G20 concordam em ajuda para evitar crise humanitária no Afeganistão. Mas os Talibã precisarão de se envolverem na assistência e o ‘Grupo dos 20’ enfatiza que isso não significa o reconhecimento de seu governo.
Al Jazeera, 25out2021
ONU alerta sobre crise ‘aguda’ de alimentos no Afeganistão. Mais da metade da população de 39 milhões do Afeganistão enfrenta insegurança alimentar aguda e "marcha para a fome, com muitas crianças a morrerem”.
Al Jazeera, 29out2021
Enquanto os EUA congelam os fundos, um inverno rigoroso aguarda os afegãos sem dinheiro. Com 9,5 mil milhões de US$ em ativos e empréstimos congelados e limites impostos aos saques bancários, uma crise humanitária desenrola-se no Afeganistão.
Ataque a hospital militar em Cabul
No dia de ontem fontes do Ministério do Interior afegão disseram à Al Jazeeraa que duas explosões, seguidas de tiros, aconteceram no maior hospital militar do Afeganistão na capital Cabul. Hoje soube-se que nestas duas explosões morreram pelo menos 25 pessoas e ficaram feridas outras 50. Um destacado comandante Talibã, Hamdullah Mokhlis, membro da rede Haqqani e oficial das forças especiais Badri, foi um dos mortos durante este ataque, segundo a agência de notícias AFP.
BBC/Getty Images - Mulheres em Cabul em 1979, durante o governo comunista apoiado pelos soviéticos
Uma questão de vida ou morte no Afeganistão
Religião, família, violência e cultura ancestral pesam sobre as mulheres afegãs para chegarem ao casamento virgens, um teste que os pais e as autoridades podem pedir. Notícia completa aqui
Mulheres afegãs protestam em Cabul
Um grupo de mulheres marchou desde o Ministério da Educação até ao Ministério das Finanças na capital afegã, empunhando cartazes com os seguintes dizeres: “Não temos direito a estudar e trabalhar” e “Desemprego, pobreza, fome”. [Fotos de FarsNews Agency – 23out2021]
Kaveh Kazemi ficou célebre pelas suas imagens da revolução iraniana de 1979 e da guerra que opôs o Iraque ao Irão. O fotojornalista iraniano voltou pela quarta vez ao Afeganistão, a 14 de setembro e ficou no país 12 dias. Esteve em Herat, Cabul e Kandahar. Falou ao Expresso a partir de Teerão, contando que há elementos dos Talibã a desertar por não lhes pagarem há meses. Não têm dinheiro para enviar às famílias nas aldeias remotas de onde vieram. A economia está parada, não há dinheiro nem empregos, mas algumas mulheres voltaram ao trabalho.
"A ascensão do Daesh (ISIL) e de outros grupos terroristas Takfiri, após uma mudança de governo no Afeganistão, é perigosa", disse Amir Abdollahian [Ministro das Relações Exteriores do Irão] durante uma reunião na capital iraniana. Em 8 e 15 de outubro, os terroristas do ISIL atacaram mesquitas xiitas nas cidades afegãs de Kunduz e Kandahar, respetivamente, matando e ferindo centenas de fiéis inocentes que compareciam às orações de sexta-feira. Os ataques terroristas aconteceram quase dois meses depois que os Talibã assumiram o controle do Afeganistão depois de avanços rápidos no terreno, que muitos atribuem a uma retirada apressada das forças estrangeiras lideradas pelos EUA. O ministro das Relações Exteriores iraniano, por sua vez, pediu à União Europeia que adote “uma abordagem mais responsável” na proteção dos direitos dos afegãos deslocados pela violência. Nos seus comentários, Amir Abdollahian [Secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores austríaco] referiu-se às antigas relações do Irão com a Áustria e expressou a esperança de um crescimento nos laços económicos e comerciais entre os dois países, tendo também denunciado os últimos atos terroristas no Afeganistão, dizendo que o Irão e a Áustria têm preocupações comuns em relação ao ISIL. [FARS News Agency, 17out2021]
A ativista e cineasta afegã Sahraa Karimi partilhou no Twitter, na passada terça-feira [19out2021], a trágica notícia do assassinato pelos Talibã da jogadora da seleção de juniores de voleibol do Afeganistão, Mahjabin Hakimi. Apesar desta jovem ter sido decapitada pelos extremistas no início de outubro, os pais da atleta não noticiaram a sua morte devido a ameaças por parte dos novos senhores de Cabul.
Não tarda muito estão no Conselho de Segurança da ONU
Altos funcionários dos Talibã e representantes dos Estados Unidos discutem a "abertura de uma nova página" nas relações de seus países ao iniciarem as negociações no Catar, segundo o ministro das Relações Exteriores do Afeganistão. As reuniões presenciais que começaram em Doha neste sábado, 09out2021, são as primeiras desde que as forças dos EUA se retiraram do Afeganistão em agosto - encerrando uma presença militar de 20 anos - e a ascensão dos Talibã ao poder. Durante as conversações a delegação Talibã exigiu que os bens do Afeganistão no estrangeiro fossem descongelados. Para além disso, a delegação pediu que os EUA não violassem o espaço aéreo do Afeganistão e se abstenham de interferir nos assuntos internos de seu país. Por seu lado os EUA comprometeram-se a fornecer ao Afeganistão vacinas contra o Covid-19.
(Washington, 10out2021 - Reuters) - Os Estados Unidos disseram no domingo que o primeiro encontro face-a-face entre altos funcionários dos EUA e dos Talibã, desde que o grupo linha-dura retomou o poder no Afeganistão, foi "sincero e profissional".
Reabilitação de viciados em drogas… à moda Talibã.
Ainda não eram 7 horas da manhã e a fila do lado de fora dos portões da delegacia já era longa, com homens trazendo suas reclamações e demandas por justiça aos novos governantes Talibã do Afeganistão.
Algo novo eles descobriram imediatamente: os combatentes Talibã, que agora são policias, não exigem subornos como os policias fizeram durante o governo apoiado pelos EUA nos últimos 20 anos.
“Antes, todo mundo roubava o nosso dinheiro”, disse Hajj Ahmad Khan, um dos que estavam na fila na delegacia do Distrito 8 de Cabul recentemente. “Em todos os lugares de nossas aldeias e escritórios do governo, todos estavam com as mãos estendidas”, afirmou este afegão.
Muitos afegãos temem os métodos duros dos Talibã, sua ideologia linha-dura ou suas severas restrições à liberdade das mulheres. Mas o movimento traz a reputação de não ser corrupto, um contraste gritante com o governo que depôs, que era notoriamente repleto de suborno, peculato e corrupção.
Até mesmo residentes que estremecem com o potencial retorno de punições - como cortar as mãos de ladrões - dizem que parte da segurança voltou a Cabul desde que os Talibã invadiram a capital em 15 de agosto. No governo anterior, gangues de ladrões expulsaram a maioria das pessoas das ruas no escuro. Várias estradas entre as cidades estão novamente abertas e até mesmo receberam luz verde para viagens de algumas organizações internacionais de ajuda.
Mesmo assim, existem perigos. No domingo, uma bomba do lado de fora da mesquita Eid Gah, em Cabul, matou vários civis e teve como alvos membros Talibã que compareciam a um serviço memorial. Ninguém assumiu a responsabilidade pelo atentado, mas o grupo rival do Estado Islâmico aumentou os ataques contra os Talibã num reduto do Daesh no leste do Afeganistão.
Durante sua última vez no poder, no final da década de 1990, os Talibã ofereceram uma compensação: trouxeram uma estabilidade que os afegãos buscavam desesperadamente e eliminaram a corrupção, mas também impuseram sua interpretação severa da lei islâmica. Isso incluiu punições como amputações de mãos, execuções de assassinos com uma única bala na cabeça, na maioria das vezes por um parente da vítima do assassinato e todas realizadas em público. A polícia religiosa espancou homens por cortar suas barbas ou por não comparecerem às orações.
Na semana passada, os Talibã prenderam 85 supostos criminosos, alguns acusados de crimes menores e outros de assassinato, sequestro e roubo, disse Noor Ahmad Rabbani, do departamento anti-crime dos Talibã. Estes afirmam que trarão de volta suas punições anteriores. A única questão é se eles vão executá-los publicamente, disse à Associated Press o mulá Nooruddin Turabi, ex-ministro da Justiça e atual oficial encarregado das prisões.
Algumas punições já reapareceram. Os corpos de quatro homens foram pendurados em guindastes no centro da cidade de Herat, depois de serem mortos pelos Talibã durante uma suposta tentativa de sequestro. Em pelo menos duas ocasiões em Cabul, pequenos ladrões desfilaram pelas ruas para envergonhá-los, algemados, com o rosto pintado ou com pão enfiado na boca.
Militantes armados Talibã assumiram posições em postos de controle em Cabul e, gradualmente, alguns foram obrigados a usar uniformes - o início de uma nova força de segurança nacional, segundo disseram autoridades. Para muitos residentes de Cabul - principalmente os jovens que cresceram ouvindo histórias de terror sobre o período anterior do governo Talibã - a visão dos lutadores é assustadora enquanto eles vagam pelas ruas livremente, com seus cabelos compridos característicos, roupas tradicionais e espingardas Kalashnikov penduradas ao ombro.
Mas até agora, eles parecem ter trazido alívio da corrupção. Antes da tomada do poder pelos Talibã em agosto, as pessoas tinham que pagar subornos simplesmente para pagar uma conta de serviços públicos. A fraude desenfreada nas forças armadas foi um dos motivos pelos quais desmoronou tão rapidamente em face do avanço Talibã. Apesar da corrupção aberta, os EUA e a Europa despejaram biliões de dólares no governo com pouca supervisão.
Como no passado, os Talibã recorreram aos anciãos tribais para resolver disputas. Na semana passada, um grupo de anciãos reuniu-se numa mesquita de Cabul para julgar um ataque de facadas que causou ferimentos leves. Os anciãos ordenaram que o pai do culpado pagasse à vítima o equivalente a quase 400 US$, o suficiente para cobrir as despesas médicas. Muhammed Yousef Jawid aceitou sua punição. “É rápido e muito mais barato do que no sistema anterior”, disse ele.
Na delegacia de polícia do Distrito 8, o novo comandante, um afável talibã chamado Zabihullah, disse que os Talibã lutaram durante 20 anos para trazer as leis islâmicas ao Afeganistão. “Agora as pessoas estão seguras sob nosso governo”, afirmou. Zabihullah, que como muitos afegãos tem um só nome, é da província central de Ghazni, onde os insurgentes travaram algumas de suas batalhas mais difíceis durante as últimas duas décadas. Aos 32 anos, este afegão diz-nos que não foi treinado para ser comandante de polícia, pois a maior parte de sua educação foi numa madrassa, ou escola religiosa. Mas Zabihullah disse que seus anos de guerra e a adesão à interpretação dos Talibã da lei islâmica o prepararam.
Fora dos portões da delegacia, a fila estava ficando mais longa. Khan, de 60 anos, veio da província de Khost para buscar a ajuda dos Talibã na cobrança de um empréstimo pendente. Disse que apoiava as punições dos Talibã, como amputações, embora não para pequenos ladrões. “Trouxeram alguma segurança porque tratam o criminoso de acordo com a lei islâmica".
O diretor de uma escola, que não quis se manifestar temendo repercussões, veio à delegacia reclamar de pais que estão meses atrasados nas mensalidades escolares. Disse que queria dar uma chance ao governo dos Talibã. No governo anterior, ele era acusado de suborno cada vez que ia à polícia para reclamar de pagamentos não cumpridos. “Os Estados Unidos investiram muito dinheiro no Afeganistão, mas era uma máfia que comandava o país”, disse ele.
Outro reclamante, que deu seu nome apenas como Dr. Sharif, havia retornado recentemente da Arábia Saudita, onde havia trabalhado por vários anos. Ele não tinha objeções às punições ao estilo dos Talibã, mas argumentou veementemente contra colocar líderes Talibã e clérigos religiosos no comando de departamentos governamentais. “Precisamos de profissionais ... precisamos de especialistas econômicos, não de um maulvi que não tenha nenhuma ideia sobre negócios”, disse ele, usando uma palavra para designar um clérigo muçulmano. Ainda assim, gostou de ter sua reclamação ouvida sem qualquer pedido de suborno da polícia Talibã. Antes, a polícia exigia suborno apenas para entrar na delegacia. “O erro dos governos anteriores”, disse ele, “foi colocar todo o dinheiro nos bolsos”.
Lusa, 5out2021 às 12h02
Mais de cem alunos e professores de música deixaram Cabul a bordo de um avião na segunda-feira e, posteriormente, deverão vir para Portugal, disse esta terça-feira o diretor do Instituto Nacional de Música do Afeganistão (ANIM). Temendo serem vítimas de represálias dos Talibã que, durante seu primeiro período no poder [entre 1996 e 2001] havia proibido a música, 101 membros do ANIM desembarcaram na segunda-feira à noite em Doha, declarou M. Sarmast à agência de notícias France-Presse (AFP). O grupo, cerca de metade constituído por mulheres e raparigas, deverá vir para Portugal com o apoio do Governo português, disse o também fundador do instituto, refugiado em Melbourne, na Austrália.
AFP News Agency, 05out2021 às 15h00
Conhecida como uma das regiões mais bonitas do Afeganistão, o vale Bamiyan é o lar de várias centenas de famílias que vivem em cavernas que foram esculpidas em penhascos de arenito por monges budistas no século VII. Desde a tomada de posse dos Talibã, a comunidade, uma das mais pobres do país, viu as suas dificuldades agravadas com a ajuda internacional cortada, o aumento dos preços dos alimentos e o aumento do desemprego.
Semanário SOL, 06out2021às 15h20
O modus operandi consistia no contrabando de afegãos, “abordados em campos de refugiados ou noutros lugares onde requerentes de asilo se reúnem”. A rede facilitava o transporte e a acomodação ilegal dos migrantes, que pagavam entre mil a dois mil euros por "uma viagem perigosa em camiões", sem conhecimento dos motoristas. Há 21 detidos.
Claro que vai ser necessário apoiar as muitas famílias a necessitarem de ajuda urgente no Afeganistão... mas temos que resolver também toda a anacrónica situação política e social em que os Talibã colocaram aquele país.
UNICEF
É o desespero de uma população que precisa do nosso auxílio. O Afeganistão sempre foi um dos lugares mais perigosos para ser criança. Mas, nas últimas semanas, a situação tornou-se ainda mais desesperante. Não iremos abandonar o país, por todas as crianças e suas famílias. Presentes no Afeganistão há 65 anos e com 11 escritórios no terreno, a UNICEF tem a capacidade de prestar assistência humanitária. Mas precisamos de si para continuar a apoiar!
Cruz Vermelha Internacional
Um porta-voz do Ministério do Interior afegão informou que uma explosão perto da entrada da mesquita Eid Gah em Cabul, neste domingo, matou pelo menos dois civis e três ficaram feridos. Várias ambulâncias foram vistas dirigindo-se para o Hospital de Emergência de Cabul, na área de Shahr-e-Naw. O ato ainda não foi reivindicado.
(in Novo Semanário - 1out2021) - “Mais de dois mil estabelecimentos de saúde fecharam e cerca de 23 mil trabalhadores da saúde, incluindo sete mil mulheres, já não são pagos ou tiveram de deixar de trabalhar”, disse em Cabul o director para a Ásia-Pacífico da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha, Alexander Matheou. Além da crise na saúde, o país enfrenta também escassez de alimentos devido à situação económica. Há cerca de 18 milhões de afegãos a precisar de assistência humanitária. Matheou explicou que no sector da saúde as pessoas aceitarão trabalhar sem salários durante mais algumas semanas, mas que as unidades de saúde fecharão quando “não houver medicamentos, electricidade, nem nada para oferecer aos doentes”. A ajuda internacional foi suspensa após os talibãs assumirem o controlo em 15 de Agosto, deixando a economia afegã, devastada por décadas de guerra, em crise.
Al Jazeera, às 19h50 de 03out2021
Um porta-voz do Ministério do Interior afegão informou que uma explosão perto da entrada da mesquita Eid Gah em Cabul, neste domingo, matou pelo menos cinco civis e quatro outras pessoas ficaram feridas. Várias ambulâncias foram vistas correndo em direção ao Hospital de Emergência de Cabul, na área de Shahr-e-Naw. O ataque, que ainda não foi reivindicado, tinha como alvo um serviço memorial realizado pela mãe do porta-voz Talibã, Zabihullah Mujahid.
Nesta segunda-feira (4out) o Daesh declarou-se responsável pela explosão ocorrida no dia anterior em Cabul, segundo a sua agência de notícias Amaq relatou no Telegram.
Por onde eu ando...
Nova Crítca - vinho & gastronomia
PINN (Portuguese Independent News Network)
Meus amigos...
A Baixa do Porto (Tiago Azevedo Fernandes)
Antes Que Me Passe a Vontade (Nanda Costa)
Caderno de Exercícios (Celina Rodrigues)
Cerâmica é talento (Pataxó Lima)
Clozinha/and/so/on (Maria Morais)
Do Corvo para o Mundo!!! (Fernando Pimentel)
Douro de ouro, meu... (Jorge Carvalho)
Douro e Trás-os-Montes (António Barroso)
Escrita Fotográfica (António Campos Leal)
Let s Do Porto (José Carlos Ferraz Alves)
Life of a Mother Artist (Angela Ferreira)
Marafações de uma Louletana (Lígia Laginha)
Matéria em Espaço de Escrita com Sentido (Mário de Sousa)
Meditação na Pastelaria (Ana Cristina Leonardo)
Memórias... (Boaventura Eira-Velha)
Mente Despenteada (Carla Teixeira)
Nortadas (Francisco Sousa Fialho, João Anacoreta Correia e outros)
O Portugal Futuro (Tiago Barbosa Ribeiro)
O Porto em Conversa (Vitor Silva)
Os meus apontamentos (Vitor Silva)
Renovar o Porto (Rui Farinas e Rui Valente)
Reportagens de Crítica, Investigação e Opinião (Tron)
Que é que se come por aqui (Ricardo Moreira)
Servir o Porto (Pedro Baptista)
Um Rapaz Mal Desenhado (Renato Seara)
Vai de Rastos (Luís Alexandre)
(IN)TRANSMISSÍVEL (Vicente Ferreira da Silva)
Adoradores de Baco...
Site de Prova de Vinhos (Raul Sousa Carvalho)